terça-feira, 31 de agosto de 2010

Gostando de Paulo Coelho

Acabei de ver uma entrevista com Paulo Coelho, na Rede TV!, com Kenedy Alencar.

Pois bem: talvez eu até não goste de alguma coisa nos livros dele, mas gosto dele, definitivamente.

Na verdade, estou sendo injusto.

Li apenas um único livro dele, "O Alquimista", e pensando bem, não é uma história ruim. Na verdade, na época em que o li, por volta de 1996, eu não gostei principalmente do estilo literário dele, que não era assim tão rico quanto um Victor Hugo ou um Proust. Não sabia que na verdade ele não está nem aí para estilos literários. Na época, eu pensei que eu próprio poderia tranquilamente escrever o mesmo livro de uma maneira bem mais elegante. Mas pensar algo é uma coisa, e fazer algo é outra coisa, bem diferente.

A verdade é que, bem ou mal escrito, com elegância ou não, Paulo Coelho conquistou o mundo e isso é digno de todo crédito. Vendo-o, penso no grande trabalho que teve em se tornar o escritor que é em um país que lê tão pouco. Mas ele fez mais que isso: ele é lido no mundo todo. Sempre digo que se tivesse uma cesta para colocar apenas cinco ou seis brasileiros vivos e dignos de serem admirados pelos seus feitos, eu incluiria Paulo Coelho no grupo. Quem mais? Não importa agora. Paulo Coelho tem lugar certo entre os brasileiros que gosto e admiro. Claro, na cesta nem sempre é preciso entrar pessoas que eu tenha necessariamente de gostar, mas isso não importa. Gosto de Paulo Coelho.

Mas Paulo Coelho mesmo explica essa minha mudança de gosto.

Na verdade, a coisa tem mais a ver com Raul Seixas que com Paulo Coelho.

Todo mundo que gosta de rock e viveu sua adolescência na década de 80 sabe que Raul Seixas foi um cara controverso. Mas não sei se toda essa legião de ex-adolescentes sabia na época que Raul Seixas, um cara já consagrado nos anos 70, tinha como parceiro de letras o nosso querido Paulo Coelho.

Então, eu tinha uma certa antipatia por Raul Seixas e seus fãs, mas o que me irritava mesmo eram as letras de Paulo Coelho, que eu não sabia na época que eram de Paulo Coelho.

Quando Paulo Coelho surgiu como escritor de romances de ficção de cunho espiritual, eu estava em outras praias, aprendendo a escrever minhas próprias coisas. Desdenhei sua maneira simples de escrever.

Agora, admiro-o, o homem, embora admito que nunca mais li nada dele além de "O Alquimista".

Mas ele, o homem, também mudou. Falando sobre drogas nesta mesma entrevista, foi de uma honestidade transparente. E me surpreendeu ao afirmar que nas atuais condições, era contra a liberação de drogas como a cocaína. Ele julgou-se tendo opiniões caretas. Ora, meu caro Paulo Coelho, não há nada de errado em ser careta. Não é que sejas careta: é que és uma metamorfose ambulante.

Se é assim, então sou também essa metamorfose ambulante. Talvez eu leia seus livros, talvez não. Temos interesses comuns. Embora que sejamos de lugares e de gerações diferentes. Também adoro escrever. Amo os livros. Admiro a sinceridade e acredito em quase tudo o que não posso ver, do Aleph ao Cristo. Há verdades que não carecem de provas. E se me pareceu em algum momento que falavas de algo diferente em uma língua diferente, foi leve engano, perdoável aos jovens, naturalmente arrogantes. Falamos na mesma língua e sobre os mesmos signos, apenas isso. As coisas tendem a convergir para um centro onde tudo faz sentido.

Assim, desejo vida longa e sucesso a esse bravo, que armado apenas de sua enorme força de vontade e muito trabalho, conseguiu provar a ele mesmo que pode fazer a chuva cair sobre o deserto.

E já não havia antes alguém que dissera que a fé poderia mover montanhas?

Eu prefiro ser... eu prefiro... eu escolho... eu decido... gostar de Paulo Coelho!

Agora, fé!

domingo, 29 de agosto de 2010

O processo de aprendizagem

Esta foi a décima e última postagem do blog Defenda-se!

Em tempo: o contador nunca passou de algumas dezenas de visitas, todas minhas, e nunca ninguém postou nenhum comentário.

24/04/2008

O processo de aprendizagem

Viver com segurança implica em aprender certos hábitos e desaprender outros.

O processo de aprendizagem em segurança é possível ou viável?

Sim, o processo é possível. Podemos aprender regras e procedimentos de segurança assim como aprendemos uma série de outras coisas. Pode ser um pouco lento para alguns, ou mesmo difícil para outros, mas não há nada no processo em si que o torne diferente de outro processo de aprendizagem qualquer.

O processo de aprendizagem em matéria de segurança é viável?

Ele é viável somente na medida em que tenha sido codificado. Quer dizer, como qualquer processo de aprendizagem, uma regra ou procedimento de segurança deve ser estudado e organizado no sentido de atender os princípios básicos de aprendizagem.

É neste aspecto que a cultura moderna falha dolorosamente.

Pense nos computadores e no quão difícil é operá-los para alguém que jamais se aproximou de um deles. No entanto, parece banal para usuários experientes. A diferença entre um leigo e um usuário experiente é simplesmente que o usuário experiente passou por um processo de aprendizagem que o tornou apto a entender o uso de um computador.

O mesmo se dá com qualquer tipo de conhecimento.

Em termos de segurança, talvez as pessoas mais bem preparadas para usar procedimentos de segurança sejam as pessoas que trabalham com a hipótese de violência. São os policiais militares e civis, os militares das forças armadas, os guarda-costas particulares, os policiais federais, os seguranças bancários, os vigilantes noturnos, empregados de empresas de transportes de valores, bombeiros, dentre outros.

Esses profissionais são treinados para serem aptos a adotar procedimentos de segurança efetivos, além de usarem armas e equipamentos de segurança, mas de início, são pessoas que nada sabem sobre o assunto até receber o treinamento adequado.

Que treinamento é esse?

Na verdade, não é um único treinamento, mas um conjunto deles.

Então, o que esses profissionais aprendem que os tornam de fato profissionais, e não amadores com fardas, cacetetes e pistolas?

O que eles aprendem que nós, cidadãos comuns, podemos também aprender?

O que eles podem nos ensinar?

Quem pode nos ensinar?

É viável um processo de aprendizagem em massa que torne as pessoas tão familiarizadas com segurança que realmente o processo venha fazer alguma diferença em termos de qualidade de vida de seus usuários?

São perguntas importantes e que merecem uma resposta adequada.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 13h57

O círculo de proteção recíproca

Esta foi a nona postagem do blog Defenda-se!:

23/04/2008

O círculo de proteção recíproca

Seria muito bom se pudéssemos nos limitar a cuidar de nossa própria segurança individual. Essa por si só já não é uma tarefa fácil.

Mas na vida real, temos que cuidar de mais gente além de nós. Além de termos de nos manter alertas contra todo tipo de perigo, ainda temos de olhar pelos outros.

Podemos negar essa verdade?

Podemos.

Mas é uma atitude correta? Cada um por si e Deus que olhe pelos demais?

Não. Simplesmente não podemos.

Vivemos em comunidade e a tarefa de vigilância é uma tarefa de mão dupla. Olhamos por nós e pelos que nos rodeiam e as pessoas que nos rodeiam olham por elas e por nós, mesmo que não percebamos esse tipo de vigilância.

O egoísmo em matéria de segurança é um problema sério e deve ser combatido com muita severidade e empenho. É uma herança cultural que precisa ser desaprendida.

Não é apenas uma questão de cuidar dos mais fracos. Não é apenas uma questão de proteger mulheres, idosos e crianças. O conceito de círculo de proteção vai além disso.

Olhamos por nós, mas ao estarmos em estado de alerta, observamos possibilidades de risco envolvendo outras pessoas. Essas outras pessoas em geral são pessoas do nosso meio. São familiares, vizinhos, colegas de trabalho. Mas sem perceber, fazemos mais que simplesmente proteger gente conhecida.

Uma pessoa alerta pode proteger uma pessoa desconhecida e pode por sua vez ser protegido por alguém que não o conheça.

O conceito de círculo de proteção recíproca envolve um amadurecimento de nossa personalidade egoísta e individualista. Temos uma certa tendência natural de achar que não podemos mudar o mundo e por isso, não agimos quando podemos agir.

Vencer a barreira do individualismo em matéria de segurança é um passo fundamental na melhoria da qualidade de vida nossa e das pessoas que nos rodeiam. Se bem aplicado, o conceito pode mesmo melhorar a qualidade da segurança de pessoas que jamais tornaremos a encontrar pelos restos de nossas vidas.

Quem não conhece pelo menos uma única história de um herói anônimo que aparece do nada e nos avisa para que tomemos cuidado, para ficarmos alertas, orientando-nos para que evitemos certo lugar, ou que tomemos certa providência, ou que nos protejamos de algum risco?

Nós podemos ser o herói desconhecido para alguém que, por um momento de distração, possa estar em perigo.

Podemos escolher, no entanto, a covardia e a omissão, o egoísmo e a preguiça.

O que você escolhe?

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 20h29

Regras e mais regras

Esta foi a oitava postagem do blog Defenda-se!:

22/04/2008

Regras e mais regras

É verdade que já vivemos em uma sociedade em que há regras demais. Consulte um advogado e ficará sabendo que há milhões de artigos legais proibindo ou permitindo quase tudo. Fora isso, temos ainda regras sociais e regras no trabalho, regras em casa e nas instituições. Simplesmente não se vive sem regras.

Regras implicam em aprendizado. Não se pode falar em regras sem a devida aplicação das mesmas. Elas existem para serem cumpridas. Logo, se não as cumprimos, temos de aprender a cumpri-las. O não cumprimento normalmente implica em pena.

Uma regra de segurança é algo sutil e quase que transparente. Desobedece-las implica em algo quase que prazeroso, porque ao desobedece-las, nos livramos do fardo que é respeita-las dia após dia, hora após hora, minuto após minuto. No entanto, não devemos nos esquecer que elas são implacáveis com que as negligencia.

Uma regra de segurança, uma regra de sobrevivência, não exige uma lei escrita para se fazer cumprir. Ninguém está proibido de circular pela madrugada por um bairro perigoso usando jóias caras e muito dinheiro no bolso. Mas quase todos sabem dos riscos. Descumpra uma regra de segurança e as chances de se sair punido pelo erro é muito grande.

Por serem duras, as punições são naturalmente educativas. Uma pessoa que negligencia uma regra de segurança e sofre algum tipo de problema por essa negligência estará passando por uma experiência quase sempre dolorosa, violenta, traumática e assustadora. Essa experiência servirá de aprendizado. Uma pessoa normal que aprender uma lição por esse método dificilmente cometerá um segundo erro.

Esse não é um método muito recomendado, temos de admitir.

Se as regras de segurança são mesmo implacáveis, segui-las implica em um constante monitoramento. Esse estado de constante atenção gera inevitavelmente um nível elevado de estresse. Não há dúvida: grande parte do caos moderno se deve a esse elevado nível de estresse oriundo do constante estado de alerta no qual as pessoas vivem. Sobreviver em um grande centro urbano não é uma tarefa fácil. Daí que as pessoas que vivem em cidades são nitidamente mais estressadas e nervosas que as que vivem em locais calmos e pouco violentos.

Vivemos então um dilema: se observamos as regras de segurança, vivemos estressados. Se não as observamos, mais cedo ou mais tarde seremos vítimas de acidentes, violência, agressão ou crimes. A condição de vítima acabará gerando uma explosão de estresse e o trauma de um acontecimento ruim levará qualquer um a uma situação de quase paranóia, na busca de não sofrer novamente um outro acontecimento ruim.

Mas não há dúvida. O estresse de se observar regras é muitíssimo menor que o estresse de se juntar os cacos depois de ser vitimado por uma experiência ruim. Então, só nos resta nos conformarmos com essa realidade e fazer da tarefa de se observar regras de segurança uma experiência a menos estressante possível.

Mas como?

A resposta está na aprendizagem.

Por ora, é o suficiente que saibamos que uma regra bem aprendida é uma regra mais fácil de ser seguida.

Se por acaso não concorda com esse entendimento, converse com uma pessoa qualquer que foi vítima de qualquer tipo de violência, seja acidental ou criminosa. Pergunte do trauma e do tempo que a pessoa levou para superar a crise, se é que a superou.

Aprender pela dor sempre será a pior forma de aprendizado.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 16h51

Aderência a regras: sua personalidade ajuda?

Esta foi a sétima postagem do blog Defenda-se!:

10/04/2008

Aderência a regras: sua personalidade ajuda?

Viver com segurança significa que você e sua família devem agir de acordo com certas regras que proporcionem realmente segurança. No entanto, a aderência das pessoas a regras em geral não costuma ser muito grande.

Uma regra de segurança não é uma imposição legal. Não há nenhuma lei obrigando uma pessoa a segui-la, exceto em alguns casos, como as regras de trânsito, de porte de armas, de consumo de certas substâncias e da proteção que o Estado e os adultos devem prestar a outras pessoas, como crianças, mulheres, idosos e deficientes.

Portanto, uma regra de segurança, por mais óbvia e simples que seja, não pode ser imposta. Tente, por exemplo, obrigar uma pessoa qualquer a olhar para os dois lados da rua. Simplesmente não é possível.

Mesmo as regras legais de segurança não são realistas nas conseqüências de suas violações. Quer dizer, há determinadas regras que existem por força de lei, mas que não são cumpridas. No entanto, fazer com que sejam cumpridas é quase impossível. Violações a elas são de difícil comprovação e por isso quase não se pune que as infringiu.

Regras sem punições são regras inócuas? Muitas delas são, mas as regras de segurança existem muitas vezes mais para servir como um alerta do que propriamente para que sejam seguidas rigorosamente. As pessoas, ao tomarem conhecimento delas, passam a perceber que há uma preocupação ou um risco real com determinado assunto. Todos percebem que muito provavelmente não serão punidos se não as cumprir, mas passam a saber que há algum risco envolvido em viola-las.

Por exemplo: há no nosso Código de Trânsito uma restrição quanto aos ocupantes de um veículo trafegarem com os braços para fora das janelas. Essa é uma regra claramente de difícil fiscalização. Por isso, muita gente não dá a mínima para ela. Algumas pessoas sabem que não serão punidas por nenhuma fiscalização. Por outro lado, muitas pessoas passaram a perceber que há de fato um risco real em se deixar um braço para fora. Qual é esse risco?

Somente depois de ouvir algumas histórias tristes de braços quebrados por motoqueiros em alta velocidade é que algumas pessoas passam a se preocupar com o assunto.

Então, passamos ao ponto que nos interessa.

A grande maioria das regras de segurança não são escritas, nem codificadas, nem estão em leis, nem levam os infratores a serem multados. Mas todas, sem exceção, sinalizam para um risco em potencial caso as violemos.

Respeitar ou violar regras de segurança é uma questão de quão disposta uma pessoa está em manter-se viva e segura. Ela pode violar muitas regras e sobreviver sem um arranhão. Mas às vezes uma única violação de uma simples regra banal pode significar a morte imediata. Os atropelamentos são um sinal claro de que mesmo uma regra simples como “olhar para os dois lados antes de atravessar uma rua” é negligenciada.

A aderência a regras é uma questão de personalidade?

Sim.

O que leva uma certa pessoa a ser metódica, disciplinada e esforçada quanto a regras em geral?

O que leva uma outra a ser preguiçosa, sarcástica e cínica, indolente e procrastinadora, irresponsável e insensível quando o assunto é a preservação de vidas humanas?

Essa é uma pergunta perturbadora.

Você, em seu intimo, sabe como se sente com relação a regras em geral e quanto a regras de segurança em particular. Como você é?

Admitir que você é como é já é um bom começo.

Se não gosta de como é, então é hora de mudar.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h43

Tempos perigosos

Esta é a sexta postagem do blog Defenda-se!:

09/04/2008

Tempos perigosos

As pessoas mais velhas estão certas quando dizem que viveram em épocas passadas muito mais seguras e tranqüilas?

Essa não é uma pergunta fácil de responder, porque se por um lado parece óbvio que muitos problemas que enfrentamos hoje são frutos de um estilo de vida, de uma cultura e de uma tecnologia que não existiam a algumas décadas atrás, por outro, uma pessoa otimista pode argumentar que estamos sendo parciais.

De fato, essa mesma tecnologia tem feito milagres em termos de segurança.

Não podemos negar esses avanços, mas podemos restringir os avanços apenas à tecnologia?

Também estaríamos sendo parciais?

Em parte, sim. Houve avanços em termos de educação que melhoraram nossa cultura e estilo de vida. Antes as pessoas tinham menos acesso à educação de melhor qualidade.

Há um vínculo entre educação e segurança?

Parece que sim.

Embora a cultura em si não possa ser considerada uma forma pura de educação formal, a cultura da segurança não parece uma realidade. Pelo contrário. O que vemos é uma cultura da violência.

Então, por um lado hoje temos mais educação formal acessível, mas temos uma forma indireta de aprendizagem cultural que aponta para um rumo contrário.

E há por trás dessa cultura algo que podemos chamar de estilo de vida. Há mais riscos no estilo de vida atual?

Sem sombra de dúvida.

O estilo de vida hoje é muito mais baseado em grandes grupos, em mobilidade, em ousadia, em risco controlado e em aventuras quase que perigosas. Há um amadurecimento precoce da juventude e uma sexualização dos costumes que não é necessariamente uma coisa ruim, mas antecipa riscos para uma faixa etária que ainda não encontra-se preparada para enfrenta-la.

Então, nossos avós estão corretos?

Podemos dizer que em parte, sim. Eles não tinham uma medicina avançada para protege-los, mas também não tinham tantos bandidos nas ruas, tanto contato humano que propicia um atrito nem sempre saudável. Eles não tinham as notícias em primeira mão da internet e da televisão, mas não eram obrigados a ver cenas terríveis entre um intervalo e outro do telejornal.

Pensando bem, cada época traz seus desafios, e essa discussão não vai tornar nosso mundo melhor só porque estamos discutindo o assunto.

Se por um lado não podemos voltar no tempo, por outro, podemos tentar recriar aquilo que foi perdido, mas que era bom. Esse é um esforço sensato.

Não poderemos nunca mais fazer certas coisas, mas poderemos fazer outras.

De qualquer forma, já sobrevivemos ao passado.

O risco é agora.

Podemos ao menos aprender algo com os riscos do passado?

Podemos realmente aprender a viver de maneira segura?

Essa é a verdadeira questão.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h56

A longevidade

Esta foi a quinta postagem do blog Defenda-se!:

08/04/2008

A longevidade

Se pararmos para pensar que a cada manhã que acordamos em nossas camas, somos na verdade sobreviventes do ontem, então quanto mais vivemos, mais comprovamos nossa competência em sobreviver.

Se é assim, então uma prova de que você está se saindo bem e sobrevivendo, apesar dos problemas, é a sua idade.

Quanto mais velho, mais competência você tem.

Claro, a competência não é cumulativa. Quer dizer, uma pessoa não acumula competência em sobreviver, porque as possibilidades de problemas são tão grandes que não há experiência no mundo que possa proteger alguém de tudo.

Quando somos jovens, não sabemos de um monte de coisas que podem ajudar a nos proteger. Então, estamos mais vulneráveis.

Na medida em que vamos adquirindo experiência de vida, vamos aprendendo a evitar problemas, e aumentamos nossas chances de vida.

Mas esse aumento de chance tem um limite.

É preciso lembrar que alguns riscos são constantes e independem de nossa experiência. Por exemplo: todos devem olhar para os dois lados de uma rua antes de atravessa-la. Isso é básico e todos aprendem isso desde pequenos. Mas a experiência ensina que mesmo em uma rua de mão única devemos olhar para os dois lados e não só para um único lado, porque sempre existe o risco de algo vir na contramão.

Pois bem. Embora um adulto possa aprender essa regra mais sofisticada, ainda assim ele deve de fato olhar para os dois lados. O conhecimento deve ser seguido de ação. Ele não pode se descuidar somente porque sabe mais que alguém mais jovem que ele. A sua experiência não o imuniza contra coisas na contramão.

Isso leva a um acúmulo de regras tal que ajuda a explicar o porquê das pessoas mais velhas serem tão conservadoras, caseiras e temerosas. Ao longo do tempo, elas acumulam tantas regras de segurança e sobrevivência que simplesmente sobrecarregam suas ações e planos. Simplesmente não vale a pena o risco para elas de se fazer a maioria das coisas que as pessoas mais jovens fazem.

Outra consideração a ser feita é que os riscos são sempre dinâmicos. As ameaças de ontem podem ser conhecidas e evitadas, mas o hoje sempre nos proporciona novos problemas. Assim, não basta assimilar as lições do passado. É preciso acumular conhecimento dos riscos atuais. É preciso saber o que ocorre hoje. As ameaças não são necessariamente cumulativas, mas tendem a aumentar. Algo que era um risco para nossos avós pode não ser um risco para nós hoje, mas provavelmente ainda é, talvez em menor escala.

Veremos posteriormente como o passar do tempo, o aumento da população mundial, a degradação de valores sociais e o desenvolvimento da tecnologia tem criado um mundo melhor em certos aspectos, mas também gerado ameaças que nossos avós são incapazes de assimilar.

A lição a ser aprendida é que o mundo de ontem pode ter sido mais simples e fácil de viver, mas ainda assim não podemos menosprezar o feito de uma pessoa que tenha vivido por décadas de maneira segura e tranqüila.

É verdade que há fatores como sexo, renda, herança genética, educação e localidade, dentre outros, que afetam as chances de uma pessoa sobreviver, mas certamente um idoso dos dias de hoje deve ser visto como um sobrevivente.

Da próxima vez que tiver oportunidade de conversar com algum deles, pergunte sobre como era a segurança a cinqüenta anos atrás. Provavelmente ouvirá que a vida era mais fácil, mas também provavelmente ouvirá histórias de heroísmo, bravura, coragem, sofrimento, dor, perseverança e sorte que o deixará espantado.

Longevidade realmente pode ser mesmo uma questão de sorte, mas certamente é antes de tudo uma questão de amor à vida.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h08

Para se chegar ao amanhã

Esta foi a quarta postagem do blog Defenda-se!:

07/04/2008

Para se chegar ao amanhã

Para se chegar ao amanhã, é preciso sobreviver ao hoje. Essa afirmação pode parecer banal, trivial e inocente, mas não é.

Você concorda com ela com toda a força de sua razão?

Se você tem crianças pequenas, deve sonhar em vê-las um dia grandes, saudáveis e felizes. Faz o que pode para que tudo corra bem com seu emprego, para que não falte a renda para a poupança da faculdade das crianças, mas deixa um vidro de inseticida aberto, um fio qualquer desencapado, uma vidraça trincada. Qual criança nunca teve um acidente doméstico na vida?

As estatísticas são assustadoras. Crianças precisam de segurança. Nós, adultos, muitas vezes pensamos mais no futuro que no presente. Negligenciamos pequenas coisas. Colocamos em risco o futuro nosso e de nossa família quando nos concentramos excessivamente em segurança material, financeira e social e esquecemos da segurança física.

Acidentes em casa são coisas muitíssimo comuns.

Não deveriam ser.

Deveríamos ter um mínimo de segurança em nossas casas no dia-a-dia.

É claro que cuidamos da saúde das crianças. Mas acidentes acontecem.

O excesso de acidentes de todos os tipos, com crianças inocentes, adultos saudáveis e idosos frágeis demonstra que as pessoas não estão preparadas para se protegerem uns aos outros, mesmo quando não há ameaça alguma vinda de fora de nossas casas.

Não fomos educados para sermos precavidos. A nossa cultura não nos ensina a nos mantermos alertas para possíveis riscos à nossa integridade física.

E, se pensarmos bem, veremos que diante de uma situação de insegurança física, não vale muito toda a segurança social, econômica, financeira e material disponível. Quebre um braço e todo o recurso do mundo poderá apenas remediar as conseqüências do ferimento. É verdade que você poderia evitar ter o braço quebrado, e sem investir um único centavo de sua segurança financeira. A prevenção quase sempre não custa nada, porque, como veremos, ela depende muito mais de nossa maneira de pensar do que do uso de mecanismos físicos para nos proteger.

Um plano de saúde nada pode fazer para impedir que uma criança, um vidro de álcool e um fósforo acabe mal.

Então, é preciso que você assimile essa verdade: seus planos futuros, sejam eles quais forem, dependem de seu esforço em se manter íntegro fisicamente hoje. Você pode dar um jeito naquela janela quebrada que ameaça cair sobre a cama de alguém uma hora dessas? Imagine um ente querido com um corte profundo provocado por um caco de vidro de uma janela trincada.

Você não poderá chegar ao amanhã se não se proteger fisicamente hoje. Para chegar ao amanhã, você e seus entes queridos devem estar fisicamente intactos.

Pense em seu corpo físico como algo valioso que deve estar constantemente protegido por uma redoma, um campo de força. Tudo que o rodeia pode atingi-lo, exceto se este campo de força estiver ligado.

Esse campo de força é a sua própria mente alerta, que vasculha constante e incansavelmente, todos os dias, em todos os lugares, as possíveis ameaças à sua integridade física, sejam elas reais ou potenciais. Esse estado mental alerta está treinado para ver riscos futuros onde agora há apenas uma possibilidade remota de problemas, mas você sabe que ele, o campo de força, o seu escudo defensivo, pisca uma luz vermelha sempre que pressente algo errado.

Essa é a hora de agir.

Essa é a hora de tomar providências. Quando a luz vermelha se acende, é a hora de se precaver quanto a danos que não nos interessa.

Uma luz piscando deve sempre ter esse significado: uma ameaça que pode colocar em risco todo um futuro maravilhoso pela frente. Não vale a pena colocar planos e sonhos de décadas futuras em risco apenas porque você não tem tempo ou ânimo para agir agora.

Mas, se quiser, relaxe. Coisas ruins não acontecem com você. Só com os outros.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h32

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma vida ingênua

Esta foi a terceira postagem do blog Defenda-se!:


04/04/2008

Uma vida ingênua

É um fato consumado que passamos grande parte da vida sob a ameaça de riscos os mais diversos.

Quando nascemos, somos frágeis e só sobrevivemos porque somos protegidos pelo mundo à nossa volta. As primeiras lições que aprendemos ainda engatinhando é que não devemos fazer isso, não devemos tocar naquilo, não podemos ir a tal lugar, e que o mundo é um lugar perigoso.

Mais alguns anos, e vamos às escolas aprender a ler, escrever e somar, mas continuamos ouvindo as mesmas recomendações. Não fale com estranhos, cuidado ao atravessar a rua, olhe onde pisa, cuidado com escadas, não saia sem avisar, não coma nada que não saiba a origem, fique longe de encrencas.

Depois, quando chegamos à adolescência, passamos a desafiar todas essas lições.

E depois ainda, achamos que somos adultos preparados e paramos de nos preocupar.

A grande mensagem que fica gravada em nossa mente é esta:

“Não vai acontecer comigo”

O que não paramos para pensar é que só chegamos à vida adulta porque tivemos pessoas cuidadosas à nossa volta, instituições seguras onde freqüentamos, lares e ambientes saudáveis onde pudemos crescer razoavelmente sem problemas.

É verdade também que nem todos tiveram essas condições, mas se uma pessoa cresceu em um ambiente perigoso, então grande parte do mérito por estar vivo como adulto se deve mais à sorte que a qualquer outra habilidade sua.

Um adulto nunca pode esquecer que os tempos são outros. Na época em que era criança, a vida era mais fácil. Não havia tanta gente no mundo. Os valores não estavam tão deteriorados. Havia algum controle social.

Hoje, as coisas são infinitamente mais difíceis.

Aceitar que a vida antes era mais fácil significa aceitar também que a maneira despreocupada com que fomos criados não vale mais para os dias de hoje.

Em outras palavras: aceitar que o mundo de hoje é mais perigoso que o de ontem implica em admitir que não fomos educados para enfrentar os riscos de hoje.

E se admitirmos que não estamos preparados para os riscos de hoje, então como é que conseguimos sobreviver?

Mais uma vez, não se deve atribuir o sucesso a algum mérito pessoal. Basicamente, sobrevivemos sem estar preparados mais devido à sorte que a qualquer outra coisa.

Mas essa situação pode ser mudada.

Talvez haja muita coisa que se possa aprender ao longo do tempo, mas a mais importante deve se a lição que quebra a vidraça embaçada que não nos permite ver a realidade. E essa vidraça quebrada mostrará que há riscos, sim, e muitos. A lição seria algo como:

“Se acontece com os outros, pode acontecer comigo também”

Já é um excelente começo admitir que a frase acima está correta.

O simples fato de aceita-la pode lhe salvar a vida.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 10h51

Surpresas desagradáveis

Essa foi a segunda postagem do blog Defenda-se!


03/04/2008

Surpresas desagradáveis

As pessoas são sempre cheias de sonhos. A maioria delas passa a maior parte do tempo pensando e agindo em busca de coisas que só acontecerão no futuro. É verdade que muitos sonhos jamais se realizarão, mas isso não é um problema real. Sonhos vêm e vão.

Não importa. Uma coisa é certa: viver o máximo possível é um direto de todos, senão um dever. É um direito que ninguém deveria questionar ou violar, mas infelizmente o mundo real não funciona dessa maneira.

E então, enquanto você se empenha em trabalhar, economizar cada centavo, fazer as coisas certas da maneira certa, surge a ameaça inesperada e brutal.

Que ameaça é esta?

E você estava preparado, ao menos mentalmente, para reagir a essa ameaça?

Provavelmente não.

Aquela viagem de sonhos pode virar um pesadelo de vida ou morte por causa de um simples pneu furado fora de hora no lugar errado.

Aquela praia deliciosa pode esconder também um ladrãozinho sorrateiro que leva sua carteira e faz seu sorriso bronzeado virar uma expressão de dor e desespero.

Você sai para comprar um pão na padaria ao lado e nem repara, mas esqueceu a janela aberta. Quando volta, entra em casa assoviando, sem perceber um vulto que corre da cozinha para o quintal, com um revolver na mão.

Você conversa alegremente com sua amiga favorita num bom restaurante numa noite agradável. Quando chega ao local onde deixou o carro, ele parece ter evaporado. E você o procura, certo de que se enganou de local. Mas não tem jeito. Os cacos de vidro denunciam o crime. Você foi roubado.

E agora?

Você está preparado para reagir a essas surpresas desagradáveis?

Se não está, deveria pensar melhor na maneira como tem levado sua vida.

Quaisquer que sejam seus sonhos e planos futuros, eles são preciosos demais para serem colocados em risco por uma atitude negligente sua aqui, agora, no presente.

Uma visão defensiva do mundo pode fazer a diferença?

Acreditamos que sim, mas se não está convencido, nós podemos entender esse seu modo de pensar.

Aos poucos, trataremos das objeções, mas por hora, é bom que saiba que a negligência para com sua segurança é um erro caro demais para ser cometido com muita freqüência. Por vezes, um único erro pode ser também o último.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 09h35




Um blog com uma missão

Essa foi minha primeira postagem do blog Defenda-se!



02/04/2008


Um blog com uma missão


Se você acha que o que importa é o amanhã, então saiba que para se chegar ao futuro, é primeiro preciso que se sobreviva ao presente, hoje. Essa não é uma tarefa fácil. Não nos dias de hoje. Por isso, qualquer pessoa precavida deve antes fazer seu dever de casa e se manter seguro, assim como deve também promover a segurança de seus familiares. Ajudar as pessoas a se defenderem é a missão desse blog.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 18h37



Defenda-se!

Eu sou um cidadão comum, e estou sujeito aos mesmos tipos de violência a que se submetem todos os brasileiros todos os dias. Mas nem por isso achei que deveria facilitar as coisas para a bandidagem.  Acho que bandido é oportunista e não gosta de trabalho pesado por definição. Então, sempre procurei não deixar as coisas fáceis para eles.

Mas um dia eles deram sorte e acabei sendo assaltado. Foi uma experiência horrível e tomei todas as medidas que achei importantes para evitar novos problemas.

Eu sou uma pessoa que é detalhista. Não gosto de assuntos desagradáveis, como violência urbana, banditismo e suas causas, a influência das drogas e da cultura pobre em geral sobre o aumento de todas as formas de violência, enfim, sempre preferi fazer minha parte e evitar riscos sem entrar no mérito das causas e soluções possíveis para o problema da violência no mundo em geral, mas depois de ter sido assaltado, coisas como pena de morte, roubo de carros, uso de drogas, formação de quadrilhas, passaram a me interessar, ao menos por um tempo.

Hoje não me interesso mais tão intensamente por esse tipo de assunto, embora não descuide dos acontecimentos e das formas de prevenção.

Então, na época do assalto, andei dando uma busca sobre o tema "prevenção contra a violência". Foi decepcionante que tão pouco se fale sobre o assunto na internet. As pessoas simplesmente preferem ignorar que haja um problema grande e real rondando a todos. Se você quiser tirar sua própria conclusão sobre o assunto, pense da seguinte maneira: você já foi vítima de algum tipo de violência?

Se não foi, teve muita sorte. Reze para que essa sorte continue a seu lado, mas ainda assim, previna-se. As chances de ser vítima pela primeira vez é maior a cada dia que passa e é melhor não confiar somente na sorte.

Agora, se já foi vítima de roubo, assalto, estupro, sequestro-relâmpago, chantagem por telefone, ou qualquer outra forma de violência contemporânea e genuinamente brasileira, pense melhor: se houvesse uma educação ampla e generalizada sobre o tema, você teria podido evitar o evento no qual se tornou vítima? Pense, por exemplo, que no lugar de ter perdido duas horas em um ano qualquer vendo uma reprise de novela ou uma partida de futebol pela televisão, você tivesse assistido a um documentário com dicas de prevenção contra violência exibido por especialistas do assunto, como policiais, investigadores, carcereiros e ex-criminosos arrependidos?

O assunto é amplo e doloroso, mas pouco discutido. Pensei em pesquisar sobre o assunto e criar um blog com compilações de dicas de segurança abordando princípios básicos e casos reais.

Então, criei o blog Defenda-se!.

Mas não sou especialista no assunto, e a internet é carente desse tema, e eu estaria mais prejudicando que ajudando dando dicas sobre um assunto no qual não sou especialista. Preferi abandoná-lo. Mas pretendo postar os cinco ou seis textos que cheguei a disponibilizar no ar, para que não caia no esquecimento.

O tema, infelizmente, é atual e urgente. Hoje, assistindo aos noticiários, não pude deixar de notar duas notícias alertando para a escalada da violência nas grandes cidades. Essa escalada já era esperada e ainda que inevitável, nada se faz para alertar a população indefesa.

Fica aqui registrada a minha preocupação com o assunto e a minha iniciativa no sentido de se alertar as pessoas comuns sobre o que elas podem fazer para dificultar a vida dos bandidos, já que não podemos eliminá-los, nem há presídios o bastante para eles.

Eu retornarei  posteriormente a debater o assunto da violência nesse blog, mas já antecipo a sugestão para todos. Se você é um profissional da segurança, faça a sua parte e ajude na educação da sociedade. Ensine noções básicas de segurança, que não se limite a "não deixe a luz da garagem acesa durante períodos de viagem", ou "peça para seu vizinho recolher sua correspondência quando estiver de férias" e coisas do tipo. Precisamos ser realistas quanto aos fatos: bandidos são perigosos, implacáveis, insensíveis e incorrigíveis.

Defenda-se!



terça-feira, 17 de agosto de 2010

O marketing on-line

Andei dando uma olhada no meu blog  e vi que tenho uma série de imagens em alguns posts. Ora, como um sujeito honesto que sou, pequei em não anotar de onde consegui as imagens. Isso de copiar e colar é legal, mas as pessoas que disponibilizam conteúdo na internet também querem crédito pelos seus trabalhos e esforços e isso inclui o devido reconhecimento da autoria de textos, fotos, desenhos e tudo o mais que não seja nosso.

Por isso, peço desculpas se eu estiver usando algo que foi criado por você, leitor.

Ora, faço essa observação porque hoje, no intuito de fazer um intercâmbio de visitas entre blogs, acabei entrando numa comunidade do Orkut chamada Divulgue seu Blog . Lá  há cerca de 13.700 membros e funciona na base da divulgação, da visita, do comentário em cadeia, e acabei entrando num blog de um colega chamado _Maatheus, http://www.variedadesinf.blogspot.com/, e acabei recomendando a ele que identificasse suas fontes de informação, já que era certo que ele não era o responsável direto pelas notícias que postava no blog.

Acho que a dica vale para todos os blogueiros que pegam informações emprestadas de terceiros. Sempre é bom citar as fontes, e a dica vale para mim também.

Só para não bancar o chato, falarei sobre um assunto que não é minha praia, e vou testar uma nova forma de troca de visitas: os textos sincronizados. Depois explico melhor o que é essa ideia.

Vamos ver no que dá...



Metamorphose: os fatos

Meu primeiro site foi o Metamorphose. Eu o criei num editor de texto comum, no Notepad, na unha, usando comandos básicos de linguagem html. Aprendi algumas coisinhas e ficou nisso.

Uma das coisinhas que aprendi era que um site em html puro fica rapidamente cansativo se não sofrer mudanças de tempos em tempos. Mas, naquela época, mudar toda uma série de tags de html era uma coisa muito complicada. Então eu pensei em uma maneira de criar sites que fossem simples de se atualizar, porque na época não havia ainda a tecnologia fácil dos blogs. Então, acabei dando uma pesquisada em CSS e achei razoável, mas insuficiente. Depois, pensei em programação de sites, algo como javascripts e por fim achei o tal de Zope, mas ficou nisso. Tudo muito complicado e demorado. Uma hora falo desse assunto árido e técnico, porém fascinante da programação de sites para internet.

Eu criei pouco conteúdo para esse site. Era uma coisa meio que de adolescente, mas coloquei um contador de visitas nele e por quase oito anos acompanhei sua evolução. A coisa era simplesmente lenta e aleatória demais, quer dizer, as visitas eram puro acaso. Nunca fiz nenhuma divulgação de nada.

Eu estudei administração de empresas e sempre gostei do assunto, assim como sempre me interessei por marketing. Mas tudo que sabia sobre empresas e marketing era relativo a empresas reais, antes da era da internet. Pouca coisa da experiência do marketing real funciona na prática quando aplicado no mundo virtual.

Mas para mim uma coisa é certa: não é fácil fazer um site ou blog ruim ir para frente. Essa é uma regra de ouro e que é muito difícil de ser seguida, porque muito pouca gente tem realmente algo de útil ou interessante a dizer ao mundo. Assim, poucos sites conseguem algum número expressivo de siteviews, ainda que faça bastante propaganda on-line ou off-line. Simplesmente as pessoas descartam blogs ruins da mesma maneira que descartam produtos e serviços ruins na vida real, seja porque não são bons ou porque não interessam de alguma forma.

Então, o que o Metamorphose se propunha a oferecer?

Ele se propunha a oferecer humor.

Ora, dirá você imediatamente: como pode um cara chato como esse Rosenvaldo se meter a escrever ou produzir humor? Ele deve estar brincando...

Mas ainda assim, eu postei minhas centenas, milhares de piadas, e elas ficaram no ar por oito anos, sendo vistas por algumas dezenas, centenas de pessoas ao longo desse tempo todo.

Veja: o Metamorphose foi ao ar em 19/08/2001 e sua última atualização foi em 06/04/2008. Na verdade, ele foi quase totalmente feito em 2001 e somente teve alguns links inseridos em 2008. No momento em que escrevo essas palavras, o contador de metamorphose marca 1002 visitas, sendo uma boa parte dessas visitas sendo minhas mesmo, porque o contador não sabe quem entra e conta toda visita, inclusive a minha, como uma nova visita. Assim, reforço o que disse no post anterior: sou o meu mais assiduo fâ e leitor.

Minhas estatísticas de acompanhamento de um site ruim como Metamorphose levam a crer que ele recebia em média uma visita a cada dois dias. Isso é muito pouco, porque de fato, isso não significa que uma visita representasse realmente uma pessoa lendo o conteúdo do site. Uma pessoa pode simplesmente clicar num link por acaso e cair nele, e sair imediatamente, sem ler nada, maldizendo a perda de tempo.

Meus blogs deletados não foram melhores. Teorias Alternativas e Clorofiles nunca foram divulgados, e acabaram com contadores com 76 e 13 visitas, respectivamente. Uma quantidade pífia, embora pudessem sugerir conteúdos bons. Se um visitante, por outro lado, se sentiu atraido pelo assunto, decepcionei-o, porque não fui capaz de manter os blogs com novas postagens.

Assim, fica outra lição: mesmo um conteúdo legal precisa ser atualizado e divulgado. As pessoas não podem ficar entrando no seu blog todo dia na esperança de que você tenha publicado algo novo. Elas se cansam e vão em frente.

Mas eu aprendi uns truques legais em html, de maneira que não foi uma experiência perdida. Agora, que truques são estes, fica para um outro post. O fato é que Metamorphose não prosperou.

Esse era o seu logotipo de abertura (horrível, por sinal):



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O destino dos blogs

Eu tenho questionado a razão da existência dos blogs desde um bom tempo, e embora não tenha chegado a uma conclusão definitiva, cheguei ao menos a algumas conclusões parciais.

Um blog pode ser usado para uma variedade enorme de interesses. Agora, uma coisa é certa: é muito difícil arrumar tempo e disposição para manter atualizado mais do que um único blog. Manter dois blogs requer uma determinação danada, e além disso, com três ou mais blogs, é certeza de não se manter nenhum deles em base atualizada.

Pensando nisso, resolvi dar um basta nos meus blogs emperrados.

Mas não é só isso.

Uma coisa que eu aprendi é que escrever um blog é difícil, mas mais difícil ainda é fazê-lo popular. Um blog, por mais atualizado que seja, não é páreo em termos de atratividade para um MSN ou um Orkut, Facebook ou um portal de notícias, tipo UOL ou IG. As pessoas simplesmente chegam a um blog por acaso, depois acham legal e seguem em frente. Não há razão para alguém ser fiel a um blog, a menos que ele seja especializado em algum assunto. Mas isso de especialização é outra coisa espinhosa que merece ser bem estudada.

Como sempre achei os blogs algo confuso, embora atraentes, resolvi comprar um livro de um autor americano chamado Hugh Hewitt. O nome do livro é "Blog - entenda a revolução que vai mudar seu mundo". Ah, para não perder o costume, é bom lembrar e recomendar: comprei-o por uma ninharia na seção de livros do Wal Mart.

Pois bem, li o livro todo e aprendi um bocado de coisas interessantes que comentarei por aqui futuramente, mas ainda assim, as dúvidas continuam.

Só sei que aos poucos vou dando fim a meus blogs antigos, postando aqui o que restou deles e simplificando minha vida.

Filosofia Inútil, Clorofiles e Teorias alternativas já eram. Agora, resta, bem... deixe-me ver... devo ter mais uns quatro ou cinco blogs e sites perdidos por aí.

Por falar nisso, antes dos blogs tínhamos de nos virar com os sites secos, que criávamos em html bruto, ou com o Frontpage.

Pois bem, meu primeiro site foi o Metamorphose. Era um site com milhares de piadas e alguns textos cômicos que eu inventava, meio sem graças, mas que estão no ar até hoje. Pensando bem, já estão no ar a tempo demais. Logo, vou postando por aqui algumas piadas do Metamorphose e com o tempo, dou um fim nele também.

Acho que o destino dos blogs é servir de lixeira para sites velhos e ideias antigas. Acho que é um bom uso, apesar de tudo.

Vamos então às piadas...



Pobre Zappa

Andei dando uma lida em posts antigos desse blog e muita coisa mudou em minha vida desde as primeiras postagens, em 2004.

Eu ainda gosto de escrever. Muito.

Eu disse também que o rock já era. Bem, ao menos quanto a mim, parece que não ando em uma boa fase rockeira.

E continuo procurando uma razão para perseverar escrevendo este blog, ou qualquer outro.

Mas, pensando bem, certas coisas não mudam. O que não muda é o meu gosto por escrever e, como gosto é gosto, posso afirmar que à medida que o tempo passa, vou esquecendo das coisas que já escrevi e quando as releio, em geral gosto do que produzi. Sabe, eu sou meu mais fiel leitor.

Pensando nisso, posso recomendar enfaticamente que leiam meus textos, porque eles são bons. Sei que eles são bons porque sou um leitor exigente, e quando leio um texto meu, velho e esquecido, eu gosto do que leio. É somente por isso que me recomendo a todos.

Ora, Zappa foi lembrado duas vezes nesses dias, embora eu não mais o tenha ouvido.

Ele foi lembrado por mim quando vi três dvds com shows e filmes seus que eu sabia que existiam, mas que até então eu não sabia que estavam disponíveis no Brasil. Tudo graças à... FNAC.

Dizem que um cliente satisfeito fala bem de uma empresa para apenas mais três pessoas, enquanto que um cliente insatisfeito fala mau de uma empresa para trinta e três outras pessoas. Esse suposto dado a respeito de comportamento de consumidores pode até ser verdade, mas me recuso a fazer parte dele. Assim, falarei bem das empresas e produtos que me agradam, e nada das que me decepcionam.

Ah, isso me leva necessariamente ao um outro blog meu (isso, isso, isso mesmo, eu tinha mais um outro blog perdido por aí), relacionado com nossos hábitos consumistas, que eu batizei de Consumers!

Ele, o blog, nasceu... mas morreu. Nasceu morto. Mas depois falo dele. Agora, falo sobre Zappa.

Pois bem, a segunda vez que me lembrei de Zappa foi hoje, na Libraria Saraiva (sim, eu vivo em livrarias!).

Enquanto passava o tempo, dei de cara com um livro desses grandes, de arte, com acabamento refinado, entitulado: Too Young To Die, ou coisa assim. Era sobre celebridades de diversos ramos que fizeram fama e morreram antes do normal.

É um livro trágico, e eu e minha esposa o folheamos com um misto de curiosidade e tristeza.

Não por acaso, o livro era organizado em ordem alfabética. Assim, o último nome da lista era... sim, com a letra Z. Frank Zappa, morto de câncer de próstata aos 52 anos.

Mister Zappa, eu posso não mais estar numa fase roqueira, mas eu o admiro, e você viverá para sempre na galeria dos grandes que morreram cedo, muito cedo, cedo demais, deixando um vazio amargo e triste... Lennon, Callas, Elvis, Cobain, Zappa, Michael, Diana, Mercury... a lista é longa.

Fica aqui meu reconhecimento e agradecimento por esse pessoal todo ter existido e dado duro naquilo em que se propuseram ser e fazer, deixando um legado que o tempo não irá apagar. Esse blog os saúda!



Filosofia Inútil

Disse certa vez que meu primeiro blog foi no IG, e eu nunca cheguei a postar nada por lá. Simplesmente criei o blog e não tinha nada a dizer naquele momento. Nem sequer me lembrava do nome desse blog, morto logo no nascedouro.

Agora, dando uma olhada em umas pastas do meu HD, lembrei-me dele, e de seu nome. Era Filosofia Inútil.

Por que esse nome?

Porque na época eu estava lendo muito sobre filosofia e achei que seria legal criar um blog para discutir determinados assuntos, mas não segui adiante.

Assim, fica aqui registrado que ele existiu.

Veja, é um título bem coerente com o tema. Acho que a filosofia em geral sempre é inútil, embora prazerosa de se debater.

Assim, sempre que eu falar sobre algo relacionado com filosofia, o espírito digital de Filosofia Inútil estará presente.



Clorofiles

Eu também comecei um blog sobre Ecologia, que chamei de Clorofiles. Apesar do nome legal, ele não prosperou, como era de se esperar. Então, resolvi deletá-lo agora.

Para que as duas velhas postagens do Clorofiles não caiam no vazio digital, posto-as aqui, agora, para que perdurem ad infinitum.

domingo, 18 de outubro de 2009

Clorofiles


Esse é um bom lugar para se falar em Ecologia.


Postado por Rosenvaldo Simões de Souza às 17:46
 
Essa foi a primeira postagem, seguida da segunda e última:

domingo, 18 de outubro de 2009

Uma coleção de vagos problemas

Você liga a televisão numa noite de um dia qualquer da semana e lá estão elas, as notícias mundiais e locais. É inevitável. Lá estão os problemas.

Chuvas torrenciais nunca vistas inundam cidades por todos os lugares.

Você, que nunca viu nada parecido, só pode concluir o óbvio. Algo muito ruim está acontecendo, porque nunca choveu tanto assim.

Você vê também uma notícia sobre um acidente de trânsito terrível em alguma estrada movimentada em algum lugar do país.

Isso ocorre todo dia e parece não ter fim. Também, conclui você, são tantos carros!

É preciso um limite, parece claro. As pessoas não podem ter cada uma um carro. Não há espaço, não há ruas suficientes, e não há educação suficiente para todos.

Todos esses carros só podem acabar em acidentes.

E quanto petróleo queimado!

É preciso que se faça algo.

Mas quem?

O governo?

Mas ele mal dá conta do básico!

Sua consciência pesa: você precisa fazer algo.

Mas o quê?

Andar a pé?

Usar menos energia elétrica?

Votar melhor?

Se educar?

Ensinar alguém menos esclarecido?

Agir sozinho?

Agir em grupo?

Fazer parte de uma comunidade ecológica?

Sim, talvez essa seja a solução.

Afinal, você não sabe quase nada sobre Ecologia, correto?

Você só percebe as conseqüências dos problemas ecológicos que aparecem diariamente nos noticiários, certo?

Qual o caminho para ajudar?

Sim, as comunidades!

Você entra na Internet e procura algo sobre animais. Você descobre o Greepeace e a World Wild Life.

Você se convence de que presentes feitos com animais ou partes de animais, como peles, ossos, pelos, etc., não são legais. Você acha que o grande Harrison Ford não pode estar errado.

Você resolve fazer a sua parte.

Afinal, você não sabe nada de Ecologia, não é mesmo?

Essa sua busca por uma comunidade de educação ambiental é talvez o seu primeiro erro e o seu primeiro acerto.

Afinal, o que é uma comunidade de educação ambiental?

Melhor: o que é exatamente Ecologia?

Vamos aos fatos.

Postado por Rosenvaldo Simões de Souza às 17:46
 
Fala sério: é um tema fascinante, não é?
 
Por isso, eu continuarei falando sobre Ecologia aqui, nesse blog, tendo em mente as ideias que poderiam ter sido veiculadas no Clorofiles, mas que não foram porque não se pode querer manter muitos blogs esparsos. Não funcionam e não prosperam.
 
Adeus, Clorofiles, mas que venham as ideias ecológicas.



Mais dúvidas

Como disse na postagem anterior, eu acabei com um blog chamado Teorias Alternativas, porque acho que não dá para manter um monte de blogs esparramados pela net sem continuidade.

Acontece que quando fui deletá-lo, havia uma mensagem ainda não postada, em forma de rascunho, ainda inacabada. Para não me desfazer dela, dei o acabamento que faltava e a publico agora, pois ela merece ser eternizada.

Eis:

sábado, 10 de outubro de 2009

A primeira dúvida

Ao contrário de Descartes, que pregou a dúvida metódica, usei de dúvida comum, porque ainda não conhecia Descartes.

A minha dúvida teve como origem uma atividade prática.

Como católico, sempre soube que rezar era uma coisa desejável. A comunhão com Deus deveria ser sempre fortalecida, porque nós homens somos seres fracos e precisamos da ajuda de um ser superior. Como católico, aprendi a rezar orações padronizadas, e fui orientado e fazê-las normalmente à noite, diariamente, antes de dormir, no silêncio do meu quarto.

Quando saí de casa, por volta dos meus dezoito anos, comecei a sofrer as consequências do cansaço diário que as tarefas da vida adulta proporcionam a todos diariamente, e fiz a mim mesmo a pergunta: seria mesmo preciso rezar todas as noites, sem falhas?

Por que rezar passara a ser uma espécie de obrigação incômoda?

Assim, terminou meu blog fracassado.
 
Veja: o blog fracassou, mas não as ideias que deveriam ser veiculadas nele.
 
Por isso, tenho que informar que essas ideias serão veiculadas aqui, nesse blog, para o bem ou mal de todos, inclusive o meu.
 
Agora, resta dar um jeito em mais um blog fracassado, o Clorofiles.
 
Pensando bem, sempre que resolver postar algo sobre Ciência ou Ecologia, me lembrarei desses dois velhos blogs. Eles viverão aqui, para sempre...