sábado, 6 de abril de 2013

A morte dos aparelhos eletrônicos

Fiquei um bom tempo sem escrever neste blog porque tive problemas com meu velho computador Megaware, já com cinco anos de uso. A sua placa-mãe parou de funcionar, e tive que migrar, e ainda estou migrando, meus dados de seu HD para um micro novo.

Mandei o Megaware para o concerto, e foram taxativos: a placa-mãe está condenada, porque seus capacitores estão estourados, estufados, e vazando um líquido parecido com ferrugem. A placa não voltará à vida, a menos que se faça algo que hoje é quase sem sentido: substituir os capacitores. Parece coisa tão sem sentido que lembra a época dos rádios e televisões à válvula, de quarenta anos atrás.

Os capacitores morrem, e com eles, as placas, e com elas, os micros, e com eles, morre parte de nossa vida de rotinas diárias em frente à uma tela e nossos programas e sites.

Mas não foi só meu micro com cinco anos que morreu.

Um dia desses, morreu, ou pelo menos caiu doente, sem vida, uma velha televisão Cineral que tenho a dezoito anos, e que até então nunca havia dado problemas. Ela foi ligada e começou a dar estalos e fui obrigado a substituí-la por uma outra menor, que estava encostada em um guarda-roupa qualquer. Nós, brasileiros, ou eu, em particular, ainda não estou acostumado a colocar no lixo, na caçamba de lixo em frente ao local onde moro, meus equipamentos eletrônicos mortos. Dizem que em países mais ricos e mais práticos, onde não se pode perder tempo tentando concertar coisas descartáveis, e onde essas coisas descartáveis custam pouco, as pessoas simplesmente jogam bugigangas eletrônicas estragadas nas caçambas, e seguem em frente.

Ainda não cheguei a este ponto.

De qualquer forma, estou quase de volta à minha rotina digital, e acrescento esta observação, a de que as coisas eletrônicas adoecem e morrem, para deixar registrado que nossa vida muda com os avanços tecnológicos, e que a morte desses aparelhos encerra mais coisas do que supõe nossa vã filosofia.

Até que ponto nossa vida será afetada pelos avanços tecnológicos?

Esta é uma pergunta em aberto e dá margem a interessantes especulações.

Mas não agora. Não agora.

Agora, tenho meus backups a serem feitos.

Hardwares morrem. Softwares morrem. Dados morrem. Informação não.

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