domingo, 15 de abril de 2012

Desconhecendo o impossível

"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez"

A frase acima é, segundo alguns, de Jean Cocteau. Segundo outros, é de Mark Twain. Na dúvida, atribuo aos dois. 

Ora, essa frase é lendária. Ela evoca a juventude, a audácia, o desprezo pelos obstáculos.

Ela soa grandiloquente para os jovens, que ainda não fracassaram, mas para os velhos, os calejados, os veteranos, ela soa como uma mescla de insulto e piada.

Claro, vez por outra aparece um moleque de 15 anos que, segundo a mídia, desenvolveu algo que mudará o mundo, para perplexidade de todos, exceto dos veteranos. E, claro, há os Mozarts e Einsteins, que, com seus vinte e poucos anos, mudam tudo. Mas os veteranos sabem que eles sempre estiveram sobre ombros de gigantes.

De resto, é uma piada.

A juventude traz em si essa impertinente capacidade de subestimar as dificuldades da vida. Tomam as coisas como feitas, como se pensar e fazer fossem uma e mesma coisa. 

Mas os veteranos sabem bem disso, de que esse jactar-se não leva a nada, e é como o cacarejar dos frangos novos em um terreiro onde há sempre um galo maduro que domina tudo. Mas, cacarejar faz parte da natureza dos frangos, e eles cacarejam livremente.

Mas depois da primeira pancada... mas depois da primeira prova... mas depois da primeira derrota...

Bem, a frase é bela, mas irreal.

Tem aquela do sapinho surdo, mas fica para depois.

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