Eu sou um cidadão comum, e estou sujeito aos mesmos tipos de violência a que se submetem todos os brasileiros todos os dias. Mas nem por isso achei que deveria facilitar as coisas para a bandidagem. Acho que bandido é oportunista e não gosta de trabalho pesado por definição. Então, sempre procurei não deixar as coisas fáceis para eles.
Mas um dia eles deram sorte e acabei sendo assaltado. Foi uma experiência horrível e tomei todas as medidas que achei importantes para evitar novos problemas.
Eu sou uma pessoa que é detalhista. Não gosto de assuntos desagradáveis, como violência urbana, banditismo e suas causas, a influência das drogas e da cultura pobre em geral sobre o aumento de todas as formas de violência, enfim, sempre preferi fazer minha parte e evitar riscos sem entrar no mérito das causas e soluções possíveis para o problema da violência no mundo em geral, mas depois de ter sido assaltado, coisas como pena de morte, roubo de carros, uso de drogas, formação de quadrilhas, passaram a me interessar, ao menos por um tempo.
Hoje não me interesso mais tão intensamente por esse tipo de assunto, embora não descuide dos acontecimentos e das formas de prevenção.
Então, na época do assalto, andei dando uma busca sobre o tema "prevenção contra a violência". Foi decepcionante que tão pouco se fale sobre o assunto na internet. As pessoas simplesmente preferem ignorar que haja um problema grande e real rondando a todos. Se você quiser tirar sua própria conclusão sobre o assunto, pense da seguinte maneira: você já foi vítima de algum tipo de violência?
Se não foi, teve muita sorte. Reze para que essa sorte continue a seu lado, mas ainda assim, previna-se. As chances de ser vítima pela primeira vez é maior a cada dia que passa e é melhor não confiar somente na sorte.
Agora, se já foi vítima de roubo, assalto, estupro, sequestro-relâmpago, chantagem por telefone, ou qualquer outra forma de violência contemporânea e genuinamente brasileira, pense melhor: se houvesse uma educação ampla e generalizada sobre o tema, você teria podido evitar o evento no qual se tornou vítima? Pense, por exemplo, que no lugar de ter perdido duas horas em um ano qualquer vendo uma reprise de novela ou uma partida de futebol pela televisão, você tivesse assistido a um documentário com dicas de prevenção contra violência exibido por especialistas do assunto, como policiais, investigadores, carcereiros e ex-criminosos arrependidos?
O assunto é amplo e doloroso, mas pouco discutido. Pensei em pesquisar sobre o assunto e criar um blog com compilações de dicas de segurança abordando princípios básicos e casos reais.
Então, criei o blog Defenda-se!.
Mas não sou especialista no assunto, e a internet é carente desse tema, e eu estaria mais prejudicando que ajudando dando dicas sobre um assunto no qual não sou especialista. Preferi abandoná-lo. Mas pretendo postar os cinco ou seis textos que cheguei a disponibilizar no ar, para que não caia no esquecimento.
O tema, infelizmente, é atual e urgente. Hoje, assistindo aos noticiários, não pude deixar de notar duas notícias alertando para a escalada da violência nas grandes cidades. Essa escalada já era esperada e ainda que inevitável, nada se faz para alertar a população indefesa.
Fica aqui registrada a minha preocupação com o assunto e a minha iniciativa no sentido de se alertar as pessoas comuns sobre o que elas podem fazer para dificultar a vida dos bandidos, já que não podemos eliminá-los, nem há presídios o bastante para eles.
Eu retornarei posteriormente a debater o assunto da violência nesse blog, mas já antecipo a sugestão para todos. Se você é um profissional da segurança, faça a sua parte e ajude na educação da sociedade. Ensine noções básicas de segurança, que não se limite a "não deixe a luz da garagem acesa durante períodos de viagem", ou "peça para seu vizinho recolher sua correspondência quando estiver de férias" e coisas do tipo. Precisamos ser realistas quanto aos fatos: bandidos são perigosos, implacáveis, insensíveis e incorrigíveis.
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