sábado, 22 de outubro de 2011

Ousando enfrentar a Filosofia

Eu, em um dia qualquer, em algum momento de 1999 ou 2000, resolvi que deveria enfrentar as agruras do conhecimento da Filosofia. 

Até então, Filosofia para mim era um mistério. Nunca havia estudado nada sobre o assunto, nem no segundo grau, nem na faculdade, nem por conta própria.

O que eu pensava sobre a Filosofia em si ou sobre aqueles que supostamente sabiam alguma coisa sobre Filosofia? Bem, um dia direi sobre o que pensava sobre o assunto. De qualquer forma, resolvi comprar livros de Filosofia.

O primeiro livro de Filosofia que comprei foi o de Nicolas Abbagnano. Não me lembro se foi "Dicionário de Filosofia" ou "História da Filosofia". Se não me engano comprei-o numa livraria da editora Vozes, em Goiânia. Mas, por um motivo torpe, do qual falarei um dia, acabei vendendo-o. Era um livro ruim de ler. Tenho dúvida se era um dicionário ou um livro de história porque lembro-me de que obviamente eu deveria comprar um livro de introdução à Filosofia, e nada mais lógico que um livro de história da Filosofia, mas o livro não era nada disso. Era uma lista de nomes de filósofos, de ideias, de escolas, de termos, e por isso acho que era mais um dicionário que um texto de história. Ao vendê-lo, não senti sua falta, mas nem por isso achei que cheguei a dominar qualquer coisa que fosse do assunto. Ao vendê-lo, Filosofia para mim era agora um mistério ainda maior.

Então, depois de um tempo, resolvi arriscar comprar outro livro do tema. Achava que agora seria mais feliz na escolha.

Árduo engano.

Comprei em um sebo de Goiânia "As questões centrais da Filosofia", de Alfred J. Ayer. O título parecia bom. Insinuava que eu teria somente um resumo daquilo que essencialmente os filósofos costumam tratar. Era um livro fino, enfim, parecia uma excelente introdução didática ao tema.

Mas não era.

Comecei a lê-lo e não passei da primeira página. Tive de reconhecer que o tema era difícil, o autor era um erudito do ramo, as coisas em Filosofia costumavam ser polêmicas, confusas e intrincadas e que aquele livro deveria ficar para depois.

Mas, mesmo assim, foi uma tentativa de leitura bastante útil. Eu pude perceber com essa leitura que eu precisaria de uma introdução a outro assunto diretamente ligado à Filosofia para realmente poder entender aquilo que Ayer dizia ser Filosofia. Eu precisava entender alguma coisa de Lógica.

Uau! Lógica! Um assunto muito sofisticado!

Então comprei no mesmo sebo, algum tempo depois, o livro "Lógica formal", de Roque Lauschner. Ai, sim, eu tinha em mãos um livrinho mais sensato, didático, embora o tema não fosse nada fácil. Mas me ajudou bastante. Com ele, eu percebi que precisava saber alguma coisa sobre Ciência, sobre o método científico.

Não desisti. Fui novamente ao mesmo sebo e comprei "Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica", de Ângelo Domingos Salvador, um outro livrinho bem simples e didático. Então, a coisa começou a clarear.

Passado algum tempo, acabei descobrindo um livro muito mais interessante de lógica, "Introdução à Lógica", de Irving M. Copi. Este livro merece um estudo à parte, e eu o farei, mas não agora. Agora interessa saber que o comprei no mesmo sebo em Goiânia.

Sim, os donos dos sebos de Goiânia deveriam me adorar...

Depois, o livro de pesquisa bibliográfica me levou a me interessar em aprofundar em pesquisa científica. Então, fui a outro sebo, não o mesmo. Lá encontrei e comprei "Explicações Científicas - Introdução à Filosofia da Ciência", de Leônidas Hegenberg.

Então, com esses livros em mãos, eu sabia que precisava lê-los, todos, e exatamente em uma determinada ordem, porque eles eram didaticamente dependentes. Daí eu ordená-los em meus planos de leitura:

8 – Metodologia científica ("Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica", de Ângelo Domingos Salvador)
9 – Lógica formal ("Lógica formal", de Roque Lauschner)
10 – Lógica ("Introdução à Lógica", de Irving M. Copi).
11 – Filosofia da Ciência ("Explicações Científicas - Introdução à Filosofia da Ciência", de Leônidas Hegenberg)
12 – Questões centrais de filosofia ("As questões centrais da Filosofia", de Alfred J. Ayer). 

Mas, como Filosofia é apenas isso, Filosofia, e não enche a barriga de ninguém, eu os deixei por último, porque os outros temas eram mais importantes.

Claro, depois acabei lendo outros livros de Filosofia. Sim, eu encontrei um excelente, magnífico livro de história da Filosofia, de Will Durant, mas falo dele depois.

Assim, esses eram meus planos.

Auto-ajudar-me, aprender a ganhar a vida, e depois, filosofar.

Nada mau. Nada mau.

Depois disso, eu segui em frente com meus planos e minha agenda.

Então, sigamos em frente também agora.

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