terça-feira, 31 de maio de 2011

Meu Outlook querido

Eu sempre falo muito de minhas agendas, mas nunca falei do meu Outlook.

O Outlook tem sido para mim uma fonte de avanços e angústias. É nele que tenho anotado minhas centenas de tarefas, afazeres, objetivos, projetos e planos.

Eu não olho para essas anotações todos os dias. Na verdade, assim como esse blog, às vezes fico meses sem abri-lo. Mas sempre que tenho algum sossego, dou uma arrumada nas minhas anotações.

Revejo prioridades, olho coisas que já descartei e anoto novas tarefas. Como minha vida não é uma empresa, não preciso seguir horários nem dias determinados. Por isso, não sou um realizador dedicado. Tenho tempo de sobra, mas uso-o da maneira mais bonachona e infrutífera possível. Durmo muito, passeio muito, fico sem fazer nada longas horas e converso banalidades a maior parte do tempo. Se sou um fracasso, a culpa é absolutamente minha.

Sei que não vou realizar quase nada daquilo que prometo a mim mesmo. Já perdi a esperança. Quando muito, ataco uma coisa mais urgente aqui, uma burocracia ali, um cano quebrado acolá, um documento vencido mais além e assim vou levando a vida.

O Outlook é a prova do meu fracasso.

Núcleos do Conchal

Eu andei fazendo sérios esforços no sentido de entender de onde vim, porque tive a vida que tive e como as coisas são na atualidade e porque são assim.

A relação entre passado, presente e futuro é uma teia complexa. Há fatos do passado que são alavancas para nosso sucesso presente e futuro, enquanto que há outros, ou eventualmente os mesmos fatos, que são pedras em nosso caminho que somos quase incapazes de transpor.

Andei escrevendo algo sobre meu passado, mas deixei de lado por um tempo.

Recentemente, andei viajando para minha cidade natal, e tive a oportunidade de reacender a curiosidade pelo meu passado, pelo passado de minha família, minha cidade, meu estado, meu país, meu mundo.

Não é uma busca fácil, mas é gratificante saber que há mais pessoas empenhadas nas mesmas questões, nas mesmas buscas, e que estão quilômetros à nossa frente.

Foi bom saber que alguém pesquisou sobre minha cidade e escreveu recentemente um livro sobre o assunto. Um livro magnificamente bem escrito. Núcleos do Conchal, de Sandro Ferrari, vide Google.

Como gostaria de poder ter tempo e condições de dialogar com essas pessoas!

Parece mentira, mas como são difíceis os diálogos nos dias atuais!

Sei quem escreveu o livro, sei como ter acesso a ele, mas as coisas simplesmente não funcionam.

A internet se transformou numa espécie de grande paiol de lixo onde penetrá-lo e descobrir algo útil é penoso, frustrante e desanimador.

Vivemos algo como uma solidão on-line. As pessoas se conectam todos os dias, mas não se conectam entre si.

As pessoas falam bobagens nos MSN e chats afora, mas é somente isso: bobagens.

Conhecer melhor como surgiu minha cidade representa um grande passo no sentido de saber sobre mim mesmo e meu próprio passado, e sobre como traçar meu futuro.

Isso é sério. Isso merece meus maiores esforços.

Como desviar das pedras que me impedem de caminhar?

Sobre "parar de fumar"...

Eu disse que tenho uma velha Agenda 99 e que uma de suas primeiras páginas é dedicada àquilo que chamamos "atitudes afirmativas". A agenda pedia que escrevêssemos algumas ações que tomaríamos no início do ano e que ajudariam a salvar o mundo do colapso ambiental.

Eu, com a ingenuidade de um bom consumidor, listei cinco atitudes que julguei ecológicas.

A primeira atitude era "parar de fumar".

O que tem a ver "parar de fumar" com ecologia?

Eu já fiz essa pergunta antes, nesse blog, neste post, mas não a respondi.

De que forma um fumante contribui para a destruição do planeta Terra?

Acho na verdade que fumar e destruir a natureza são coisas tangentes. São formas diferentes de agressão inadmissíveis. São ambas coisas que devem ser combatidas. São problemas com causas diferentes e soluções diferentes, mas ambas urgentes e delicadas.

Há entre o fumante e o destruidor da natureza uma estreita relação. É uma relação sutil, mas crítica. Solucionar um problema é pré-condição para a solução de outro problema. Senão, vejamos.

Entendo que um fumante, e eu já fui um fumante, empreende uma ação no ato de fumar que representa uma séria agressão a sua própria saúde. Parece que hoje em dia poucos são os fumantes que admitem ignorar os males que o fumo produz. Podem desprezar os riscos, podem alegar que são riscos de longo prazo, mas não podem afirmar que não existem riscos à saúde.

Ora, um fumante é pressa de um vício. Um vício químico, é verdade, mas um vício destrutivo.

Em meu raciocínio rápido, pareceu-me incoerente que alguém possa tomar atitudes ecológicas sem antes tomar atitudes mais urgentes em busca de salvar a si próprio de um vício claramente destrutivo.

São riscos reais os decorrentes da destruição ecológica do planeta, mas um fumante está muito mais sujeito a riscos que um não fumante.

Além disso, era para mim uma questão de amor próprio. Como pode alguém amar a natureza e não amar a própria saúde?

Como salvar o mundo e não salvar a si próprio antes? Pior: como esperar salvar o mundo morrendo antes inutilmente de um vício?

O pensamento ecológico deveria, sim, estar subordinado ao pensamento de uma vida saudável. Pessoas doentes deveriam primeiro cuidar de si, depois cuidarem do mundo.

Assim, pareceu-me que não poderia me deter em ações ecológicas sem antes cuidar de minha própria saúde.

Mas, se o fumo é um vício, e não nasci fumando, como acabei caindo nesse engano tão caro e doloroso?

Essa é outra questão. Mas não para agora.

Ademais, esse meu raciocínio sobre a relação entre fumo e ecologia está relativamente correto, mas incompleto.

De qualquer forma, parei de fumar.

Essa é a questão principal, e que muito me tem feito pensar.

sábado, 7 de maio de 2011

Velhos tempos, velhos locais

Depois de longos meses sem tempo e motivação para escrever neste blog, finalmente resolvi postar alguma coisa nele.

Ontem tive tempo e cabeça fresca suficiente para fazer uma coisa que acho o máximo: pegar o carro numa tarde linda e sair sem rumo, com minha esposa e meu cunhado. Não planejamos nada, mas é aí que está a graça da coisa. Íamos a um evento nas redondezas de Ribeirão Preto, mas mudamos de ideia e acabamos pegando uma estradinha de terra e fomos adiante.

Foi bem legal. Casas antigas, casarões, fazendas de café abandonadas, paisagens deslumbrantes.

Por fim, uma ida a Pirassununga, à Cachoeira de Emas. Peixe para o jantar em frente ao querido rio Mogi-Guaçu.

Como eu amo este Estado de São Paulo!