Se as pessoas alegam apego ao conforto para evitar mudanças em suas vidas, eu perguntei a mim mesmo: o que é, afinal, o conforto?
Em resposta, sugeri uma Teoria do Conforto, que anotei assim em minha agenda:
"Teoria do conforto: a idéia de conforto como um conjunto de hábitos estabilizados, considerados prazerosos, socialmente aprendidos, e com valores relativos, conforme associados a diferentes classes sociais. O risco apresenta-se como uma possibilidade de mudança de situação na qual há acréscimo, supressão ou mudança de hábito que configura uma nova situação socialmente inferior. O risco é meramente social."
Pois bem, o que isso significa, afinal?
Essa afirmação parece um axioma de Sociologia. Será que é?
A Teoria do Conforto será melhor debatida futuramente. Ela precisa ser debatida.
No fundo, o que eu quis dizer foi: as pessoas se preocupam mais com que a sociedade pensa delas do que com a vida real que elas levam. Em outras palavras: as pessoas não se importam se são um sucesso ou fracasso social, desde que aparentem serem bem-sucedidas perante seus pares.
Enfim, a Teoria do Conforto afirma que o que importa na verdade não são os fatos, mas as aparências.