domingo, 29 de agosto de 2010

O círculo de proteção recíproca

Esta foi a nona postagem do blog Defenda-se!:

23/04/2008

O círculo de proteção recíproca

Seria muito bom se pudéssemos nos limitar a cuidar de nossa própria segurança individual. Essa por si só já não é uma tarefa fácil.

Mas na vida real, temos que cuidar de mais gente além de nós. Além de termos de nos manter alertas contra todo tipo de perigo, ainda temos de olhar pelos outros.

Podemos negar essa verdade?

Podemos.

Mas é uma atitude correta? Cada um por si e Deus que olhe pelos demais?

Não. Simplesmente não podemos.

Vivemos em comunidade e a tarefa de vigilância é uma tarefa de mão dupla. Olhamos por nós e pelos que nos rodeiam e as pessoas que nos rodeiam olham por elas e por nós, mesmo que não percebamos esse tipo de vigilância.

O egoísmo em matéria de segurança é um problema sério e deve ser combatido com muita severidade e empenho. É uma herança cultural que precisa ser desaprendida.

Não é apenas uma questão de cuidar dos mais fracos. Não é apenas uma questão de proteger mulheres, idosos e crianças. O conceito de círculo de proteção vai além disso.

Olhamos por nós, mas ao estarmos em estado de alerta, observamos possibilidades de risco envolvendo outras pessoas. Essas outras pessoas em geral são pessoas do nosso meio. São familiares, vizinhos, colegas de trabalho. Mas sem perceber, fazemos mais que simplesmente proteger gente conhecida.

Uma pessoa alerta pode proteger uma pessoa desconhecida e pode por sua vez ser protegido por alguém que não o conheça.

O conceito de círculo de proteção recíproca envolve um amadurecimento de nossa personalidade egoísta e individualista. Temos uma certa tendência natural de achar que não podemos mudar o mundo e por isso, não agimos quando podemos agir.

Vencer a barreira do individualismo em matéria de segurança é um passo fundamental na melhoria da qualidade de vida nossa e das pessoas que nos rodeiam. Se bem aplicado, o conceito pode mesmo melhorar a qualidade da segurança de pessoas que jamais tornaremos a encontrar pelos restos de nossas vidas.

Quem não conhece pelo menos uma única história de um herói anônimo que aparece do nada e nos avisa para que tomemos cuidado, para ficarmos alertas, orientando-nos para que evitemos certo lugar, ou que tomemos certa providência, ou que nos protejamos de algum risco?

Nós podemos ser o herói desconhecido para alguém que, por um momento de distração, possa estar em perigo.

Podemos escolher, no entanto, a covardia e a omissão, o egoísmo e a preguiça.

O que você escolhe?

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 20h29

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