Eu disse aqui que não sabia escrever sobre um assunto o qual não dominava. Na verdade, tenho a impressão de nunca dominei assunto algum a ponto de ter o conhecimento suficiente para escrever um livro, mesmo que elementar.
Eu não era capaz de escrever um livro de autoajuda, embora já tivesse escrito um pequeno romance, que pela própria essência dos romances, é pura ficção, e portanto, não demanda muito conhecimento sobre um determinado assunto. Claro, essa minha situação de não saber escrever sobre autoajuda foi em 2001, o que quer dizer que essa é uma dificuldade já passada. Hoje, sei bastante coisa sobre o tema, embora não pretenda escrever um livro de autoajuda.
Então, eu sabia que não poderia escrever um livro, mas já tinha algumas ideias em mente sobre autoajuda. Uma das coisas que eu pude perceber lendo três ou quatro livros sobre o tema foi que por vezes eles, os autores, falavam dos mesmos assuntos, embora de maneiras diferentes. Eu informei esse achado aqui, e devo confessar que até então, eu era um leitor amador, um crédulo, e por isso não era capaz de perceber ou tentar achar eventuais falhas naquilo que eu tão inocentemente lia.
Eu descobri a ideia de tratar nossa vida como um grupo de áreas, isto é, eu li em dois livros diferentes, de dois autores diferentes, que deveríamos dividir nossas vidas em partes afins, para melhor poder gerenciá-las. Eu achei a ideia interessante.
Eu não precisava escrever um livro de autoajuda. O que eu precisava era aprender coisas com os livros de autoajuda. O que eu precisava era tirar proveito deles. Minha intenção era mudar minha vida, e não escrever livros sobre como mudar a vida dos outros.
Pensei um pouco na ideia da vida departamentalizada e resolvi que deveria adotar a ideia. Deveria passar a pensar em minha vida em termos de áreas como família, finanças, lazer, trabalho, saúde, educação, etc.
Pois bem, eu sabia que ninguém possui vidas perfeitas. Ninguém pode dizer que está absolutamente satisfeito com tudo. Sempre se pode melhorar alguma coisa na vida. Mas melhorar o quê? Ora, se nossa vida deve ser departamentalizada, então devemos pensar em melhorias também de maneira departamentalizada. A pergunta não é sobre o quê devo melhorar em minha vida. É sobre o que melhorar em qual departamento de minha vida.
O que precisa ser melhorado em minha vida financeira? E em minha saúde? E em minha vida social?
Eu não queria fazer um diagnóstico dos problemas do mundo. Eu precisava fazer um diagnóstico dos meus problemas, meus próprios problemas. Mas, com a vida departamentalizada, ficaria mais fácil fazermos um diagnóstico de nossas satisfações e insatisfações.
Então, pensei em começar um questionário para eu medir a minha satisfação, ou insatisfação. Sem demora, comecei a redigir em minha Agenda 99 uma lista de perguntas, relacionadas com uma área de minha vida, e que comporia meu questionário pessoal. Transcrevo abaixo o que escrevi em minha agenda:
"Questionário de satisfação - crescimento pessoal:
1 - Eu estou satisfeito com o meu atual nível de instrução e educação formal?
2 - Eu sinto que tenho me tornado uma pessoa melhor sob o ponto de vista cultural e intelectual com o passar dos anos?"
E parei nesta segunda pergunta.
Duas meras perguntas não formam algo que possamos chamar exatamente de um questionário. Foi, na verdade, apenas uma tentativa de se elaborar um questionário.
Por que não fui em frente?
Não fui em frente simplesmente porque as duas perguntas acima referem-se a uma área específica de minha vida, que resolvi chamar de "crescimento pessoal". O que me fez interromper a elaboração do questionário foi a percepção de que eu não tinha definido primeiro quais seriam as outras áreas que deveriam compor o restante de minha vida.
Certo, crescimento pessoal poderia ser uma área legítima de vida, mas e quanto ao resto? Quais seriam as outras áreas?
Eu não poderia fazer um questionário somente da área de crescimento pessoal?
Achei que não, porque mesmo uma única área pode implicar em um número bastante grande de perguntas e fontes de insatisfação. Eu poderia, ao elaborar mais e mais perguntas, inadvertidamente me ver embrenhando em áreas outras que não mais envolvessem crescimento pessoal. Mas, como saber que estou ou não tratando de crescimento pessoal se não sei quais são as outras áreas, que poderiam fazer limites com a área de crescimento pessoal?
Sem uma divisão inicial de minha vida em um número definitivo de áreas, não faria sentido prosseguir com a elaboração de um questionário.
Então, tratei de fazer essa divisão prévia.
Como dividi minha vida, ou quais áreas criei para ela?
É o que veremos no próximo post.
Pois bem, eu sabia que ninguém possui vidas perfeitas. Ninguém pode dizer que está absolutamente satisfeito com tudo. Sempre se pode melhorar alguma coisa na vida. Mas melhorar o quê? Ora, se nossa vida deve ser departamentalizada, então devemos pensar em melhorias também de maneira departamentalizada. A pergunta não é sobre o quê devo melhorar em minha vida. É sobre o que melhorar em qual departamento de minha vida.
O que precisa ser melhorado em minha vida financeira? E em minha saúde? E em minha vida social?
Eu não queria fazer um diagnóstico dos problemas do mundo. Eu precisava fazer um diagnóstico dos meus problemas, meus próprios problemas. Mas, com a vida departamentalizada, ficaria mais fácil fazermos um diagnóstico de nossas satisfações e insatisfações.
Então, pensei em começar um questionário para eu medir a minha satisfação, ou insatisfação. Sem demora, comecei a redigir em minha Agenda 99 uma lista de perguntas, relacionadas com uma área de minha vida, e que comporia meu questionário pessoal. Transcrevo abaixo o que escrevi em minha agenda:
"Questionário de satisfação - crescimento pessoal:
1 - Eu estou satisfeito com o meu atual nível de instrução e educação formal?
2 - Eu sinto que tenho me tornado uma pessoa melhor sob o ponto de vista cultural e intelectual com o passar dos anos?"
E parei nesta segunda pergunta.
Duas meras perguntas não formam algo que possamos chamar exatamente de um questionário. Foi, na verdade, apenas uma tentativa de se elaborar um questionário.
Por que não fui em frente?
Não fui em frente simplesmente porque as duas perguntas acima referem-se a uma área específica de minha vida, que resolvi chamar de "crescimento pessoal". O que me fez interromper a elaboração do questionário foi a percepção de que eu não tinha definido primeiro quais seriam as outras áreas que deveriam compor o restante de minha vida.
Certo, crescimento pessoal poderia ser uma área legítima de vida, mas e quanto ao resto? Quais seriam as outras áreas?
Eu não poderia fazer um questionário somente da área de crescimento pessoal?
Achei que não, porque mesmo uma única área pode implicar em um número bastante grande de perguntas e fontes de insatisfação. Eu poderia, ao elaborar mais e mais perguntas, inadvertidamente me ver embrenhando em áreas outras que não mais envolvessem crescimento pessoal. Mas, como saber que estou ou não tratando de crescimento pessoal se não sei quais são as outras áreas, que poderiam fazer limites com a área de crescimento pessoal?
Sem uma divisão inicial de minha vida em um número definitivo de áreas, não faria sentido prosseguir com a elaboração de um questionário.
Então, tratei de fazer essa divisão prévia.
Como dividi minha vida, ou quais áreas criei para ela?
É o que veremos no próximo post.
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