sexta-feira, 31 de maio de 2013

Malvado e preguiçoso

A vida é dura, eu sei. Ao longo dos últimos vinte e cinco anos passei por altos e baixos. Em alguns momentos, vi-me em becos-sem-saída psicológicos, que nem sei se os superei de fato ainda hoje.

A vida é dura, eu digo, porque sei do que estou falando.

Esta é uma característica muito humana: sempre que as coisas ficam ruins, tendemos a entrar em uma espécie de depressão, e não é fácil sair deste estado.

Mas eu lutei para seguir em frente.

Em determinado momento, no ano de 2001, eu tive de lutar com um pouco mais de perseverança para sair mais uma vez do fundo de um novo poço, de um novo estado obstruído de vida.

Becos-sem-saída me derrubam para valer. Não é fácil safar-se sozinho de um beco-sem-saída. O labirinto psicológico que a vida nos apresenta parece negro e invencível. Eu sei do que estou falando.

Em 2001 eu disse a mim mesmo: nada de psicólogos, nada de psiquiatras, nada de drama, nada de remédios. Eu lutaria por minhas próprias forças, e daria uma chance aos livros. Médicos e psicólogos não poderiam me ajudar. Remédios não iriam me ajudar a sair do labirinto. Eles não eram capazes de dissolver as paredes infinitas à minha volta. Eu achei que deveria dar uma chance aos livros. Eu iria vencer com eles.

Observo que digo que uma situação sem saída é um beco-sem-saída em um labirinto, e outras vezes digo que é como estar no fundo de um poço. Na verdade é quase tudo a mesma coisa: uma situação da qual não vemos meios de fuga. Liberdade: este é o bem maior que perdemos quando em um beco-sem-saída ou no fundo de um poço. Psicológico este estado, eu sei, mas nem por isso, menos doloroso que a perda da liberdade física real.

Pensando retrospectivamente, agora, em 2013, doze anos depois, tudo parece mais tênue, e parece certo que, se não os livros, ou os remédios, ou os médicos, pelo menos o tempo tratou de solver aquelas paredes que pareciam  indissolúveis. Mas na época, tive a nítida impressão de que a situação era ruim, ruim demais para se suportar, e acabei tendo de usar remédios novamente, eles novamente, para dar suporte burocrático a um momento que requeria alguma prestação de contas profissionais, e recorri também aos médicos, mas, de qualquer forma, nem os livros, nem os remédios e nem os médicos foram, em última instância, a solução para um estado de coisas que só iria se resolver pelo mero transcorrer do tempo.

Mas, e o sucesso?

Por que colocar tanta esperança em meros livros?

Por que achar que eu poderia vencer na vida com um livro que prometia o sucesso a seus leitores-discípulos como se palavras fossem pílulas de fermento que se transformariam em ouro?

Leia os livros, de preferência na ordem correta. Eles prometem quase tudo. Siga-os o mais disciplinadamente possível e deixará de fumar, não terá mais depressão, fará amigos e alcançará o sucesso. Leia-os, resuma-os, consulte os resumos o mais frequentemente possível para não esquecer seus ensinamentos. Aplique tudo o que aprendeu. O resto é questão de tempo. Parei de fumar, fiz alguns amigos, saí do fundo do poço psicológico das preocupações, mas não avançava nenhum centímetro rumo ao sucesso. Algo estava errado com esta última etapa. O que seria?

A Agenda 99 está comigo ainda, testemunha de minha luta para fazer as coisas acontecerem.

Mas os livros são coisas fascinantes, e nossos cérebros também.

Com uma lista de frases bacanas de auto-ajuda compiladas em uma caderneta de bolso, entrei em processo de análise, e pensei muito sobre essas frases bacanas. Pensei mesmo, a fundo.

Por fim, depois de alguns meses, em 2001, as coisas em minha vida tomaram um rumo muito diferente do que eu imaginava, ou poderia imaginar. A vida é assim: ela desmancha as paredes velhas de nossos labirintos e ergue paredes novas mais intrincadas e mais desafiadoras, e, sem aviso, no joga em situações que não sabemos como abordar.

Com uma centena de frases bacanas de dois livros inspiradores em mãos para se ler, se orientar, sobreviver, de repente, percebo que não estou indo a lugar algum, e esta estagnação me parecia algum tipo de pecado, porque, ora, os livros não erram, e então, eu não estava fazendo a coisa certa da maneira suficientemente correta, e portanto, eu não estava indo a lugar algum por minha própria culpa. Ora, eu estava sendo negligente com a minha vida, negligente com a maneira com a qual eu deveria, segundo os livros, conduzir a minha vida rumo ao sucesso. Eu, enfim, desejei muito parar de fumar, e parei. Desejei muito sair da depressão, e aparentemente saí. E desejava o sucesso, mas não estava obtendo-o, o que era um sinal de que não estava tão desejoso assim de ser bem sucedido na vida, e por isso não estava me aplicando o suficiente nas lições ensinadas pelos livros, e portanto, eu estava sendo negligente para com o meu próprio futuro.

Ora, ainda que eu tivesse sempre à mão quase uma centena de frases inspiradoras, à medida que o tempo passava e nada acontecia, uma outra frase de um capítulo do livro "A Universidade do Sucesso", de Og Mandino, comichava em minha mente. A frase dizia:

"Servo malvado e preguiçoso! Como ousas não utilizar os presentes que lhe dei?"

Ora, quem me dizia isto?

Era o grande planejador!

Isto fazia toda a diferença.

O Grande Planejador!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Vivendo o tempo

Eu não sei quanto tempo ainda viverei, mas, de qualquer forma, parece que já posso dizer que vivi o bastante para dizer aos mais velhos, aos contemporâneos e aos mais novos que já vivi meu tempo.

O que é viver seu tempo?

Por milênios, o mundo evoluiu lentamente. Quando digo o mundo, quero dizer na verdade a humanidade. A raça humana sempre mudou lentamente, exceto agora, nos últimos duzentos anos. E tem mais: a raça humana tem mudado com uma rapidez estonteante nos últimos cinquenta anos, e continuará mudando ainda mais rápido nas próximas décadas, se não houver nenhuma ruptura brusca na maneira como o homem vem conduzindo sua existência aqui na Terra.

Quando digo que já posso dizer que vivi meu tempo, quero dizer que já experimentei coisas que agora são coisas do passado, e que foram coisas que foram exclusivas de uma época, que não foi vivida por gente que viveu antes, e nem será vivida depois, porque foram coisas temporárias, fugazes, concluídas.

Um dia desses uma garota de dezesseis anos comentou com minha esposa sobre uma música, Sweet Child o'Mine, dos Guns'n'Roses. Ela disse que gostava muito da música. Mas minha esposa não conhece muito de rock dos anos 80, e não vivenciou o impacto de Sweet Child O'Mine na cultura dos jovens daquela época.

Assim, para uma geração anterior à minha, que inclui uma grande massa de brasileiros pobres, sem instrução e isolados do mundo dito civilizado, o rock, dentre outros fenômenos genuinamente contemporâneos, não faz parte de sua cultura. Meus pais nunca se interessaram por rock. Nunca se preocuparam seriamente com um guerra nuclear e tiveram contato quase nulo com o surgimento dos computadores e da internet.

Já para a geração mais nova, o rock e a música pop pós-MTV, o fim do comunismo, o neocomunismo, a presença constante de drogas, o consumo fácil, uma economia sem inflação e relativamente estável, democracia participativa e meios de comunicação abundantes, como internet, televisão a cabo, vídeo-games e carros baratos, universidades em cada esquina, tudo isto é coisa comum, banalizada, e esta geração não é capaz de perceber que até a poucos anos atrás, nada disto existia.

Fala-se em choque de gerações, e de fato, sinto este choque.

Postei um vídeo do Youtube com uma esquadrilha de caças fazendo acrobacias e soltando fumaça ao som de Europe. Para os mais jovens e para os mais velhos, talvez nada disso faça sentido, mas para mim, para meus amigos, tudo faz sentido. Para os mais velhos, aviões de caça não significam nada, e menos ainda o rock do Europe. Para os jovens, tudo soa ultrapassado, e os aviões não são páreo para os games, e Europe soa brega com aquele visual colorido ingênuo e guitarras frouxas.

Talvez o mundo mude tão rápido no futuro que ter pertencido à chamada Geração Y soe como uma ofensa. Talvez, quem sabe, esta Geração Y se renda aos gostos das gerações anteriores, como a minha e a de meus pais e avôs. Quem sabe a Geração Y seja irrelevante no futuro, por ser exigente e mimada demais. Quem sabe ela seja a última geração civilizada da raça humana.

Não sei. Um F-18 é sempre um F-18, e Europe será sempre Europe.

De que geração eu sou?

Rock é isso ai...




What about now

Comprei o novo CD do Bon Jovi. Não ouvi ainda. Se fosse em outras épocas, eu já teria feito isto muito tempo atrás. 

Não importa. Bon Jovi será sempre Bon Jovi. E a capa, bem, a capa do CD, ela é muito legal.

Sempre serei um fã de Bon Jovi.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Eu sou cristão?

Eu sou cristão?

O que é ser cristão?

Sim, eu nasci em uma época e em um lugar onde quase todas as pessoas são cristãs. Isto pode parecer bobagem, mas não é.

É claro que vivemos em um mundo em constante mudanças, mas eu não nasci hoje. Eu nasci em 1970. Este fato faz toda a diferença.

Ter nascido no Brasil, um país tipicamente católico, fez com que eu tivesse, dentre os limites das probabilidades, 90% de chance de ter nascido de pai e mãe católicos. Foi o que aconteceu comigo. Sou filho de pais católicos.

O Brasil é um país católico, ou melhor dizendo, grande parte da população brasileira é católica, e em termos mais amplos, cristã, porque foi um país descoberto por portugueses, que eram pessoas cristãs. Antes, havia os índios, mas não sou descendente diretamente de pais índios, e mesmo que fosse, em 1970, se meus pais fossem índios, provavelmente já seriam cristãos também. O processo de cristianização dos índios de toda a América foi uma das principais razões ou desculpas para que europeus a conquistasse e implantasse seu modo de vida aos habitantes nativos.

Se eu tivesse nascido, por exemplo, em 2000, eu teria 13 anos hoje, e teria uma chance razoável de ser cristão, mas não necessariamente católico. Talvez, com 13 anos de idade, sequer tivesse pensado no assunto, o da religião, se meus pais fossem apenas um pouco liberais.

Mas não em 1970. Não no interior do Estado de São Paulo. Não no Brasil governado por militares, em plena Guerra Fria.

Assim, logo que nasci fui batizado, como manda a tradição. Depois passei a ir à igreja, nas missas, e minha vida foi sendo moldada conforme o modo de vida eurocentrista.

Faz alguma diferença se dizer cristão ou não hoje em dia?

Creio que sim.

Eu não posso mudar nada de meu passado. E meu passado cristão fez com que eu seguisse certos rumos e tomasse certas decisões e tivesse certas ideias e opiniões que são muito difíceis de serem mudados hoje em dia, embora que não impossíveis.

Ser cristão em 2013 é muito diferente de ser cristão em 1973, ou 1983, ou mesmo em 1993. O mundo mudou muito desde então. E afirmar-se cristão nos dias de hoje requer algo mais que simplesmente fé e coragem, mesmo porque a fé e a coragem alimentam-se a si mesmas quando não ameaçadas, e um cristão afirma-se sempre cheio de fé e proclama com coragem esta fé, porque na realidade não há perigo algum em se fazer tal afirmação. Felizmente, vivemos em uma época relativamente pacífica em termos de desafios explícitos à nossa fé, ao contrário de outras épocas, em que ser ou não católico ou protestante era uma exigência e não uma escolha, e afirmar publicamente sua fé diante de adversários religiosos poderia significar a perseguição, a escravidão, quando não a própria morte.

No entanto, ser cristão em 2013 requer menos coragem e mais inteligência. Os desafios são muitos e embora que não haja, ainda, nenhuma ameaça à vida de um cristão em nosso mundo ocidental dito civilizado, resta ao cristão de hoje a ameaça à sua integridade interna, à seu direito de ter fé sem ser tachado de atrasado, retrógrado, conservador, e por fim, ser tachado de ser um cidadão inferior, porque incapaz de ver uma verdade que para os não cristãos, ou mais especificamente para os ateus, é óbvia: Deus não existe.

Não me considero católico, mas nem por isso deixo de me considerar cristão. E mais: não me considero um idiota, e não creio que seja uma coisa boa ter minha integridade pessoal psíquica questionada, perturbada ou molestada por quem quer que seja que se julgue dono de alguma verdade superior.

Sim, eu sou cristão.

E vou dizer porquê.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Homem de Ferro III

Acabei de assistir, em 3D.

Legal, cheio de efeitos especiais, cientificamente um monte de absurdos, e com Robert Downey Jr. perfeito.

Diversão garantida.

domingo, 26 de maio de 2013

Milhões de informações em nossas mentes desconhecidas

Somos bombardeados por informações o tempo todo. Creio que ainda no útero um bebê já começa a processar informações que recebe do ambiente, e quando nasce, não para mais com este processo.

Ao longo da vida, o cérebro humano vai se desenvolvendo, se aperfeiçoando e armazenando coisas que não somos conscientemente capazes de avaliar, mas que, vez por outra, nos assombra. É comum que memórias e lembranças as mais inesperadas surjam do nada e, com um pouco de esforço, percebemos que de fato não surgiu do nada, mas esteve guardada em algum lugar e se ligou, de uma maneira aparentemente ilógica, àquilo que tínhamos em mente até poucos minutos atrás.

A neurociência é fascinante, e acredito que este é um universo vasto o suficiente para ocupar a curiosidade humana por séculos, assim como a vida ou o cosmo.

Agora, eu uso este blog com a finalidade incerta de postar meus pensamentos ao mundo, ainda que não saiba como minhas postagens ou pensamentos possam ter alguma influência sobre quem os lê ou se isto de blogar é um trabalho perdido.

De qualquer forma, eu tenho pensado sobre como nossa mente processa a enorme quantidade de informações que recebe ao longo de uma vida, e tenho me surpreendido.

Eu postei aqui um texto sobre disciplina. Eu disse que me considero uma pessoa disciplinada. Acho que sou, afinal de contas.

O que é disciplina? Muito pouco se tem falado sobre o assunto, exceto em caráter limitado e específico.

Acontece que, depois de pensar um pouco sobre o fato de, por vezes, eu ter tido a sensação de que as regras da vida poderiam estar erradas, como disse aqui, eu percebi algo bastante interessante.

A vida é dura, mas podemos dispor de muito conhecimento que pode nos auxiliar a torná-la menos dura. Um dos meios de se obter este tipo de conhecimento é o livro.

Um livro de auto-ajuda sobre o sucesso, ou sobre a preocupação, ou sobre como fazer amigos, ou ainda sobre como organizar-se ou como resolver problemas difíceis pode ser bastante útil para quem dispõe de disciplina para seguir seus conselhos.

Mas, pensando bem, eu percebi por meio de minha própria experiência que somente a disciplina não é suficiente. Em determinados casos, ela pode ser suficiente, mas em outros, nem tanto.

Um livro em um determinado momento pode ser estudado com disciplina e se mostrar impenetrável, difícil, impraticável, e por fim, inútil. E depois de uma experiência destas, somos forçados a questionar as regras que estão sendo ensinadas por eles. Ora, se não pode ser aplicada, uma regra é inútil. E se é inútil, para que serve a regra?

Mas, ponha o livro de lado, leia outras coisas, aprenda novos conceitos, experimente novos caminhos e depois de algum tempo, volte ao mesmo livro.

Ele não será mais o mesmo. Nosso cérebro terá processado muitas informações novas, integrado tudo dentro de um arranjo que nos é inconsciente, mas que faz sentido internamente, e uma nova tentativa de ler o livro impenetrável será bem sucedida.

O que aprendemos neste meio tempo entre uma leitura e outra que fez com que uma barreira tenha sido transposta por nossa mente não sabemos com certeza, porque são milhões de informações, e talvez tenha sido um conjunto de conhecimentos, e não um conhecimento isolado, que tenha contribuído para o aprimoramento de nossa compreensão do mundo e de outros conhecimentos, mas, de qualquer forma, as barreiras ao conhecimento são derrubadas por meio de mais conhecimento. Se um caminho parece difícil, é porque é mesmo, e somente mais conhecimento pode fazer com que o percorramos com menos dificuldade.

Em um determinado momento, uma mera lista de dicas extraídas de dois livros de auto-ajuda, elaborada exatamente por ordem dos próprios livros, mostrou-se inútil. Ora, eu poderia ter simplesmente posto a lista de dicas de lado, satisfeito por ter sido disciplinado e feito tudo o que os autores recomendaram, e sair dizendo que a coisa não funciona, simplesmente não funciona, é um monte de bobagem ou mero charlatanismo, e por-me a lamber minhas feridas, culpando o mundo pelo meus problemas.

Mas não fiz isto.

Ao longo do tempo entre uma leitura e outra, absorvi muito conhecimento.

Eu disse aqui sobre minha primeira experiência de leitura de um livro de auto-ajuda.

E eu disse aqui sobre minha leitura posterior, quando então eu já havia vivido onze anos de experiências as mais diversas, dentre elas, a de ter cursado uma faculdade.

Acontece que durante estes onze anos, eu li uma massa de informações que incluiu muitas coisas úteis, conceitos úteis, e que me ajudaram a entender como, quando, onde e porquê o sucesso pessoal pode se dar.

E eu aprendi conceitos que poucos cidadãos comuns podem assimilar, compreender e aplicar ao dia-a-dia, exceto em pouquíssimas situações.

Um dos conceitos que eu aprendi que se inclui dentro desta categoria de conceitos incomuns está o de recursividade.

Não vou falar agora sobre o que seja recursividade, mas este conceito, aplicado com disciplina a um conjunto de regras para a vida em geral permitiu-me uma compreensão da vida e do mundo que poucas pessoas podem ter, caso não se interessem pelo assunto.

Regras e recursividade: isto soa a teoria da computação, e é teoria da computação.

Assim, por um caminho que parece não ter ligação nenhuma entre dois assuntos aparentemente tão diferentes, como psicologia aplicada e teoria da computação, meu cérebro acabou transpondo uma barreira cognitiva que é muito difícil de ser transposta.

Mas não é só isto.

Quando somos disciplinados e estamos dispostos a enfrentar nossas barreiras, e estamos dispostos a abir nossas mentes para a busca de soluções, nossas mentes processam as coisas de uma maneira muito interessante, e, de repente, numa conversa qualquer com um amigo, um neurônio se junta a outro e temos aquele vislumbre que muda nossa vida para sempre.

Eu aprendi algo sobre recursividade, e, sim, eu tive uma conversa significativa com um amigo em um dia qualquer, que mudou minha vida desde então.

Essas conexões são fascinantes!

Sim, eu postarei mais sobre esse assunto, eu prometo.

Jogos de sorte e azar

Acabei de ler sobre o sorteio 1497 da Mega-Sena. O prêmio está acumulado e poderia render mais de 29 milhões de Reais. Mas ele acumulou, e agora poderá render 34 milhões. Esta quantia de dinheiro é uma daquelas quantias que poderiam mudar minha vida de uma maneira bastante interessante, possibilitando independência, tal qual eu comentei aqui

Eu fiz cinco jogos aleatórios, com números escolhidos por um computador, as famosas Surprezinhas, e não acertei nenhum número. Gastei R$ 10,00, e dei-me por satisfeito.

Acontece que eu já disse aqui, a algum tempo atrás, que tinha interesse em estudar mais a fundo a ciência da probabilidade. Acontece que eu anotei esse meu interesse em probabilidade em minha Agenda 99 faz já 12 anos. Foi em 2001 que tive a ideia de anotar este meu interesse.

O que fiz a respeito do assunto ao longo destes anos todos?

Eu estudei o assunto?

Sim, mas muito pouco.

Eu poderia dar-me ao luxo de perder tempo estudando um assunto que muito provavelmente não me traria resultado real algum, quando a vida me cobrava outras tarefas, outros deveres, outras obrigações?

Mas, o que eu tinha de tão importante para fazer que não me permitia dedicar tempo a ganhar alguns milhões na loteria?

Afinal, o que fiz do meu tempo ao longo da vida?

Como eu disse aqui, coisas fáceis são difíceis. Ficar rico ganhando na loteria é algo que parece fácil, mas não é.

Então, refaço a pergunta: o que eu poderia fazer que me permitisse ganhar dinheiro de maneira mais provável do que ganhando na loteria?

Trabalhar.

Não creio que haja coisa mais óbvia do que o trabalho para se conseguir dinheiro. E trabalhar não é tão fácil quanto ficar rico ganhando na loteria, mas é mais provável que eu ganhe dinheiro trabalhando do que acertando na loteria. Logo, sempre trabalhei.

Trabalhar não requer sorte. Nem azar.

Entender o valor do trabalho é uma das coisas mais difíceis que aprendi na vida.

É uma lição tão difícil que acho que muita gente morre sem saber qual seja este valor.

Entender o valor do trabalho não impede, no entanto, que eu continue jogando, vez por outra, na Mega-Sena. Vai que a sorte brilhe para mim. Então, se brilhar, adeus, trabalho atual.

Não, não deixarei de trabalhar.

Apenas farei um trabalho mais agradável.

Não precisamos da sorte para poder trabalhar. Precisamos apenas de coragem.

Amigos reais e virtuais

Eu já disse o que é o Wab do Windows. Eu disse também que, embora ele seja pouco usado hoje, eu já o usei a tempos atrás, quando não existiam ainda as redes sociais.

Hoje, como todo mundo, uso o Facebook como meio de me manter em contato com meus amigos e conhecidos. Mas ainda assim, minha relação de amigos é pequena: 72 pessoas ao todo.

É pouco, mas é um fato. Antes, com o Orkut, cheguei a ter apenas 35 amigos, no máximo.

E antes ainda, usávamos nossas agendas de telefone, que, no meu caso, nunca passou de uns vinte números.

E antes dos celulares, eu tinha uma agendinha que usava na carteira, uma cadernetinha mínima de papel, e que foi-me útil por pelo menos uns 15 anos. Ela nunca se encheu de números, e assim, um dia eu a coloquei de lado e nem sei onde anda mais. De qualquer forma, meu círculo de contatos é muito restrito.

Mas, agora que temos o mundo virtual, eu poderia ter mais amigos. Eu poderia ser amigo de gente que não conheço pessoalmente.

Eu os tenho?

Não.

Quer dizer, tenho, sim, mas são tão poucos que é como se eu nunca houvesse pensado nisto antes.

Atribuo esta escassez de amigos a uma série de razões, entre as quais a de eu ser uma pessoa que é introvertida, intimista, e que não gosta muito de interação humana.

Afora a questão de personalidade, eu sou um funcionário público a tanto tempo que já me acostumei a não ver necessidade de contatos profissionais. Aparentemente, eu não preciso deles, e o modo como tenho trabalhado tem provado esta aparente verdade.

Por fim, mesmo os poucos amigos que me agradariam ter por perto eu não os tenho tantos, porque sou uma pessoa que já morou em tantos lugares e que já circulou por tantas paragens que é difícil acompanhar a vida de meus conhecidos, e o tempo, em geral, fragmenta as amizades.

E os amigos virtuais?

Eles só seriam viáveis se eu tivesse tempo para desenvolver algum tipo de elo comum de interesses.

Como sou uma pessoa com interesses igualmente fragmentados, não me atenho em assunto algum, e assim, não permito que as amizades virtuais se consolidem.

Uma pena.

Eu preciso pensar mais sobre meus amigos.

Coisas fáceis são difíceis

Quando as regras para o sucesso na vida parecem não funcionar, questione as regras, eu disse aqui.

Acontece que a vida geralmente nunca parece funcionar. Ao menos para nós, pessoas comuns, que não somos agraciados com a sorte que poderia nos sorrir e fazer nossa jornada menos áspera e longa.

E, já que a vida de quase todo mundo é dura, não faz sentido ficar contando o óbvio, o comum, o normal. Nós, sofredores do dia-a-dia, não precisamos de solidariedade de outros sofredores. Claro, é consolador saber que há muita gente em situação igual à nossa, e mais gente ainda em situação pior, e este conhecimento torna nossa dor menos forte, mas este conhecimento não nos faz livres do sofrimento. Apenas constatamos que o mundo não é um lugar fácil de se viver, e sentimos por vezes mais tristeza que algum incremento de esperança.

Mas, quando ouvimos algo que nos diz que há atalhos, que há pessoas que conseguiram, ainda que apenas momentaneamente, sair da roda de ratos em que estamos acostumados a viver, então passamos a prestar atenção à história que nos é contada. Histórias de sofrimento e fracasso não nos impressiona, mas histórias de sucesso são com bálsamo para nosso sofrimento diário. Histórias de sucesso são atraentes, chamam a atenção, despertam a curiosidade e nos fazem pensar se é possível descobrir qual a causa deste sucesso em particular, como a pessoa afortunada conseguiu o que conseguiu, e assim por diante.

Histórias de sucesso fazem nossos olhos brilharem.

Como é que aquele cidadão comum, que todos conhecem, passou a viver em uma situação tão melhor que a nossa? O que ele fez? Foi sorte ou foi esforço inteligente e dedicado? Podemos seguir o exemplo dele ou ele é especial, dotado de recursos incomuns, inacessíveis ao cidadão comum?

Essas perguntas fazem nossa curiosidade comichar. Daí que pessoas famosas ficam famosas. Elas, de alguma forma, saem, ou aparentam sair, da roda de ratos da vida comum e passam a levar um estilo de vida glamouroso, diferenciado, sofisticado, único. Isto é o que nos dizem as diversas mídias que vivem em função deste tipo de pessoas.

E o mundo todo para e senta para olhá-los.

Acontece que, na prática, as coisas não funcionam assim. Milhões de garotos tentarão ser atletas, mas apenas algumas centenas brilharão. Milhões de meninas rebocarão os lábios com batons na busca de serem a nova celebridade nas passarelas, mas apenas uma dezena delas terá realmente algum ganho financeiro com isto ao longo de alguns anos de glória seguidos de duro anonimato e silêncio. Milhões de universitários sonharão, nos bancos das faculdades, com a fundação de empresas que os tornarão bilionários em poucos anos. A realidade acabará por convencê-los de que um diploma é útil, mas que os bilhões são quase impossíveis de serem ganhos.

Mas, ainda assim, a mídia continua nos bombardeando com casos e mais casos de sucesso, como se fosse muito fácil alcançar algo que em geral nos parece muito difícil.

Coisas fáceis são difíceis. Esta deveria ser uma lei da vida. E é, exceto que ela não nos é ensinada. Quer dizer, ao menos eu ainda não a conhecia da forma como a exponho agora.

Então, como vim a saber que coisas fáceis são difíceis?

A caderneta de capa marrom ajudou-me nesta lição. Sim, porque uma simples caderneta de capa marrom não pode fazer mais que já faz toda caderneta, marrom ou não. Ela não torna mais fácil a vida. Ela é apenas um pequeno parafuso numa grande, gigantesca máquina cheia de engrenagens, que é a nossa vida. Se alguém disser que ficou rico ou famoso ou obteve qualquer melhoria de vida que seja em função unicamente de um pequeno artifício qualquer que seja simples e acessível a qualquer cidadão sem que se exija dele esforço algum maior, então desconfie. Coisas fáceis não são comuns. Atalhos são coisas raras. Investigue melhor e descobrirá por trás da história de sucesso algo óbvio tal como sorte, acaso biológico, oportunidade única, desonestidade ou mesmo uma janela de oportunidade, agora fechada para sempre para quem chegou depois, e também fechada para quem veio antes.

Eu pensei muito sobre o sucesso fácil.

Pensei muito.

Eu direi aqui, neste blog, sobre tudo o que pensei.

Prometo.

sábado, 25 de maio de 2013

Links são coisas fascinantes

As pessoas que são jovens podem achar que um link na internet não tem importância alguma, mas eu, que sou um pouco mais velho, penso um pouco diferente.

Antes do surgimento da internet, todo o conhecimento do mundo estava restrito basicamente ao papel, à película fotográfica e ao vinil e, temporariamente, às ondas de rádio.

Você poderia ler em um jornal que um artista qualquer lançou um disco, mas o som só seria possível de ser ouvido se você comprasse o disco de vinil do referido artista. E se ele fosse famoso, ele poderia dar uma entrevista na tv, que seria gravada em um rolo de filme, ou poderia concedê-la ao vivo na tv, e então, sua imagem e voz seriam convertidas em ondas de rádio e se perderiam para sempre.

Hoje, não. A mídia em papel existe, mas é desajeitada. Se uma matéria em um jornal fala sobre algo sobre o qual desejamos saber mais, ficamos insatisfeitos, porque o jornal não pode ir além do que já é. Mas com a mídia digital e a internet, as coisas fluem. Um blog pode falar sobre um outro blog, e então disponibilizar um link. Ficamos curiosos com este segundo blog e então, basta o clique no link e pronto.

Fluidez, acessibilidade imediata, conexões de ideias, conexões de mídias, busca em informações antigas, enfim, o link significa quase que a satisfação imediata de nossa curiosidade. E haja curiosidade!

Só para dar um exemplo, falarei sobre uma cadeia de links que percorri ontem.

Sou um curioso nato.

Dando uma olhada neste blog, sem postagens interessantes a muito tempo, fiquei pensando sobre o porquê de se ter um blog e para que ele poderia servir. Já escrevi sobre isto aqui antes, em várias postagens. Já disse que tenho vários livros sobre o tema dos blogs, embora não tenha lido todos. De qualquer forma, eu estava pensando em como dar uma direção significativa a este blog.

Acontece que quando comecei este blog, eu usava os serviços do UOL. Então, em 2010 eu migrei minhas postagens para o Blogger. E o Blogger, como um produto do Google, é bem mais elaborado e abrangente em termos de clientela. E, evidentemente, o Blogger tem todo o interesse do mundo em que mais e mais gente use seus serviços.

Pois bem, o Blogger dispõe de um serviço de acompanhamento de outros blogs. Quer dizer: você pode ter seu próprio blog, escrever nele e divulgá-lo para todo mundo, mas você pode se deparar com um blog legal em algum lugar qualquer e pode querer segui-lo. Então, basta você incluí-lo na Lista de Leitura de blogs no painel do Blogger, no lado inferior esquerdo da tela, se você for um usuário do aplicativo, e pronto, cada vez que este blog que é seguido postar algo novo, você fica sabendo no seu painel do Blogger. Isto gera interatividade e leituras cruzadas, enfim, incrementa a plataforma e a fidelidade dos usuários.

Mas, ainda que você não queira seguir ninguém, e eu não sigo de fato ninguém, por uma série de motivos, ainda assim não podemos nos dar ao luxo de ignorar que o Blogger nos obriga a ler seu próprio blog, o Blogger Buzz.

O Blogger Buzz existe para nos estimular, nos ajudar a usar melhor os recursos do Blogger. Ele é um blog mantido pela equipe do Google, escrito por gente do Google e é um serviço que me pareceu interessante conhecer, dado meu interesse em como usar blogs de maneira geral.

Acontece que os blogs, todos ou quase todos eles, publicam suas postagens em ordem inversa à cronológica. Isto quer dizer que as postagens mais recentes estão em primeiro plano, e as postagens antigas estão escondidas, acessíveis apenas por meio de links, tais como "Arquivo", ou "Old Posts", e assim por diante.

Acontece que, dependendo do tipo de blog, é mais interessante começar a ler as postagens na ordem cronológica, porque quem publica segue um raciocínio ao longo do tempo, ou há um processo de aprendizagem em curso, e não se pode saber do que trata a postagem atual sem antes ler algumas postagens anteriores, ou as primeiras postagens.

Assim, fui atrás das postagens antigas, as primeiras postagens do Blogger Buzz.

A primeira postagem do Blogger Buzz é de 9 de março de 2005: chama-se "Blogging and your career".

Pois bem, o autor é Tim Bray, e ele postou o texto originalmente em outro blog seu. Tim Bray é um funcionário do Google, obviamente. Seu blog pessoal no entanto chama-se Ongoing e também tem um número enorme de postagens antigas.

Sobre o que postou Tim Bray na sua primeira postagem no Ongoing, em 11 de julho de 1983?

Aqui está: VMS-Unix, uma discussão pré-internet, na rede Usenet, sobre sistemas operacionais que hoje não significam quase nada quando falamos de blogs, tablets, Android, X-Box One, Facebook e YouTube, Twitter e I-Phones.

Esta é a riqueza dos links.

No fundo de uma cadeia de links, sempre há algo fascinante.

Experimente!

Desejando o dinheiro

Acredito que haja pouca coisa mais atraente para o ser humano moderno do que a possibilidade de ganhar algum dinheiro.

Eu gosto muito de dinheiro também, mas não sou tão ganancioso a ponto de arriscar uma série de coisas apenas para ganhar dinheiro.

Como disse aqui, nascemos pobres, mas com esforço, deixamos a pobreza para trás e passamos a viver uma vida mais confortável ao longo do tempo, se soubermos algumas regras básicas.

Eu passei a desejar de fato o dinheiro quando ainda era um adolescente, e sonhava com minha independência familiar. Acho que, no meu caso, o desejo de independência veio como causa do desejo de dinheiro.

Assim, para mim, a independência é um valor mais importante que o dinheiro em si. Dinheiro foi, para mim, apenas um meio para eu conseguir a independência.

O que é ser independente? O que eu entendia por independência quando desejei dinheiro de verdade?

Ser independente significava para mim sair de casa, morar em um lugar diferente de onde vivia, estudar, fazer uma faculdade, poder comprar minhas roupas, minhas coisas, e não ter de precisar pedir nada a ninguém.

E hoje? Eu ainda desejo dinheiro?

Claro. Continuo achando que dinheiro é um meio para um fim, e o fim maior continua sendo a independência. Mas, eu já não saí de casa? O que quero dizer com independência hoje?

Acho que hoje ser independente é ser dono de meu próprio tempo. Acho que eu seria livre, e realmente independente, no caso de eu ter uma quantia de dinheiro suficiente para não ter mais de trabalhar para uma empresa ou instituição pela necessidade de pagar minhas contas mensais, mas ter a opção de continuar trabalhando para mim mesmo apenas para me realizar como ser humano, sem a necessidade de me preocupar em como pagar as contas do dia-a-dia com este trabalho opcional.

Daí que uma das coisas mais interessantes que descobri foi que este tipo de sonho é possível, graças àquilo que Albert Einstein classificou como a coisa mais incrível do Universo: o juro composto!

Acho que Einstein estava certo: o juro composto é a mais pura liberdade em nosso mundo moderno.

Juros compostos!

Ter e ver

A Língua Portuguesa é estranha e matreira. Dizemos "eles têm", mas também "eles veem".

Qual a lógica?

Esses dois verbos me exasperam...

Quando a vida parece não funcionar

Eu disse nesta postagem que chegou um determinado momento de minha vida em que comecei a duvidar da disciplina, do trabalho, da ciência e da própria vida.

Tem horas em que a vida parece não funcionar.

Uma pessoa que nasce pobre precisa fazer um esforço muito grande para sair de seu estado de pobreza. Uma pessoa que nasce necessariamente na ignorância precisa fazer um esforço muito grande para sair de seu estado de ignorância.

Por vezes, depois de muitos anos de esforço, não somos mais tão pobres, nem tão ignorantes, mas ainda assim, não estamos satisfeitos. Queremos mais. Olhamos à nossa volta e observamos que há gente que está melhor na vida. Muita gente teve a sorte de não nascer tão pobre, embora tenha igualmente nascido ignorante.

Então, não importa o quanto nos esforçamos, sempre observamos pessoas que estão em situação mais confortável que a nossa, aparentemente sem ter feito tanto esforço quanto nós mesmos fizemos. Parece que a vida é injusta e é mais fácil para uns e mais difícil para outros. Ora, se nascemos todos ignorantes, como estas pessoas conseguiram que a vida não fosse um caminhar tão difícil quanto o nosso?

Então, claro, percebemos que é o dinheiro que faz a diferença. 

O dinheiro facilita as coisas. Ele não faz um bebê rico ser menos ignorante que um bebê pobre quando ambos nascem, mas ele facilita as coisas ao longo do tempo para o bebê rico. Este, sem os problemas que os bebês pobres enfrentarão, tem seu progresso de aprendizado acelerado, e, em média, será um adulto que viverá mais confortavelmente que um adulto que nasceu na pobreza.

Mas depois de adultos, depois que sabemos, ou achamos que sabemos, como as coisas funcionam na vida real, percebemos que ainda estamos em desvantagem diante de pessoas mais bem sucedidas.

Por que algumas pessoas têm uma vida mais fácil que a de outras?

Sorte, dinheiro, não importa. O que me parecia na época ser apenas uma questão de esforço de repente se transformou numa questão muito mais séria: de repente, eu comecei a desconfiar de que as regras do jogo da vida, que eu supunha já ter dominado, não pareciam mais ser as regras corretas.

Quer dizer: se existiam mesmo regras mais ou menos certas para se vencer na vida, e eu as tinha sob meu conhecimento, e estava disposto a segui-las disciplinadamente, por que então eu não via progresso algum em minha vida?

Comecei a desconfiar destas regras.

Pense nisto: quando as regras da vida não nos levam a lugar nenhum, questione as regras.

Parece certo?

Eu vou falar mais sobre isto nos posts seguintes...

Bitcoin?

Tenho uma versão deste blog em inglês. 

É uma mera tentativa de aprender esta língua onipresente, e o blog em inglês anda às moscas, porque eu acabei chegando à conclusão de que ainda tenho muito o que aprender antes de sair traduzindo minhas postagens do português para o inglês sem a ajuda do Google Tradutor. Se for para usar o Google Tradutor, então, qual o aprendizado?

Acontece que, independentemente de eu estar ou não atualizando o blog em inglês, ele, vez por outra, recebe alguma visita. Mas quem visitaria um blog em inglês defasado, escrito por um brasileiro, mal escrito, na verdade, e se interessaria por alguma coisa?

É. Na verdade, o blog é visitado por robots da internet. De uma maneira que ainda não sei direito, sites registram visitas nos nossos blogs como se fossem gente real, e o Google registra o endereço do visitante. Então, curiosos como são os blogueiros, nós clicamos no link do visitante, para saber quem andou nos visitando. E então, a surpresa.

O último link que visitei dá em uma vistosa página que nos sugere alguma coisa relacionada com o dinheiro virtual, o Bitcoin.

Que são esses Bitcoins? São moedas virtuais, dinheiro digital, sem lastro, sem suporte legal, enfim, é uma miragem com um forte cheiro de tramoia ou falcatrua. Não pensei seriamente no assunto, mas não sou tão leigo assim no assunto para perceber, de imediato, que a coisa não é boa, e, no mínimo, não tem valor legal.

Duvida? Pegue uma nota de um valor qualquer. Olhe-a. Procure nela e verá assinaturas de ministros, autoridades monetárias e coisas do tipo. Não são as pessoas que assinam que dão credibilidade ao dinheiro, à nota que tem em mãos. É o Estado.

Agora: quem dá credibilidade ao Bitcoin?

O desenvolvedor do software?

Quem é ele? Que empresa é esta? Se um bitcoin lhe for roubado, você reclamará a quem?

Quer um conselho?

Fique longe...


Repensando este blog

Eu olho para este blog todos os dias, mas ele não tem me inspirado a escrever nada de interessante. Daí alguém que leia este post deduzir que a causa de minha falta de interesse em escrever este blog e a minha própria vida, isto é, não tenho nada de interessante para escrever porque minha vida é desinteressante.

Isto não é verdade. Minha vida é interessante.

Qual vida? A que todos veem, a vida externa, que agora, graças a Deus, é rotineira e previsível, e que, para todos que observam de fora, é algo sem sentido e tedioso?

Não. Esta vida externa é boa, mas não é a melhor. A vida realmente interessante é a que vivo interiormente, em minha casa, em minha mente, e que ninguém pode ver, e se pudesse, não deveria ver. 

Mas, se minha vida interior é tão interessante, porque não compartilhá-la?

 Boa pergunta, esta.

Ando repensando este blog.

Tenho muitos interesses, e creio que as pessoas podem se interessar nas coisas que ando fazendo ou pensando.

Acompanhem este blog. Ele poderá ficar legal.

Bem legal.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Colapso brasileiro

Parece que a sociedade brasileira está vivendo o começo de um colapso social. 

As instituições existem, o Estado existe. As pessoas estão aí, vivendo e trabalhando, mas há algo sintomático nisto tudo. Há uma forte sensação de que as coisas não vão bem, e não tem nada a ver com o crescimento do PIB ou dos juros, nem com Mensalão ou com qualquer um dos assuntos do dia-a-dia dos jornais e sites país afora.

O que percebo é uma corrosão de valores tidos como elementares para que se tenha uma sociedade, valores que mantêm uma sociedade coesa e funcional. Percebo uma inversão de valores, onde o certo passa a ser o errado, e onde o que era errado e condenável até ontem passa a ser o correto, o defensável, o exemplo a ser seguido no dia de hoje, sem aviso prévio. Se não parecesse tanto com um estado de paranoia extremista, eu diria simplesmente que nossas instituições e nossa sociedade estão contaminadas ou mesmo já dominadas pelo narcocapitalismo internacional espertamente disfarçado de esquerda militante. As FARCs venceram, e mandam na América, de Norte a Sul, sem exceção. Eles estão em postos chaves dos governos, nas ONGs, manipulam as mídias e fazem a cabeça da população para que todos liberem geral e consumam muita, muita droga, ou muito, muito de tudo aquilo que eles têm para nos vender a preço de ouro, mas que não podem vender abertamente porque os governos não deixam.

Mas não, não vivemos sob um governo fantoche. Dilma não é o braço político dos barões. O que vivemos é somente o resultado de décadas de miséria e ignorância plantadas por governos brasileiros passados e pela sempre leniente e atrasada sociedade brasileira, que agora não sabe como resolver o problema da violência, do atraso social e da irrelevância econômica, depois de alguns anos de arremedo de progresso, desenvolvimento e sanidade, que já passaram e que agora são apenas vagas páginas nos livros de História.

Sem conspirações: somos apenas um país com muitos milhões de ignorantes que não sabemos como resolver os problemas que nós mesmos criamos.

Não, a solução não está no comunismo. Não, a solução não está na Copa do Mundo, nem nas Olimpíadas, nem nos movimentos sociais. A solução, seja ela qual for, não está lá fora, nem em fórmulas antigas e desgastadas. Nenhum país virá em nosso socorro. Nós não somos um Haiti. E nenhum filósofo morto nos dirá qual caminho a seguir. Nós não somos a Rússia. Mas, ainda assim, se nada for tentado, nós simplesmente nos desintegraremos, como a carcaça de uma grande baleia encalhada em uma praia remota, e o mundo seguirá sem nós.

Não acho que viverei mais cinquenta anos para ver o Brasil se tornar grande. Ele já é grande. Ele sempre foi grande. Não é tamanho o que esperamos deste país. Não é um PIB grande que marca uma grande nação. Ao envelhecer, percebo que venho ouvindo este canto de sereia do Brasil grande desde quando tinha meus seis anos de idade. Agora, não espero avanços. Espero somente que a vida volte a ser como já foi. Sim, nós já vivemos melhor do que estamos vivendo hoje, em muitos aspectos, posso afirmar com certeza. Mas simplesmente para correr atrás do tempo perdido, é preciso que mudemos nosso modo de ser. Se não mudarmos, nada muda.

Mas, creio que uma das coisas mais difíceis de se mudar é a mente humana adulta. Nós não temos conhecimento suficiente sobre como fazer isto. Nós não temos tecnologia para fazer isto. Nós, ainda assim, poderíamos ter este poder, o de fazer de um analfabeto um cidadão instruído, ou de um usuário de crack um cidadão sóbrio, ou de um criminoso um cidadão íntegro. Mas, se tivéssemos este poder tecnológico, não teríamos o poder legal, nem ético, de mudar as mentes das pessoas. Se assim fosse, onde entraria o direito do preguiçoso de optar pela preguiça, e não pelo trabalho, e o direito do criminoso de optar pelo crime em vez de optar pela vida social normal, cheia de regras, segundo ele próprio, absurdas, totalitárias e limitadoras de suas liberdades pessoais?

Pois bem, as pessoas não podem ser mudadas, senão por vontade própria, e os brasileiros não querem mudar. Eles não sabem que precisam mudar, mas ainda assim, se soubessem, eles achariam que não precisam mudar, e não mudarão, não em um futuro próximo. Além do mais, a Democracia dá a toda pessoa a liberdade de não mudar, de ser o que ela deseja ser, sem mais. Assim, a Democracia, que permite a todos quase tudo, será a espada que defenderá o caos social. A Democracia, legitimando a estagnação social de uma maioria, ata as mãos da minoria que busca mudanças. 

A Democracia moderna, tal como o computador, a estação espacial e a terapia genética, é uma invenção humana recente, sofisticada, e por isto mesmo, complexa e frágil, e não foi feita para sobreviver em meio a pessoas que não a valorizam. Favorável a uma maioria que não a abomina, mas nem por isso a respeita, a Democracia ata as iniciativas de quem a defende, e por isso, morre junto com seus defensores. A Democracia, ao permitir que os que não a respeitam atentem contra ela própria, suicida-se, porque ela, sem quem a defenda e a respeite, não é nada. Uma lei que não é respeitada, é letra morta, e portanto, não é lei. Uma Democracia calcada em leis que ninguém respeita não é Democracia.

Ora, nós, brasileiros, queremos os direitos garantidos por uma Democracia de nação civilizada, mas  não o dever de respeitar as leis que ordenam uma sociedade, emanadas por esta mesma Democracia. Democracia moderna em meio a uma sociedade que não a respeita é, no máximo, falsa Democracia. Não defendo de forma alguma um futuro sem Democracia. Logo, sou forçado a admitir que o jeitinho brasileiro venceu mesmo o mundo normal e democrático das regras, e que seremos o eterno pais de malandros, o que não é nem deveria ser novidade para ninguém, exceto que apelar para o jeitinho brasileiro nada mais é que enfiar uma faca nas costas daquela que o defende, ou, dizendo ainda de uma maneira mais clara, é preciso que aceitemos que a Democracia nunca funcionará entre um povo que tem por orgulho nacional a sua capacidade infinita de desrespeitar toda e qualquer regra que a própria Democracia lhe impõe. Como a Democracia pode sobreviver onde ninguém a respeita? A Democracia nada pode contra a ousadia do malandro. O Brasil, enfim, torna-se, dia após dia, cada vez mais uma autêntica e legítima Ditadura da Malandragem. Alguns dirão solenemente que caminhamos para uma Anarquia controlada, mas não é esta a verdade. 

Talvez eu não viva o suficiente para ver o Brasil se esfacelar, mas, até prova em contrário, ele agoniza sobre seu próprio peso hoje, agora, neste exato momento, e as crianças degoladas, e as crianças violentadas, e as crianças com os cérebros espedaçados por balas perdidas e balas intencionais, estas são a prova viva de que um país assim não só não durará muito, mas, mais que isto, um país assim não merece durar mais do que já tem durado.

Ou se reconstrói o país sob novas fundações - e essas fundações não são as fundações comunistas carcomidas pela prova da realidade histórica - ou o povo brasileiro destruirá a si próprio, sem guerras, sem lutas, sem revoluções, mas atritando-se, vergando-se sob seu próprio peso, em filas desordenadas, em chacinas corriqueiras, em tiroteios banalizados, em mortes por doenças absurdas, por acidentes absurdos, enfim, destruirá a si mesmo como aqueles animais psicologicamente doentes que viciam-se em comer partes de si mesmos e acabam por morrer mutilados e tristes, incapazes de mudar seu "jeitinho" doentio de ser.

Nós não vivemos uma luta de classes. Nós vivemos em uma UTI sociológica, derrubados por uma doença cultural, mescla de malandragem, ignorância e preguiça. Sim, eu sei, já disseram isto antes. Quem disse, contudo, estava coberto de razão!

Não, a Copa do Mundo não nos livrará de nós mesmos. Antes, e muito depois disto, continuaremos a vida sob toque de recolher, e enterraremos nossos mortos inocentes, sob as barbas brancas de uma Democracia velha e senil, que rirá de nosso luto e dirá: "A culpa é do morto..."

Triste, medíocre, este povo brasileiro passivo, que não reaje...

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Christian de Duve


Faleceu no dia 4 de maio de 2013 Christian de Duve.

Biólogo ganhador do Prêmio Nobel de Medicina em 1974, escreveu vários livros sobre o tema, dentre eles, Poeira Vital, cuja capa reproduzo abaixo.

Com a humildade típica dos grandes homens, ele nos mostra como a vida pode ter surgido em nosso planeta, e nos faz ver a grandiosidade de algo que hoje poucos são capazes de ver.

A vida como imperativo cósmico.

Tenho este livro em casa e não canso de estudá-lo, ainda que não tenha formação alguma na área. É que a vida, este fenômeno misterioso, fascina-me. De Duve, imagino, apesar de seus longos anos estudando o tema, deve ter partido dela tão fascinado quanto o era quando jovem.

Obrigado, Christian de Duve.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Wab

Wab é um aplicativo do Windows que serve para anotarmos nossos contatos. Ele é bem antigo, e tem mudado de uma versão para outra do Windows ao longo de suas diversas atualizaçoes no correr dos anos. Agora que estou usando o Windows 8, ele, o Wab, está lá, mas não serve mais para ser usado com programas mais antigos, como o Outlook e o Office 2000.

O Office 2000 é uma suite velha, eu sei. Mas eu uso bem os programas do pacote, e não tenho mais muito tempo para ficar aprendendo todas as novidades desde a versão 2003 até a versão 2013. Cada nova versão requer um novo aprendizado, e aprender consome tempo. E eu não tenho tempo.

Mas, chega uma hora em que os programas antigos param de funcionar. No caso, o Outlook 2000 não funciona muito bem no Windows 8 por causa do Wab. Logo, não tenho opção: se quiser continuar usando algum pacote Office, tenho que deixar de lado o Office 2000 e partir para algo mais moderno.

Assim, optei logo pelo Office 365, com pagamento mensal, como uma assinatura de revista ou uma conta de servidor.

E o Wab? E os meus contatos?

Que contatos?

Nunca consegui anotar mais do que uma dúzia de nomes de pessoas que já nem sei quem são. 

Às vezes, parece que a informática surgiu para resolver um determinado problema, mas gerou outros, de maneira que sempre que me sento em frente ao meu computador, tenho a impressão de estar sendo enrolado em teia de aranha e sendo passado para trás.

De alguma forma, parece que sempre acabo gastando mais do que deveria, e obtendo muito pouco em troca.

Eu preciso usar mais o Wab.