Esse meu blog anda meio às moscas. De repente, me deu uma sensação de não ter nada a dizer ao mundo, de não ter assunto digno de ser comentado. Não que eu não tenha vivido nesse meio tempo. Não é isso. Eu andei fazendo coisas: lendo compulsivamente, comprando livros compulsivamente, pensando em problemas insolúveis até ter vertigens, assistindo filmes, como Olga...
Ah, Olga merece alguns comentários.
Ela, a atriz, é bonita!
Falando sério, acho que é sintomático o fato de que uma alemã tenha se tornado uma heroína nacional. Por quê? Faltam mulheres nativas de garra? Temos preconceitos de nós mesmos? Acho às vezes que sim: o outro herói das telas foi Guevara, que por acaso é logo argentino. E, sejamos honestos, Cazuza não foi lá nenhum herói. Um anti-herói, digamos, mas não um exemplo a ser seguido, penso eu. Sim, temos Senna, que a Globo insiste em querer fazer se passar por herói nacional, e o povo insiste em engolir essa conversa mole. Acho, aliás, que é apenas uma questão de tempo para ele sair na tela, assim como Renato Russo. Mas, e os heróis? Lacerda? Gostei dele...
Por falar em Lacerda, imaginem que uma avenida ou praça principal na Berlim da Alemanha moderna se chamasse Avenida, ou Praça, Adolf Hitler. O que dizer disso? Um escândalo, não é mesmo? Pois no Brasil, um ditador da estatura de Getúlio Vargas ainda desperta saudades, passados cinquenta anos de seu suicídio. Por quê? Faltam heróis na política? Ou, Vargas não foi, na verdade, um verdadeiro ditador? Ah, toda cidadezinha que se preze tem uma praça ou avenida Getúlio Vargas. Por quê? Ah, ele foi um homem de visão e modernizou o país. Certo, mas a China também está se modernizando sob os tacos das botas comunistas. Eu seria capaz de trazer o progresso embrulhado em sangue.
Chega. Para quem não tinha nada para dizer, já disse muito...
Uma coisa mais me anda prendendo a atenção: a explosão do conhecimento. O Apocalipse bíblico já vaticinava: "...e a ciência se multiplicará..."
Somando essa multiplicação ao fato de que não há na verdade conhecimento verdadeiro, e sim, apenas proposições que seus autores querem que aceitemos como verdadeiras, e temos que nos resignar ao trabalho de filtrar do meio dessa explosão de informação aquilo que realmente interessa.
Acho que a explosão do conhecimento poderá ser um problema muito em breve. Nosso conhecimento nos destruirá como uma praga bíblica se não nos atermos aos seus efeitos potenciais.
Mas essa explosão é assunto para outro dia.