sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Teorizando sobre problemas pessoais

Minha última postagem trás mais um texto de minha velha Agenda 99. Foi mais uma tentativa de minha parte de tentar escrever nos moldes dos escritores de autoajuda. Eu tomei como ponto de partida a absoluta impossibilidade de se viver uma vida perfeita para se chegar ao convencimento do leitor de que ele possui algum problema que precisa ser solucionado, e assim, como todo autor de autoajuda, me disponibilizar para ajudá-lo com uma possível solução mágica, uma panaceia secreta até então mantida em segredo por pessoas malvadas que sempre quiseram ter o privilégio da posse do saber apenas para elas mesmas.

Esse tipo de discurso tem alguma efetividade, mas eu conclui que escrevendo desta maneira não chegaria a lugar algum, porque constatar que se vive insatisfeito com alguma coisa não representa uma solução de nenhum problema em particular. Eu escrevia por escrever, tateando no escuro. Eu não iria a lugar nenhum com este tatear, porque eu não sabia o que precisava saber para ir mais longe. E o que é que eu não sabia, e nem sequer sabia que não sabia?

Se eu resolvesse escrever sobre algum assunto complexo relacionado com, digamos, Matemática, eu teria a clareza de entender que não sabia nada do tema e sequer cogitaria meter-me a escrever como um verdadeiro ignorante. Seria ridículo da parte de quem quer que fosse tentar falar sério sobre um assunto sobre o qual não tivesse domínio algum. Por que se meter a desempenhar esse papel vergonhoso? Por que se meter a falar difícil sobre aquilo que não se conhece?

O que eu não sabia, e não sabia que não sabia, é que faltava-me o estofo mínimo acerca do modo de pensar sistemático que é proporcionado pelo conhecimento correto e razoavelmente aprofundado do método científico. Eu não tinha esse conhecimento. Sem ele, não iria a lugar algum em qualquer que fosse o ramo de conhecimento que me propusesse a escrever. A verdade é que eu gostaria de escrever sobre algo, mas não tinha domínio sobre nada a ponto de ter o que ensinar a alguém por meio de um livro.

Assim, tratei de parar com textos de autoajuda o mais rápido que pude. Não, eu não era capaz de escrever um livro de autoajuda que fosse realmente sério.

Assim, deixei de lado essa ideia e tratei de abordar o assunto de maneira sistemática, mesmo sem saber que não sabia como fazer isso. Fiz uma tentativa de organizar meu pensamento por meio de algumas listas, algumas anotações que me pareceram ser lógicas, mas também não fui adiante.

Que listas foram estas?

É o que veremos nos próximos posts.

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