terça-feira, 29 de maio de 2012

Piada nojenta

Há uma piadinha infame que provoca nojo nas pessoas. Ela é assim:

"- O que é uma coisa vermelha com uns pedacinhos prateados em cima da cama?

- Um bebê mascando uma gilete!"

Ah!, você dirão, que mau gosto. E é mesmo, de muito mau gosto.

Afinal, quem deixaria uma criancinha mastigar uma gilete?

No entanto, isto é apenas uma piada. Certo?

Mas olhe isso.

Enquanto as pessoas ditas de bem ficam horrorizadas com uma piada infame, assistem, omissas, crianças tão inocentes quanto o bebê da piada acima serem envolvidas num massacre astutamente escamoteado sobre o nome de "esporte".

Eu gostaria de ver o dinheiro do meu suor, transformado em impostos, ser aplicado em escolas em que os alunos as frequentem para aprender, no mínimo, boas maneiras.

Aonde entra a música, a pintura, a dança, o esporte cooperativo, que educa e cria solidariedade? Para esses "penduricalhos" não há verba, nem profissionais disponíveis, nem tempo, nem interesse dos pais e professores. Mas para "a fábrica de campeões"... Ah! Para isso não falta propaganda e mídia atenciosas.

Enquanto nos horrorizamos com piadinhas infames, empresários tratam nossas crianças como galos de briga, com o nosso dinheiro, sob as barbas de nossos governantes, e de nossas bem formadas e bem pagas professoras.

É o MMA formando "cidadões"!

Até quando?

Acorda, Brasil!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Em que situação eu me encontro?

Seja lá qual for minha situação, se eu pretendo sair por aí em busca de meus objetivos, eu devo saber em que situação me encontro, que recursos e ferramentas tenho à mão, e o que posso fazer com eles.

Eu disse aqui sobre o que penso da frase abaixo:

"Lição 3 – Como avaliar as próprias vantagens:

“Existem dois objetivos na vida: primeiro, conseguir o que se quer; e depois, desfrutar o que obteve. Apenas os mais sábios realizam o segundo” – Logan Pearsall Smith."

É bem verdade que a frase em si não nos fala nada sobre avaliar nossas vantagens, mas não importa. Eu tenho que saber minha situação atual para saber aonde quero chegar. Afinal, conseguir o que se quer implica em planos. E planos envolvem começos, meios e fins.

Isso parece óbvio agora, mas não era na época em que li sobre isso. 

Algumas coisas que hoje são óbvias não surgiram óbvias desde o começo do mundo. A obviedade da Terra redonda não é assim tão óbvia. Pergunte a uma criança se ela acha que a Terra é redonda e ela lhe dirá que não. Afinal, quem nunca tentou cutucar o Sol ou a Lua com uma vara, achando que eles eram apenas um tipo de balão não muito alto e fácil de ser cutucado?

Isso de saber onde me encontro antes de sair por aí em busca de objetivos não é uma coisa muito velha. Parece fácil, mas não é. Pegue uma lista de grandes habilidades modernas exigidas dos melhores profissionais e pagas a preço de ouro pelas grandes empresas e verá que gerenciar projetos é uma delas. Mas, o que são projetos? E como chegar ao fim de um projeto sem saber o caminho a ser percorrido durante ele? E como percorrer um caminho sem saber de onde se parte?

Essa forma de pensar já se mostrou eficaz milhares de vezes em diferentes lugares e em diferentes momentos. Toda uma indústria de gerenciamento e engenharia se desenvolveu em torno desse conceito de projeto e pensar nossos sonhos como projetos tem dado resultado para muita gente. Tanto que parece até uma banalidade recomendar a alguém que saiba onde se encontra antes de partir atrás de alguma coisa.

É óbvio porque se tornou óbvio. Mas não era, e eu não precisei quebrar a cara na vida para aprender essa pequena verdade.

Isso é aprendizagem.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A Pedagogia do Choque

Há uma frase popular que diz:

"Quando o aluno está pronto, o mestre aparece"

Uns dizem que é uma frase budista, outros, que vem da cabala judaica. Não sei ao certo de onde vem, mas parece uma frase carregada de sabedoria. Eu a descobri não faz muito tempo. Achei-a impressionante. Comigo ela aparentemente funcionava.

No entanto, sou uma pessoa curiosa. Como disse aqui, a curiosidade é uma característica que precisa ser cultivada.

Mas, e quando o aluno não está pronto? 

E se ele nunca vier a estar pronto?

O que significa um aluno estar pronto?

Se o mestre só aparece depois que o aluno está pronto, quem deixa o aluno pronto?

Como alguém pode ser um aluno sem contar com a presença de um mestre?

E, de que adianta um mestre depois que o aluno já está pronto?

Ensinar o quê a alguém que já está pronto?

A frase parece óbvia, mas não é.

Um ser humano só dispõe de uma maneira de aprender sem a presença dos mestres: é através do doloroso método da tentativa e erro. As pessoas podem aprender sozinhas, mas é um aprendizado muito mais custoso e perigoso, muito mais lento e errático. É, definitivamente, o pior meio de se aprender algo nesta vida.

Mas aprender sozinho pela tentativa e erro pressupõe necessariamente alguma curiosidade?

Não. Não necessariamente. As pessoas são levadas a aprender sozinhas muito mais pela necessidade que pela curiosidade. Aliás, é somente pela necessidade que a maioria das coisas são aprendidas. 

Mas, por maior que seja a necessidade, aprender sem mestres é difícil, e quem passa pelo processo não vê romantismo algum, não vê beleza alguma, não sente prazer algum, exceto ao ver-se livre da experiência o mais rápido possível.

É exatamente porque há alunos que nascem sem estarem prontos que os mestres passam a ser necessários. Mas, qual ser humano que já nasce pronto?

Olhe este vídeo novamente. Se já o viu, imagine o que aconteceria se o pequeno aluno tivesse de aprender por ele mesmo, por tentativa e erro, que não se deve enfiar o dedinho no buraquinho da tomada?

Os mestres são necessários, e os verdadeiros mestres são aqueles que não esperam alunos prontos. 

Os nossos primeiros mestres em geral são nossos pais, embora que nem sempre, mas não se resumem a eles. 

As pessoas nunca deveriam parar de aprender, já que é virtualmente impossível se livrar das necessidades da vida.

Então, não é que as pessoas param de aprender. É que elas aprendem a conviver com as necessidades.

Porque lhes faltam mestres. Porque aprendem por tentativa e erro, e sequer sabem que erram. 

Crie seu filho com os lobos, e ele uivará.

Mas, se o dedo na tomada não é a melhor forma de aprender, como arrumar tantos mestres para tantos necessitados alunos?

Eu disse que a frase acima funcionava para mim. É que sou de uma geração já passada, e muito do que aprendi não foi por tentativa e erro, mas ensinado por outras pessoas. Tive meus mestres, que me ensinaram a pescar. Sou de uma época em que recebi a linha e o anzol, e não o peixe pronto. Busco por mim mesmo a resposta para minhas novas questões. Minhas duvidas, frutos de minha curiosidade, são respondidas por novos e diferentes mestres, e, sim, quando me sinto um aluno pronto a perguntar sobre aquilo que quero aprender, então, sim, um novo mestre aparece, pronto a me ensinar sobre o que eu não sei. Em geral, meus mestres aparecem em forma de livros.

Mas, por que tantas perguntas? É que um bom mestre sempre ensina seu aluno a não parar de perguntar, num questionamento sem fim movido pela curiosidade, e não somente pela necessidade. Aprender com mestres não é doloroso e traumático, e quem começa, não para. Aprender por curiosidade dá prazer.

É este questionamento sem fim que erradica doenças, leva o homem ao espaço e põe i-phones em nossas mãos. 

E o que dizer daqueles que, tendo recebido o peixe pronto, passam fome por não saber pescar por si mesmos? Esses são os ignorantes.

Mas, dirão muitos, os ignorantes, que não se interessam mais em aprender, porque já acostumaram-se a sobreviver com o incômodo de suas necessidades não resolvidas, não são felizes mesmo sendo ignorantes? Talvez o sejam. 

Mas triste será o dia em que seremos medidos pelo quão felizes somos, e que à custa de se conseguir a felicidade, se sacrifique tudo, exceto o lazer fácil. Será um dia triste, porque será a celebração da injustiça. Porque a vida não é só felicidade. E a minha felicidade só será possível às custas do sofrimento alheio. Afinal, alguém precisa pescar, para que eu possa ter o meu peixe pronto, e ser feliz. Será que o pescador é feliz?

Mas talvez a felicidade não seja o melhor instrumento para medir o quão humanos somos.

Se for, talvez os animais estejam em melhor situação que a nossa, porque nunca os vemos tristes, exceto quando os maltratamos.

Mas, afinal, o que temos contra a ignorância? Não são também os animais ignorantes? E mesmo assim, não gostamos deles?

Não que a ignorância nos faça como os animais. É que ela nos faz humanos incompletos. E por que ser incompleto e contentar-se com isso? Não que a busca de fugir da ignorância nos fará completos, porque ser humano é ser necessariamente incompleto, mas há diferentes graus de incompletude, e o mérito em se buscar o saber não está em uma suposta perfeição no final do túnel, mas no esforço dedicado de aprender sempre que possível e não se contentar com o pouco de luz quando se pode sair do túnel e ver o Sol.

A pedagogia do choque forma maus alunos e o mestre que espera o discípulo que nunca aprende e portanto nunca está pronto não é na verdade nenhum mestre.

Tenho divagado sobre este assunto mais com o intuito de tentar provar a mim mesmo que meu silêncio é confortador, mas criminoso, porque é egoísta, e perpetua uma injustiça.

Aquele bordão de "tudo que sei é que nada sei" é louvável em sua modéstia, mas a modéstia não pode servir de desculpa para que eu contemple o crime da escravidão passivamente. 

Foi-se o tempo em que os grilhões que prendiam multidões eram forjados a ferro e fogo. A escravidão não foi extinta. Ela simplesmente evoluiu e se tornou transparente. Hoje, ela é invisível aos olhos, mas tão palpável quanto uma rocha.

A forja do ferreiro não é mais necessária no mercado da servidão humana, mas mesmo essa simples verdade é ignorada.

Eu deixaria uma criança colocar o dedinho na tomada simplesmente por modéstia de não me mostrar mais sábio que ela?

Então é hora de parar com a a desculpa da modéstia, do "tudo que sei é que nada sei".

Cabe a todos os que sabem algo sair do letargismo cômodo da espera e compartilhar seu saber ao ignorante, ainda que feliz. Felicidade na ignorância não é felicidade, mas escravidão. E nada mais nobre que ser solidário ao seu semelhante ensinando-o a superar suas adversidades.

Ademais, há um bordão que diz: conhecimento é poder. E há outro que diz: o poder não deixa vácuo. Aqueles que detém o bom conhecimento ao não ensinarem o que sabem aos que não sabem na verdade acabam abstendo-se de exercer o poder que poderiam ter por direito. Não ensinar é abrir mão do poder que o conhecimento legitimamente confere a quem sabe. Mas, não só isso.

O poder não deixa vácuo. Aquele que não ensina, permite que outro ensine em seu lugar.

Se você não aprende a obter o que quer pelo trabalho, alguém irá exercer o poder de lhe ensinar que você obtenha as coisas roubando. Se você não aprende a paciência, alguém lhe ensinará a violência. Se você não aprende a prudência, alguém lhe ensinará o risco suicida. E se você não aprende a usar um computador, alguém o ensinará a usar um revólver. Todo mestre é fascinante, mesmo o mais facínora, que lhe ensina o crime e o mal.

Seja modesto com o seu bom saber, e alguém arrogante de sua vilania irá ocupar o seu lugar no púlpito. Cale-se, e ouvirá alguém bradando que seu silêncio é sua confissão de culpa. Sonegue o que sabe, e alguém ensinará ao ignorante que a miséria do mundo é culpa do seu silêncio sonegador.

Quando você não usa o poder de seu conhecimento ensinando, você acabará aprendendo que o ignorante usará o poder de sua ignorância te violentando. Ou você ensina, ou será vítima dos alunos da pedagogia do choque.

Por favor, não vá confundir o cano de um revólver com uma tomada. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Eu amo a Política!

Pronto! Está feito!

Eis minha declaração de amor à Política - com P maiúsculo, porque merece respeito - e que me redime aos meus próprios olhos, aos olhos de todos que vierem a ler esta declaração, e principalmente aos olhos dos milhões de postadores do famoso poema de Bertold Brecht.

Vamos lá, ao incômodo poema:


"O Analfabeto político"

"O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais."


Bertold Brecht

Mas, ingenuidade das ingenuidades, como posso eu ignorar que com um simples brado de amor à Política nada irá mudar, e a despeito do meu brado, prostitutas nascerão, menores serão abandonados, e políticos vigaristas continuarão a ser eleitos? Não, eu sei que com um simples brado de amor à Política nada mudará.

Eu sei que é preciso mais.

Mas, o que fazer? Por onde começa o abecedário do analfabeto político que se dispõe a politizar-se?

Com o perdão novamente pela ingenuidade, mas, que tal começar por aqui?

Mas, um aviso:

"Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. "
Mateus 10:16

Ah! Que bela sensação!

Agora, me sinto bem melhor!

domingo, 20 de maio de 2012

O milagre da curiosidade

Nós, humanos, somos uma espécie animal muito interessante. Veja este vídeo

Nós somos assim. Nós todos já fomos assim, não por quatro horas, nem por um dia, mas por anos. Anos sem conta explorando o mundo à nossa volta.

Em que momento termina o milagre da curiosidade?

Para muitos, o milagre acaba com a formatura no colégio. Para outros, no primeiro dia de trabalho assalariado. Para algumas ainda, no primeiro dia de gravidez. Em geral, presume-se que torna-se adulto, e portanto não mais criança, e portanto não mais curioso, já aceito como tendo experiência em suas explorações,  alguém  que completa dezoito anos. 

Alguns aceitam essa data como um ponto final em suas curiosidades. Mas as coisas não deveriam ser assim.

Quando deixamos de ser crianças? Qual a relação entre crescer, tornar-se sexualmente maduro, economicamente auto-suficiente, capaz de votar e dirigir carros, e deixar de ter curiosidade pelo mundo?

Em que momento morre a curiosidade e nasce a mesmice?

Mas veja o vídeo novamente, e se pergunte: de onde aquele bebê arranja tanta energia? Você, um adulto, não é capaz de se manter ativo em seu serviço de adulto em um ritmo frenético como o do bebê nem por uma única hora. 

Nós não amadurecemos e nos tornamos experientes. Nós crescemos e nos tornamos preguiçosos.

Disfarçamos nossa preguiça sob uma carapaça de auto-suficiência, que se torna arrogância, e que nos sufoca. Há aqueles cuja preguiça os força diariamente a parar e a sentar e a tomar do controle remoto e entregar suas vidas às Globos, aos SBTs e aos Jornais Nacionais, com suas vinhetas fáceis, suas musas bronzeadas e seus comentários complacentes. Todos os dias, todos os anos, todas as décadas.

São como aquelas tartarugas centenárias encontradas em ilhas remotas, que vivem muito, quinhentos anos, e que possuem uma carapaça de quinhentos quilos. Vivem cada ano para encorporar mais um quilo à carapaça. 

Quanto pesa sua carapaça?

Mas a natureza é sábia, e nos dotou com este dom milagroso da curiosidade, e a energia para explorar, e mudar este vasto, e incompleto, mundo azul. Não deixe que o controle remoto o domine. Não se deixe controlar por ele. Você não está tão cansado assim que não possa fazer mais. Não vivemos em um mundo tão bom assim que possamos repousar sobre os louros do sucesso, e gritar gol a cada bola que entra nas redes desse mundo afora.

Mas, apesar das carapaças, há entre os humanos aqueles cuja curiosidade não cessa em função de um evento qualquer.

Houve uma época em que uma carta levava meses para chegar ao seu destino, trazendo boas ou más novas. E ainda assim o mundo mudou.

Hoje, um clique leva bibliotecas a qualquer canto do mundo em segundos. E nada muda.

Exploremos nossas oportunidades. Exploremos com curiosidade infantil nossos gigantescos problemas sociais. Cartas em lombos de cavalos já mudaram o mundo. O que não fariam nossos corajosos antepassados com uma mísera conta de e-mail? E por que não podemos nós hoje fazer o mesmo? Por que simplesmente ver o mundo se esfacelando pela tela da televisão e nada fazer, a não ser gritar "gol"?

Eu me pergunto: o que ganho com minha curiosidade? Mas uma voz mais forte retruca: o que eu perco com minha preguiça?

Eu não posso mudar as pessoas. Mas eu posso tentar mudar a mim mesmo. Minha curiosidade me consome, e não posso me dar ao luxo de 30 minutos de sonolentos telejornais, muito menos 2 horas de futebol.

Eu prefiro tomar esse emaranhado confuso e intrincado que é viver no mundo moderno e estudá-lo, desconstruí-lo, tentar reconstruí-lo um pouco melhor. Eu não vou conseguir muita coisa sozinho, por isso, conclamo os curiosos a se juntarem, e sacolejo os preguiçosos, porque eles também não podem fugir ao dever moral de serem seres humanos plenos e senhores de seus talentos e de seus destinos.

Exploremos os nossos problemas como o bebê do vídeo. Exploremos as nossas oportunidades, agraciados que fomos pelo milagre da curiosidade.

Exploremos mais.

sábado, 19 de maio de 2012

Conversando com Sócrates

Nosso querido Steve Jobs disse, em algum momento de sua breve mas proveitosa vida, que trocaria toda a sua tecnologia por uma conversa com o filósofo Sócrates.

Eu o entendo. Afinal, quem não gostaria de conhecer alguém muito famoso? Quem não gostaria de aprender com alguém muito sábio? Quem não gostaria de estar ao lado de uma celebridade de eras passadas?

No entanto, não queremos passar nossas horas de lazer com nosso dentista, com o cara que conserta nossos carros quebrados e com aquele outro, de jaleco alaranjado, que recolhe o lixo da nossa rua.

O que Sócrates tem que tanto seduz a todos? 

O caso é que ele tem o nome imortalizado num livro de um discípulo seu, Platão.

Se não tivesse seu nome registrado em um livro, Sócrates jamais seria uma celebridade. Nem Jesus, nem qualquer outro que já se foi, mas que poderíamos desejar encontrar um dia.

A vida humana passa pela existência na Terra e desaparece sem deixar vestígios. Toda a sabedoria se esvai no último estertor da vida, e não fossem os livros, e os Platões que os escrevem, grandes homens jamais seriam conhecidos. Assim, escrever é um ato de grandeza, e é uma conquista humana que tanto Steve Jobs quanto qualquer cidadão com um pouco de honestidade deveria louvar e agradecer.

Sócrates não via valor nos livros...

Mas, perdoemos Sócrates. Ele era tão bom professor que seu mais famoso discípulo não o pode esquecer. Os livros de Platão não foram obviamente escritos por Sócrates, mas foram frutos de seus ensinamentos. Há alguma lição nessa constatação, a de que uma coisa realmente boa precisa ser preservada para a posteridade, e a de que se alguém realmente faz a sua parte, terá seu nome preservado, quer queira, quer não.

Por isso, por existir aqueles que escrevem e registram para as gerações futuras as conquistas do presente, é que nós não precisamos voltar no tempo para termos uma conversa com Sócrates.

Basta pegarmos os livros de Platão e estaremos com ele, e com Sócrates, e com outros sábios mais. O livro, Senhor Jobs, é já a nossa máquina do tempo.

Escrever um livro é um ato de extremo esforço. Quem já escreveu sabe. Mas mesmo assim, muitos e muitos livros são escritos, em um volume espantoso. 

Os escritores não fogem às suas tarefas.

Já ler, que deveria ser apenas prazer, aparentemente não o é. Afinal, somos seres que se cansam facilmente. Não há livro que possa concorrer com a facilidade de uma partida de futebol, para quem realmente não quer fazer nada.

Ler, ainda que não seja tão difícil quanto escrever, requer algum esforço, e muito mais do que simplesmente ver televisão. Daí também a razão do sucesso fácil do Youtube e não do Scribd. Um site de livros dificilmente poderá concorrer com um de vídeos. Ler é um saco, já dizia um ex-presidente do Brasil.

Mas, o dever nos chama. 

Afinal, mesmo a televisão não pode se furtar ao fato de que o mundo atual vive uma tremenda crise. Alguns não querem ver a realidade, outros acham que a realidade é menos negra do que a televisão apresenta, mas ninguém nega que vivemos em um mundo em crise.

Os brasileiros foram poupados da borrasca mais violenta, mas mesmo uma marola pode afogar quem não sabe nadar. 

Se Steve Jobs se propôs trocar toda sua tecnologia por algumas horas com Sócrates, a quem nós deveríamos recorrer, para que possamos aprender alguma coisa que nos ajude a superar nossas adversidades?

Mas, graças a Platão, graças aos livros, Sócrates ainda vive. E graças ao trabalho silencioso de milhares de incógnitos tradutores, Sócrates não é somente o sábio dos gregos, mas também dos americanos, dos franceses e, por que não, também dos brasileiros. E, abundância das abundâncias, Jobs foi didático, e citou Sócrates apenas por economia de palavras. Certamente ele trocaria sua tecnologia pela convivência com muitos outros grandes sábios. A humanidade nos legou grandes homens, tantos que todas as nossas horas de vida somadas seriam poucas para compartilhar com apenas uma fração desta constelação humana.

Dúvida? Então eu o conclamo a se adentrar em uma biblioteca...

Assim, amigos, na hora das marolas, escolham suas bóias salva-vidas. Não necessariamente Sócrates. Mas não sejamos arrogantes de imaginar que saberemos nadar nesse oceano perigoso que é a vida em sociedade. 

Não seremos salvos por jogadores de futebol, nem por participantes de Big Brothers, nem por políticos que nunca se deram ao trabalho de ler nada. Lula não é Sócrates. Tiririca não é Sócrates. Neymar não é Sócrates. Sócrates não é Sócrates.

Salvem-se com seus iphones e ipads. 

Divirtam-se menos.

Leiam mais.

A situação assim o exige.

E que Steve Jobs, onde quer que esteja, possa agora ter a sua conversa com Sócrates, e que ela seja longa, e não curta. Por toda uma eternidade, quem sabe...

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O que é exatamente o sucesso? - Parte 1

Uma vez que você tenha se dado conta da importância de seu passado para a definição do que você é hoje, você é forçado a se questionar sobre o que quer para o seu futuro. Mas antes, precisará definir para si mesmo, de maneira totalmente personalizada, o que é sucesso.

O resumo abaixo lista atributos do que seja sucesso.

"Lição 2 – Antes que sejam adquiridos cinco ingredientes essenciais, o sucesso não será sucesso:

1 – Propósito.

2 – Média de aproveitamento.

3 – Esforço.

4 – Satisfação.

5 – Espiritualidade."

Cada atributo tem uma razão de ser. Não me aprofundarei na explicação deles agora, mas eles são decididamente muito importantes.

Basicamente, é bom que você saiba que:

Sucesso não é fama.

Sucesso não é dinheiro.

Sucesso não é se tornar uma celebridade.

Sucesso é algo muito mais profundo.

Se você sabe agora quais são os cinco ingredientes essenciais do sucesso e quer conhecê-los mais a fundo, então continue lendo a continuação desta lição neste link.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

De onde você vem?

A primeira lição de Og Mandino em seu livro "A universidade do sucesso" aborda algo que é negligenciado, mas que precisa ser levado em conta, mais do que imaginamos, e de uma forma diferente da que supomos em geral. Ela diz isso:

"Lição 1 - Como olhar para trás para onde você tem andado: para planejar seu futuro com seriedade, é necessário compreender e avaliar seu passado."

A frase é do próprio Mandino.

De onde vim?

Essa não é uma pergunta fácil.

De onde você veio?

Este blog está impregnado de questionamentos sobre a origem das coisas.

Nós vivemos no tempo e morremos no tempo.

Não há como fugir dele.

Coragem, então.

Seu pior inimigo

O livro de Mandino foi dividido em cinquenta capítulos, equivalentes a cinco anos de estudo. Ele dividiu os capítulos em dez semestres. Já na abertura do primeiro semestre, anotei:

"Primeiro semestre:

“Tome cuidado apenas consigo mesmo e mais ninguém; trazemos nossos piores inimigos dentro de nós” – Charles Spurgeon."

Essa é uma advertência dura. Essa é uma advertência que não facilita a nossa vida. Essa é uma advertência que nos chama à responsabilidade pessoal.

A dureza da vida real nos faz desanimar e tentar culpar o mundo pelo nossos problemas, mas não é bem assim. O amargor da frase acima nos dá um safanão e nos obriga a colocar os pés no chão.

Ninguém vai cuidar de você.

Acorda!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Ferramentas para uma vida magnífica

Comecei por onde começam todos os livros: pela introdução.

lá estava uma frase digna de ser anotada:

Introdução:

“Sem dúvida você possui todas as ferramentas necessárias para criar uma vida magnífica, mas qual será a utilidade delas... se você não sabe como usá-las?”.

A frase é do próprio Mandino e eu me pergunto agora: quem não quer viver uma vida magnífica?

Buscando o sucesso com toda a força

Eu disse aqui que me empenhei em deixar as preocupações e a depressão de lado e começar a viver. Para isso, usei um livro, e o li da maneira que descrevo aqui.

Eu resolvi fazer o mesmo trabalho com o livro de Og Mandino.

Assim, as próximas postagens serão basicamente de frases extraídas dos muitos capítulos do livro.

Eu sei que falei muito deste livro, mas prometo que falarei de outros depois. Por agora, vamos nos divertindo com frases de auto-ajuda. Afinal, nunca é tarde para tentar se tornar um sujeito melhor.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Quer mudar o mundo?

Quer mudar o mundo? Comece mudando a si mesmo...

Tome: dê seu primeiro passo.

É muito fácil ficar reclamando. É muito fácil colocar a culpa nos outros. É muito fácil ligar a televisão e maldizer as notícias ruins e clicar em "curtir" quando aparece uma mensagem reclamando de qualquer coisa no Facebook.

Primeiro você muda. E o mundo muda contigo.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Meus Favoritos

Como disse, eu passei a usar o Delicious para armazenar meus sites favoritos. E acabei exportando para ele todos os meus favoritos que possuía no Internet Explorer 9. 

Qual não foi minha surpresa ao descobrir que em 12 anos de navegação na web acumulei 882 links, dos mais variados assuntos, muitos dos quais nem fazia mais ideia que os tinha?

Quer um exemplo?

Eu sempre disse por aqui que tenho o livro de Og Mandino, "A Universidade do Sucesso". Ele é publicado pela Editora Record. Então, eu quis dar uma olhada no site da Record, e resolvi salvar o endereço no Delicious.

Tudo normal, exceto que eu já tinha esse link. Estava lá, na pasta "Editoras e Livrarias", com outros 33 links.

Ah, fiz uma busca e eis o link que me interessava: este!

Livros favoritos merecem links favoritos de editoras favoritas.

domingo, 13 de maio de 2012

Delicious

De uns tempos para cá, venho tendo uma série de dificuldades para gerenciar Meus Favoritos, minha coleção de links de centenas de sites que fui visitando ao longo dos anos e que achei que valia a pena salvar seus endereços para visitas futuras.

Acontece que temos hoje uma batalha de browsers. O Internet Explorer 9 luta com o Google Chrome, que lutam com o Firefox, e por vezes mesmo com o Safari.

Acontece que eu e minha esposa usamos três computadores em casa e eu uso mais um no serviço. São na verdade 7 browsers com seus respectivos favoritos. É uma bobagem querer sincronizar isso por meio de importação e exportação de favoritos. 

A solução óbvia seria colocar todos os favoritos de todos os browsers em um local único e online. Se ninguém houvesse pensado nisso até o momento eu diria que seria o mesmo que encontrar um diamante em uma estação de metrô. Mas eu sabia que se fizesse uma busca por favoritos online no Google eu encontraria um monte de sites concorrentes. Qual deles escolher? Como ir logo no melhor sem perder muito tempo?

Fiz uma busca rápida com o tema "favoritos online" e logo li alguém dizendo em um fórum qualquer que o Delicious era suficiente para todas as necessidades de um usuário normal.

Quem nunca viu um ícone do Delicious? Ele está em quase todos os lugares. Apenas eu não fazia ideia do porquê aquilo servia e o que significava.

Agora eu sei.

Delicious, agora eu uso!

Rosenvaldo no Google Sites

Eu disse aqui que eu pretendia manter um site pessoal junto a este blog. Afinal, um blog não é o melhor lugar do mundo para se organizar coisas na web.

Nesses anos todos, tive pelo menos dois ou três pequenos sites mal feitos. Eles sempre ficaram hospedados nos servidores do UOL, afinal, sou um cliente UOL desde 1999. Nunca dei muita importância a esses sites, porque eu não tinha muitas pretensões profissionais com relação à Internet em geral. Mas quando resolvo fazer alguma coisa séria por meio de um site, acontece de o UOL resolver acabar com a hospedagem gratuita dos sites de seus usuários.

Agora, vou aos poucos tentar migrar as bobagens que eu postava no UOL para o Google neste endereço, e a coisa séria que eu pretendia fazer fica para mais tarde, depois que eu tiver certeza que é isso mesmo que quero, e que vale a pena pagar R$ 50,00 de hospedagem mensal por uma loja virtual para ganhar alguns trocados.

Eu devo isto a mim mesmo: um site decente.