segunda-feira, 30 de julho de 2007

Comprando o tempo

Se há algo que eu valorize, é o tempo.

Mas nem sempre foi assim. Houve uma época em que eu não entendia a brevidade da vida. Pensando como penso hoje, vejo como era ingênuo, e vejo ainda como muitos bilhões de pessoas não percebem essa fatalidade: o tempo é curto, muito curto. Curto demais...

Eu tento aproveitar o tempo, mas ele é escasso. Não é que eu tenha coisas demais para fazer. Tenho, é verdade, mas mesmo as poucas coisas eleitas para serem feitas prioritariamente demandam mais tempo que o que imaginamos que tomariam antes de as escolhermos para fazer.

O dia é curto: durmo oito horas, e trabalho mais oito horas. Gasto mais uma hora no trânsito e mais uma hora nas refeições. Tomo banho e vou ao banheiro, e pronto: sobram-me quatro, cinco horas, no máximo.

Não posso dormir menos. Se tivesse como, dormiria ainda mais. Sono é qualidade de vida. Então, o segredo da vida é não trabalhar oito horas por dia. Mas como?


Uma ideia é ganhar muito dinheiro, e depois, parar de trabalhar, vivendo de renda.

Mas, qual a chance que temos de ganhar muito dinheiro e depois parar, ganhando com isso nove ou dez horas livres a mais por dia?

Não sei, mas esta questão é o centro dos meus pensamentos nos últimos tempos. Se pretendo fazer mais do que venho fazendo, preciso de tempo. Mas, antes preciso comprá-lo. Dinheiro, então, significa liberdade.

Enquanto não ganho alguns milhões e me aposento, vou vivendo com meu trabalho, roubando migalhas de tempo entre um servicinho e outro, como um rato burocrático, um pequeno sabotador do sistema, que teima em fazer mais do que deve, mas não exatamente o que lhe pedem.

Ah! Eu tenho que fazer algo que realmente compense esse pequeno crime, mas o quê?


Nenhum comentário:

Postar um comentário