terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Qual é o problema?

Se não bastasse a lista da postagem anterior, Carnegie nos recomenda mais uma lista de perguntas sensatas, para equacionarmos nossos problemas, da mesma maneira como fazem os cientistas, os filósofos, os pensadores.

Assim eu resumi na minha agenda essas recomendações:

"Capítulo 5: Como eliminar 50% das preocupações profissionais:

1 – Qual é o problema?

2 – Qual a causa do problema?

3 – Quais são todas as soluções possíveis?

4 – Qual a solução recomendada?"

Parece que estamos resolvendo um problema de engenharia.

Também não é recomendação fácil de se seguir, mas é sensata e tem sido muito útil pensar assim ao longo dos anos.

Qual, afinal, é o problema?

Pensando friamente

Continuando com minha lista de anotações, cheguei à segunda parte do livro de Carnegie.

No capítulo quatro, ele enumera uma lista de maneiras de abordarmos nossos problemas. Parece uma lista de protocolos científicos para algum experimento complexo, mas não é.

Anotei assim na minha agenda:

"Parte II: Técnicas básicas para análise das preocupações.

Capítulo 4: Como analisar e resolver problemas que nos preocupam:


1 – Obtenha os fatos:


          1.1 – Friamente como se o problema fosse de terceiros.


          1.2 – Imparcialmente, como um advogado de acusação.


          1.3 – Defina precisamente por escrito a causa exata do problema.


2 – Analise os fatos:


          2.1 – Compare os prós e contras.


          2.2 – Defina precisamente o que pode ser feito para se resolver a situação.


          2.3  – Limite ao máximo o número de alternativas e defina um prazo para a tomada de decisão.


3 – Tome uma decisão após cuidadoso estudo.


4 – Aja de acordo com a decisão tomada:


          4.1 – Aja imediatamente.


          4.2 – Evite reconsiderar os fatos.


          4.3 – Não volte atrás.


          4.4 – Não olhe para trás."


Pensar friamente é a solução.

Parece fácil?

Mas não é.

Paz de espírito

A paz de espírito é uma coisa valiosa. Somente quando a perdemos, seja por preocupações, seja por depressão, seja por qual motivo for, é que sentimos o quanto ela faz falta. Assim, Dale Carnegie nos exorta, no terceiro capítulo de seu livro "Como evitar preocupações e começar a viver", a refletirmos e ponderarmos nossas perdas decorrentes de nossa imaturidade espiritual.

Assim, resumi este terceiro capítulo da seguinte maneira em minhas anotações:

"Capítulo 3: O que as preocupações podem causar-lhe:


A minha paz de espírito, a minha felicidade, a minha saúde, e talvez mesmo a minha renda, dependem grandemente, afinal de contas, da aplicação das antigas, evidentes e eternas verdades ensinadas neste livro”.


Carnegie foi modesto.

Por vezes, por uma correta falta de orientação, muitas pessoas perdem suas vidas.

A fórmula mágica

O segundo capítulo do livro de Carnegie foi resumido, segundo a minha opinião, na seguinte lista de estratégias contra problemas que enfrentamos na vida. Eu escrevi assim na minha agenda:

"Capítulo 2: Uma fórmula mágica para resolver situações aflitivas:

1 – Analise sem medo e honestamente a situação e imagine o que de pior pode acontecer como resultado do problema.

2 – Depois de imaginar o que de pior pode acontecer, procure aceitar todas as consequências, se necessário.

3 – Deste momento em diante, procure dedicar calmamente todo o tempo e a energia ao esforço de remediar as piores possibilidades já aceitas mentalmente. Procure melhorar a situação partindo do pior."

Essa pequena lista de estratégias psicológicas definitivamente não tem nada de simples.

Assim como muitas das  frases das que já citei e citarei, esta não representa uma visão pacífica das coisas.

Esta lista foi bem analisada e gerou sérias repercussões em meu modo de pensar as coisas.

Falaremos mais dela no futuro.

Livros de auto-ajuda às vezes parecem mágicos.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Saudação à alvorada - Kalidasa

Saudação à alvorada

Cuida deste dia!
Ele é a vida, a própria essência da vida.
Em seu breve curso
Estão todas as verdades e realidades da tua existência:
A bênção do crescimento,
A glória da ação.
O esplendor da realização.
Pois o dia de ontem não é senão um sonho
E o amanhã somente uma visão.
Mas o dia de hoje bem vivido transforma os dias de ontem
num sonho de ventura.
E os dias de amanhã numa visão de esperança.
Cuida bem, pois, do dia de hoje!
Eis a saudação à alvorada!


Ideias centrais

Depois de ter sistematizado um processo de aprendizagem conforme orientado por Dale Carnegie, passei a ler todos os capítulos de seu livro "Como evitar preocupações e começar a viver".

O livro basicamente são 366 páginas de exemplos comuns e conselhos práticos sobre preocupações. Está dividido em oito partes, cada uma delas com vários capítulos, perfazendo no total 28 capítulos e uma série de histórias extras, para reforçar o aprendizado.

Eu segui seus conselhos e li e reli cada capítulo, e anotei o que julguei fosse a ideia central de cada um deles.

Claro, o livro já foi lido por milhões de pessoas mundo afora, e certamente outras pessoas, se fizessem o que fiz, anotariam outras ideias, diferentes das que anotei. Cada pessoa é uma pessoa com problemas únicos demandando soluções personalizadas. A lista de frases que se seguem representam minha percepção pessoal naquele momento de minha vida. Posteriormente, algumas das frases que anotei foram submetidas a questionamentos duros, que me levaram a caminhos que eu sequer imaginava na época, mas, até então, elas eram as ideias centrais.

Anotei inicialmente:

"Parte I: Fatos fundamentais sobre preocupações.

Capítulo 1: Viva em compartimentos diários hermeticamente fechados. Hoje... uma tarefa de cada vez. Saudação à alvorada."

Evidentemente que a frase fora de seu contexto pouco significa àquele que não tem à mão o texto do autor. Em suma, somos orientados a nos concentrarmos no presente, no hoje, e não ficarmos remoendo o passado ou temendo o futuro. O assunto é profundo e merece maiores considerações posteriormente.

Quanto à saudação à alvorada, é um poema de um dramaturgo hindu que viveu aproximadamente no século V de nossa era, chamado Kalidasa.

O poema vem a seguir...

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Aprendendo a aprender

Eu, no momento em que resolvi ler Dale Carnegie e seu livro "Como evitar preocupações e começar a viver", tinha em mente duas coisas: primeiro, eu era um jovem adulto cansado de enfrentar crises de depressão, e segundo, eu acreditava que sendo disciplinado e dispondo de um bom livro com os passos a serem seguidos me permitiria acabar de vez com a depressão em minha vida.

Eu tinha problemas com depressão por uma série complexa de motivos que agora não convém detalhar. Mas vinha saído de uma experiência de ter me libertado do vício de cigarro usando exatamente este método: disciplina e um bom livro com orientações. Funcionara, e agora era a hora de enfrentar a depressão. Não achava que a depressão fosse algo mais difícil de ser vencido que o vício do fumo, no qual eu me envolvera por longos dez anos. 

Com toda a disciplina possível, e já usando do conselho de Marco Aurélio, entendi que eu deveria seguir o livro de Carnegie ao pé da letra. Assim, comecei a lê-lo e a tomar notas precisas de seus conselhos.

A primeira coisa que ele faz no começo do livro é nos orientar a como agir para que possamos aprender o que ele se propõe a nos ensinar. 

Ele ensina um método de aprendizagem.

Ora, eu fiz logo em seguida na minha agenda um primeiro esboço deste método de aprendizagem. Anotei porque Carnegie pede que anotemos a ideia central daquilo que lemos. Depois de ler a lista abaixo, veremos que a anotei exatamente em cumprimento ao item cinco.

Escrevi assim na minha agenda:

"Processo de aprendizagem:


1 – motivação: “...minha renda depende da aplicação desses conhecimentos...”


2 – Leia e releia novamente.


3 – Medite sobre o que está lendo.


4 – Como e quando aplicar o conhecimento.


5 – Anote a idéia central.


6 – É espantosa a rapidez com que nos esquecemos. Uma vez não basta. Releia sempre e pratique sempre. Não há outra maneira.


7 – Não faça coisas impulsivas. Recorra ao conhecimento e use-o. aplique-os em todas as ocasiões.


8 – Vigie-se contra violações de regras."


Parei, olhei o que o processo de aprendizagem dizia e resolvi colocá-lo em prática imediatamente. Eu li a primeira orientação, que nos exortava a nos motivarmos a aprender, pensando sempre que no final das contas, poderíamos ganhar dinheiro com isso. Era um bom truque, e sempre funciona, mas eu não precisava de motivação mais do que já tinha. E mais do que dinheiro, eu queria paz de espírito. Então, decidi que já estava bastante motivado e passei à segunda orientação. Li e reli novamente o próprio método de aprendizagem de Carnegie.

Resolvi que a lista acima, com oito passos, poderia ser melhor organizada. Eu a havia escrito sem respeitar a regra três. Eu não meditara o suficiente sobre o método de aprendizagem de Carnegie.

Então, depois de ler, reler e meditar sobre o método, refiz a lista, que ficou assim anotada em minha agenda:

"Processo de aprendizagem:


1 – Motive-se: sua renda depende da aplicação desses conhecimentos.


2 – Leia duas vezes cada texto.


3 – Ao ler, detenha-se para perguntar a si mesmo como e quando se pode aplicar cada uma das sugestões.


4 – Sublinhe cada idéia importante e anote a idéia central.


5 – Examine esse resumo todos os meses.


6 – Aplique esses conhecimentos em todas as ocasiões. Use esse resumo como um meio prático para resolver problemas cotidianos.


7 – Evite violar regras desse resumo.


8 – Analise todas as semanas os seus progressos. Pergunte a si mesmo que erros cometeu, que progressos fez, que lições aprendeu para o futuro.


9 – Escreva um diário que mostre como e quando você aplicou seus conhecimentos."


Agora, eu estava pronto para acabar com a depressão, munido das ferramentas de aprendizagem acima.

A coisa funcionou?

Posso afirmar categoricamente que nunca mais tive depressão.

Tive problemas sérios ao longo dos anos, e lá se foram dez longos anos desde então. Não é muito, e não posso afirmar que jamais terei depressão novamente, mas parece que a disciplina e as orientações de Carnegie são remédios se não definitivos, pelo menos duradouros contra esse problema tão terrível que aflige a nossa sociedade moderna.

Mas eu não fiquei só nesta lista.

Eu li tudo, e apliquei tudo o que pude.

E anotei tudo!

Eu parti com tudo contra a maldita depressão.

Mil anos de vida

A frase de Dale Carnegie, a de que nosso problema não é a ignorância, mas a inércia, me fez lembrar de uma outra importante frase que havia lido no livro de Og Mandino, sobre a urgência de nossa vida. Então, tratei de procurar a frase no livro de Mandino e a copiei também na minha Agenda 99.

O livro de Mandino é composto de textos de vários outros autores. Mas a frase que me vinha à cabeça era uma frase tirada de um capítulo intitulado "Como reconhecer os sintomas do fracasso". Neste capítulo, Mandino nos remetia a um texto de Dorothea Brande, uma escritora americana. Dorothea Brande escrevera o livro "Acorde e viva!" durante a Grande Depressão, em 1936. Neste texto, ela nos exorta a não desperdiçar o tempo.

Em determinado momento, Brande cita o imperador romano Marco Aurélio, provavelmente tirando a frase da obra Meditações, escrita pelo imperador filósofo. Como uma de suas máximas, Marco Aurélio adverte a si mesmo:

"Não aja como se tivesse mil anos de vida"

E eu, impressionado com a advertência de Marco Aurélio a si mesmo, anotei em minha agenda a frase acima, acompanhada de uma exortação: Aja!

Se nosso mal não é a ignorância, mas a inércia, a solução é agir, agora, e não como se tivéssemos mil anos a mais para gastar tranquilamente.

Na época, me pareceu uma sábio conselho, exceto por ser um conselho muito difícil de ser seguido.

Ah! Como é fácil falar...

Bom, pelo menos eu estava tentando.

O nosso mal...

Dando continuidade às anotações de minha velha Agenda 99, afora algumas anotações fora de ordem, das quais tratarei posteriormente, a próxima anotação, seguinte às minhas áreas de interesse, foi uma frase tirada de Dale Carnegie, do livro "Como evitar preocupações e começar a viver".

É uma frase aparentemente simples, mas que me levou a sérias elucubrações ao longo dos anos seguintes.

Na época eu passava por momentos difíceis e resolvi que precisava ler o livro de Carnegie para dar uma melhorada no astral. E precisava ser firme, para não me envolver em problemas maiores. Resolvi ser disciplinado e fazer exatamente o que o autor mandava. E fiz.

Em determinado momento, bem no início do livro, ele pedia  que anotássemos coisas que achássemos interessantes. Com uma boa dose de ceticismo, pensei: quero ver se livros de auto-ajuda funcionam mesmo ou não.

Então, anotei na minha agenda a frase que achei que era a mais verdadeira e sensata:

“Mas já que tocamos no assunto, você e eu não temos necessidade de que nos contem nada de novo. Já sabemos o suficiente para viver vidas perfeitas. Todos nós já lemos as regras de ouro e o sermão da montanha. Nosso mal não é a ignorância, mas a inércia.”

Dale Carnegie, em   "Como evitar preocupações e começar a viver"

Essa frase, senhores, rendeu bons momentos de introspecção e dúvidas.

Falaremos mais dela ao longo dos anos.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O passado distante e os problemas existenciais

Tenho trabalhado no texto de um projeto que vejo como um livro interminável. É chamado de Tujuguaba e já falei dele aqui neste blog. 

É interessante perceber que falar sobre nós mesmos, sobre nosso passado, é uma coisa confusa. Sem querer, eu acabo caindo em questões existenciais.

Questões existenciais dão muito pano para manga e rendem muitos textos. Parece curioso que o existencialismo seja taxado de coisa muito filosófica e sublime. Ele é, mas não é necessariamente um tema reservado apenas aos iniciados. Pelo contrário. Pensando sobre meu passado, descobri questões existenciais bem cedo na vida. Não vou contar nenhuma história sobre questões existenciais aqui, mas certamente contarei algumas no texto que estou trabalhando.

De qualquer forma, esse blog também está enredado em questões existenciais. Senão, vejamos.

Este blog foi criado basicamente para eu disponibilizar ao mundo minhas ideias. Muitas dessas ideias estão em minhas agendas, embora que não somente nelas. Mas minhas agendas surgiram em função de minhas leituras. Eu precisava anotar coisas que minhas leituras me obrigavam a registrar. 

Mas, registrar o quê? Que livros nos obrigam a registrar coisas em agendas?

Ora, eu disse neste blog, aqui, que um dos livros que eu andei lendo foi o de Dale Carnegie, sobre preocupações. É que eu tinha problemas na época, problemas... existenciais.

Ora, todos têm. Por que negar?

Esses problemas são a alma desse blog, embora este blog seja mais, muito mais que somente um relato de questões existenciais. Ele é, mas ele vai além. Se ainda não foi, esperem. Ele irá.

De qualquer forma, não fujam dos problemas existenciais.

Retornando à atividade

Após alguns meses de inatividade, é hora de colocar esse blog novamente em ação.

Eu disse que há muita coisa a ser dita sobre um monte de coisas, e acho que aqui é o local adequado.

Afinal, onde mais poderia escrever? E para quem?

Essa é uma boa pergunta.

Escrevo para quem?

Para ninguém em especial. E por vezes sinto-me como alguém num deserto. Mas isso é um erro. O silêncio desse blog é enganoso. Senão, vejamos:

Eu costumo salvar esse blog em formato PDF e em ordem cronológica. Assim, eu o transformo numa espécie de livro ou diário, e depois o disponibilizo ao mundo. Para quem particularmente? Para o mundo, quer dizer, para ninguém em particular.

Não gosto de propaganda. Coloco o blog em PDF em dois lugares apenas: no Scribd e no Bookess. E depois, de vez em quando, dou uma olhada nos contadores de leituras, para ver se as pessoas andam olhando o que ando escrevendo.

Na verdade, esse blog equivale a um livro com cerca de 200 páginas. Eu falo sobre um monte de coisas nele, e o Google acaba vez por outra direcionando alguma consulta para um desses lugares: ao Scribd, ao Bookess ou ao próprio Blogger, onde este blog está originalmente hospedado. E em todos os lugares eu tenho tido um número pequeno, mas crescente de visitas.

Isso me anima a continuar escrevendo.

E mais! Agora tenho de fato uma vida!

Ah, mas isso é assunto para outras postagens.

Bem vindo ao meu blog em 2012.

Boa leitura!