sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sobre as coisas que escrevi

Eu disse no meu primeiro post deste blog que escrevo muito, todos os dias.

Não é verdade.

Bem que eu gostaria de escrever todos os dias, mas não consigo. Tenho muito o que fazer, embora esse muito não signifique que seja necessariamente mais importante que escrever. Muito do que faço é banalidade, mas ainda assim, as banalidades são parte importante da vida.

Ainda assim, escrever não é a coisa mais importante que faço na vida, definitivamente.

De qualquer forma, não convém agora discutir porque não escrevo todos os dias. Convém apenas fazer um apanhado daquilo que já escrevi. Então, depois desse apanhado, posso ter uma ideia real do quanto escrevo e do quando já escrevi.

Olhando retrospectivamente, parece pouco. Olhando por outro ângulo, parece que é muito.

Comecei a escrever quando fui alfabetizado, na escola infantil. Mas não sobrou nada daquela época. Tenho apenas alguns cadernos do segundo grau, e confesso que ainda não dei uma olhada neles em busca de alguma redação ou texto que tenha sido de minha autoria original. Pode ser que tenha. Seria interessante lê-los, para ver o jovem que eu era, ou o que pensava a tanto tempo atrás.

O que tenho certeza é que a partir de julho de 1987 passei a escrever bastante cartas para meus familiares, porque nesta época eu saí de casa e fui para o quartel, e naquela época mesmo o uso do telefone era uma coisa proibitiva. Então, usei muito papel e caneta para me comunicar com meus queridos familiares e alguns amigos.

Pois bem, eu tenho guardado dezenas de cartas desde aquela época.

Guardo-as como preciosidades, e tenho vontade de escaneá-las e guardá-las em formato digital para a posteridade. Acho uma coisa muito legal isso de ler sobre o que pensávamos, sobre velhas alegrias e velhos problemas, hoje todos superados e esquecidos. Como a vida passa!

Comecei a escrever para valer no quartel, nos cursos de redação. Os métodos adotados eram os mais rigorosos possíveis, e curiosamente, fizeram despertar em mim a criatividade e o sonho.

Passei então a escrever pequenos contos, pequenas bobagens, que serviam de diversão para meu irmão, assim que terminei meu curso de formação militar e fui trabalhar em uma base aérea.

Foram dezenas, talvez centenas de pequenas histórias absurdas.

No fim, juntei tudo e criei um livro, cujo nome mais adequado a ser dado foi "Neurônios em Fúria!".

Nunca tive coragem de mostrar a ninguém, mas meu irmão gostava das bobagens e vivia mostrando algumas histórias para meus amigos adolescentes da época.

Por fim, acabei passando o texto do papel para o computador e agora Neurônios em Fúria! está disponível para o mundo todo, de graça, em dois sites bastante populares: o Scribd e o Bookess.

Não parei de escrever. Mas o que escrevi depois merece um post a parte.

Acho que ter escrito um livro de pequenos contos concatenados como Neurônios em Fúria! ainda quando tinha meus 22 anos foi um belo feito.

Claro que depois disso eu dei uma polida no texto, corrigi algumas coisas, e ao juntar histórias desconexas tive de usar algumas emendas que não existiam em textos originais, mas mesmo assim, a base de tudo foi construída ainda quando eu tinha 21, 22 anos.

Mas antes é preciso relembrar as cartas.

Ah! As cartas!

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