quarta-feira, 26 de março de 2008

Despertar para a atualidade

Já aconteceu de você, de repente, se dar conta de que vive em um mundo onde as coisas são mais fáceis do que você imagina?

Pode parecer que não, mas a vida hoje é mais fácil do que ontem, ao menos sob certos aspectos.

Quando comecei a escrever alguns textos, na adolescência, usava caneta e papel.

Ainda uso, mas depois tenho um enorme trabalho para digitar tudo no micro. É trabalho dobrado.

Agora, uso o micro, mas teve uma época em que eu usava uma máquina de escrever.

É, eu sei datilografar corretamente. Eu fiz um curso de datilografia em uma máquina Remington antiqüíssima. Minha professora já morreu a muito tempo. Hoje, nem o lugar da escola existe mais. Foi em 1984.

Mas quando resolvi usar um micro, foi uma revolução. Quem nunca datilografou algum texto no Edit, do DOS?

Não? Nem sabe o que é o Edit?

É, faz tempo que ninguém usa mais o Edit, mas todo mundo usa o Notepad, o Bloco de Notas, não usa?


Mas o bom mesmo é o Word, começando pelo Word 7, o Word 97, o Word 2000, o Word 2003 e agora o Word 2007. Eu parei no Word 2000 e acho que está mais que suficiente.

E sabe por quê? Um pacote Office custa só 500 Reais. É por isso...

Mas há uma distância enorme entre escrever e publicar.

Sim, eu publiquei, em 1996, quando a Internet ainda estava nas fraudas.

E agora, que facilidade! Quanta gente acessível! Quanta abundância de canais de comunicação e divulgação! Quanto público!

Falta só vencer a preguiça. Desta vez, vou culpar a preguiça, para variar um pouco a desculpa padrão: falta de tempo.

Detesto chavões e esse da falta de tempo já encheu.

Preguiça? Logo eu?

Não.

É falta de tempo mesmo, e que se dane quem não gostar dos chavões.

Com vocês, ela, a máquina onde aprendi a teclar.

segunda-feira, 24 de março de 2008

A moral da história

Eu tenho um monte de histórias para contar. Eu tenho ainda um monte de ideias para serem pensadas, pregadas, difundidas. E tenho um monte de planos, todos muito bons.

Tenho um monte de livros com um monte de coisas legais para serem discutidas.

Minhas histórias e ideias são pobres? Não sei. Talvez sejam, talvez não.

Então, por que escrevê-las?

Porque é gostoso. Só por isso.

Mas, se faço somente aquilo que acho gostoso, como acho tempo para fazer o que precisa ser feito, mas não é gostoso?

Mas, o que não é gostoso?

O que tenho de fazer e não gosto de fazer?

As finanças?

Mas eu gosto!

O que eu não gosto é do monopólio de um único vício.

Sim, eu posso admitir que aquilo que eu faço constantemente acaba sendo parte de mim como um vício, ainda que a palavra “vício” não seja exatamente adequada, porque tem uma conotação ruim. Que seja “hábito” então.

Meus hábitos me fazem?

Não sei, mas um hábito que monopoliza todo meu tempo não é um bom hábito.


Somente um hábito que produza alguma coisa muito valiosa pode ter o monopólio do tempo, mas se o hábito é escrever, o que de valioso produz uma história?

Às vezes, penso que o melhor que se pode produzir é uma lição de moral no final.

Mas, uma mania precisa ter uma moral para justificar sua existência?

As histórias que eu escrevo precisam de um fundo moral que as justifique, já que elas são antes escritas para satisfazer minha compulsão egoísta por escrever? E se não tiverem nenhum fundo moral? Qual o problema?

Um fundo moral é apenas um chamariz para os leitores?

Qual o pecado em se escrever por prazer?

Eu li “Alice no País das Maravilhas”.

Não vou longe falando desse livrinho, mas o tema da moral me leva necessariamente a ele.

Há entre suas personagens uma Duquesa feia que vive tentando achar uma moral para cada história.

Eu não sei dizer se o autor, Lewis Carol, tinha alguém em mente quando criou essa personagem. Nesse caso, era o contrário: o vício não era as histórias sem moral, mas a busca de uma moral obrigatória. Uma história sem moral não era uma história.

Cenas de Alice no País das maravilhas - Lewis Carol

Não sei se fatos precisam de uma moral no final.

Há coisas que simplesmente acontecem, sem que possamos tirar deles qualquer tipo de lição. Eles são corriqueiros ou espantosos por si próprios.

Moral da história: histórias não precisam ter moral.

Essa conclusão me provoca um alívio muito suspeito e soa como uma placa dizendo: “fumar faz bem à saúde”.

Você acreditaria num anúncio desses?


A capa da agenda

Sempre que penso nesse blog, eu me lembro de que tenho algumas agendas com anotações bacanas. Lembro-me também de que tenho três computadores e muitas centenas de livros. Tenho ainda muitos CDs de música, CDs com programas e jogos, DVDs de filmes e documentários e a curiosidade despertada por milhões de sites legais na internet aguardando para serem vistos. É muita coisa, mas o dia só tem algumas horas úteis.

Mas já que estava pensando na agenda, eu poderia ao menos colocar a foto dela nesse blog. Mas como?

Eu tenho um scanner de mesa, mas ele está no micro velho, e o micro velho é muito lento e não me permite transferir dados para o micro novo, porque não tem porta USB. Escanear uma capa de uma agenda parece difícil? Para mim, é um problema.

Transferir o scanner do micro velho para o micro novo? Nem pensar, ao menos por agora. Toma um tempão com cabos, drivers e configurações. Esqueça.


Eu tenho ainda uma câmera digital com 9 megapixels. Mas eu ainda não sei usá-la. Apenas comprei e deixei de lado. Falta tempo e saco para instalar o software que vem num CD junto com a câmera, e preciso ainda ler manuais e helps para operar tanto a câmera quanto o software.

Por fim, tem agora uma webcam, daquelas usadas no Messenger.

Será que presta?

Não sei. Nunca tentei. Mas o problema continua. Toma tempo.

Eis uma tarefa que me desafia a enfrenta-la. Eu sei que é só a capa de uma agenda, mas ela recusa-se a se transformar em uma imagem jpg em meu querido blog.

Se você se der ao trabalho de ler minhas próximas postagens, não se espante se ver a capa da agenda numa delas, porque agora eu fui desafiado publicamente.

Vejamos se a vida é assim tão difícil quanto parece.

Mas, mágica: olhe aqui a capa da agenda!


Agenda Ecológica 1999

O backup eterno

Perdi um tempo hoje fazendo um backup deste blog.

Quem já perdeu alguma coisa de que gosta e que estava aparentemente segura no HD de algum computador ou em algum servidor na internet?

Um dia, você acorda e seu HD já era. Onde foram parar seus arquivos amados?

Não, não há seguro contra HDs perdidos. É um drama que pode deixar uma pessoa louca.

Mas e os dados que estão na internet? E nossos blogs queridos? E se um dia eu for com o meu navegador até a página de meu amado blog e ele não existir mais? Onde foram parar meus textos perfeitos? O provedor irá lamentar, e dará desculpas e descontos, mas não fará nascer de novo aquele texto inspirado e sublime. Se eu não fizer um backup desses textos lindos, e logo, eu corro o risco de cair no esquecimento, após um bug ou vírus. Como um incêndio, bugs, vírus e negligência de empresas podem destruir o trabalho de anos das pessoas inocentes. Então, não tema fazer um backup de tudo o que você produz, seja no HD, seja nos blogs da vida. Um dia, eles podem sumir.


Mas, e depois?

Um dia, quando eu morrer, tudo que escrevi será deletado. As coisas que escrevo são importantes somente para mim.

Eu posso ter uma multidão de fãs, como um Drummond ou um Chico Xavier, mas ninguém se importará em colocar meus textos à disposição do mundo. Tudo será esquecido.

E meus papéis, meus documentos, minhas notas fiscais, meus recibos, minhas contas de luz pagas, meus talões de IPTU? O que será feito dos meus arquivos em papel?

Nada.

Não será feito nada deles. Alguém com um pouco de mal humor irá colocar tudo no latão de lixo mais próximo.

Por que pensar nisso?

Ah! É só o vício do pensar estratégico. É só mania de pensar a longo prazo. Só isso.


O vício do contador de histórias

Acho que escrever é na verdade um vício.

Eu sempre fui uma pessoa atenta a vícios. Já fui fumante e sei que há vícios e vícios. Fumar, beber, usar drogas, comer ou deixar de comer, malhar ou dormir demais, falar ao telefone ou andar de carro, cuidar de carro, lavar as porcarias do carro, usar internet, pornografia on-line, os games, bate-papo e messenger, e escrever blogs.

Todos os exemplos acima são vícios, mas o vício de escrever é interessante. Você faz algo e pensa em como esse algo daria uma boa história. Você lembra de algo e pensa em como ficaria bacana essa lembrança no seu blog, na sua biografia, na tela da televisão, numa minisérie, num filme de cinema.


São viagens sem fruto algum.

Mas temos outros vícios, como o maldito vício da organização, o vício da ordem, o vício do tudo-saber, e o vício de fazer-direito, sem falar no vício do nada-jogar-fora, ou melhor, o vício de guardar tudo.

E como cada vício consome um mundo de tempo, não somos pessoas felizes. Atender a um vício implica em desprezar outros, que ficam comichando em nossas mentes como feridas abertas.

Vou pensar um pouco mais sobre esses malditos vícios...


terça-feira, 18 de março de 2008

Eu sei que você matará todos esses leões, mas...

Um passo de cada vez, como se a vida nunca fosse acabar. É assim que as coisas devem ser feitas.

Você controla suas finanças?

Se não controla, deveria controlar. E se controla, perde um tempo enorme, que você sabe que poderia ser usado para ver uns filmes legais na televisão, ou para ouvir um som gostoso na sala, ou para dar aquela caminhada que você está prometendo pra você mesmo a muito tempo.

O que vem primeiro: as finanças ou a saúde?

Não importa: você não terá tempo para nenhuma das duas coisas.

Se fizer um esforço monstruoso, terá dinheiro e saúde, mas não tempo para gastar o dinheiro e para usar do seu corpo sadio para mais nada, a não ser trabalhar.

E as músicas? E os filmes?

Faça um esforço e ponha um CD com aquelas baladas gostosas enquanto manda e-mails, recebe contas, faz uma caminhada.


E seus sonhos e planos infalíveis?

Estão na gaveta de projetos, eu sei. Ou estão naquela agenda, anotadinhos, porque você sabe que é uma pessoa esforçada e que um dia colocará em prática todos os seus planos.

Um dia, você fará tudo, irá a todos os lugares e conseguirá estabelecer ordem em tudo. Tudo terá uma etiqueta, tudo estará no seu devido canto, e a vida fluirá como um relógio.

Mas tudo tem seu momento, e no final, você ainda escreverá sua biografia, para seus bisnetos saberem que o mundo bom que eles vivem foi construído com muito esforço e suor pelos antepassados, e que eles devem parar de serem preguiçosos e maconheiros.

É, eu sei que você dará conta do recado.

Boa sorte, mas não esqueça das baladas daquele velho CD no monte de tralhas perto da televisão.

Pense no amanhã sem esquecer o hoje.

Cante um pouco.


quinta-feira, 6 de março de 2008

Notícias Falsas: meu blog de mentiras

Acabei de dar uma renovada no meu blog Notícias Falsas.

Agora ele está com fotos e está bem legal.


O endereço dele é Notícias Falsas e acho que a idéia dele é muito válida.

Confiram.

Notícias Falsas