quarta-feira, 18 de julho de 2012

O desejo de morte

Uma lição que aprendi com Og Mandino é um soco no estômago. É sobre nossas fraquezas e está bem no começo, já no quarto capítulo do livro "A Universidade do Sucesso". Entendo que a lição foi colocada logo no começo para que nós leitores não ficássemos achando que auto-ajuda de verdade é somente frases positivas ditas por celebridades do momento.

Eu resumi este capítulo numa simples frase:

"Lição 4: em resumo, a intenção é fracassar."

É preciso alguma explicação sobre o que esta frase resumida quer dizer, embora o assunto em si seja vasto e complexo.

Em um mundo sob a influência de Sigmund Freud, é nele que a autora, Dorothea Brande, em seu livro "Acorde e viva!" (Wake up and live!), vai buscar as razões para nos alertar para uma certa força, um certo desejo, uma certa queda para o fracasso.

É duro admitir, mas não somos perfeitos. 

Não damos o melhor de nós mesmos. Agimos com idiotas desperdiçando a vida de uma maneira boba e ridícula.

Não. Auto-ajuda não significa sonhos fáceis que são atraídos pela nossa vontade subconsciente e superpoderosa. Auto-ajuda significa um soco no estômago para se cair na real e parar de sonhar com bobagens.

Há livros e textos que nos exortam a sermos isso, sermos aquilo, tentando infundir força, esperança e energia positiva. Mas poucos são os que põem o dedo em nossas feridas, porque colocar o dedo em nossas feridas dói, e livros assim não vendem.

Mas em geral nós precisamos de palavras duras. Somos acomodados. Temos uma tendência natural para a preguiça, para deixar para o amanhã aquilo que não nos obrigamos a fazer hoje, e assim por diante.

Temos que admitir: às vezes precisamos de um chute no traseiro para irmos em frente.

Sob certos aspectos, nem todos os obstáculos que enfrentamos na vida são frutos de nossas falhas, mas nossas falhas não deveriam ser obstáculos, já que efetivamente há obstáculos que não dependem de nossa vontade. É algo mais ou menos assim: já basta as pedras que os outros põem em seu caminho; não é preciso que você também contribua para o seu próprio fracasso. Lute a seu favor, não contra si próprio.

Polir-se, aprimorar-se e acabar com suas próprias fraquezas não é detalhismo, perfeccionismo ou luxo: é sua obrigação, se não quiser ver-se sempre reclamando da vida e dos problemas. Polir-se é evitar fazer de si próprio seu pior e maior problema.

Não vejo razão para não concordar com a dureza de Dorothea Brande: se não estamos lutando em nosso favor, então estamos contra nós mesmos, e se é assim, nossa intenção final não é vencer, mas fracassar.

Reconhecer isso dói, mas faz surgir um brilho no fim do túnel, e qualquer livro que não faça isso, não toque na ferida, não está verdadeiramente ajudando, mas mascarando a realidade.

Definitivamente, minha intenção não é fracassar.

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