sábado, 4 de dezembro de 2010

A Firma

Eu sou uma pessoa que gosta de dinheiro. Deixe-me explicar.

Não é que eu não goste de ter o dinheiro em si, aquele que temos na carteira e na nossa conta corrente, e que ganhamos com muito suor. Eu gosto deste tipo de dinheiro também, e muito.

Mas quando falo que gosto de dinheiro, é no sentido de gostar de estudar como a riqueza em geral é criada, armazenada, acumulada, transferida, perdida e destruída. Gosto de dinheiro do ponto de vista econômico. Afinal, embora não seja exatamente um economista, sou formado em Administração de Empresas, e as duas áreas estão intimamente ligadas. Na verdade, eu bem que poderia ter feito Economia, mas o destino não permitiu que as coisas corressem em sua normalidade. Quis ser economista, mas acabei mudando de ideia e fui estudar Administração.

Mas a Economia é uma ciência mais teórica que prática, e administrar empresas é uma forma de fazer a teoria econômica entrar em ação.

Quando entendi que dinheiro tem a ver com economia e empresas, foi como se eu tivesse descoberto a roda. Curiosamente, não foi uma coisa rápida nem precoce. Eu já estava vivendo uma vida de jovem adulto, trabalhando e me sustentando, embora que sem um rumo certo em mãos para tocar o resto de minha vida.

Então, desde que escolhi ser administrador de empresas, elas, as empresas, têm me fascinado.

Mas, estudar empresas é uma coisa. Administrá-las de fato é outra, bem mais complexa.

Eu arrisquei abrir "A Firma". Como muitos milhões de pessoas fazem no mundo inteiro o tempo todo, eu arrisquei juntar meus conhecimentos e a sorte e tentei ganhar dinheiro, muito dinheiro. Nada mais louvável nesse nosso mundo capitalista e competitivo.

Mas não deu certo. Faltou sorte, faltou conhecimento, faltou maturidade e sobraram problemas, de todos os tipos.

O resultado foi não um fracasso, mas um aborto.

Vejam: um aborto é um tipo de fracasso, mas neste caso, sequer podemos falar em uma "Firma" em seu sentido real. Nunca houve firma alguma. Simplesmente existiu um nome e um registro público, uma formalidade. É como se uma criança tivesse sua certidão de nascimento registrada antes de nascer, mas ainda em útero. Simplesmente nada ocorreu no mundo real. Somente no mundo jurídico, dos papéis e dos documentos.

Mudei de ideia, mudei de planos, abandonei a firma de papel e segui com minha vida por outros caminhos. Mas, a firma de papel continuava lá, registrada, como um esqueleto, uma radiografia de um esqueleto, uma mera imagem daquilo que poderia ter sido uma firma. Assim como uma radiografia não cresce, não evolui nem enriquece ninguém, ela também não morre. A firma continuou por anos na sua situação formal de "inativa". Todos os anos de hibernação radiográfica foram marcados por declarações negativas de imposto de renda de pessoas jurídicas, uma espécie de ritual macabro em que atestamos que algo está morto, mas que não conseguimos ainda nos desfazer de seu esqueleto.

Então, um dia eu resolvi lembrar-me de que era preciso um tipo de exorcismo. Para um administrador, ou ao menos para mim, que sou administrador, um firma fracassada era como um atestado de incompetência.

Claro, hoje penso diferente com relação a empresas que não dão certo, mas por muitos anos eu tentei esquecer essa empresa e toda a dor que a envolveu, de sonhos abandonados e problemas crônicos não resolvidos. Tê-la criado no papel e nunca ter conseguido seguir adiante e ter tentado fazer alguns de meus sonhos virarem realidade foi para mim motivo de grande tristeza e frustração. E eu não sou acostumado a desistir, fracassar e baixar a cabeça, vencido ou derrotado.

Talvez por isso, eu só me lembrava dela quando chegava o mês das declarações ao imposto de renda. Nesta época, um amigo contador me ligava e dizia que eu precisava fazer a maldita declaração negativa.

Um dia, eu anotei no meu arquivo do Microsoft Outlook, numa pasta de tarefas, um lembrete: baixar firma.

Essa era a minha tarefa mais importante, mas que permaneceu ignorada propositalmente por mais muitos anos ainda, porque, admito, era doloroso pôr um fim definitivo nela, baixando-a definitivamente no registro de empresas.

Ainda que hibernando, sempre existia a possibilidade de reativá-la e reiniciar algum projeto grandioso por meio dela e seus papéis.

De repente, a vida deu uma nova guinada e mudei de planos. Nada de negócios, nada de empresas, jamais.

Então, mesmo os papéis hibernando eram um problema, porque com o novo rumo dado, eu não poderia legalmente ter nenhuma empresa, e neste caso mesmo um simples registro era um problema em potencial.

Tomei coragem e resolvi enfrentar a gigantesca burocracia que era baixar uma firma no Brasil.

Na verdade, alguns anos antes eu até tentara enfrentar o problema, mas desisti. Era muita papelada, muito dinheiro, muito trabalho. Desisti.

Desta vez, eu iria em frente.

Mas me surpreendi, porque as leis tinham mudado, e a coisa foi simples, rápida, barata e indolor.

Hoje, sou um administrador que teve uma firma, que nunca entrou em atividade, e que está formalmente baixada, em perfeita conformidade com a lei.

Sinto-me menos frustrado agora do que sentia a alguns anos atrás. Esta firma existiu por doze, treze anos.

Neste tempo todo, deixei a dor para trás e aquilo que era um trauma parece ter desaparecido com o tempo, como todo trauma.

Não sei se arriscaria a me envolver em negócios hoje em dia, mas não vejo também porque não poderia me envolver. Afinal, ainda sou um administrador de empresas, atuando intelectualmente na área, ainda que não diretamente.

Se um dia arriscar a me meter com negócios, abriria uma nova firma?

Não sei, mas esta, para todos os efeitos, jamais voltará a existir.

A "Firma" está definitivamente baixada.

sábado, 27 de novembro de 2010

Tujuguaba

Acabei de disponibilizar no Scribd aquilo que já escrevi sobre meu passado até os quatorze anos, no vilarejo de Tujuguaba.

Sei que é pouco, quando penso no tanto que poderia ter escrito se tivesse mais vontade e mais tempo, mas por outro lado já é até bastante, sabendo-se de antemão que ninguém se interessa por isso e ninguém vai mesmo ler nada daquilo que está escrito.

Não importa, porque eu prometi que escreveria e que disponibilizaria o que escrevi ao mundo.

É pouco, eu sei, mas é uma promessa que se vai cumprindo.

Sim, eu tento cumprir minhas próprias promessas.

Contador de histórias

Eu gosto de ler, mas também gosto muito de escrever.

Muitas das coisas que escrevo aqui são escritas de maneira superficial e aleatória. Na verdade, eu gostaria de escrever pequenas histórias, pequenos contos da minha vida real.

Gosto de escrever mesmo.

Por exemplo, porque não contar como me deparei com meu primeiro livro de auto-ajuda?

Melhor: porque não contar a história do meu primeiro encontro com um livro de verdade?

É, acho que blogs não são adequados para se contar histórias, por isso criei um site. Não há nada nele ainda, mas são os sites os melhores lugares para se escrever histórias.

Sobre o que eu poderia escrever? Sobre tudo.

Por onde começar?

Pelo começo?

Mas então, jamais chegaria às histórias mais recentes, porque acho que tudo é digno de interesse, desde que eu me lembre desse algo.

Qual a razão de se escrever sobre tudo? Escrever sobre tudo pelo simples prazer de escrever?

Não sei, não sei.

Mas eu vou escrever minhas histórias e vou publicá-las no meu site e vou divulgá-las neste blog, para mim mesmo, porque ninguém vai ler nada mesmo, nem o blog nem o site.

Vou fazer tudo do meu jeito...

Livros de auto-ajuda

Eu disse que gosto de ler e realmente leio muito.

Então, um dia eu me deparei com um livro de auto-ajuda e ele me ajudou muito mesmo.

Agora, já não sei se o que aprendi é ainda útil ou não.

Não sei, e acho que aqui é um bom lugar para se conversar.

Sim, falaremos sobre auto-ajuda!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Em inglês...

Para todos os efeitos, estou traduzindo esse blog para o inglês.

Criei um novo blog, idêntico a este, com as mesmas postagens, na mesma ordem, enfim, clonei-o, só que usando o Google Translator.

Sim, eu sei, a coisa não funciona de maneira redonda, e não, eu não sou um grande craque em inglês, mas é melhor algo imperfeito, mas global, do que algo perfeito, mas limitado. A ideia é simples: praticar o inglês, aprender.

Vamos ver no que dá...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Minha paixão por livros

Já falei sobre alguns dos meus gostos, tais como ouvir música, escrever, etc. Já disse que gosto de aviões e que fui militar. Já postei sobre meus sites fracassados e alguns assuntos que andei abordando: ecologia, segurança, consumo, mistérios.

Falta falar da minha paixão por livros.

Sim, eu adoro ler.

Eu adoro livrarias, bibliotecas, sebos e sites de e-books.

Eu leio muito, muito, muito. O tempo todo.

Tenho centenas e centenas de livros em minha casa. Tenho centenas e centenas de e-books em meu computador.

Tenho um interesse variadíssimo por quase tudo que é escrito e publicado.

Não sei exatamente quantos livros tenho e nem quantos já li. Mas sei que livros são para mim coisas fundamentais. Ler para mim é quase um vício.

Eis um bom uso para esse blog: falar sobre livros.

É o que pretendo fazer.

Se você também gosta muito de ler e gostaria de trocar ideias sobre livros em geral, esse pode ser um bom blog para se acompanhar.

Em breve, postarei sobre minhas primeiras leituras.

É isso: sem muita demora.

Sem lenga-lengas.

Prolixo, eu?

Tenho uma forte tendência a ser um escritor prolixo. Começo pensando em algo e acabo perdendo o rumo.

Acho que as pessoas em geral já não gostam de ler, quanto mais ler sobre coisas que não lhes interessa e por cima, confusas. Eu preciso então ser mais curto, preciso, enxuto.

É o que vou tentar fazer com os meus textos daqui para diante.

Não, isso não quer dizer que vou passar a postar no Twitter.

Nem sei direito o que isso significa...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Blogs confusos, filtros de socialização e perguntas urgentes

Tenho quebrado a cabeça com esse blog, porque, por mais que eu tente entender o que seja exatamente um blog e para que ele serve, não consigo chegar a nenhuma conclusão sólida.

E tem mais: eu tenho feito um esforço intelectual sincero para entender essa nova ferramenta, já não tão nova assim.

Esse meu esforço inclui a leitura de uma série de livros específicos sobre o assunto, escritos recentemente por grandes especialistas, mas ainda assim, me parece algo muito pouco claro.

Depois, eu tenho tido uma série de dificuldades no sentido de organizar aquilo que singelamente chamo de “minhas ideias”, “minhas memorias”, “minha Agenda 99”, etc. Não é tão simples assim quanto parece, porque minhas ideias são muitas, minhas memorias ainda mais e minha Agenda é extremamente confusa. Eu tenho tido uma dificuldade enorme em organizar meu pensamento de uma maneira clara de forma que eu possa colocar qualquer tipo de texto útil neste meu blog.

É verdade que muito do que me leva a escrever um blog é o prazer de simplesmente escrever e depois postar o que escrevo ao mundo, exceto que ninguém lê, a não ser eu mesmo. Nem mesmo minha esposa se dá ao trabalho de ler minhas postagens, porque não faço propaganda alguma a ninguém de maneira ativa. No máximo, vez ou outra posto algum tipo de link em algum grupo de divulgação de blogs no Orkut e fica por isto mesmo. Ninguém lê, nem comenta, nem nada. Somente eu é que leio meus próprios textos.

Então, ainda que o mundo disponha de acesso a meu blog, ele, o mundo, não está muito interessado em saber o que há nele, nem eu tenho muito interesse em divulgá-lo ao mundo. A coisa somente dará certo por mero acaso, e não conheço nenhum caso de sucesso on-line movido pelo acaso. Não sou tão bom assim que leve meia dúzia de gatos pingados a disseminar ao mundo aquilo que escrevo somente porque é isso ou aquilo. Na verdade, a web está cheia de gente boa escrevendo, e gente bem mais perseverante e ambiciosa também.

Resumindo: não posso contar com a sorte se quiser que alguém leia meu blog, inclusive pessoas muito próximas a mim. Simplesmente as pessoas têm mais o que fazer.

Mas meu blog poderia ser ao menos útil a mim, seu mais fiel e interessado leitor. Mas ele não tem sido, necessariamente.

Meu blog não tem sido útil porque ele reflete a desorganização e falta de objetivos que impera em meus próprios pensamentos e ideias. Como posso organizar um blog se nem minha cabeça é organizada?

E depois: nem tudo que penso deve ser publicado. Nem tudo que faço deve vir a público.

Então, eis outro problema: o que publicar e o que não publicar. Eu não tenho ainda nenhum domínio desse filtro que, tenho certeza, preciso aplicar a tudo aquilo que penso.

Então, vamos lá. Tudo é uma questão de socialização.

O que isso significa?

O que é socializar-se?

Tenho lido e pensado muito nisso ultimamente também. Assim como o assunto blog tem sido um problema para mim, o assunto socialização também tem me intrigado.

O que socializar-se tem a ver com aquilo que posto ou deixo de postar no meu blog?

O que socializar-se tem a ver com o filtro que uso para decidir sobre aquilo que publico ou deixo de publicar? Em outras palavras, que pergunta um filtro deve fazer a um texto ou assunto ou ideia de modo que chegue a uma resposta definitiva do tipo: esse assunto, texto ou ideia pode ou deve vir a público, ser divulgado, socializado, promovido, propagandeado, ou não deve?

Essa é uma boa questão e precisa ser rapidamente respondida.

Que pergunta é esta?

Mas a resposta a essa pergunta não esgota o assunto.

Resta organizar meus pensamentos, objetivos, minha grande quantidade de insumos intelectuais que entulham caixas de e-mails, rascunhos em arquivos digitais, agendas e cadernetas, sites e agendas digitais, livros e revistas, documentos e caixotes de arquivos, objetos e memórias. É muita coisa a ser organizada.

Como organizar isso tudo?

Esses simples questionamentos já ajudam a organizar as ideias, e já há algo relativamente organizado, apesar da aparente confusão. Então, esse blog não é tão inútil assim, ao menos para mim.

Resta tornar-se útil socialmente.

Então, o que há nele que possa ser tanto útil a mim quanto a outras pessoas?

Não sei, posso pensar melhor nessa questão, mas não agora.

Fica para uma próxima postagem, que virá não sei quando.

Esperem, esperem, esperem...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eu amo os aviões

Eu disse que escrevi muitas cartas a partir do momento em que saí de casa quando tinha dezessete anos e fui para o quartel.

Sim, fui para a Força Aérea Brasileira.

Eu amava os aviões.

Eu ainda amo os aviões.

Não sei dizer exatamente o que aconteceu com minha vida que me levou a me afastar deles como profissão, já que deixei a Força Aérea em 1995. Nem sei o que me levou a me reaproximar deles, mas eu não posso deixar de admitir que adoro os aviões.

Eu também adorava as guerras. Eu não entendia, eu não podia entender, eu era na verdade jovem demais, ingênuo demais, cru intelectualmente demais para entender as guerras como são realmente, por isso, adorava militarismo em geral. Adorava estudar tudo sobre a Segunda Guerra Mundial, sobre a Guerra do Vietnã e principalmente, a Guerra das Malvinas.

É uma longa história.

Eu tinha doze anos quando estourou a Guerra das Malvinas. Foi nessa guerra que tive contato com tudo sobre militarismo. Daí a querer ser militar foi um pulo. Acabei sendo um deles, mas algo deu errado no meio do caminho e o sonho desvaneceu-se rapidamente.

Hoje, não acredito nas guerras. Estudo-as com muita curiosidade, mas não vejo nelas um feito de glórias, mas de dor e sofrimento, e não desejo que sejam realizadas, nem prolongadas, nem planejadas, nem romantizadas. As guerras são todas ruins, sem excessão.

Mas os aviões são um caso a parte. Independentemente de serem aviões civis ou militares, são máquinas magníficas.

Curiosamente, não tenho vontade de voar. Nem gosto de games de simulação.

Não sei, mas há algo de interessante nesse meu interesse pelas histórias das guerras e da tecnologia aeronáutica. Aliás, houve época em que eu adorava a própria astronáutica, a corrida espacial, os foguetes e satélites, naves e sondas. Sonhei em ser astronauta, como todo menino sonhador um dia já sonhou.

Mas esse sonho passou. Como a vida passa!

Agora, sou um burocrata, um funcionário público, um acomodado, um descrente e cético. Sou uma espécie de bagaço despido de ilusões.

Mas as cartas provam que já fui diferente.

E as pilhas de revistas de aviação provam que amei os aviões muito mais intensamente.

Se ao menos eu tivesse me tornado um engenheiro mecânico, mas não.

Acabei me formando um administrador de empresas. Um administrador de empresas que teima na burocracia, sem fé, sem calor, sem esperanças.

Por que a vida da gente segue rumos tão estranhos?

Sobre as coisas que escrevi

Eu disse no meu primeiro post deste blog que escrevo muito, todos os dias.

Não é verdade.

Bem que eu gostaria de escrever todos os dias, mas não consigo. Tenho muito o que fazer, embora esse muito não signifique que seja necessariamente mais importante que escrever. Muito do que faço é banalidade, mas ainda assim, as banalidades são parte importante da vida.

Ainda assim, escrever não é a coisa mais importante que faço na vida, definitivamente.

De qualquer forma, não convém agora discutir porque não escrevo todos os dias. Convém apenas fazer um apanhado daquilo que já escrevi. Então, depois desse apanhado, posso ter uma ideia real do quanto escrevo e do quando já escrevi.

Olhando retrospectivamente, parece pouco. Olhando por outro ângulo, parece que é muito.

Comecei a escrever quando fui alfabetizado, na escola infantil. Mas não sobrou nada daquela época. Tenho apenas alguns cadernos do segundo grau, e confesso que ainda não dei uma olhada neles em busca de alguma redação ou texto que tenha sido de minha autoria original. Pode ser que tenha. Seria interessante lê-los, para ver o jovem que eu era, ou o que pensava a tanto tempo atrás.

O que tenho certeza é que a partir de julho de 1987 passei a escrever bastante cartas para meus familiares, porque nesta época eu saí de casa e fui para o quartel, e naquela época mesmo o uso do telefone era uma coisa proibitiva. Então, usei muito papel e caneta para me comunicar com meus queridos familiares e alguns amigos.

Pois bem, eu tenho guardado dezenas de cartas desde aquela época.

Guardo-as como preciosidades, e tenho vontade de escaneá-las e guardá-las em formato digital para a posteridade. Acho uma coisa muito legal isso de ler sobre o que pensávamos, sobre velhas alegrias e velhos problemas, hoje todos superados e esquecidos. Como a vida passa!

Comecei a escrever para valer no quartel, nos cursos de redação. Os métodos adotados eram os mais rigorosos possíveis, e curiosamente, fizeram despertar em mim a criatividade e o sonho.

Passei então a escrever pequenos contos, pequenas bobagens, que serviam de diversão para meu irmão, assim que terminei meu curso de formação militar e fui trabalhar em uma base aérea.

Foram dezenas, talvez centenas de pequenas histórias absurdas.

No fim, juntei tudo e criei um livro, cujo nome mais adequado a ser dado foi "Neurônios em Fúria!".

Nunca tive coragem de mostrar a ninguém, mas meu irmão gostava das bobagens e vivia mostrando algumas histórias para meus amigos adolescentes da época.

Por fim, acabei passando o texto do papel para o computador e agora Neurônios em Fúria! está disponível para o mundo todo, de graça, em dois sites bastante populares: o Scribd e o Bookess.

Não parei de escrever. Mas o que escrevi depois merece um post a parte.

Acho que ter escrito um livro de pequenos contos concatenados como Neurônios em Fúria! ainda quando tinha meus 22 anos foi um belo feito.

Claro que depois disso eu dei uma polida no texto, corrigi algumas coisas, e ao juntar histórias desconexas tive de usar algumas emendas que não existiam em textos originais, mas mesmo assim, a base de tudo foi construída ainda quando eu tinha 21, 22 anos.

Mas antes é preciso relembrar as cartas.

Ah! As cartas!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Meu MP-3

A alguns anos atrás eu postei aqui que gostava de ouvir Frank Zappa. Depois, postei que não ouço mais rock.

Vamos aos fatos: eu ainda ouço música?

Sim, eu ainda ouço música, e bastante. Vivo viajando e passo longas horas apreciando minhas músicas no meu MP-3.

Então, se alguém chegasse e me perguntasse o que eu ando ouvindo, eu diria:

- Bem, no meu MP-3 você pode encontrar Pavarotti, a trilha do filme Batman Begins, de Hans Zimmer, a trilha sonora do Filme Cartas de Iwo Jimma, a trilha sonora do filme Guerra nas Estrelas Episódio IV, de John Williams, mais uma coletânea com treze músicas de John Williams compostas para filmes de cinema e ainda Laura Pausini e Andrea Bocelli.

Mas tem ainda, Renée Flaming e Brin Terfell com Under the Stars, e uma coletânea chamada Classicals 2009, com vários intérpretes e instrumentistas famosos, como Pavarotti, Carreras e Domingos, Sarah Brightman, dentre outros, interpretando um monte de obras conhecidas. Adoro Chi Mai, de Morriconi.

Tem ainda Emma Shapplin, com Carmino Meo, muito bom de se ouvir.

Por fim, tem Backstreet Boys com seus Backstreet Boys e Millenium.

É, tenho ouvido Mussorgsky, Richard Strauss e Carmina Buranna, de Orf.

Rock?

Bem, tem o Bon Jovi.

Viva o Bon Jovi!

Consumers

Eu um dia pensei em escrever um blog sobre consumo. Não que a ideia fosse original.

Não.

Há nos Estados Unidos, pelo menos eu já ouvi falar sobre isso, há revistas especializadas em testar produtos de consumo popular e depois colocar opiniões de especialistas ou simples consumidores elogiando, criticando ou simplesmente dando opinões sobre aquilo que consumiram.

A minha ideia era postar no site as minhas impressões sobre aquilo que eu mesmo viesse a consumir, mas, como sempre, a ideia não foi adiante.

Criei o blog na UOL, postei dois pequenos, mínimos textos e perdi um tempo danado mexendo com templates e outras futilidades, e ele permaneceu no ar de abril a setembro de 2008. Permaneceu com apenas duas postagens e recebeu apenas cinco visitas externas.

Um fracasso.

Mais um fracasso.

Mas, para não dizer que não restou nada dele, posto aqui, como uma espécie de obituário, os dois pequenos textos que existiram por esse breve período. São eles:

Consumers, um blog para consumidores

Você gosta de consumir?
Este é o seu blog.


E:

Consumindo desde o útero

Somos consumidores natos e não podemos negar esse fato. Tem muita gente que torce o nariz para o consumismo, mas mesmo assim, consome as coisas que estão para serem consumidas nesse mundo. Simplesmente não há espaço para o não consumo. Mesmo um eremita consome as dádivas da natureza.
Passamos a consumir desde o útero. Não deixamos de consumir mesmo depois de mortos.
Quais são as coisas que consumimos?
Que critérios usamos para consumir o que consumimos?
Talvez essas questões sejam bastante pessoais, mas a troca de experiência não deixa de ser uma coisa interessante.
Então, vamos em frente.

Mas acabamos não indo em frente.

Adeus, então, Consumers, o blog que era para ser de todos os consumidores, mas que acabou não sendo nada de nada.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Zago: on-line!

Depois de 14 anos no limbo, enfim, consegui colocar meu pequeno e amado livro "Zago", completo, on-line.

Foi um trabalho duro, e faltou empenho de minha parte, mas agora está feito.

Eu o escrevi em 1996 diretamente no Word, mas temos tantos problemas na vida que por fim, fiquei somente com a versão em papel, que ninguém lê e nem quer saber.

Agora, aos poucos, espero que o povo tome conhecimento dele, assim como estão tomando conhecimento de "Neurônios em Fúria!" e de "Seis Poemas Singelos".

Eu bem que gostaria de escrever mais, mas é impossível.

Escrever é impossível...

Sim, meus amigos, escrever é um ato humano quase impossível.

Ah, se quiserem saber de Zago, usem o Google: procurem meu nome... Zago está no Scribd e no Bookess.

Vida longa a Zago!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Gostando de Paulo Coelho

Acabei de ver uma entrevista com Paulo Coelho, na Rede TV!, com Kenedy Alencar.

Pois bem: talvez eu até não goste de alguma coisa nos livros dele, mas gosto dele, definitivamente.

Na verdade, estou sendo injusto.

Li apenas um único livro dele, "O Alquimista", e pensando bem, não é uma história ruim. Na verdade, na época em que o li, por volta de 1996, eu não gostei principalmente do estilo literário dele, que não era assim tão rico quanto um Victor Hugo ou um Proust. Não sabia que na verdade ele não está nem aí para estilos literários. Na época, eu pensei que eu próprio poderia tranquilamente escrever o mesmo livro de uma maneira bem mais elegante. Mas pensar algo é uma coisa, e fazer algo é outra coisa, bem diferente.

A verdade é que, bem ou mal escrito, com elegância ou não, Paulo Coelho conquistou o mundo e isso é digno de todo crédito. Vendo-o, penso no grande trabalho que teve em se tornar o escritor que é em um país que lê tão pouco. Mas ele fez mais que isso: ele é lido no mundo todo. Sempre digo que se tivesse uma cesta para colocar apenas cinco ou seis brasileiros vivos e dignos de serem admirados pelos seus feitos, eu incluiria Paulo Coelho no grupo. Quem mais? Não importa agora. Paulo Coelho tem lugar certo entre os brasileiros que gosto e admiro. Claro, na cesta nem sempre é preciso entrar pessoas que eu tenha necessariamente de gostar, mas isso não importa. Gosto de Paulo Coelho.

Mas Paulo Coelho mesmo explica essa minha mudança de gosto.

Na verdade, a coisa tem mais a ver com Raul Seixas que com Paulo Coelho.

Todo mundo que gosta de rock e viveu sua adolescência na década de 80 sabe que Raul Seixas foi um cara controverso. Mas não sei se toda essa legião de ex-adolescentes sabia na época que Raul Seixas, um cara já consagrado nos anos 70, tinha como parceiro de letras o nosso querido Paulo Coelho.

Então, eu tinha uma certa antipatia por Raul Seixas e seus fãs, mas o que me irritava mesmo eram as letras de Paulo Coelho, que eu não sabia na época que eram de Paulo Coelho.

Quando Paulo Coelho surgiu como escritor de romances de ficção de cunho espiritual, eu estava em outras praias, aprendendo a escrever minhas próprias coisas. Desdenhei sua maneira simples de escrever.

Agora, admiro-o, o homem, embora admito que nunca mais li nada dele além de "O Alquimista".

Mas ele, o homem, também mudou. Falando sobre drogas nesta mesma entrevista, foi de uma honestidade transparente. E me surpreendeu ao afirmar que nas atuais condições, era contra a liberação de drogas como a cocaína. Ele julgou-se tendo opiniões caretas. Ora, meu caro Paulo Coelho, não há nada de errado em ser careta. Não é que sejas careta: é que és uma metamorfose ambulante.

Se é assim, então sou também essa metamorfose ambulante. Talvez eu leia seus livros, talvez não. Temos interesses comuns. Embora que sejamos de lugares e de gerações diferentes. Também adoro escrever. Amo os livros. Admiro a sinceridade e acredito em quase tudo o que não posso ver, do Aleph ao Cristo. Há verdades que não carecem de provas. E se me pareceu em algum momento que falavas de algo diferente em uma língua diferente, foi leve engano, perdoável aos jovens, naturalmente arrogantes. Falamos na mesma língua e sobre os mesmos signos, apenas isso. As coisas tendem a convergir para um centro onde tudo faz sentido.

Assim, desejo vida longa e sucesso a esse bravo, que armado apenas de sua enorme força de vontade e muito trabalho, conseguiu provar a ele mesmo que pode fazer a chuva cair sobre o deserto.

E já não havia antes alguém que dissera que a fé poderia mover montanhas?

Eu prefiro ser... eu prefiro... eu escolho... eu decido... gostar de Paulo Coelho!

Agora, fé!

domingo, 29 de agosto de 2010

O processo de aprendizagem

Esta foi a décima e última postagem do blog Defenda-se!

Em tempo: o contador nunca passou de algumas dezenas de visitas, todas minhas, e nunca ninguém postou nenhum comentário.

24/04/2008

O processo de aprendizagem

Viver com segurança implica em aprender certos hábitos e desaprender outros.

O processo de aprendizagem em segurança é possível ou viável?

Sim, o processo é possível. Podemos aprender regras e procedimentos de segurança assim como aprendemos uma série de outras coisas. Pode ser um pouco lento para alguns, ou mesmo difícil para outros, mas não há nada no processo em si que o torne diferente de outro processo de aprendizagem qualquer.

O processo de aprendizagem em matéria de segurança é viável?

Ele é viável somente na medida em que tenha sido codificado. Quer dizer, como qualquer processo de aprendizagem, uma regra ou procedimento de segurança deve ser estudado e organizado no sentido de atender os princípios básicos de aprendizagem.

É neste aspecto que a cultura moderna falha dolorosamente.

Pense nos computadores e no quão difícil é operá-los para alguém que jamais se aproximou de um deles. No entanto, parece banal para usuários experientes. A diferença entre um leigo e um usuário experiente é simplesmente que o usuário experiente passou por um processo de aprendizagem que o tornou apto a entender o uso de um computador.

O mesmo se dá com qualquer tipo de conhecimento.

Em termos de segurança, talvez as pessoas mais bem preparadas para usar procedimentos de segurança sejam as pessoas que trabalham com a hipótese de violência. São os policiais militares e civis, os militares das forças armadas, os guarda-costas particulares, os policiais federais, os seguranças bancários, os vigilantes noturnos, empregados de empresas de transportes de valores, bombeiros, dentre outros.

Esses profissionais são treinados para serem aptos a adotar procedimentos de segurança efetivos, além de usarem armas e equipamentos de segurança, mas de início, são pessoas que nada sabem sobre o assunto até receber o treinamento adequado.

Que treinamento é esse?

Na verdade, não é um único treinamento, mas um conjunto deles.

Então, o que esses profissionais aprendem que os tornam de fato profissionais, e não amadores com fardas, cacetetes e pistolas?

O que eles aprendem que nós, cidadãos comuns, podemos também aprender?

O que eles podem nos ensinar?

Quem pode nos ensinar?

É viável um processo de aprendizagem em massa que torne as pessoas tão familiarizadas com segurança que realmente o processo venha fazer alguma diferença em termos de qualidade de vida de seus usuários?

São perguntas importantes e que merecem uma resposta adequada.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 13h57

O círculo de proteção recíproca

Esta foi a nona postagem do blog Defenda-se!:

23/04/2008

O círculo de proteção recíproca

Seria muito bom se pudéssemos nos limitar a cuidar de nossa própria segurança individual. Essa por si só já não é uma tarefa fácil.

Mas na vida real, temos que cuidar de mais gente além de nós. Além de termos de nos manter alertas contra todo tipo de perigo, ainda temos de olhar pelos outros.

Podemos negar essa verdade?

Podemos.

Mas é uma atitude correta? Cada um por si e Deus que olhe pelos demais?

Não. Simplesmente não podemos.

Vivemos em comunidade e a tarefa de vigilância é uma tarefa de mão dupla. Olhamos por nós e pelos que nos rodeiam e as pessoas que nos rodeiam olham por elas e por nós, mesmo que não percebamos esse tipo de vigilância.

O egoísmo em matéria de segurança é um problema sério e deve ser combatido com muita severidade e empenho. É uma herança cultural que precisa ser desaprendida.

Não é apenas uma questão de cuidar dos mais fracos. Não é apenas uma questão de proteger mulheres, idosos e crianças. O conceito de círculo de proteção vai além disso.

Olhamos por nós, mas ao estarmos em estado de alerta, observamos possibilidades de risco envolvendo outras pessoas. Essas outras pessoas em geral são pessoas do nosso meio. São familiares, vizinhos, colegas de trabalho. Mas sem perceber, fazemos mais que simplesmente proteger gente conhecida.

Uma pessoa alerta pode proteger uma pessoa desconhecida e pode por sua vez ser protegido por alguém que não o conheça.

O conceito de círculo de proteção recíproca envolve um amadurecimento de nossa personalidade egoísta e individualista. Temos uma certa tendência natural de achar que não podemos mudar o mundo e por isso, não agimos quando podemos agir.

Vencer a barreira do individualismo em matéria de segurança é um passo fundamental na melhoria da qualidade de vida nossa e das pessoas que nos rodeiam. Se bem aplicado, o conceito pode mesmo melhorar a qualidade da segurança de pessoas que jamais tornaremos a encontrar pelos restos de nossas vidas.

Quem não conhece pelo menos uma única história de um herói anônimo que aparece do nada e nos avisa para que tomemos cuidado, para ficarmos alertas, orientando-nos para que evitemos certo lugar, ou que tomemos certa providência, ou que nos protejamos de algum risco?

Nós podemos ser o herói desconhecido para alguém que, por um momento de distração, possa estar em perigo.

Podemos escolher, no entanto, a covardia e a omissão, o egoísmo e a preguiça.

O que você escolhe?

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 20h29

Regras e mais regras

Esta foi a oitava postagem do blog Defenda-se!:

22/04/2008

Regras e mais regras

É verdade que já vivemos em uma sociedade em que há regras demais. Consulte um advogado e ficará sabendo que há milhões de artigos legais proibindo ou permitindo quase tudo. Fora isso, temos ainda regras sociais e regras no trabalho, regras em casa e nas instituições. Simplesmente não se vive sem regras.

Regras implicam em aprendizado. Não se pode falar em regras sem a devida aplicação das mesmas. Elas existem para serem cumpridas. Logo, se não as cumprimos, temos de aprender a cumpri-las. O não cumprimento normalmente implica em pena.

Uma regra de segurança é algo sutil e quase que transparente. Desobedece-las implica em algo quase que prazeroso, porque ao desobedece-las, nos livramos do fardo que é respeita-las dia após dia, hora após hora, minuto após minuto. No entanto, não devemos nos esquecer que elas são implacáveis com que as negligencia.

Uma regra de segurança, uma regra de sobrevivência, não exige uma lei escrita para se fazer cumprir. Ninguém está proibido de circular pela madrugada por um bairro perigoso usando jóias caras e muito dinheiro no bolso. Mas quase todos sabem dos riscos. Descumpra uma regra de segurança e as chances de se sair punido pelo erro é muito grande.

Por serem duras, as punições são naturalmente educativas. Uma pessoa que negligencia uma regra de segurança e sofre algum tipo de problema por essa negligência estará passando por uma experiência quase sempre dolorosa, violenta, traumática e assustadora. Essa experiência servirá de aprendizado. Uma pessoa normal que aprender uma lição por esse método dificilmente cometerá um segundo erro.

Esse não é um método muito recomendado, temos de admitir.

Se as regras de segurança são mesmo implacáveis, segui-las implica em um constante monitoramento. Esse estado de constante atenção gera inevitavelmente um nível elevado de estresse. Não há dúvida: grande parte do caos moderno se deve a esse elevado nível de estresse oriundo do constante estado de alerta no qual as pessoas vivem. Sobreviver em um grande centro urbano não é uma tarefa fácil. Daí que as pessoas que vivem em cidades são nitidamente mais estressadas e nervosas que as que vivem em locais calmos e pouco violentos.

Vivemos então um dilema: se observamos as regras de segurança, vivemos estressados. Se não as observamos, mais cedo ou mais tarde seremos vítimas de acidentes, violência, agressão ou crimes. A condição de vítima acabará gerando uma explosão de estresse e o trauma de um acontecimento ruim levará qualquer um a uma situação de quase paranóia, na busca de não sofrer novamente um outro acontecimento ruim.

Mas não há dúvida. O estresse de se observar regras é muitíssimo menor que o estresse de se juntar os cacos depois de ser vitimado por uma experiência ruim. Então, só nos resta nos conformarmos com essa realidade e fazer da tarefa de se observar regras de segurança uma experiência a menos estressante possível.

Mas como?

A resposta está na aprendizagem.

Por ora, é o suficiente que saibamos que uma regra bem aprendida é uma regra mais fácil de ser seguida.

Se por acaso não concorda com esse entendimento, converse com uma pessoa qualquer que foi vítima de qualquer tipo de violência, seja acidental ou criminosa. Pergunte do trauma e do tempo que a pessoa levou para superar a crise, se é que a superou.

Aprender pela dor sempre será a pior forma de aprendizado.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 16h51

Aderência a regras: sua personalidade ajuda?

Esta foi a sétima postagem do blog Defenda-se!:

10/04/2008

Aderência a regras: sua personalidade ajuda?

Viver com segurança significa que você e sua família devem agir de acordo com certas regras que proporcionem realmente segurança. No entanto, a aderência das pessoas a regras em geral não costuma ser muito grande.

Uma regra de segurança não é uma imposição legal. Não há nenhuma lei obrigando uma pessoa a segui-la, exceto em alguns casos, como as regras de trânsito, de porte de armas, de consumo de certas substâncias e da proteção que o Estado e os adultos devem prestar a outras pessoas, como crianças, mulheres, idosos e deficientes.

Portanto, uma regra de segurança, por mais óbvia e simples que seja, não pode ser imposta. Tente, por exemplo, obrigar uma pessoa qualquer a olhar para os dois lados da rua. Simplesmente não é possível.

Mesmo as regras legais de segurança não são realistas nas conseqüências de suas violações. Quer dizer, há determinadas regras que existem por força de lei, mas que não são cumpridas. No entanto, fazer com que sejam cumpridas é quase impossível. Violações a elas são de difícil comprovação e por isso quase não se pune que as infringiu.

Regras sem punições são regras inócuas? Muitas delas são, mas as regras de segurança existem muitas vezes mais para servir como um alerta do que propriamente para que sejam seguidas rigorosamente. As pessoas, ao tomarem conhecimento delas, passam a perceber que há uma preocupação ou um risco real com determinado assunto. Todos percebem que muito provavelmente não serão punidos se não as cumprir, mas passam a saber que há algum risco envolvido em viola-las.

Por exemplo: há no nosso Código de Trânsito uma restrição quanto aos ocupantes de um veículo trafegarem com os braços para fora das janelas. Essa é uma regra claramente de difícil fiscalização. Por isso, muita gente não dá a mínima para ela. Algumas pessoas sabem que não serão punidas por nenhuma fiscalização. Por outro lado, muitas pessoas passaram a perceber que há de fato um risco real em se deixar um braço para fora. Qual é esse risco?

Somente depois de ouvir algumas histórias tristes de braços quebrados por motoqueiros em alta velocidade é que algumas pessoas passam a se preocupar com o assunto.

Então, passamos ao ponto que nos interessa.

A grande maioria das regras de segurança não são escritas, nem codificadas, nem estão em leis, nem levam os infratores a serem multados. Mas todas, sem exceção, sinalizam para um risco em potencial caso as violemos.

Respeitar ou violar regras de segurança é uma questão de quão disposta uma pessoa está em manter-se viva e segura. Ela pode violar muitas regras e sobreviver sem um arranhão. Mas às vezes uma única violação de uma simples regra banal pode significar a morte imediata. Os atropelamentos são um sinal claro de que mesmo uma regra simples como “olhar para os dois lados antes de atravessar uma rua” é negligenciada.

A aderência a regras é uma questão de personalidade?

Sim.

O que leva uma certa pessoa a ser metódica, disciplinada e esforçada quanto a regras em geral?

O que leva uma outra a ser preguiçosa, sarcástica e cínica, indolente e procrastinadora, irresponsável e insensível quando o assunto é a preservação de vidas humanas?

Essa é uma pergunta perturbadora.

Você, em seu intimo, sabe como se sente com relação a regras em geral e quanto a regras de segurança em particular. Como você é?

Admitir que você é como é já é um bom começo.

Se não gosta de como é, então é hora de mudar.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h43

Tempos perigosos

Esta é a sexta postagem do blog Defenda-se!:

09/04/2008

Tempos perigosos

As pessoas mais velhas estão certas quando dizem que viveram em épocas passadas muito mais seguras e tranqüilas?

Essa não é uma pergunta fácil de responder, porque se por um lado parece óbvio que muitos problemas que enfrentamos hoje são frutos de um estilo de vida, de uma cultura e de uma tecnologia que não existiam a algumas décadas atrás, por outro, uma pessoa otimista pode argumentar que estamos sendo parciais.

De fato, essa mesma tecnologia tem feito milagres em termos de segurança.

Não podemos negar esses avanços, mas podemos restringir os avanços apenas à tecnologia?

Também estaríamos sendo parciais?

Em parte, sim. Houve avanços em termos de educação que melhoraram nossa cultura e estilo de vida. Antes as pessoas tinham menos acesso à educação de melhor qualidade.

Há um vínculo entre educação e segurança?

Parece que sim.

Embora a cultura em si não possa ser considerada uma forma pura de educação formal, a cultura da segurança não parece uma realidade. Pelo contrário. O que vemos é uma cultura da violência.

Então, por um lado hoje temos mais educação formal acessível, mas temos uma forma indireta de aprendizagem cultural que aponta para um rumo contrário.

E há por trás dessa cultura algo que podemos chamar de estilo de vida. Há mais riscos no estilo de vida atual?

Sem sombra de dúvida.

O estilo de vida hoje é muito mais baseado em grandes grupos, em mobilidade, em ousadia, em risco controlado e em aventuras quase que perigosas. Há um amadurecimento precoce da juventude e uma sexualização dos costumes que não é necessariamente uma coisa ruim, mas antecipa riscos para uma faixa etária que ainda não encontra-se preparada para enfrenta-la.

Então, nossos avós estão corretos?

Podemos dizer que em parte, sim. Eles não tinham uma medicina avançada para protege-los, mas também não tinham tantos bandidos nas ruas, tanto contato humano que propicia um atrito nem sempre saudável. Eles não tinham as notícias em primeira mão da internet e da televisão, mas não eram obrigados a ver cenas terríveis entre um intervalo e outro do telejornal.

Pensando bem, cada época traz seus desafios, e essa discussão não vai tornar nosso mundo melhor só porque estamos discutindo o assunto.

Se por um lado não podemos voltar no tempo, por outro, podemos tentar recriar aquilo que foi perdido, mas que era bom. Esse é um esforço sensato.

Não poderemos nunca mais fazer certas coisas, mas poderemos fazer outras.

De qualquer forma, já sobrevivemos ao passado.

O risco é agora.

Podemos ao menos aprender algo com os riscos do passado?

Podemos realmente aprender a viver de maneira segura?

Essa é a verdadeira questão.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h56

A longevidade

Esta foi a quinta postagem do blog Defenda-se!:

08/04/2008

A longevidade

Se pararmos para pensar que a cada manhã que acordamos em nossas camas, somos na verdade sobreviventes do ontem, então quanto mais vivemos, mais comprovamos nossa competência em sobreviver.

Se é assim, então uma prova de que você está se saindo bem e sobrevivendo, apesar dos problemas, é a sua idade.

Quanto mais velho, mais competência você tem.

Claro, a competência não é cumulativa. Quer dizer, uma pessoa não acumula competência em sobreviver, porque as possibilidades de problemas são tão grandes que não há experiência no mundo que possa proteger alguém de tudo.

Quando somos jovens, não sabemos de um monte de coisas que podem ajudar a nos proteger. Então, estamos mais vulneráveis.

Na medida em que vamos adquirindo experiência de vida, vamos aprendendo a evitar problemas, e aumentamos nossas chances de vida.

Mas esse aumento de chance tem um limite.

É preciso lembrar que alguns riscos são constantes e independem de nossa experiência. Por exemplo: todos devem olhar para os dois lados de uma rua antes de atravessa-la. Isso é básico e todos aprendem isso desde pequenos. Mas a experiência ensina que mesmo em uma rua de mão única devemos olhar para os dois lados e não só para um único lado, porque sempre existe o risco de algo vir na contramão.

Pois bem. Embora um adulto possa aprender essa regra mais sofisticada, ainda assim ele deve de fato olhar para os dois lados. O conhecimento deve ser seguido de ação. Ele não pode se descuidar somente porque sabe mais que alguém mais jovem que ele. A sua experiência não o imuniza contra coisas na contramão.

Isso leva a um acúmulo de regras tal que ajuda a explicar o porquê das pessoas mais velhas serem tão conservadoras, caseiras e temerosas. Ao longo do tempo, elas acumulam tantas regras de segurança e sobrevivência que simplesmente sobrecarregam suas ações e planos. Simplesmente não vale a pena o risco para elas de se fazer a maioria das coisas que as pessoas mais jovens fazem.

Outra consideração a ser feita é que os riscos são sempre dinâmicos. As ameaças de ontem podem ser conhecidas e evitadas, mas o hoje sempre nos proporciona novos problemas. Assim, não basta assimilar as lições do passado. É preciso acumular conhecimento dos riscos atuais. É preciso saber o que ocorre hoje. As ameaças não são necessariamente cumulativas, mas tendem a aumentar. Algo que era um risco para nossos avós pode não ser um risco para nós hoje, mas provavelmente ainda é, talvez em menor escala.

Veremos posteriormente como o passar do tempo, o aumento da população mundial, a degradação de valores sociais e o desenvolvimento da tecnologia tem criado um mundo melhor em certos aspectos, mas também gerado ameaças que nossos avós são incapazes de assimilar.

A lição a ser aprendida é que o mundo de ontem pode ter sido mais simples e fácil de viver, mas ainda assim não podemos menosprezar o feito de uma pessoa que tenha vivido por décadas de maneira segura e tranqüila.

É verdade que há fatores como sexo, renda, herança genética, educação e localidade, dentre outros, que afetam as chances de uma pessoa sobreviver, mas certamente um idoso dos dias de hoje deve ser visto como um sobrevivente.

Da próxima vez que tiver oportunidade de conversar com algum deles, pergunte sobre como era a segurança a cinqüenta anos atrás. Provavelmente ouvirá que a vida era mais fácil, mas também provavelmente ouvirá histórias de heroísmo, bravura, coragem, sofrimento, dor, perseverança e sorte que o deixará espantado.

Longevidade realmente pode ser mesmo uma questão de sorte, mas certamente é antes de tudo uma questão de amor à vida.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h08

Para se chegar ao amanhã

Esta foi a quarta postagem do blog Defenda-se!:

07/04/2008

Para se chegar ao amanhã

Para se chegar ao amanhã, é preciso sobreviver ao hoje. Essa afirmação pode parecer banal, trivial e inocente, mas não é.

Você concorda com ela com toda a força de sua razão?

Se você tem crianças pequenas, deve sonhar em vê-las um dia grandes, saudáveis e felizes. Faz o que pode para que tudo corra bem com seu emprego, para que não falte a renda para a poupança da faculdade das crianças, mas deixa um vidro de inseticida aberto, um fio qualquer desencapado, uma vidraça trincada. Qual criança nunca teve um acidente doméstico na vida?

As estatísticas são assustadoras. Crianças precisam de segurança. Nós, adultos, muitas vezes pensamos mais no futuro que no presente. Negligenciamos pequenas coisas. Colocamos em risco o futuro nosso e de nossa família quando nos concentramos excessivamente em segurança material, financeira e social e esquecemos da segurança física.

Acidentes em casa são coisas muitíssimo comuns.

Não deveriam ser.

Deveríamos ter um mínimo de segurança em nossas casas no dia-a-dia.

É claro que cuidamos da saúde das crianças. Mas acidentes acontecem.

O excesso de acidentes de todos os tipos, com crianças inocentes, adultos saudáveis e idosos frágeis demonstra que as pessoas não estão preparadas para se protegerem uns aos outros, mesmo quando não há ameaça alguma vinda de fora de nossas casas.

Não fomos educados para sermos precavidos. A nossa cultura não nos ensina a nos mantermos alertas para possíveis riscos à nossa integridade física.

E, se pensarmos bem, veremos que diante de uma situação de insegurança física, não vale muito toda a segurança social, econômica, financeira e material disponível. Quebre um braço e todo o recurso do mundo poderá apenas remediar as conseqüências do ferimento. É verdade que você poderia evitar ter o braço quebrado, e sem investir um único centavo de sua segurança financeira. A prevenção quase sempre não custa nada, porque, como veremos, ela depende muito mais de nossa maneira de pensar do que do uso de mecanismos físicos para nos proteger.

Um plano de saúde nada pode fazer para impedir que uma criança, um vidro de álcool e um fósforo acabe mal.

Então, é preciso que você assimile essa verdade: seus planos futuros, sejam eles quais forem, dependem de seu esforço em se manter íntegro fisicamente hoje. Você pode dar um jeito naquela janela quebrada que ameaça cair sobre a cama de alguém uma hora dessas? Imagine um ente querido com um corte profundo provocado por um caco de vidro de uma janela trincada.

Você não poderá chegar ao amanhã se não se proteger fisicamente hoje. Para chegar ao amanhã, você e seus entes queridos devem estar fisicamente intactos.

Pense em seu corpo físico como algo valioso que deve estar constantemente protegido por uma redoma, um campo de força. Tudo que o rodeia pode atingi-lo, exceto se este campo de força estiver ligado.

Esse campo de força é a sua própria mente alerta, que vasculha constante e incansavelmente, todos os dias, em todos os lugares, as possíveis ameaças à sua integridade física, sejam elas reais ou potenciais. Esse estado mental alerta está treinado para ver riscos futuros onde agora há apenas uma possibilidade remota de problemas, mas você sabe que ele, o campo de força, o seu escudo defensivo, pisca uma luz vermelha sempre que pressente algo errado.

Essa é a hora de agir.

Essa é a hora de tomar providências. Quando a luz vermelha se acende, é a hora de se precaver quanto a danos que não nos interessa.

Uma luz piscando deve sempre ter esse significado: uma ameaça que pode colocar em risco todo um futuro maravilhoso pela frente. Não vale a pena colocar planos e sonhos de décadas futuras em risco apenas porque você não tem tempo ou ânimo para agir agora.

Mas, se quiser, relaxe. Coisas ruins não acontecem com você. Só com os outros.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h32

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma vida ingênua

Esta foi a terceira postagem do blog Defenda-se!:


04/04/2008

Uma vida ingênua

É um fato consumado que passamos grande parte da vida sob a ameaça de riscos os mais diversos.

Quando nascemos, somos frágeis e só sobrevivemos porque somos protegidos pelo mundo à nossa volta. As primeiras lições que aprendemos ainda engatinhando é que não devemos fazer isso, não devemos tocar naquilo, não podemos ir a tal lugar, e que o mundo é um lugar perigoso.

Mais alguns anos, e vamos às escolas aprender a ler, escrever e somar, mas continuamos ouvindo as mesmas recomendações. Não fale com estranhos, cuidado ao atravessar a rua, olhe onde pisa, cuidado com escadas, não saia sem avisar, não coma nada que não saiba a origem, fique longe de encrencas.

Depois, quando chegamos à adolescência, passamos a desafiar todas essas lições.

E depois ainda, achamos que somos adultos preparados e paramos de nos preocupar.

A grande mensagem que fica gravada em nossa mente é esta:

“Não vai acontecer comigo”

O que não paramos para pensar é que só chegamos à vida adulta porque tivemos pessoas cuidadosas à nossa volta, instituições seguras onde freqüentamos, lares e ambientes saudáveis onde pudemos crescer razoavelmente sem problemas.

É verdade também que nem todos tiveram essas condições, mas se uma pessoa cresceu em um ambiente perigoso, então grande parte do mérito por estar vivo como adulto se deve mais à sorte que a qualquer outra habilidade sua.

Um adulto nunca pode esquecer que os tempos são outros. Na época em que era criança, a vida era mais fácil. Não havia tanta gente no mundo. Os valores não estavam tão deteriorados. Havia algum controle social.

Hoje, as coisas são infinitamente mais difíceis.

Aceitar que a vida antes era mais fácil significa aceitar também que a maneira despreocupada com que fomos criados não vale mais para os dias de hoje.

Em outras palavras: aceitar que o mundo de hoje é mais perigoso que o de ontem implica em admitir que não fomos educados para enfrentar os riscos de hoje.

E se admitirmos que não estamos preparados para os riscos de hoje, então como é que conseguimos sobreviver?

Mais uma vez, não se deve atribuir o sucesso a algum mérito pessoal. Basicamente, sobrevivemos sem estar preparados mais devido à sorte que a qualquer outra coisa.

Mas essa situação pode ser mudada.

Talvez haja muita coisa que se possa aprender ao longo do tempo, mas a mais importante deve se a lição que quebra a vidraça embaçada que não nos permite ver a realidade. E essa vidraça quebrada mostrará que há riscos, sim, e muitos. A lição seria algo como:

“Se acontece com os outros, pode acontecer comigo também”

Já é um excelente começo admitir que a frase acima está correta.

O simples fato de aceita-la pode lhe salvar a vida.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 10h51

Surpresas desagradáveis

Essa foi a segunda postagem do blog Defenda-se!


03/04/2008

Surpresas desagradáveis

As pessoas são sempre cheias de sonhos. A maioria delas passa a maior parte do tempo pensando e agindo em busca de coisas que só acontecerão no futuro. É verdade que muitos sonhos jamais se realizarão, mas isso não é um problema real. Sonhos vêm e vão.

Não importa. Uma coisa é certa: viver o máximo possível é um direto de todos, senão um dever. É um direito que ninguém deveria questionar ou violar, mas infelizmente o mundo real não funciona dessa maneira.

E então, enquanto você se empenha em trabalhar, economizar cada centavo, fazer as coisas certas da maneira certa, surge a ameaça inesperada e brutal.

Que ameaça é esta?

E você estava preparado, ao menos mentalmente, para reagir a essa ameaça?

Provavelmente não.

Aquela viagem de sonhos pode virar um pesadelo de vida ou morte por causa de um simples pneu furado fora de hora no lugar errado.

Aquela praia deliciosa pode esconder também um ladrãozinho sorrateiro que leva sua carteira e faz seu sorriso bronzeado virar uma expressão de dor e desespero.

Você sai para comprar um pão na padaria ao lado e nem repara, mas esqueceu a janela aberta. Quando volta, entra em casa assoviando, sem perceber um vulto que corre da cozinha para o quintal, com um revolver na mão.

Você conversa alegremente com sua amiga favorita num bom restaurante numa noite agradável. Quando chega ao local onde deixou o carro, ele parece ter evaporado. E você o procura, certo de que se enganou de local. Mas não tem jeito. Os cacos de vidro denunciam o crime. Você foi roubado.

E agora?

Você está preparado para reagir a essas surpresas desagradáveis?

Se não está, deveria pensar melhor na maneira como tem levado sua vida.

Quaisquer que sejam seus sonhos e planos futuros, eles são preciosos demais para serem colocados em risco por uma atitude negligente sua aqui, agora, no presente.

Uma visão defensiva do mundo pode fazer a diferença?

Acreditamos que sim, mas se não está convencido, nós podemos entender esse seu modo de pensar.

Aos poucos, trataremos das objeções, mas por hora, é bom que saiba que a negligência para com sua segurança é um erro caro demais para ser cometido com muita freqüência. Por vezes, um único erro pode ser também o último.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 09h35




Um blog com uma missão

Essa foi minha primeira postagem do blog Defenda-se!



02/04/2008


Um blog com uma missão


Se você acha que o que importa é o amanhã, então saiba que para se chegar ao futuro, é primeiro preciso que se sobreviva ao presente, hoje. Essa não é uma tarefa fácil. Não nos dias de hoje. Por isso, qualquer pessoa precavida deve antes fazer seu dever de casa e se manter seguro, assim como deve também promover a segurança de seus familiares. Ajudar as pessoas a se defenderem é a missão desse blog.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 18h37



Defenda-se!

Eu sou um cidadão comum, e estou sujeito aos mesmos tipos de violência a que se submetem todos os brasileiros todos os dias. Mas nem por isso achei que deveria facilitar as coisas para a bandidagem.  Acho que bandido é oportunista e não gosta de trabalho pesado por definição. Então, sempre procurei não deixar as coisas fáceis para eles.

Mas um dia eles deram sorte e acabei sendo assaltado. Foi uma experiência horrível e tomei todas as medidas que achei importantes para evitar novos problemas.

Eu sou uma pessoa que é detalhista. Não gosto de assuntos desagradáveis, como violência urbana, banditismo e suas causas, a influência das drogas e da cultura pobre em geral sobre o aumento de todas as formas de violência, enfim, sempre preferi fazer minha parte e evitar riscos sem entrar no mérito das causas e soluções possíveis para o problema da violência no mundo em geral, mas depois de ter sido assaltado, coisas como pena de morte, roubo de carros, uso de drogas, formação de quadrilhas, passaram a me interessar, ao menos por um tempo.

Hoje não me interesso mais tão intensamente por esse tipo de assunto, embora não descuide dos acontecimentos e das formas de prevenção.

Então, na época do assalto, andei dando uma busca sobre o tema "prevenção contra a violência". Foi decepcionante que tão pouco se fale sobre o assunto na internet. As pessoas simplesmente preferem ignorar que haja um problema grande e real rondando a todos. Se você quiser tirar sua própria conclusão sobre o assunto, pense da seguinte maneira: você já foi vítima de algum tipo de violência?

Se não foi, teve muita sorte. Reze para que essa sorte continue a seu lado, mas ainda assim, previna-se. As chances de ser vítima pela primeira vez é maior a cada dia que passa e é melhor não confiar somente na sorte.

Agora, se já foi vítima de roubo, assalto, estupro, sequestro-relâmpago, chantagem por telefone, ou qualquer outra forma de violência contemporânea e genuinamente brasileira, pense melhor: se houvesse uma educação ampla e generalizada sobre o tema, você teria podido evitar o evento no qual se tornou vítima? Pense, por exemplo, que no lugar de ter perdido duas horas em um ano qualquer vendo uma reprise de novela ou uma partida de futebol pela televisão, você tivesse assistido a um documentário com dicas de prevenção contra violência exibido por especialistas do assunto, como policiais, investigadores, carcereiros e ex-criminosos arrependidos?

O assunto é amplo e doloroso, mas pouco discutido. Pensei em pesquisar sobre o assunto e criar um blog com compilações de dicas de segurança abordando princípios básicos e casos reais.

Então, criei o blog Defenda-se!.

Mas não sou especialista no assunto, e a internet é carente desse tema, e eu estaria mais prejudicando que ajudando dando dicas sobre um assunto no qual não sou especialista. Preferi abandoná-lo. Mas pretendo postar os cinco ou seis textos que cheguei a disponibilizar no ar, para que não caia no esquecimento.

O tema, infelizmente, é atual e urgente. Hoje, assistindo aos noticiários, não pude deixar de notar duas notícias alertando para a escalada da violência nas grandes cidades. Essa escalada já era esperada e ainda que inevitável, nada se faz para alertar a população indefesa.

Fica aqui registrada a minha preocupação com o assunto e a minha iniciativa no sentido de se alertar as pessoas comuns sobre o que elas podem fazer para dificultar a vida dos bandidos, já que não podemos eliminá-los, nem há presídios o bastante para eles.

Eu retornarei  posteriormente a debater o assunto da violência nesse blog, mas já antecipo a sugestão para todos. Se você é um profissional da segurança, faça a sua parte e ajude na educação da sociedade. Ensine noções básicas de segurança, que não se limite a "não deixe a luz da garagem acesa durante períodos de viagem", ou "peça para seu vizinho recolher sua correspondência quando estiver de férias" e coisas do tipo. Precisamos ser realistas quanto aos fatos: bandidos são perigosos, implacáveis, insensíveis e incorrigíveis.

Defenda-se!



terça-feira, 17 de agosto de 2010

O marketing on-line

Andei dando uma olhada no meu blog  e vi que tenho uma série de imagens em alguns posts. Ora, como um sujeito honesto que sou, pequei em não anotar de onde consegui as imagens. Isso de copiar e colar é legal, mas as pessoas que disponibilizam conteúdo na internet também querem crédito pelos seus trabalhos e esforços e isso inclui o devido reconhecimento da autoria de textos, fotos, desenhos e tudo o mais que não seja nosso.

Por isso, peço desculpas se eu estiver usando algo que foi criado por você, leitor.

Ora, faço essa observação porque hoje, no intuito de fazer um intercâmbio de visitas entre blogs, acabei entrando numa comunidade do Orkut chamada Divulgue seu Blog . Lá  há cerca de 13.700 membros e funciona na base da divulgação, da visita, do comentário em cadeia, e acabei entrando num blog de um colega chamado _Maatheus, http://www.variedadesinf.blogspot.com/, e acabei recomendando a ele que identificasse suas fontes de informação, já que era certo que ele não era o responsável direto pelas notícias que postava no blog.

Acho que a dica vale para todos os blogueiros que pegam informações emprestadas de terceiros. Sempre é bom citar as fontes, e a dica vale para mim também.

Só para não bancar o chato, falarei sobre um assunto que não é minha praia, e vou testar uma nova forma de troca de visitas: os textos sincronizados. Depois explico melhor o que é essa ideia.

Vamos ver no que dá...



Metamorphose: os fatos

Meu primeiro site foi o Metamorphose. Eu o criei num editor de texto comum, no Notepad, na unha, usando comandos básicos de linguagem html. Aprendi algumas coisinhas e ficou nisso.

Uma das coisinhas que aprendi era que um site em html puro fica rapidamente cansativo se não sofrer mudanças de tempos em tempos. Mas, naquela época, mudar toda uma série de tags de html era uma coisa muito complicada. Então eu pensei em uma maneira de criar sites que fossem simples de se atualizar, porque na época não havia ainda a tecnologia fácil dos blogs. Então, acabei dando uma pesquisada em CSS e achei razoável, mas insuficiente. Depois, pensei em programação de sites, algo como javascripts e por fim achei o tal de Zope, mas ficou nisso. Tudo muito complicado e demorado. Uma hora falo desse assunto árido e técnico, porém fascinante da programação de sites para internet.

Eu criei pouco conteúdo para esse site. Era uma coisa meio que de adolescente, mas coloquei um contador de visitas nele e por quase oito anos acompanhei sua evolução. A coisa era simplesmente lenta e aleatória demais, quer dizer, as visitas eram puro acaso. Nunca fiz nenhuma divulgação de nada.

Eu estudei administração de empresas e sempre gostei do assunto, assim como sempre me interessei por marketing. Mas tudo que sabia sobre empresas e marketing era relativo a empresas reais, antes da era da internet. Pouca coisa da experiência do marketing real funciona na prática quando aplicado no mundo virtual.

Mas para mim uma coisa é certa: não é fácil fazer um site ou blog ruim ir para frente. Essa é uma regra de ouro e que é muito difícil de ser seguida, porque muito pouca gente tem realmente algo de útil ou interessante a dizer ao mundo. Assim, poucos sites conseguem algum número expressivo de siteviews, ainda que faça bastante propaganda on-line ou off-line. Simplesmente as pessoas descartam blogs ruins da mesma maneira que descartam produtos e serviços ruins na vida real, seja porque não são bons ou porque não interessam de alguma forma.

Então, o que o Metamorphose se propunha a oferecer?

Ele se propunha a oferecer humor.

Ora, dirá você imediatamente: como pode um cara chato como esse Rosenvaldo se meter a escrever ou produzir humor? Ele deve estar brincando...

Mas ainda assim, eu postei minhas centenas, milhares de piadas, e elas ficaram no ar por oito anos, sendo vistas por algumas dezenas, centenas de pessoas ao longo desse tempo todo.

Veja: o Metamorphose foi ao ar em 19/08/2001 e sua última atualização foi em 06/04/2008. Na verdade, ele foi quase totalmente feito em 2001 e somente teve alguns links inseridos em 2008. No momento em que escrevo essas palavras, o contador de metamorphose marca 1002 visitas, sendo uma boa parte dessas visitas sendo minhas mesmo, porque o contador não sabe quem entra e conta toda visita, inclusive a minha, como uma nova visita. Assim, reforço o que disse no post anterior: sou o meu mais assiduo fâ e leitor.

Minhas estatísticas de acompanhamento de um site ruim como Metamorphose levam a crer que ele recebia em média uma visita a cada dois dias. Isso é muito pouco, porque de fato, isso não significa que uma visita representasse realmente uma pessoa lendo o conteúdo do site. Uma pessoa pode simplesmente clicar num link por acaso e cair nele, e sair imediatamente, sem ler nada, maldizendo a perda de tempo.

Meus blogs deletados não foram melhores. Teorias Alternativas e Clorofiles nunca foram divulgados, e acabaram com contadores com 76 e 13 visitas, respectivamente. Uma quantidade pífia, embora pudessem sugerir conteúdos bons. Se um visitante, por outro lado, se sentiu atraido pelo assunto, decepcionei-o, porque não fui capaz de manter os blogs com novas postagens.

Assim, fica outra lição: mesmo um conteúdo legal precisa ser atualizado e divulgado. As pessoas não podem ficar entrando no seu blog todo dia na esperança de que você tenha publicado algo novo. Elas se cansam e vão em frente.

Mas eu aprendi uns truques legais em html, de maneira que não foi uma experiência perdida. Agora, que truques são estes, fica para um outro post. O fato é que Metamorphose não prosperou.

Esse era o seu logotipo de abertura (horrível, por sinal):



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O destino dos blogs

Eu tenho questionado a razão da existência dos blogs desde um bom tempo, e embora não tenha chegado a uma conclusão definitiva, cheguei ao menos a algumas conclusões parciais.

Um blog pode ser usado para uma variedade enorme de interesses. Agora, uma coisa é certa: é muito difícil arrumar tempo e disposição para manter atualizado mais do que um único blog. Manter dois blogs requer uma determinação danada, e além disso, com três ou mais blogs, é certeza de não se manter nenhum deles em base atualizada.

Pensando nisso, resolvi dar um basta nos meus blogs emperrados.

Mas não é só isso.

Uma coisa que eu aprendi é que escrever um blog é difícil, mas mais difícil ainda é fazê-lo popular. Um blog, por mais atualizado que seja, não é páreo em termos de atratividade para um MSN ou um Orkut, Facebook ou um portal de notícias, tipo UOL ou IG. As pessoas simplesmente chegam a um blog por acaso, depois acham legal e seguem em frente. Não há razão para alguém ser fiel a um blog, a menos que ele seja especializado em algum assunto. Mas isso de especialização é outra coisa espinhosa que merece ser bem estudada.

Como sempre achei os blogs algo confuso, embora atraentes, resolvi comprar um livro de um autor americano chamado Hugh Hewitt. O nome do livro é "Blog - entenda a revolução que vai mudar seu mundo". Ah, para não perder o costume, é bom lembrar e recomendar: comprei-o por uma ninharia na seção de livros do Wal Mart.

Pois bem, li o livro todo e aprendi um bocado de coisas interessantes que comentarei por aqui futuramente, mas ainda assim, as dúvidas continuam.

Só sei que aos poucos vou dando fim a meus blogs antigos, postando aqui o que restou deles e simplificando minha vida.

Filosofia Inútil, Clorofiles e Teorias alternativas já eram. Agora, resta, bem... deixe-me ver... devo ter mais uns quatro ou cinco blogs e sites perdidos por aí.

Por falar nisso, antes dos blogs tínhamos de nos virar com os sites secos, que criávamos em html bruto, ou com o Frontpage.

Pois bem, meu primeiro site foi o Metamorphose. Era um site com milhares de piadas e alguns textos cômicos que eu inventava, meio sem graças, mas que estão no ar até hoje. Pensando bem, já estão no ar a tempo demais. Logo, vou postando por aqui algumas piadas do Metamorphose e com o tempo, dou um fim nele também.

Acho que o destino dos blogs é servir de lixeira para sites velhos e ideias antigas. Acho que é um bom uso, apesar de tudo.

Vamos então às piadas...