domingo, 23 de outubro de 2011

Meus muitos interesses

Após traçar meus planos de leitura em minha Agenda Ecológica 1999, eu listei algumas das minhas áreas de interesse. Isso já em 2000.

Então, assim está escrito em minha agenda:

Áreas de interesse:
Probabilidade em jogos.
Matemática financeira.
Teorias técnicas – desenvolver.
Mercado financeiro.
Estudar sites na Internet.
Desenvolver site lucrativo.

Agora, o que isso significa?

Uma área de interesse era algum ramo de conhecimento, estudo ou pesquisa que eu pretendia me especializar ou aprofundar. Então, vejamos um pequeno resumo de cada uma dessas áreas:

Probabilidade em jogos: em algum momento, provavelmente quando eu estudava alguma coisa de matemática financeira, eu acabei vindo a tomar conhecimento de outro ramo da matemática, a probabilidade. Não estudei probabilidade nem no segundo grau nem na faculdade. Então, era algo que me interessava aprender. Mas por quê? Porque eu, assim como muitos milhões de pessoas ao redor do mundo, pensava que o mundo dos jogos, das loterias mais precisamente, poderia ser uma forma fácil de se enriquecer. Eu, na minha ingenuidade, pensava que poderia achar um meio que facilitasse as minhas chances de ganhar algum tipo de prêmio. Isso tem um pouco a ver com o jogo do bicho, que sempre jogávamos no nosso velho tempo de donos de bar em Araras, eu e meu irmão Roni. Talvez, e apenas talvez, a probabilidade matemática ajudasse a facilitar as coisas no caminho para a riqueza. Daí meu interesse nessa área.

Matemática financeira: eu havia estudado matemática financeira no terceiro ano da faculdade de Administração de Empresas, em Anápolis, mas não o suficiente para atender ao meu gosto exigente por conhecimento. Eu comprei um livro sobre o assunto na época, mas eu disse que ganhei vários livros de um amigo. E dentre os livros que ganhei, havia um que ia mais longe que a simples matemática financeira. Era um livro de engenharia financeira. Então, eu sabia que se quisesse enriquecer, eu deveria saber muito sobre engenharia financeira. Afinal, aquilo era algo sofisticado e desconhecido. Eu bem que poderia ser um engenheiro financeiro.

Teorias técnicas - desenvolver: eu disse que tenho o livro de Idalberto Chiavenato, o "Introdução à Teoria Geral da Administração". Eu sabia que em Administração uma teoria vive substituindo outra de tempos em tempos. Agora, de posse de meus livros sobre explicações científicas, lógica e tudo o mais, eu poderia entender melhor as teorias da Administração, e quem sabe, aprimorá-las. Sim, eu queria desenvolver minhas próprias teorias da Administração.

Mercado financeiro: eu queria saber mais sobre como funcionavam os bancos, seus produtos, seus contratos, enfim, eu queria conhecer o mercado financeiro como um todo. Queria saber o papel dos bancos como emprestadores e tomadores de dinheiro. Eu queria saber como o dinheiro fluía pelo mundo. Era um anseio legítimo. Afinal, eu queria ficar rico. Um rico precisa saber como as coisas funcionam no mundo financeiro.

Estudar sites na Internet: a Internet estava engatinhando. Eu sabia que fortunas poderiam ser criadas nesse ramo. Eu já entendia razoavelmente bem do mundo da informática, mas não de como construir sites, páginas, aplicativos e coisas do tipo, que permitiriam interatividade em uma página na Internet. Eu sabia que deveria aprender algo mais complexo que simples páginas html estáticas se quisesse ter alguma chance de fazer algo profissional no ramo. Então, eu precisava fazer meus estudos nessa área, algo como uma engenharia reversa em sites que estavam fazendo sucesso, e tentar algo por meus próprios meios.

Desenvolver site lucrativo: por fim, já era 2000, e a bolha das ponto.com tinha estourado. Sites foram à falência porque não eram capazes de gerar receita, nem lucro, nem cumprir o que prometiam aos seus clientes e seus investidores. Logo, eu sabia que não bastava ter um site popular e famoso. Era preciso que ele fosse lucrativo. Esses problemas, em especial o da lucratividade, foram, são e serão sempre os principais problemas na Internet, mas qual negócio fora da Internet não é problemático pelos mesmos motivos?

Era isso que eu tinha em mente quando tracei minhas áreas de interesse: finanças, jogos, internet.

Nada mau de novo.

O que isso resultou? Eu procurei conhecer melhor minhas áreas de interesse ou eu perdi interesse por elas?

Esse blog dirá, mas não agora.

Agora, é preciso seguir em frente. Afinal, escrevi minhas áreas de interesse apenas para ocupar espaço na agenda, já que não tinha mais que cinco atitudes ecológicas em mente para preencher duas páginas inteiras.

Mas olhe, é preciso tomarmos cuidado com aquilo que sonhamos, porque nossos sonhos podem se tornar realidade!

sábado, 22 de outubro de 2011

Registrando nossos sonhos

Depois que registrei meus planos de leitura em minha Agenda Ecológica 1999, eu escrevi sobre minhas áreas de interesse na época. Era uma nova página em minha agenda, e era para eu usar essa página para anotar minhas atitudes ecológicas para o ano. Mais atitudes! Eu já tinha anotado cinco delas. Já eram o bastante.

Então, eu usei essa página para anotar minhas áreas de interesse.

Mas antes, se alguém folhear a agenda, verá que entre meus planos de leitura e as minhas áreas de interesse há o registro de um sonho.

Mas esse sonho está registrado neste lugar somente porque havia um espaço na agenda, e eu não queria desperdiçar espaço nela. O sonho ocorreu bem depois.

Por que registrar um sonho?

Antes porém, é preciso saber que aquele sonho registrado fora do lugar não era o meu primeiro sonho registrado. Havia outros antes dele, embora ele aparecesse primeiro na minha agenda, apenas por uma questão de economia.

Mas, se havia outros sonhos registrados antes, por que eu resolvi registrá-los? E qual foi o primeiro sonho registrado?

Eu resolvi registrar meus sonhos na minha agenda exatamente por causa deste primeiro sonho. Foi exatamente porque eu sonhei um sonho que merecia ser registrado é que eu passei a registrar meus sonhos.

Mas que sonho foi esse que mereceu ser registrado?

Eu falarei dele quando chegar a hora, mas uma coisa é certa: foi o sonho mais fantástico que já tive na vida. Provavelmente não sonharei mais nada que se aproxime dele em todo o resto de minha vida. Então, ele merecia ser mesmo registrado.

Depois, passei a registrar novos sonhos. Sabe, a princípio é uma coisa legal de se fazer, exceto que nem sempre sonhamos coisas legais. E depois, é muito difícil registrar sonhos. Eles são fugidios e se desvanecem logo assim que acordamos. E por fim, parece que sonhos seguem fases de nossas vidas. Tem épocas em que sonhamos muitos sonhos interessantes que merecem ser registrados. Tem épocas em que sonhamos sonhos medíocres, monocromáticos e pouco dignos de registro. E tem sonhos selvagens que sonhamos assim que pegamos no sono, e que nunca nos lembramos deles, porque dormimos longas horas todos os dias, e no final do sono, nossos sonhos são mais banais. Então, os sonhos mais interessantes ocorrem naquelas fases de nossa vida em que estamos dormindo pouco, com o sono curto, picado, em que acordamos ainda cansados, e pegamos ainda fresquinhos os sonhos mais bizarros, frutos de nossos cérebros cansados e intoxicados lutando para se reestabelecerem da vida dura que levamos.

Houve uma época em que levei mais a sério meus sonhos, mas acho que hoje não vale muito a pena ficar me atendo a eles, a menos...

A menos que eu venha a ter um desses sonhos mágicos, absurdos, totalizantes e inspirados, que revelam a razão das coisas e nos deixam perplexos, pensando "como isso foi possível de ser sonhado?".

Sim, falaremos bastante sobre sonhos ao longo do tempo.

Mas não agora.

Agora, é a hora de pular o registro do sonho fora do lugar e partir para minhas área de interesse.

Mas isso fica para a próxima ocasião.

Bons sonhos!

Ousando enfrentar a Filosofia

Eu, em um dia qualquer, em algum momento de 1999 ou 2000, resolvi que deveria enfrentar as agruras do conhecimento da Filosofia. 

Até então, Filosofia para mim era um mistério. Nunca havia estudado nada sobre o assunto, nem no segundo grau, nem na faculdade, nem por conta própria.

O que eu pensava sobre a Filosofia em si ou sobre aqueles que supostamente sabiam alguma coisa sobre Filosofia? Bem, um dia direi sobre o que pensava sobre o assunto. De qualquer forma, resolvi comprar livros de Filosofia.

O primeiro livro de Filosofia que comprei foi o de Nicolas Abbagnano. Não me lembro se foi "Dicionário de Filosofia" ou "História da Filosofia". Se não me engano comprei-o numa livraria da editora Vozes, em Goiânia. Mas, por um motivo torpe, do qual falarei um dia, acabei vendendo-o. Era um livro ruim de ler. Tenho dúvida se era um dicionário ou um livro de história porque lembro-me de que obviamente eu deveria comprar um livro de introdução à Filosofia, e nada mais lógico que um livro de história da Filosofia, mas o livro não era nada disso. Era uma lista de nomes de filósofos, de ideias, de escolas, de termos, e por isso acho que era mais um dicionário que um texto de história. Ao vendê-lo, não senti sua falta, mas nem por isso achei que cheguei a dominar qualquer coisa que fosse do assunto. Ao vendê-lo, Filosofia para mim era agora um mistério ainda maior.

Então, depois de um tempo, resolvi arriscar comprar outro livro do tema. Achava que agora seria mais feliz na escolha.

Árduo engano.

Comprei em um sebo de Goiânia "As questões centrais da Filosofia", de Alfred J. Ayer. O título parecia bom. Insinuava que eu teria somente um resumo daquilo que essencialmente os filósofos costumam tratar. Era um livro fino, enfim, parecia uma excelente introdução didática ao tema.

Mas não era.

Comecei a lê-lo e não passei da primeira página. Tive de reconhecer que o tema era difícil, o autor era um erudito do ramo, as coisas em Filosofia costumavam ser polêmicas, confusas e intrincadas e que aquele livro deveria ficar para depois.

Mas, mesmo assim, foi uma tentativa de leitura bastante útil. Eu pude perceber com essa leitura que eu precisaria de uma introdução a outro assunto diretamente ligado à Filosofia para realmente poder entender aquilo que Ayer dizia ser Filosofia. Eu precisava entender alguma coisa de Lógica.

Uau! Lógica! Um assunto muito sofisticado!

Então comprei no mesmo sebo, algum tempo depois, o livro "Lógica formal", de Roque Lauschner. Ai, sim, eu tinha em mãos um livrinho mais sensato, didático, embora o tema não fosse nada fácil. Mas me ajudou bastante. Com ele, eu percebi que precisava saber alguma coisa sobre Ciência, sobre o método científico.

Não desisti. Fui novamente ao mesmo sebo e comprei "Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica", de Ângelo Domingos Salvador, um outro livrinho bem simples e didático. Então, a coisa começou a clarear.

Passado algum tempo, acabei descobrindo um livro muito mais interessante de lógica, "Introdução à Lógica", de Irving M. Copi. Este livro merece um estudo à parte, e eu o farei, mas não agora. Agora interessa saber que o comprei no mesmo sebo em Goiânia.

Sim, os donos dos sebos de Goiânia deveriam me adorar...

Depois, o livro de pesquisa bibliográfica me levou a me interessar em aprofundar em pesquisa científica. Então, fui a outro sebo, não o mesmo. Lá encontrei e comprei "Explicações Científicas - Introdução à Filosofia da Ciência", de Leônidas Hegenberg.

Então, com esses livros em mãos, eu sabia que precisava lê-los, todos, e exatamente em uma determinada ordem, porque eles eram didaticamente dependentes. Daí eu ordená-los em meus planos de leitura:

8 – Metodologia científica ("Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica", de Ângelo Domingos Salvador)
9 – Lógica formal ("Lógica formal", de Roque Lauschner)
10 – Lógica ("Introdução à Lógica", de Irving M. Copi).
11 – Filosofia da Ciência ("Explicações Científicas - Introdução à Filosofia da Ciência", de Leônidas Hegenberg)
12 – Questões centrais de filosofia ("As questões centrais da Filosofia", de Alfred J. Ayer). 

Mas, como Filosofia é apenas isso, Filosofia, e não enche a barriga de ninguém, eu os deixei por último, porque os outros temas eram mais importantes.

Claro, depois acabei lendo outros livros de Filosofia. Sim, eu encontrei um excelente, magnífico livro de história da Filosofia, de Will Durant, mas falo dele depois.

Assim, esses eram meus planos.

Auto-ajudar-me, aprender a ganhar a vida, e depois, filosofar.

Nada mau. Nada mau.

Depois disso, eu segui em frente com meus planos e minha agenda.

Então, sigamos em frente também agora.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Livros de Administração

Em meus planos de leitura em 1999, como minha sexta opção, eu tinha planos de ler "Planejamento Estratégico", de Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira, um livro da área de Administração. Comprei-o em um sebo em Goiânia, onde eu então morava. Já tinha alguma noção do assunto, mas devo ter encontrado o livro em uma das muitas andanças que fazia pelos sebos da cidade. Pesquisando pacientemente as estantes dos sebos, fui encontrando sempre coisas interessantes e montando minha pequena biblioteca. Devo tê-lo encontrado em uma dessas andanças.

Depois, como minha sétima opção de leitura eu tinha "Fundamentos da Administração", de Koontz e O'Donnell, um clássico do ramo. Eu sabia desses autores por eles serem referências nas faculdades. Todo aluno de Administração de Empresas estuda Idalberto Chiavenato e seu "Introdução à teoria geral da administração". Eu não fui excessão. Na verdade, tive contato com esse autor, mas não adquiri o livro. Como todo estudante, eu simplesmente tirava cópias de capítulos de seu livro, fazia as provas e seguia em frente. Era um livro caro e eu não entendia a importância de ter minha própria biblioteca. Então, acabei comprando o clássico de Koontz e O'Donnell influenciado pela leitura das cópias de capítulos do livro de Chiavenato, depois de formado. Somente mais tarde vi a importância do livro de Chiavenato e o comprei também, em um sebo em Goiânia.

Ao dizer que pretendia ler Koontz e O"Donnell, eu disse que pretendia ler outros livros de Administração. Isso se deveu ao fato de que ao montar minha lista, em 1999, eu já era formado. Formei-me em 1996. Então, eu tinha já vários outros livros sobre o assunto.

Na verdade, tinha muitos livros na área das ciências sociais e econômicas. Tive a sorte de ganhar um monte de livros de um amigo, mas isso é assunto para outro momento. Quando me referi a outros livros de Administração na minha agenda, referia-me a Koontz e O'Donnell, a Chiavenato, mas também a Lawrence J. Gitman e seu "Princípios de administração financeira".  Este eu comprei em meu terceiro ano na Faculdade, em 1995, na livraria da então Universidade de Anápolis.

Esses eram os livros de Administração que eu pretendia ler em 1999. Se os li ou não direi em breve. Antes, direi dos outros livros que pretendia ler, os livros de Filosofia.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Planos reais de leitura

Meu plano de leitura incluia Og Mandino e seu "A Universidade do Sucesso". Já disse aqui como tomei conhecimento do livro e porque o li. Mas o meu exemplar de Og Mandino foi comprado eu não me lembro onde. Provavelmente eu o comprei em algum sebo em Guaratinguetá. Ou talvez em Anápolis. Não me lembro.

Já os livros de Dale Carnegie, "Como fazer amigos e influenciar pessoas" e "Como evitar preocupações e começar a viver", eu tomei conhecimento de ambos no próprio livro de Mandino. Comprei ambos em um sebo no centro de Anápolis.

Já o livro "Organize-se!", de Sunny Schlenger e Roberta Roesch, eu o descobri numa banca de livros que existia (e talvez ainda exista) dentro da Universidade Estadual de Goiás, em Anápolis, no prédio que fica próximo à Prefeitura da cidade. O que me levou a me interessar por ele foi o fato de eu estar cursando Administração de Empresas naquela instituição de ensino, que na época chamava-se Universidade de Anápolis, ou UNIANA. Mas não foi só isso. Eu já tinha lido alguma coisa sobre organização e métodos, um campo de estudos da Administração, que trata de um assunto bem parecido, só que aplicado a ambientes profissionais e não pessoais ou particulares. De qualquer forma, o assunto já havia antes despertado meu interesse. Afinal, também há um capítulo no livro de Og Mandino que trata de organização. São coisas básicas, mas para quem nunca havia ouvido falar em organização, aquilo me soou muito útil e importante.

O quinto livro da lista, "Como tomar decisões difíceis", é de Donald Weiss. O título diz tudo. É um livrinho fino, mas muito interessante. Depois, pude entender melhor o conceito de tomada de decisões, tão cara aos administradores. Há dezenas de autores que tratam do assunto e a tomada de decisões é uma coisa tida como muito importante. Que decisões eu tinha que tomar na época em que me interessei pelo pequeno livro de Weiss? Não me lembro agora, mas eu precisava relê-lo. E, só para constar, eu o comprei usado em um sebo em Anápolis.

Os demais livros são de Administração e Filosofia. Falarei deles no próximo post.

Por enquanto esses eram os cinco primeiros livros de meu plano de leitura. O que dizer deles?

Há muito o que dizer deles, mas não agora.

Agora vou dormir...

sábado, 24 de setembro de 2011

Mais sobre Conchal e Tujuguaba

Eu sei que já falei sobre o livro que conta a história da cidade onde nasci aqui, mas não falei o suficiente.

Devo dizer que é um livro que eu gostaria de ter escrito, mas agora é tarde. Fico feliz que alguém mais velho, experiente e com mais iniciativa que eu tenha feito seu trabalho com tanto esmero e dedicação.

Parabéns Sandro Ferrari.

Só que eu também disse aqui que estava escrevendo algo sobre meu passado em Tujuguaba, que é um vilarejo ao lado de Conchal e que estão ambos os locais profundamente arraigados um ao outro.

Assim, se alguém se interessar em ler as poucas coisas que já escrevi aqui sobre Tujuguaba, poderá também se interessar em ler algo mais impessoal e técnico sobre o tema aqui, em Núcleos do Conchal.

Espero que gostem de ambos os textos.

Ciclos de desenvolvimento

Quando penso aprofundadamente sobre o que estou escrevendo, por vezes chego a concluir que embora esse blog às vezes não me pareça tão interessante, por vezes ele parece ser a coisa mais importante que posso deixar para a humanidade.

Quando me propus a escrever esse blog, nem sabia o que deveria escrever nele. Agora, passados tantos anos, depois de tantas leituras, porque eu sou quase que seu único leitor, percebo que a vida é composta de ciclos, e que por vezes eles se fecham, se completam e depois tornam a se expandir.

Isso parece confuso agora, mas me parece ser verdade.

Faço um gráfico, um mind map, daquilo que ando pensando e escrevendo. E concluo que, de certa forma, não tive muita escolha, dados aos eventos que vieram a ocorrer em minha vida. Eventos comuns, mas especialmente significativos para mim.

Eu não poderia deixar de estar escrevendo esse blog agora, mesmo que jamais venha a ter benefício algum com ele. Talvez o maior beneficiado seja eu próprio, e esse benefício é inegável. Eu ter percebido que na verdade a vida segue ciclos em si não é nenhuma novidade. Eu já sabia disso antes. Mas agora é diferente: agora é palpável em mim mesmo os ciclos.

Vejam como tudo é óbvio:

Tenho esse blog porque gosto de escrever. Gosto de escrever porque fui obrigado a escrever. Fui obrigado a escrever porque precisava ganhar meu pão. Mas só pude ganhar meu pão porque antes aprendi a ler. Mas só aprendi a ler porque fui obrigado. Agora, escrevo sobre o que aprendi.

Isso é um ciclo.

Não posso escrever sobre o que não sei.

Assim, talvez ensinar seja algo muito nobre, e que justifique a existência desse blog. Ensinar o quê?

Ensinar como as coisas se encaixam, como elas acontecem na vida de uma pessoa, como o acaso ajuda, mas o sistema planejado para ajudar também faz sua parte, bem ou mal.

Acho que aos poucos vou entendendo meu lugar no mundo. Isso é muito bom.

Entendendo meu lugar no mundo!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Og Mandino - Outras influências

Depois de ler Og Mandino pela primeira vez, tive contato com alguns outros livros de auto-ajuda, mas foram poucos, e não muito relevantes.

O próximo livro de auto-ajuda que li, depois de Mandino, foi Dale Carnegie, "Como fazer amigos e influenciar pessoas", depois Carnegie novamente, "Como evitar preocupações e começar a viver". Depois, li livros muito interessantes durante meu curso superior em Administração de Empresas. Seria curioso tentar traçar a influência desses livros de auto-ajuda e outros sobre a decisão de fazer um curso de administração, mas traçar essas influências requer um estudo próprio em momento oportuno.

Durante o curso, um livro em particular ajudou-me a adquirir certos comportamentos e pensamentos. O livro chama-se "Organize-se!", de Sunny Schlenger e Roberta Roesch, e o li em 1995, se não estou enganado. Claro que li outros livros muito importantes, livros técnicos que me passaram conhecimentos valiosos, tanto quanto os livros de auto-ajuda, mas este foi certamente um dos mais importantes.

Depois de formado, somente vim me interessar por livros de auto-ajuda em 1998, quando resolvi parar de fumar. Foram alguns anos de poucas leituras e muito contato com a informática. Era o nascimento da Internet, e livros passaram a ser coisas de interesse secundário naquele momento. Não creio que deveria ter sido diferente, já que a Internet e seu nascimento foi certamente um momento importante e revolucionário demais para o mundo para que pudesse ter passado desapercebido ou negligenciado por qualquer cidadão esclarecido e educado do mundo moderno.

Foi a necessidade de parar de fumar que levou-me a recorrer a um livro de auto-ajuda, e o livro "Como parar de fumar em quatorze dias" cumpriu o que prometia no seu título. A história de um vício merece um capítulo à parte, já que é cheia de detalhes muitíssimo interessantes, de maneira que deve ser melhor tratada em momento oportuno também.

Como um livro de autoajuda se mostrara tão útil na cura de um vício tão sério, voltei a dar a atenção aos livros de autoajuda em geral de maneira mais aprofundada.

Foi somente em 2001 que senti a necessidade de recorrer a um livro de auto-ajuda novamente. Sentindo que passava por um momento particular de minha vida bastante difícil, onde pressentia claramente um começo de depressão, e sabendo que, caso realmente viesse a entrar em um ciclo depressivo profundo, seria não a primeira, nem a segunda, mas a sexta vez, sendo a terceira realmente diagnosticada e compreendida, decidi lutar com minhas próprias armas: os livros.

Claro, procurei ajuda médica, e a depressão, assim como o vício do cigarro, e o curso de administração, merecem tratamentos a parte, mas o fato relevante é que resolvi recorrer a um livro de autoajuda para tentar amenizar o problema.

Eu li "Como evitar preocupações e começar a viver", de Dale Carnegie, além de reler Mandino. Li também "A mola do sucesso", sobre administração de carreiras, mas percebi que se quisesse ter alguma chance de sucesso contra a depressão, deveria passar a ler os livros de autoajuda de maneira diferente das anteriores. Até então eu apenas lia os livros como se fossem romances. Somente com o livro sobre o vício do fumo foi que realmente adotei rigorosamente cada instrução dada pelo autor. Se funcionara com o vício do fumo, deveria funcionar com o livro de Carnegie, sobre preocupações.
Comecei a lê-lo e a colocar em prática aquilo que Carnegie recomendava. Foi então que precisei de um diário, uma agenda, para anotar meus pensamentos e resumos, como ele recomendava, e como eu aprendera lendo Mandino. E assim iniciei minha série de escritos, usando minha tão querida Agenda Ecológica 1999.

Fiz o que Carnegie sugeriu, li ainda muitos outros livros de autoajuda, iniciei a leitura de livros de filosofia e, então, depois de uma melhora considerável, resolvi aplicar o método de Carnegie ao livro de Mandino.

Pois bem. Carnegie sugeria que lêssemos cada capítulo de seu livro duas vezes, e que anotasse a ideia principal, de maneira a melhor fixar a ideia do autor. Fiz isso com o seu livro, criei uma série de frases de impacto extraídas de seus textos, e as colei em uma mini-agenda de bolso, de modo a poder consultá-la a todo momento. E fiz o mesmo com os textos do livro de Og Mandino. Então, para fazê-lo, tive de lê-lo pela terceira vez.

Mas já não foi uma simples leitura. Foi um primeiro estudo sério e sistemático de Mandino, e as conclusões a que cheguei me surpreenderam. E ainda me surpreendem.

Em decorrência desse primeiro estudo sistemático, pude criar um resumo, baseado em minha percepção e conhecimento da época, que merece ser completamente descrito.

Após esse primeiro estudo, não houve mais como parar de estudá-lo e de traçar considerações escritas a respeito de ideias e insights que desde então tenho julgado interessantes. O resumo inicial e as demais considerações merecem ser todos descritos com as minúcias necessárias, para que a lógica de meu raciocínio não se perca.

Vamos a eles, aos resumos iniciais do livro de Og Mandino.

*

Texto originalmente criado em 01/10/2009

Mais sobre livros e conexões

Eu disse na postagem anterior que uma coisa puxa outra. Disse que tinha problemas e que fiz um plano de leitura.

Tenho na minha intranet um texto que escrevi a algum tempo, que esclarece melhor como um livro puxa outro, ou um problema puxa outro.

As coisas em nossas vidas estão interligadas.

Quer ver?

Então continue lendo a postagem seguinte...

Uma coisa puxa outra

Eu disse na postagem anterior que foi através de Og Mandino que vim a conhecer as obras de Dale Carnegie. O livro de Mandino, "A universidade do sucesso", é uma coletânea de trechos de diversos outros autores. Como Carnegie era já um autor consagrado, era certo que Mandino o incluiria na sua lista de autores preferidos.

Eu disse que comprei dois livros de Carnegie: "Como fazer amigos e influenciar pessoas" e "Como evitar preocupações e começar a viver". Comprei-os porque eram livros muito populares, acessíveis em qualquer sebo de qualquer lugar. Na verdade, eu gostei mais do primeiro, sobre relações pessoais. Mas não dei tanta atenção ao segundo, sobre preocupações.

Cabe aqui duas observações.

Primeiro: não ligamos muito para soluções de problemas que não possuímos. Por que se preocupar com um novo remédio para gripe se você não está resfriado? Por que se preocupar com um livro que ensinava como sair de situações ruins se eu não estava numa situação ruim?

Segundo: se eu não estava numa situação ruim, por que então o comprei, se sabia do que se tratava?

A resposta a essa segunda observação explica o porquê de o livro de preocupações estar em primeiro lugar em minha lista de leituras. Eu comprei o livro porque eu já havia passado por situações ruins tais como as que o livro relatava. E no momento em que eu fiz minha lista de livros para leitura, eu estava de fato numa situação muito ruim. Ler o livro de Carnegie sobre preocupações era, para mim, naquele momento, uma prioridade.

Todo mundo passa por situações ruins na vida. Não há o que esconder aqui. E todo mundo tem o direito, senão o dever, de lutar com todos os meios possíveis para tentar se sentir melhor.

No momento em que escrevi minha lista, eu sabia que a solução para meus problemas naquele momento de minha vida poderia estar no livro de Carnegie, que eu nunca tinha dado a devida atenção, mas que sabia que poderia ser útil.

Assim, uma coisa puxa outra.

Por que confiar tanto em livros?

Por que minha experiência de vida tinha mostrado que livros funcionam.

Que experiências foram essas que me deram tanta segurança de que poderia confiar na ajuda dos livros?

O cigarro.

Mais uma vez, o cigarro.

Não disse que uma coisa puxa outra?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Og Mandino - Primeira leitura

A primeira leitura do livro de Mandino provocou uma sensação de poder ilimitado, esperança e euforia. Tudo parecia possível.

Mas foi algo passageiro.

Na verdade, o livro não foi estudado; ele foi apenas lido, da mesma maneira que lemos um romance, linearmente e de uma única levada. Na época, eu não sabia que somente uma leitura linear não seria o suficiente para coisa nenhuma, e lê-lo assim não seria mais do que um simples passatempo. É surpreendente que tenha gerado empolgação por três ou quatro meses. Poucos livros realmente provocam impactos assim, ainda mais quando é lido por pessoas que já são acostumadas a ler autores diferentes, temas diferentes, estilos diferentes.

É que o tema na verdade era uma novidade. Jamais me passara pela cabeça antes que poderia existir algum livro que nos ensinasse a ter sucesso na vida, a resolver nossos problemas pessoais, a nos motivar a realizar coisas, vencer barreiras, ganhar dinheiro. Para mim foi uma grandessíssima surpresa. Foi como descobrir vida inteligente na Lua: tão perto e tão óbvio que jamais poderia suspeitar que pudesse existir. Logo um livro, algo que eu tinha tanta paixão, poderia ter a solução para um monte de problemas que só eu sabia que possuía: minhas deficiências, minhas fragilidades, minha história familiar problemática, minha origem humilde, minhas frustrações, meus fracassos, meus erros. Tudo estava lá. Uma maneira de pensar sensata, dita por um bando de senhores e senhoras sábios, que eu não fazia idéia de quem poderiam ser, mas que mereciam todo o respeito, porque o que diziam com seus textos selecionados por Mandino eram coisas sensatas, corretas, e eu me espantava de que alguém pudesse ter pensado tais coisas de modo tão racional e lógico, e mais ainda que esse alguém pudesse ter clareza de espírito para ter colocado tais pensamentos em ordem no papel de forma tão empolgante e bela. Mas estava lá, estava tudo lá.

O livro era como uma chave secreta, que tinha caído em minhas mãos por acaso, mas que imediatamente eu a reconheci como sendo a chave para um tesouro. Quanto a isso, não restava dúvida. O livro fora escrito para mim, para a minha pessoa, para os meus problemas. Disso eu estava certo. Dali em diante, não era mais questão de não saber a origem das coisas. Era só questão de querer e conseguir. E, tendo-o lido uma vez, não haveria porque ter pressa. Eu tinha a chave da fortuna para todo o sempre, pelo tempo futuro no momento em que precisasse, porque quem me ensinava não era um senhor idoso cheio de segredos e experiências valiosos, mas que poderia morrer alguns anos além, sem que eu tivesse chance de revê-lo e aprender de verdade aquilo que me fora dito em grande fluxo em tão pouco tempo, de forma que não pudesse assimilar. Não. Era um livro, e o que eu não pude assimilar numa única leitura era, sim, coisa demais para ser aprendida de uma única vez, mas já era mais que suficiente para eu me manter aceso por longo tempo. Era como um combustível que me manteria funcionando corretamente por longo tempo, sentia eu, instintivamente, mas, no momento em que esse combustível acabasse, e eu não tivesse mais como recorrer à minha memória falha e aos meus parcos recursos, restaria o livro, e ele estaria lá, pronto a me ensinar tudo de novo, e quantas vezes fosse preciso. Sim, ele não desapareceria. O perigo seria eu me esquecer do próprio livro em si, e não só de suas lições fugidias. Esse perigo era real, e de fato eu me esqueci dele e de tantos outros livros em momentos em que eles me seriam muito úteis, mas então o problema não eram os livros e suas lições, mas a minha própria memória. Não sei dizer porque abri mão de me lembrar de pedir ajuda aos meus livros tão úteis, mas o fato é que na maioria da vezes em que me meti em encrencas, me esqueci deles. Arrogância? Talvez...

De qualquer forma, li Mandino a primeira vez em 1990 e só tornei a lê-lo em 2001, depois em 2002, e de lá para cá, leio quase que semanalmente, mas não é uma leitura linear. São pequenos trechos, uma frase, algum capítulo, ou então simplesmente o índice, ou o nome dos autores, ou então folheio-o em busca de alguma ordem de temas, enfim, estudo-o como um livro de alguma matéria científica, um tratado a qual sempre voltamos em busca de consultar algo que faz parte de nosso trabalho. Então, levando-se em conta que a terceira vez que o li já o foi de maneira a estudá-lo sistematicamente, posso afirmar que o li apenas duas vezes, em 1990, e depois, por volta de 2001.

Fazendo um retrospecto, posso afirmar que da primeira leitura, retive na memória pouca coisa real, além do sabor geral do livro. Sem dúvida, o texto mais marcante foi "Uma Mensagem para Garcia". Depois, algo sobre anotar idéias e organizar-se, recomendações feitas em dois ou três capítulos diferentes, e que pareceu sensato adotá-las, além do texto de Dale Carnegie, de "Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas".

A mensagem a Garcia marcou-me porque era uma mensagem em estilo militar. Era algo que fazia sentido para mim. Não era nada novo no meu modo de pensar, mas era algo claro como água, um ideal de comportamento militar que deveria ser adotado por todos e principalmente por mim, que sabia que deveria adotar. Somente refletia de maneira exata e precisa aquilo que eu pensava de maneira imprecisa e vaga, e eu pensava daquela maneira devido aos longos anos de estudo do mundo militar, e eu era um militar, e enfim, foi mais um caso de identificação que propriamente de descoberta de algo novo.

As sugestões de se adotar o hábito de escrever e se manter organizado pareciam simples, eficientes e atraentes de se adotar. Ordem e limpeza dão um senso de dever cumprido muito forte. Meu pai era assim em algumas ocasiões, e nunca vou esquecer sua maneira de manter suas ferramentas de pedreiro em ordem em sua caixa de madeira, limpas depois de usadas, e da maneira ordenada como as usava, quando fazia cercas e portões, e quando concertava pequenos defeitos em cadeiras e bancos. Eu gostava daquilo, porque parecia funcionar. Era o senso de ordem que fazia com que meu pai fosse capaz de medir, depois serrar um pedaço de madeira e depois abrir um buraco quadrado em outro pedaço e fazer os dois se encaixarem com perfeição. Esse senso de ordem gerava precisão, gerava resultados bem feitos e eu gostava daquilo. Não me pareceu muito difícil ser organizado. Quanto a escrever usando agendas, foi também um senso de ordem, observado em meu pai, com suas cadernetas de endereços e telefones, que me serviu de motivação e inspiração.

Quando a Dale Carnegie, a palavra "influenciar" pareceu-me muito poderosa e importante. Algo como deter o poder sobre pobres mortais, algo maquiavélico e sinistro, ao mesmo tempo que secreto e possível de ser conseguido, quase um truque mágico.

Por volta de um ano depois, em 1992, acabei encontrando o livro de Carnegie em um sebo em Anápolis, e o comprei. Foi minha segunda aquisição na área da auto-ajuda. Depois outro de Carnegie, depois, livros de administração, e livros e mais livros, até perder a conta.

Assim, a minha primeira leitura de Mandino foi marcante e merece destaque porque foi o meu primeiro contato com um livro com um tema adulto, escrito por pessoas sábias com o intuito de ajudar seus semelhantes em seus problemas. Um livro sério muito útil quando corretamente usado.

Embora que passados tantos anos eu perceba agora que eu não tinha na época maturidade suficiente para saber usá-lo corretamente, percebo também que lê-lo foi inegavelmente um marco importante em termos de crescimento pessoal. As sementes lançadas por seus textos vieram a dar frutos muitos anos depois de lançadas. Quase uma década depois ainda repercutiam em minha mente. Talvez ainda estejam germinando, e venham a dar frutos em algum futuro, próximo ou longínquo. Quem sabe?

*

Texto originalmente criado em 01/10/2009

Vamos em frente

Claro, um blog é apenas um blog e não pode resolver os problemas nossos de cada dia. Por isso, enfrentemos nossos problemas na vida real e sigamos em frente com nosso humilde blog, que não pode fazer nada além do que faz todos os blogs: registrar coisas que escrevemos neles.

Eu disse aqui que fiz um plano de leituras de livros na minha Agenda Ecológica 99. Antes, porém, de falar do primeiro livro da minha lista, que é de Dale Carnegie, "Como evitar preocupações e começar a viver", é preciso que eu continue falando do livro que o precedeu cronologicamente: Og Mandino, "A universidade do sucesso".

Eu já disse aqui também sobre como vim a conhecer o livro de Og Mandino, mas não disse sobre como foi essa leitura. Pois bem, na próxima postagem colocarei um texto que escrevi na minha intranet, da qual já falei aqui, e que ajuda a entender de onde surgiu a minha lista de leitura de livros.

Então, vamos em frente.

sábado, 10 de setembro de 2011

Um blog é apenas um blog

E por ser apenas um blog, ele tem um espaço reduzido em minha vida. Ele tem a atenção que merece apenas quando tenho tempo, disposição ou saco para isso. Quando as coisas não vão bem em minha vida (e elas definitivamente não vão bem!), esse blog é a última coisa em que penso. Se chego a pensar nele, é em deletá-lo, excluí-lo, porque ele diz mais do que deve, porque ele promete mais do que pode cumprir, porque ele registra mais do que deveria meus fracassos e frustrações na vida.

Não sou de ficar contando vantagem nesse blog. Ele mais lamenta que comemora. Só eu o leio com afinco. Só eu presto atenção nas coisas que escrevo. Só eu me arrependo das coisas que escrevo nesse blog. Por isso, esse blog me causa mais tristeza que alegria, e trás mais problemas que soluções.

Registrar nossas vidas é uma grande bobagem.

Que pena.

Escrever é tão bom...

Pobre blog.

Pobre Rosenvaldo...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nas brumas do passado

O universo surgiu em algum momento, reza a moderna ciência. Logo, ele tem uma história, ainda que feita de estranhas partículas e raios, forças e feixes ininteligíveis para humanos normais.

E depois se fez a Terra, também em algum momento posterior. E eu creio nisso, até prova segura em contrário. E a criação da Terra é uma bela história.

Depois, as forças da Terra geraram a vida. É o que diz as testemunhas químicas e físicas, e isso parece bem, a meu ver. Também a vida tem a sua história, que é própria dela.

Os animais surgiram e evoluíram, desenvolvendo coluna, sangue, ossos, patas, e por fim, após muitas transformações e perigos, caminhou sobre duas patas. Também os animais podem ter seu passado traçado nas pedras, e uma história bela pode ser lida nas frinchas das ossadas petrificadas. Eu creio que é também uma bela história, longa e cheia de rodeios incríveis.

Os homens então surgiram. Fizeram uso de seus cérebros, caminharam sobre as duas pernas, e fizeram o fogo. Caminharam coletando e caçando, procriando e matando, morrendo e resistindo, no calor e no frio. Também os homens possuem uma longa história, e é vasta e rica, e posso crer que ainda não contaram tantas outras melhor.

Os humanos modernos conquistaram o mundo. Caminhando, chegaram a todos os pontos do globo, e se espalharam em todos os rumos, e adquiriram todas as feições e traços, todas as cores e características, e pululam como pulgas em um trapo velho.

Eu sou uma dessas pulgas.

Meus antepassados vieram de lugares diferentes, com interesses diferentes, e seguiram suas vidas movidos pelas pressões de seus tempos.

Eles não contavam comigo, nem me planejaram, nem perderam tempo pensando em se um dia em um futuro remoto alguém como eu poderia existir.

A despeito de tudo, eu existo. E eu tenho também uma história.

Do surgimento do cosmo no Big Bang até os dias de hoje, há a história geral, que relata as coisas do mundo sem minha presença, isto é, essa história me pertence, mas meu nome não está incluso nela.

Eu, a despeito de tudo, faço parte da história. Apenas a história é que não pode se dar ao luxo de me incluir nela, porque, por mais que eu faça parte dela, não sou nada especial a ponto de merecer ser citado. Sou pequeno demais para caber numa história tão grandiosa.

Mas eu estou lá. Faço parte dessa grande sinfonia cósmica.

Cabe a mim contar a minha história.

Minha história, até onde sou capaz de rastrear, começa, sim, no Big Bang, e termina, sim, no momento presente, mas até ai, não posso dizer que com isso me diferencio dos trilhões de outros seres que nasceram e morreram ou ainda vivem nos dias de hoje.

Em que sou diferente?

De que maneira, ou por quais fatos minha história difere da de todos os outros?

Do Big Bang até o surgimento do homem, compartilho com os demais humanos a mesma história. Então, por bilhões de anos nunca tive nada de especial que me diferenciasse do resto do universo. Eu não existia ainda, mas nem por isso eu não estava em condições de existir. Afinal, sou um homem, e um homem sempre descende de outro homem, e em algum momento algum homem passou a existir. Ora, eu poderia ter sido o primeiro dos homens.

Mas não fui, e nem o segundo. E poderia ter sido qualquer um dos seres humanos que já existiram nesse planeta desde que o homem existe como homem.

Mas não.

Eu vim a existir no dia em que nasci.

Isso é um mistério.

E eu vim não como fruto de qualquer par de seres humanos, de qualquer pai e mãe. Eu vim como fruto de um pai e uma mãe bem definidos. Eu nasci em uma época em que podemos registrar a sequência de nascimentos e mortes. Eu não sou o único humano que nasceu do mesmo casal, mas sou decididamente filho de um casal específico.

Mas meus pais também são filhos de pais específicos. E meus avós também.

Então, quando eu perco o fio da linha que me liga ao primeiro dos casais, ao Adão e Eva primordiais?

Eu perco a linha no momento em que não tenho nenhum nome a identificar alguém em especial como um ser humano do qual descendi seguramente.

Eu tenho milhares de ancestrais desconhecidos, isso é certo. Mas nada sei deles. Então, como posso contar suas histórias, se não sei quem foram?

Posso, sim, contar algumas histórias antigas, mas para que?

Para que fique registrado.

É possível e provável que haja algum nome em algum livro, de alguém que já existiu, com uma data de nascimento e de morte. Esse nome nada me diz, e, portanto, não sei sua história. Se foi herói ou bandido, famoso ou desconhecido em sua época, pouco importa. Seus méritos e deméritos são dele. Não significam nada, a menos que eu tenha algum parentesco com ele. Dirá mais se for meu antepassado. Sua vida, se conhecida, ajudará a me fazer entender um pouco desse mistério que me atormenta, e do qual não consigo me despregar.

Quem eu sou se explica pelo modo como vim ao mundo. Meu eu está ramificado nas brumas do passado. Nunca terei as respostas completas que satisfaçam minha curiosidade, mas posso ter algum conforto em saber que sou quem sou em parte por minha culpa e meu mérito, mas também sou quem sou por culpa da cadeia das coisas, das causa infinitas, que se perdem nas brumas do passado, influências de atos e decisões de pessoas que não conheci, e que não me conheceram, e que ainda assim estão ligadas a mim, embora eu não estivesse ligado a elas enquanto ainda eram vivas.

Eu estou enraizado nas brumas do passado e suas lendas.

Isso é história. Isso merece ser registrado.

Rumo às brumas, então. Rumo a algum lugar do tempo, por volta de 1820, que é o momento no qual mais profundamente posso retroceder, sem que passe da lenda à invenção e à ficção desavergonhada e pura.

O universo feito de histórias

Eu também citei aqui uma frase de Muriel Rukeyser, que não sabia quem era, mas que já expliquei quem é nesta outra postagem aqui.

De fato, o universo é feito de átomos, mas que importa? Somos seres de matéria e energia, mas somos também animais sociais. Precisamos conversar e contar histórias.

Adoramos histórias, mesmo que sejam falsas. Mesmo que sejam meras fantasias loucas de escritores malucos e sonhadores. E adoramos histórias verdadeiras.

Eu poderia contar alguma história sobre mim, e eu já até me comprometi a fazer isso neste blog, mas nunca fui além de algumas páginas sobre meus antepassados em um texto chamado Tujuguaba.

Vou ser honesto: eu não posso fazer tudo o que prometo. Não tudo ao mesmo tempo. Eu faço muitas promessas. Eu tento cumprir todas, mas não posso prometer que cumprirei todas as minhas promessas ao mesmo tempo. É preciso priorizá-las. Minhas histórias ainda não formam um livro, e não é agora, neste momento de minha vida, que terei tempo para escrever tudo que tenho vontade. Manter esse blog já é uma grande coisa.

Mas, sim, o universo é feito de histórias, e elas precisam ser contadas. O universo é algo vivo e não um fóssil acabado. Minhas histórias precisam vir ao mundo, para continuar a fazer rolar as esferas deste cosmo infinito.

Vou falar sobre uma lenda, uma lenda familiar.

Vou contar uma história.

As tardes de domingo e a eternidade

Eu coloquei nesta postagem uma frase de abertura de Susan Ertz. Eu disse que não sabia quem era essa pessoa.

Pois bem, ela foi uma escritora que nasceu em 1894 e faleceu em 1985. Era inglesa e escreveu muitos livros. A frase que citei foi tirada de um livro de 1943, chamado Anger in the Sky. E, claro, eu nunca o li.

Por outro lado, não fui também o único a citá-la. A frase sobre a eternidade e as tardes de domingo foi publicada na revista Seleções a mais de dez anos atrás. Mas aparentemente ela já era conhecida, ou passou a ser conhecida de maneira ampla mundo afora depois disso, porque está esparramada por uma infinidade de sites da Internet, como tudo o mais.

Não quero falar sobre a eternidade, nem sobre as tardes de domingo. Esta famosa frase de Susan Ertz fala por si própria, embora muito possa ser dito sobre esse tema tão profundo e interessante.

Mas não agora. Não nesta postagem.

Aqui, quero apenas ser honesto e prestar reconhecimento a essa escritora, que brilhou como um diamante por meio dessas palavras, e que, como um instrumento de Deus, fala-nos como se fosse a voz Dele, e nos cutuca a sair do sonambulismo e da paralisia.

A vida continua... ainda!

domingo, 21 de agosto de 2011

Anotando tudo e aprendendo

Eu disse que gosto de escrever.

Já escrevi em cadernos com canetas comuns, escrevi à máquina, depois passei aos computadores e ao Word, e depois aos blogs. O próximo passo é escrever em um tablet ou em um celular. Mas teve uma época em que os tablets e celulares não eram tão poderosos ou estavam em estágio embrionário. Nesta época, eu vi a possibilidade de usar os handhelds, os dispositivos manuais, como os Palms e similares.

Depois de pesquisar bastante, acabei comprando pela Internet um dispositivo interessante. Era um tipo de handheld chamado Da Vinci. Era um aparelhinho com tela sensível ao toque, armazenava pequenos blocos de texto e tinha um tecladinho que podia ser adaptado com um cabo. Depois, vinha com um outro cabo, que o conectava ao micro. Tinha um CD com um software e eu podia transferir os textos criados nele para o micro. Não era cheio de muitos recursos, como tela colorida, câmeras ou aplicativos variados, não tinha conexão wi-fi nem celular, mas servia para um propósito que eu achava importante: eu poderia andar com ele o tempo todo e ir anotando coisas nele.

Eu poderia anotar pequenos blocos de texto, depois transferir para o micro.

Mas o que eu pretendia anotar de tão importante?

Nesta época, eu era disciplinado com minhas finanças. Eu anotava tudo que gastava, e mantinha um controle no computador com o Microsoft Money. Então, sempre que gastava algum dinheiro com alguma coisa, eu anotava em algum bloquinho de papel ou mesmo guardava na memória. Então, o aparelhinho era ideal para esse tipo de controle.

Depois, eu queria escrever um livro sobre alguma coisa catastrófica. Mas eu não queria escrever somente em casa, num determinado arquivo de computador. Eu queria escrever sempre que tivesse tempo livre, e esse tempo livre nem sempre era em casa, em frente ao micro. Muitas vezes eu tinha tempo, mas longe de casa, e sem um micro para escrever. Se fosse sempre em frente a um micro, eu poderia usar um disquete (porque naquela época não havia pen drives, e os CDs regraváveis eram caros, e não havia gravadores em todas as máquinas disponíveis). Mas nem sempre havia locais com computadores à mão.

Eu poderia escrever em um caderninho, mas depois eu teria que perder um tempo precioso digitando tudo no Word. Então, com o aparelhinho, era só escrever, depois passar para o micro e formatar no Word, sem o trabalho de digitar tudo do zero. Enfim, a ideia era boa. Achei que o tecladinho seria minha nova caneta, e o aparelhinho, meu novo papel.

Tentei habituar-me ao novo dispositivo. Cheguei a anotar algumas coisas. Algumas despesas, alguns parágrafos de um livro. Sempre que penso no meu Da Vinci, me vejo em um ponto de ônibus em frente ao Parque Pecuário de Goiânia, sentado ao sol, com o aparelhinho na mão, procurando as letras no visorzinho preto e branco.

Depois, copiei tudo para o micro. Deve ter dado algumas dezenas de bites. Havia um recurso no software de sincronização que fazia um backup dos dados do Da Vinci no HD do computador. Perfeito. Fiz o backup, para não perder nada. Depois lancei as despesas no Money.

Depois desisti de escrever no Da Vinci.

Hoje ele está guardado num saco plástico em alguma parte de uma estante de livros e bugigangas, num quarto de casa que uso como biblioteca.

Paguei caro pelo Da Vinci: R$ 295,40. Fiquei excitado esperando ele chegar pelo correio. Comprei-o pelo site Submarino. Isso foi no dia 19/08/2003. Curioso: hoje faz quase exatamente oito longos anos que o comprei. Sei disso porque anotei tudo no Money. Na época, foi um investimento bastante bem pensado. Achei que seria uma grande ferramenta para um cara que gosta de escrever como eu.

Está tudo guardado, sem uso.

Falo dele porque fui fazer um backup de dados e tenho muita informação guardada. Os dados do Da Vinci foram gravados em um micro anterior a este que uso hoje. Era um Pentium 266 com 98 megas de RAM, e um HD de 3 gigas. Depois instalei outro de 60 gigas, que foi para o espaço quando mudei-me de Goiânia para Ribeirão Preto. Mas não perdi nada, porque tinha o bendito backup.

Vejam, não sou paranóico com falhas de HD e dados perdidos. Isso ocorre de tempos em tempos, podem ter certeza disso.

Então, no meu micro novo, o que uso ainda hoje, tem uma pasta com o backup do micro velho. Fui dar uma olhada no que havia de importante por ali e sai abrindo pastas na ordem em que foram aparecendo. E lá estava ele, o arquivo do Da Vinci, logo na primeira pasta.

Oh, o que havia de importante nele?

Primeiro, alguns parágrafos de um livro que comecei a escrever. O que esses parágrafos diziam?

Depois falo deles.

E o que mais havia?

Havia as anotações das despesas. O que elas significam hoje?

Não sei, mas quase nada, a não ser que me fazem lembrar de coisas que jamais me lembraria sem a ajuda delas. E por vezes penso que se não são coisas que me lembro normalmente sem a ajuda de anotações, então não deve ser nada de importante ou útil.

De qualquer forma, foi com pesar que me lembrei do meu Da Vinci.

Quanta expectativa! Quanto desinteresse quase que imediato!

Ele era um brinquedo inútil? Não, não era.

Eu é que perdi o interesse nas coisas.

O livro está inacabado.

Não registro nem controlo mais minhas finanças.

O que houve comigo?

Onde foram parar meus planos?

O que se passou nesses oito anos que fizeram com que eu mal me reconheça em minhas lembranças e registros?

Será que mudei tanto assim?

Não sei. Sim, mudei. Mas não perdi a mania de anotar tudo.

Também não adquiri o hábito de usufruir das coisas que desejo e conquisto.

Eu ainda tenho muito que aprender.

Ah! A tela do Da Vinci ficou velha e o cristal não mostra mais quase nada.

Eu não posso mais usá-lo.

Ele está morto.

E eu só o usei uma vez!

Eu ainda tenho muito que aprender nessa vida...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Planos de leitura

Pois bem, minha Agenda Ecológica 1999, para conhecimento de todos, é fabricada pela Tilibra, e, embora não seja uma agenda de papel reciclado, é, segundo a fabricante, produzida com papel vindo de árvores provindas de florestas renováveis. Isto é bom.

Apesar de eu ter listado apenas cinco objetivos ecológicos nas duas páginas com suas 26 linhas, ainda assim meus pequenos passos foram dados. E despertei-me para o tema, e assim, a Tilibra cumpriu seu papel de empresa socialmente responsável.

Falaremos mais da Ecologia em si em breve.

Depois disso, depois que listei meus cinco itens ecológicos, usei o espaço seguinte na agenda para fazer uma outra lista: a de livros que eu deveria ler ao longo do tempo. É uma lista já ultrapassada, porque foi feita em 1999, mas ela foi baseada nas minhas intenções naquele momento e representa minhas pretensões intelectuais muito claramente.

Eu listei, em ordem cronológica, 12 livros que já possuía na época, e que deveria ler. A ordem é cronológica, mas está baseada em dois princípios, que é do mais simples para o mais complexo e do mais importante para o menos importante.

Eram esses meus planos de leitura em 1999 e eles foram seguidos.

Essa é a sequência de livros (com exatamente as mesmas palavras que estão originalmente na agenda):

1 – Como evitar preocupações...

2 – Og Mandino.

3 – Organize-se.

4 – Como fazer amigos e influenciar pessoas.

5 – Como tomar decisões difíceis.

6 – Planejamento estratégico.

7 – Fundamentos da Administração... outros de Administração.

8 – Metodologia científica.

9 – Lógica formal.

10 – Lógica.

11 – Filosofia da Ciência.

12 – Questões centrais de filosofia.

Cada livro merece um comentário e alguma explicação.

Planos de leitura são coisas importantes.

Por falar nisso, nunca mais fiz planos escritos de leitura, mas isso é um outro problema. Vamos ao plano de 1999.

Facilidades que não usamos

O mundo não é um lugar fácil de se viver, mas a sociedade já criou milhões de facilidades para tornar essa tarefa menos cansativa e dolorosa. O telefone é uma delas.

Como uma facilidade, o telefone é fantástico. Mas o curioso é que, por mais que pareça uma coisa ultrapassada, ele não o é.

Espere. Eu estou falando do telefone tradicional, o fixo, e não o celular. Também nem estou pensando em nada de telefonia via Internet, que mal começou a existir. Falo daquilo que já existe a mais de cem anos, uma tecnologia consolidada e segura, ainda que não definitivamente petrificada e condenada à morte. Aliás, quem dera pudéssemos ter a mesma facilidade de uso em tempo real por parte da Internet de hoje como temos com o tradicional telefone fixo. Isso ainda vai demorar anos, décadas, talvez.

É curioso como coisas na Internet que achamos modernas já existiam antes com os telefones fixos. E eu sou um cara suficientemente velho para me lembrar de coisas a muito ultrapassadas, como uma central telefônica onde uma senhora operadora de cabos, a telefonista, fazia a conexão manualmente em um painel cheio de cabos, pinos e plugs. Parece mentira, mas eu me lembro disso, ainda por volta de 1975 ou próximo disso.

Os telefones fixos podem fazer desvios de chamada, bina, secretária eletrônica, siga-me, dupla chamada, ou chamada em espera, conferência entre três ligações e algumas coisinhas mais. Parece bobagem, mas são facilidades que podem resolver problemas.

Mas ninguém usa. Ninguém.

E o multiprocessador de alimentos que comprei pensando em sucos e saladas maravilhosos?

Está lá, escondido no alto do armário da cozinha, intacto.

Nunca fez mais que dois ou três suquinhos de laranja.

Precisamos usar mais das facilidades que temos em mãos.

Isso é um conselho importante, mas não meu.

Ah! Os conselhos!

Gerenciando contatos e fazendo amigos

Eu sempre quis ser uma pessoa organizada, mas não é fácil. Não mesmo.

Um exemplo de organização é manter uma lista decente de contatos. Isso mesmo, contatos. De que tipos? Até quanto tempo? Quer dizer: aquele telefone daquele fulano que te ajudou a fazer um determinado negócio a dez anos atrás quando você morava em outra cidade e que nunca mais irá ver precisa ser mantido na sua lista de contatos? Não sei, mas eu não tenho uma lista muito legal ainda.

As coisas estão esparramadas. Há nomes e endereços e telefones e e-mails de gente que vamos cruzando pelo caminho que estão por toda parte. Desde agendinhas antigas da época de nossa adolescência até os últimos e-mails que recebemos hoje, e nem lemos direito. É muita coisa.

Não é falta de recursos. Hoje temos os computadores que organizam tudo, além das agendas de celulares e tudo o mais. O que na verdade me impede de fazer uma lista organizada é: vale a pena o esforço?

Quantos amigos temos? São muitos? São poucos? Falamos com eles sempre? E nossos contatos profissionais?

Mas eu sou um funcionário público. Praticamente não preciso de contatos comerciais. E tenho poucos amigos. Então, preciso mesmo ser assim tão organizado?

E os velhos amigos? Mas, eles estão sempre por ai, nos MSN e Orkuts da vida. E quase não conversamos mais que bobagens. São nossos amigos e pronto, sempre nos achamos, mesmo que se passe décadas.

Eu sei que preciso ser mais sociável, mas não é fácil.

E depois, quem quer ser amigo de um cara como eu?

Só meus velhos amigos de sempre mesmo.

Não se fazem mais contatos como antigamente.

Amigos são coisas difíceis!

Você já imaginou se...

Eu disse nesta postagem que gosto de ciências, e que cheguei a tentar um blog sobre o assunto, mas não fui adiante. E eu disse na postagem anterior, sobre Roswell, que o assunto de extraterrestres é, a meu ver, muito interessante.

Agora, fica a pergunta: ciência e extraterrestres, ou mais precisamente, a ufologia, tem alguma coisa em comum?

Acho que sim.

Desde quando gosto de ciência?

Desde muito tempo.

Comecei a ler sobre ciência ainda quando tinha meus 12 anos, nos livros recém-chegados à minúscula biblioteca que tínhamos na escola de Tujuguaba. Naquela época, por volta de 1982, as coisas não eram tão fáceis como são hoje em tempos de Internet quando o assunto é informação.

Sabe de uma coisa que eu adorava ler? Astronomia.

Adorava ler sobre planetas, galáxias, etc.

Adorava ler sobre a corrida espacial da época.

Adoro isso tudo, mas isso tudo não é nada. Apenas um hobby.

Ah, velhos tempos de inocência juvenil...

Quanto ao convite do título, você já imaginou se... ele vem de uma época mais recente. Vem da leitura de um livro sobre Teoria do Caos.

Mas essa é outra história.

O caos!

Roswell

Eu disse nesta postagem que me inscrevi numa lista de e-mails chamada ListBot. O que eu queria com uma lista de e-mails?

Não me lembro, mas eles responderam e confirmaram minha senha de acesso a algum grupo de discussão do qual eu fazia parte. Como não me lembro de nada relevante, acho que a minha participação nesta lista de discussão não deu certo.

Minha senha de acesso era roswel. Falo isso abertamente porque nem a lista e nem o ListBot existem mais.

Por que roswel?

É porque eu provavelmente pretendia discutir alguma coisa sobre o caso Roswell.

Por que esse assunto de extraterrestres me interessa?

Ora, porquê!

Porque eu fui um militar da Força Aérea Brasileira. Tenho alguma experiência com o mundo militar e acabei gostando do assunto.

A coisa não se esgotou com o ListBot e a senha roswel.

De qualquer forma, é curioso como não mudamos. É um interesse que já dura décadas.

Por que o assunto dos extraterrestres é tão fascinante?

Não, esse assunto não é uma bobagem. Spielberg que o diga.

Falaremos mais sobre isso ao longo do tempo.

Roswel... ah!, eu sei, é Roswell que se escreve... mas deixa para lá...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Veja cada ideia como uma semente

Eu disse que valorizo minhas ideias. Anoto-as. Disse que cada ideia deveria ser como uma semente que, quando lançada ao solo, poderia ou não crescer.

Mas uma ideia não é uma semente que cresce sem ser regada.

Quem alimenta uma ideia? Quem a teve, quem a captou por meio da leitura de um blog, quem ouviu falar por meio de uma discussão no balcão de um boteco?

Como é cultivada? Como se cultiva uma ideia?

Claro, ideias boas devem ser cultivadas, mas quem decide quando uma ideia é boa ou não?

E o que fazer quando uma ideia não é unânime? Existe luta de ideias, ou luta contra uma ideia?

Existe.

A princípio, tendemos a ser oportunistas e egoístas. Só alimentaríamos uma ideia que fosse nossa ou, não sendo nossa, nos beneficiasse. Por que haveria de alimentar uma ideia que daria os louros a outra pessoa? E por que haveria de alimentar uma ideia que viesse a me prejudicar?

Altruísmo e desprendimento são atitudes não muito humanas.

Mas, há um prêmio para ideias que são boas, mas não são nossas nem necessariamente nos beneficia. O altruísmo e o desprendimento com relação a boas ideias rende frutos. A sociedade paga para que pessoas altruístas e desprendidas alimentem ideias que beneficiam o maior número de pessoas possível. A humanidade é na sua essência cooperativa e o que a beneficia tem a recompensa merecida.

Uma boa ideia deve, além do mais, ser implementada. Enquanto ideia, ela é valiosa, mas inútil.

A implementação de uma ideia não depende daquele que a gerou originalmente, exceto nos casos de patentes e marcas legalmente registradas. Uma ideia genérica como, por exemplo, a reciclagem, não tem dono. Ela, no entanto, não é de implementação simples e ainda não paga grandes dividendos àqueles que a põem em prática, mas não importa. A ideia é valiosa e sua implementação deve ser incentivada.

Quando digo que anoto minhas ideias, digo que elas estão registradas, mas é só. Que valor possuem, se são originais ou não, a quem beneficiam, se são de fácil implementação ou não e o que ganharei defendendo-as ou implementando-as não foi ainda discutido.

Então, quais são as minhas ideias?

Andando e salvando o mundo

Essa foi uma das ideias, a última da cinco que tive para contribuir com o mundo e sua salvação da catástrofe ecológica: andar de ônibus.

Pense nisso. Faz sentido. O mundo civilizado todo adota essa ideia. Por que não eu?

Andei a pé e de ônibus até meus 34 anos.

Andava a pé mesmo podendo ter um carro.

Sofri muito andando no calor da maldita cidade de Goiânia. Que cidade quente! Quanto asfalto! Quanto andar!

Mas um dia eu cansei.

Na verdade, era mais uma questão de medo do que propriamente de falta de dinheiro ou apoio ecológico. Eu não tinha um carro por medo de dirigir. Um dia, perdi o medo e comprei um Ford Ka. Nunca mais pensei no assunto ecológico depois disso.

Não que nunca mais tenha viajado de ônibus. Viajei muito, mas então já por questão de comodidade e segurança. Na verdade, andar de ônibus é mais caro que andar de carro, e bem menos confortável. Na verdade, andar de ônibus é um exercício de tolerância e paciência. Somente uma catástrofe para obrigar a população usuária de carro a deixá-los na garagem em uma grande cidade.

É uma situação difícil. A ideia em si é boa, mas não funciona no Brasil.

E eu e minha esposa comemoramos quando atingimos a marca de 100 mil quilômetros com nosso carro. Isso mesmo: cada quilômetro andado de carro é um quilômetro a menos andado de ônibus ou a pé, e isso merece ser  comemorado.

Eu já fiz a minha parte. Sei que é difícil. As pessoas que usam ônibus somente o fazem por falta de dinheiro. Essa é a verdade.

Claro que teremos que resolver um monte de problemas quando pensamos em transporte, mas eu não vou mais andar a pé enquanto eu puder pagar para andar de carro.

Não mesmo. Não aqui no Brasil.

A fugacidade da memória

Por que anoto tudo?

Porque sei que a memória é fugaz. Ela é como um éter, um líquido volátil. Uma ideia brilha por alguns segundos e se esvai, perdida no turbilhão de pensamentos, preocupações, imagens e atividades gerais que a acompanham e a arrastam como um pequeno diamante numa avalanche de lama.

Eu poderia ter aprendido essa verdade sozinho, mas a prudência e a leitura me ensinaram primeiro. Eu evidentemente que perdi ideias antes de ter aprendido sobre como salvá-las, mas nada que pudesse ditar os rumos de uma vida.

Agora, sou adulto e a vida é diferente. Uma ideia pode mudar uma vida. Uma grande ideia pode mesmo mudar o mundo.

Eu não subestimo o poder de uma ideia. São elas que governam o mundo.

Quem me ensinou?

Og Mandino.

Grato, grande Mandino, ainda que eu não tenha sido capaz de mudar o mundo.

Ao menos a mim mesmo e à minha vida eu tenho podido mudar.

Eu não subestimo o poder de uma ideia, mesmo que ela não seja muito grande.

O livro e o guardanapo de papel

Escrever é uma coisa interessante. Escrevemos com múltiplos objetivos.

Escrevemos com múltiplos horizontes temporais. Nem tudo que é escrito é eterno.

Pense no guardanapo de papel onde rabiscamos um número de telefone. Isso existe ainda, na era dos unipresentes celulares e smartphones? Bem, tenho muitos pequenos pedaços de papel com muitas coisas rabiscadas esparramadas pela casa. Nem sei o que significa, dependendo do quão antigo é o rabisco.

Tenho um livro escrito. Dois. Eles estão disponíveis na web, e um deles foi impresso. Talvez durem por toda a existência humana. Foram escritos como um exercício de criatividade. Foram criados por um processo que não visou nada além da própria alegria de escrever. Não tinham fins culturais maiores que o mero entretenimento.

Tenho agendas, mas elas são apenas rascunhos para coisas que preciso lembrar. São registros de ideias e fatos intelectuais. Agendas de verdade hoje são digitais. Uso o Outlook e as coisas que planejo para o futuro, meus compromissos para os próximos dias estão ali. São uma espécie de diário do futuro. São informações de pouco valor, e não me detenho muito sobre elas. Quase tudo que agendamos passa a ser banal depois de alguns meses ou anos.

E deveria ter meu bloco de notas, aquele onde anotamos nossas ideias e tarefas momentâneas, para depois passarmos a limpo e nos comprometermos a realizar em algum momento no futuro. Eu não uso blocos de notas. Uso as agora inúteis agendas de papel no lugar deles.

E os diários eu prefiro não os usar. Acho muito difícil ter disciplina para manter um que não me trará tanta utilidade assim. De que forma um diário pode ser útil ao próprio dono? A curto prazo, não vejo como. A longo, ele é ainda mais inútil, embora que mais interessante.

Agora, o porquê deste texto: qual dessas diferentes formas de escrita é a mais importante?

Sei que muitos ficarão tentados a eleger os livros como a forma de escrita mais importante, mas eu discordo.

Claro, o acúmulo de livros torna a literatura mais rica como uma fonte cultural, mas do ponto de vista pessoal, raramente um livro beneficia aquele que o escreve.

Meu medo não é que eu não seja capaz de escrever um livro que pode me tornar um imortal da literatura, mesmo porque não tenho interesse nenhum em ser um escritor de literatura. Meu medo é que, tendo uma excelente ideia, eu a perca por esquecimento. E essa ideia pode ser sobre um excelente livro de literatura, que me dará a fama, ou sobre um negócio, que me dará a riqueza, ou sobre um problema filosófico, que me dará o poder da convicção, ou sobre política, que me dará o poder social.

Uma ideia perdida é um plano perdido, e um plano perdido é uma realização perdida.

Jamais subestimo o poder que temos de nos esquecermos de grandes ideias.

Anoto tudo.

Uma boa ideia vale mais que um bom livro.

Nunca perco uma boa ideia.

O foco errado

Quando digo que em algum momento da vida eu quis ficar rico, é porque parece que em um momento posterior eu desisti de querer.

Eu não quero mais ficar rico? Sim, eu quero.

Então, o que me impede ou me impediu de continuar tentando ao longo desses longos anos?

Por que escrever um blog sobre filosofia e não desenvolver um site de buscas como o Google?

Por que um blog e não um site de relacionamentos como o Facebook?

Por que comprar ações de empresas nacionais de tecnologia quando aqui nunca se produziu nada de tecnologia nenhuma?

Onde eu errei? Por que errei? Ou não errei?

Os fatos falam. Não sou rico. Logo, errei.

Filosofia para quê?

Para entender o quê?

Mas ficar rico para quê?

A que custo?

Essas questões me atormentaram por muito tempo, e não possuem resposta ainda. E elas já foram feitas antes, muito tempo antes de serem postadas neste blog.

O blog, senhores, não é a razão de nada.

Como ainda não senti que estou fazendo nada certo até hoje, só posso concluir que mirei minha luz para o caminho errado, ou, em outras palavras, subi corretamente os muitos degraus da escada que me propus a subir, sem saber que ela estava apoiada na parede errada, no muro errado, rumando para o telhado errado.

Afinal qual o maior ganho que uma pessoa pode ter com um maldito blog?

Fama, na melhor da hipóteses.

Fama...

Fama?

Putz!