domingo, 29 de agosto de 2010

Aderência a regras: sua personalidade ajuda?

Esta foi a sétima postagem do blog Defenda-se!:

10/04/2008

Aderência a regras: sua personalidade ajuda?

Viver com segurança significa que você e sua família devem agir de acordo com certas regras que proporcionem realmente segurança. No entanto, a aderência das pessoas a regras em geral não costuma ser muito grande.

Uma regra de segurança não é uma imposição legal. Não há nenhuma lei obrigando uma pessoa a segui-la, exceto em alguns casos, como as regras de trânsito, de porte de armas, de consumo de certas substâncias e da proteção que o Estado e os adultos devem prestar a outras pessoas, como crianças, mulheres, idosos e deficientes.

Portanto, uma regra de segurança, por mais óbvia e simples que seja, não pode ser imposta. Tente, por exemplo, obrigar uma pessoa qualquer a olhar para os dois lados da rua. Simplesmente não é possível.

Mesmo as regras legais de segurança não são realistas nas conseqüências de suas violações. Quer dizer, há determinadas regras que existem por força de lei, mas que não são cumpridas. No entanto, fazer com que sejam cumpridas é quase impossível. Violações a elas são de difícil comprovação e por isso quase não se pune que as infringiu.

Regras sem punições são regras inócuas? Muitas delas são, mas as regras de segurança existem muitas vezes mais para servir como um alerta do que propriamente para que sejam seguidas rigorosamente. As pessoas, ao tomarem conhecimento delas, passam a perceber que há uma preocupação ou um risco real com determinado assunto. Todos percebem que muito provavelmente não serão punidos se não as cumprir, mas passam a saber que há algum risco envolvido em viola-las.

Por exemplo: há no nosso Código de Trânsito uma restrição quanto aos ocupantes de um veículo trafegarem com os braços para fora das janelas. Essa é uma regra claramente de difícil fiscalização. Por isso, muita gente não dá a mínima para ela. Algumas pessoas sabem que não serão punidas por nenhuma fiscalização. Por outro lado, muitas pessoas passaram a perceber que há de fato um risco real em se deixar um braço para fora. Qual é esse risco?

Somente depois de ouvir algumas histórias tristes de braços quebrados por motoqueiros em alta velocidade é que algumas pessoas passam a se preocupar com o assunto.

Então, passamos ao ponto que nos interessa.

A grande maioria das regras de segurança não são escritas, nem codificadas, nem estão em leis, nem levam os infratores a serem multados. Mas todas, sem exceção, sinalizam para um risco em potencial caso as violemos.

Respeitar ou violar regras de segurança é uma questão de quão disposta uma pessoa está em manter-se viva e segura. Ela pode violar muitas regras e sobreviver sem um arranhão. Mas às vezes uma única violação de uma simples regra banal pode significar a morte imediata. Os atropelamentos são um sinal claro de que mesmo uma regra simples como “olhar para os dois lados antes de atravessar uma rua” é negligenciada.

A aderência a regras é uma questão de personalidade?

Sim.

O que leva uma certa pessoa a ser metódica, disciplinada e esforçada quanto a regras em geral?

O que leva uma outra a ser preguiçosa, sarcástica e cínica, indolente e procrastinadora, irresponsável e insensível quando o assunto é a preservação de vidas humanas?

Essa é uma pergunta perturbadora.

Você, em seu intimo, sabe como se sente com relação a regras em geral e quanto a regras de segurança em particular. Como você é?

Admitir que você é como é já é um bom começo.

Se não gosta de como é, então é hora de mudar.

Escrito por Rosenvaldo Simões de Souza às 12h43

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