sábado, 12 de janeiro de 2013

Labirinto II - Vinte e poucos anos

"Não sei se labirintos são mais adequados para testes com ratos, ou se podemos chamar de labirintos da mente os becos sem saída que criamos para nós mesmos em nossas cabeças cheias de coisas e idéias, mas não importa. Um labirinto é sempre uma enrascada em que nos metemos e do qual não é nada fácil sair. O saldo negativo em minha conta bancária que o diga. Que beco sem saída!

Mas não é só isso. A própria conta bancária é uma enrascada, assim como o salário, e o emprego, e a carreira sem futuro, e a vida sem muita expectativa, e a vida dos outros também, que não vão lá muito melhores que as nossas. 

Você acorda de manhã, bate de frente logo cedo com o primeiro problema, o primeiro beco, dá marcha a ré, cai em outro beco, salta um muro, vai em frente sem saber ao certo se vai mesmo no rumo certo. Tem dias que me sinto um rato.

Cada manhã é um novo novelo a ser desembaraçado, mas os obstáculos do dia não são nada perto das montanhas que tenho de vencer à noite, quando ponho a cabeça no travesseiro. Achar um norte nesse turbilhão de idéias desencontradas é mais difícil do que pagar contas, e saber se o que quero é realmente o que quero exige mais esforço e horas de insônia do que os cheques pré-datados que precisam urgentemente ser cobertos.

Quantas vezes dou voltas para de repente perceber que estou no mesmo lugar em que estive a uma semana, um mês, ou um ano atrás. As mesmas idéias velhas, os mesmos pensamentos. O mesmo medo e o mesmo vício. O mesmo erro duas vezes. Três vezes. Se isso não é um labirinto é o que então? 

Se você quer ter uma visão mais ampla desse labirinto, ligue a televisão. Veja em primeira mão aquilo que você já está cansado de saber. É, o velho Fábio Junior tinha razão. Nem por você nem por ninguém, não se desfaça de seus planos. Queira saber bem mais que os seus vinte e poucos anos. Quanta sabedoria esse Fábio Júnior! Como é que uma letra de música dessas não é ensinada nas nossas faculdades? Deveria!

Siga firme com seus planos. Tenha certeza de saber que o que você quer é realmente o que você quer. O problema é saber “o que” antes do “como”. Quanto a mim, ainda não venci esse obstáculo.

Mas, depois que tiver certeza do caminho que quer seguir nesse labirinto, é preciso que saiba o “como”. O universo rirá de seus planos e colocará a seu dispor um trilhão de ferramentas eficientes, e então você se verá numa encruzilhada com um trilhão de caminhos. Todos te levam para o seu norte, mas uns caminhos são mais longos que os outros, e nessa encruzilhada não há placas. Vá em frente! Corra! Quem sabe você dê sorte e escolha a estrada mais curta. Terá a glória de chegar primeiro que os outros, para descobrir que no fim de todos os caminhos há um único e inevitável abismo. Pare, se puder!"

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