segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Feliz ano novo 2011

Em minha quarta postagem neste blog, ainda em 2004, eu usei uma frase de Muriel Rukeyser na abertura de meu texto. Eu disse que não sabia quem era essa autora e prometi que descobriria.

Pois bem, Muriel Rukeyser foi uma escritora e ativista americana, defensora dos direitos feministas. Ela escreveu uma série de poemas ainda jovem e, bem, eu também disse neste mesmo texto que falaria mais sobre usar frases de pessoas famosas e as implicações que esse costume trás. Farei isso, mas não agora.

Antes, quero lembrar que já estamos em janeiro de 2011. Um ano novo se inicia e espero que seja um ano muito bom. Espero que seja melhor que 2009, um ano ruim, e 2010, ano dos piores imagináveis. Temos que ser realistas: nem todos os anos são bons, e há anos realmente difíceis.

Quero que 2010 seja lembrado como um ano pessoalmente difícil, mas ao mesmo tempo produtivo. Um ano de semeadura, de luta, de conquistas não efetivas, mas em promessa. Conquistas que frutificarão nos anos  vindouros.

Quero lembrar também que estou de férias. Estou de licença-prêmio, na verdade. A primeira de minha vida.

Estou em casa sem absolutamente compromisso algum, mas nem por isso em paz, calmo ou feliz.

Como posso estar calmo com uma vida tão difícil? Como posso estar em paz quando 2011 promete ser também um ano muito tumultuado e incerto? Como posso me sentir feliz diante de tantos desafios?

Como poderia ser feliz simplesmente por poder lutar?

Não sei se o simples lutar pela vida é em si mesmo razão para se ser feliz.

De qualquer forma, estou inseguro, frustrado e sem rumo. Não vejo solução para meus problemas a curto prazo, e eles, os problemas, são muitos, embora não necessariamente fatais.

Então, que 2011 seja um ano de mudanças, ainda que não seja de paz e tranquilidade.

Mas, essa visão intranquila do futuro é apenas isso: uma visão. O mundo segue como sempre seguiu, impassível diante de minha existência e de meus problemas. Não significo nada e passo pela vida como uma mosca passa sua existência numa floresta imensa e densa. Estou com meus quarenta anos e vivo um crise existencial mais grave e dolorosa do que tenho vivido nos meus últimos anos. Sim, viver é para mim uma eterna crise. Estou cabeludo, barbudo e gordo. Estou péssimo.

Minha vida caótica continua caótica.

Só para tentar diminuir a minha sensação de culpa por não cumprir  minhas promessas, por não ter ânimo para correr atrás de meus sonhos e por ser covarde ao não tomar decisões que poderiam mudar minha vida para melhor, então hoje decidi dar uma arrumada em meus livros.

Minhas estantes estavam e estão abarrotadas. Compro livros compulsivamente, como se a simples presença deles formando uma pilha a mais em uma prateleira fosse resolver meus problemas.

Então, com tempo livre e sentimento de culpa em abundância, resolvi dar uma leve arrumada em tanta desordem.

Depois, contei os livros.

Sim, eu contei meus livros!

Eu imaginava que tinha algo em torno de 700 livros.

Mas não: eu tenho cerca de 1330 livros.

Isso mesmo: 1330 livros, aproximadamente.

Então, eu cheguei a uma conclusão. Eu preciso de tempo para lê-los, mas este não é o principal problema.

O mais difícil hoje é o espaço. Eu preciso de espaço físico. Eu preciso desesperadamente de espaço físico.

Eu não aguento mais viver espremido em meu pequeno apartamento alugado.

Eu terei de mudar em breve. Moro de aluguel e não tenho condições financeiras e estabilidade profissional suficientes a ponto de comprar um imóvel próprio. Vivemos uma bolha imobiliária especulativa no Brasil e comprar qualquer coisa agora é pura idiotice. Mas de uma forma ou de outra, terei de mudar para outro local dentro de poucos meses.

É a oportunidade que terei para conseguir mais espaço. Ah, como eu preciso de espaço!

De resto, andei jogando Sim City 3000. Tenho minha cidadezinha chamada Tujuguaba, obviamente, e ela estava estagnada a anos, com seus 25 mil habitantes. Então, aproveitei os dias de folga e tirei algumas horas para jogar. É uma coisa legal.

Na verdade, tenho centenas de jogos de computador que, assim como os livros, eu comprei e nunca joguei. Na verdade, sequer os tirei das embalagens. Sempre esperei que um dia eu os jogaria.

Compras compulsivas. Mania de acumular coisas. Incapacidade de gozar as coisas que poderiam me trazer prazer. Medo de me envolver em vícios. Sim, eu tenho um monte de problemas.

Espero que em 2011 eu ao menos tente enfrentá-los.

Feliz 2011, ainda que atrasado em longos nove dias.

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