domingo, 27 de janeiro de 2013

Rio Trump Towers

Torço para que o projeto de meu amigo (sim, ao menos no Facebook ele é meu amigo)  Donald Trump, de cinco torres comerciais no Rio de Janeiro, sejam um sucesso.

Sucesso, Trump!

sábado, 26 de janeiro de 2013

Labirinto: uma breve explicação

Como uma breve explicação, ao som de "Stand By Me", de John Lennon, informo que os três últimos textos, cujos títulos iniciam-se com a palavra Labirinto, foram escritos no ano de 2006, para supostamente serem publicados em um obscuro jornal da cidade de - ai! - Caldas Novas, no Estado de Goiás.

Não sei se foram publicados ou não, e não me importo com isto. O que importa é que agora eles foram definitivamente publicados para o mundo, e isto é tudo.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Labirinto III - O labirinto é mais em baixo

"Você acaba de acordar e as coisas já começam a melar. Relaxe. Será um longo dia. Muitos becos sem saída, muitas curvas, muita gente chata e muitas contas vencendo. Um dia com um leve e constante cheiro de esgoto. Um ronco de um motor é a sua música de fundo...

Esse é o seu labirinto, que não é muito diferente do meu, que não é muito diferente do labirinto do seu patrão, que te odeia e quer te moer numa máquina de lavar garrafas, aquela máquina que fica no fundo daquele longo corredor rodeado de barras de ferro e canos fumegantes, dentro desse gigantesco galpão escuro, de ferro e zinco, onde se funde barras de aço e se queima coisas eternamente, esse labirinto industrial. Fique longe desse parasita!

Já tomou o seu café da manhã? Seu café falso, misturado com serragem e cevada velha? Comeu seu pãozinho cascorento, com bromato, cheio de margarina com sal, que engorda, entope veias e artérias, te mata lentamente e te faz parecer cada dia mais com um botijão de gás? Então tenha um bom dia. Você precisará mesmo de muita energia e muita cafeína e celulose e muito colesterol para se manter funcionando até o fim da noite, quando cairá na cama como uma grande tábua que cai de um andaime de uma construção feia e suja.

Olhe à sua volta e tome cuidado. Daqui a alguns minutos o telefone mais próximo de onde está agora tocará e você será avisado: sábado à tarde haverá trabalho extra. Você ouvirá o telefone te chamar como uma sirene, um gemido doloroso em meio ao som de Bruno e Marrone vindo do radinho sobre o armário mais próximo. Um grito urgente em meio a outros...

Cancele seu futebol. Desmarque com a manicure. Avise a criançada que pizza só na semana que vem. Chegue em casa e lave logo seu macacão imundo, seu terno imundo, sua camisa branca de manga comprida suada no colarinho, seu uniforme de atendente fedendo a suor. Tudo tem de estar pronto para a batalha do sábado à tarde com a clientela. Tudo tem de estar limpo para o confronto com a montanha de papel poeirento que precisa urgentemente ser analisada e arquivada. Tudo tem de estar em ordem e brilhando para que se possa dar um jeito naquela tranqueira toda que deveria ter sido despachada por outros, mas que não foi, e que sobrou pra você. Ah, se eu pego o funcionariozinho preguiçoso que deixou isso acumular!

Vamos lá. Nem tudo está perdido. Domingo vem ai. Silvio Santos vem ai. Gugu vem ai. Faustão vem ai e o Fantástico vem ai. Mais uma rodada do brasileirão vem ai, e quem sabe, sua sogra de Belo Horizonte, ou seu cunhado de Uberlândia, ou sua prima de Curitiba, venha também para passar o dia e comer de graça na sua casa. Quem sabe até lhe peçam dinheiro!

Mas e agora? Como suportar esse cheirinho podre que ronda seu caminho? Que fazer?

Sei lá. Se vire! Esse é o seu labirinto. Ele tem curvas e retas que só você conhece.

Quanto a mim, chego da rua para almoçar meu ovo frito diário e me dou ao luxo de parar e olhar para as nuvens, como um grande fazendeiro que olha suas dez mil cabeças de gado no pasto. É, é uma bela visão. Estou no olho do furacão, mas é nesse olho que as coisas se mostram mais calmas, e podemos respirar por alguns segundos sem engolir poeira e folhas secas. E é de graça! Olho as nuvens, sinto as tonalidades, examino se estão lisinhas ou encarneiradas, e estando do jeito que estiverem, considero que estão bem. Depois, entro em casa e frito meu ovo satisfeito. No mundo das nuvens, o labirinto é mais embaixo. Experimente!"

sábado, 12 de janeiro de 2013

Labirinto II - Vinte e poucos anos

"Não sei se labirintos são mais adequados para testes com ratos, ou se podemos chamar de labirintos da mente os becos sem saída que criamos para nós mesmos em nossas cabeças cheias de coisas e idéias, mas não importa. Um labirinto é sempre uma enrascada em que nos metemos e do qual não é nada fácil sair. O saldo negativo em minha conta bancária que o diga. Que beco sem saída!

Mas não é só isso. A própria conta bancária é uma enrascada, assim como o salário, e o emprego, e a carreira sem futuro, e a vida sem muita expectativa, e a vida dos outros também, que não vão lá muito melhores que as nossas. 

Você acorda de manhã, bate de frente logo cedo com o primeiro problema, o primeiro beco, dá marcha a ré, cai em outro beco, salta um muro, vai em frente sem saber ao certo se vai mesmo no rumo certo. Tem dias que me sinto um rato.

Cada manhã é um novo novelo a ser desembaraçado, mas os obstáculos do dia não são nada perto das montanhas que tenho de vencer à noite, quando ponho a cabeça no travesseiro. Achar um norte nesse turbilhão de idéias desencontradas é mais difícil do que pagar contas, e saber se o que quero é realmente o que quero exige mais esforço e horas de insônia do que os cheques pré-datados que precisam urgentemente ser cobertos.

Quantas vezes dou voltas para de repente perceber que estou no mesmo lugar em que estive a uma semana, um mês, ou um ano atrás. As mesmas idéias velhas, os mesmos pensamentos. O mesmo medo e o mesmo vício. O mesmo erro duas vezes. Três vezes. Se isso não é um labirinto é o que então? 

Se você quer ter uma visão mais ampla desse labirinto, ligue a televisão. Veja em primeira mão aquilo que você já está cansado de saber. É, o velho Fábio Junior tinha razão. Nem por você nem por ninguém, não se desfaça de seus planos. Queira saber bem mais que os seus vinte e poucos anos. Quanta sabedoria esse Fábio Júnior! Como é que uma letra de música dessas não é ensinada nas nossas faculdades? Deveria!

Siga firme com seus planos. Tenha certeza de saber que o que você quer é realmente o que você quer. O problema é saber “o que” antes do “como”. Quanto a mim, ainda não venci esse obstáculo.

Mas, depois que tiver certeza do caminho que quer seguir nesse labirinto, é preciso que saiba o “como”. O universo rirá de seus planos e colocará a seu dispor um trilhão de ferramentas eficientes, e então você se verá numa encruzilhada com um trilhão de caminhos. Todos te levam para o seu norte, mas uns caminhos são mais longos que os outros, e nessa encruzilhada não há placas. Vá em frente! Corra! Quem sabe você dê sorte e escolha a estrada mais curta. Terá a glória de chegar primeiro que os outros, para descobrir que no fim de todos os caminhos há um único e inevitável abismo. Pare, se puder!"

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Labirinto I - Debut

"Olá!... Tudo bem? Prazer... sou fulano...

Fulano de tal...

Você acha que esse foi um modo razoável de me apresentar? Quer dizer, qual a melhor maneira, ou como devo apresentar esse texto a um leitor atento como você de modo que eu não me sinta perdido, ridículo e desajeitado? Como romper minha barreira de timidez e nos tornarmos amigos? O que tenho de fazer para que você saiba que essa é a primeira vez que eu escrevo essas palavras para você?

Bem, acho que agora você já sabe, com ou sem apresentações.

Mas quem sou?

Ah...eu sou fulano, fulano de tal. E, embora não estejamos no mesmo lugar, estamos sintonizados no mesmo canal por meio deste texto e podemos nos apresentar como se estivéssemos frente a frente.

Se estivéssemos numa festa, eu diria a você: “oi, tudo bem? Muito prazer, meu nome é fulano de tal, mas pode me chamar de fulano...”

Já se estivéssemos nos falando pelo telefone, eu diria: “alô! Aqui é fulano...fulano...isso...fulano de tal...é...não...nãããããõooo...”

Mas se estivéssemos numa sala de bate papo na Internet, seria assim: >fulano fala com leitor: J Oi...quer teclar comigo? Tecla de onde? Qual sua idade? Homem ou mulher? Por que esse nome? Tem ICQ ou MSN?

Mas não estamos na Internet, nem falando ao telefone, nem ao vivo, nem em festas ou em qualquer outro lugar. Eu estou onde você nem imagina (quem sabe lendo algum texto também?), e você está em algum outro lugar que não faço a mínima ideia. 

O que sei é que você está aí, lendo, tentando entender o porquê de mais um texto no meio de tantos outros em tantos outros lugares, tentando saber porque as pessoas colocam tantas coisas para serem lidas em tão pouco tempo e tentando ainda saber qual é afinal de contas o tema desse texto, qual a razão de ele se chamar Labirinto e, quem sabe, quem sou eu para me arriscar a escrever coisas assim sem mais nem menos...

“Quanta pretensão das pessoas hoje em dia!”, você deve estar pensando, ou “quanta besteira, meu Jesus de Pirapora!”, ou ainda, “não sei onde esse idiota quer chegar com esse papo furado...”, mas de qualquer forma, já é tarde para voltar atrás. O texto está acabando, e se você leu até aqui, tenha um segundo mais de paciência. Não se sinta perdido neste labirinto. Amanhã tem mais. Foi um prazer imenso te conhecer..."