segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Construindo o futuro a partir do passado

Há uma frase que me marcou de maneira profunda:

“Para planejar seu futuro com seriedade, é necessário compreender e avaliar seu passado.”

Essa frase é de Og Mandino, e está em seu livro “A Universidade do Sucesso”.

Avaliar o passado é um conceito que lembra Freud, psicanálise, traumas infantis e fases de desenvolvimento com fortes conotações sexuais, uma abordagem do ser humano da qual não gosto, embora não seja psicólogo. Mas, de maneira geral, por algum tempo essa frase fez sentido. Claro que eu hoje não a tome assim tão seriamente, mas ela serviu de base para sérios esforços que fiz desde que a li.

Em busca de compreender o passado, passei a vasculhar coisas esquecidas, personagens já mortos, lembranças e memórias escritas. Não sei se essa viagem ao museu interior serviu para um bom planejamento do futuro, mas o passeio me fez perceber que o passado vale por si próprio, independentemente da utilidade que possa ter como subsídio para o planejamento do futuro.

Onde começa o meu passado?


A pergunta não tem uma resposta clara, mas na busca de respondê-la, acabei forçosamente chegando a um período do tempo anterior à minha existência.

Nasci em 1970, mas o meu passado é remoto. Até onde as memórias ainda estão preservadas, meu passado começa no Século XIX...

Talvez não seja mais o caso de se acreditar que se deva construir o futuro com base no passado, mas parece-me que não é mais possível de se viver sem antes reconstruir o passado a partir das ruínas que sobraram nas mentes que vão lentamente se apagando.

Reconstruir o passado é lutar para que a luz não se apague.

É, por isso, uma tarefa honrosa e digna de ser executada.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Vida longa, cara nova

Esse blog já tem uma vida longa e precisava de uma cara nova.

Olhando para trás, relendo minhas primeiras postagens neste blog, percebo que:

  • O layout dele é ruim.

  • Meu nome não está completo.

  • Meu humor do dia nunca foi mudado, e não reflete mais a realidade.

  • Minha aparência, meu avatar, é um lixo.

  • Minhas promessas não foram cumpridas.

  • Textos sem figuras são visualmente pobres.

  • De alguma forma, não há harmonia de fontes, tamanhos e cores.

Assim, imbuído de ânimo e tempo, resolvi dar uma chacoalhada neste blog.
 Tomei as seguintes providências:
  •  Mudei o layout para algo simples e básico, adulto, sério e monocromático. Somente textos e imagens, sem explosões de cores e temas. Simples...
  • O nome do blog agora reflete meu nome completo. O que tenho a temer?

  • Não interessa a ninguém o meu humor do dia, e sim aquilo que escrevo. Acabei com ele.

  • Minha aparência também não interessa. Desapareci com ela.

  • Minhas promessas não foram cumpridas, admito, mas ao menos não foram esquecidas, graças a este blog, que é uma verdadeira cápsula do tempo. Vou retomar minhas promessas...

  • Estou acrescentando imagens em cada texto. Parece bem melhor assim...

  • Estou harmonizando as fontes e tamanhos. Também fica melhor assim.
 Espero que ele dure por mais alguns longos anos!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Um blog pouco cultivado

Meu blog está com quase quatro anos, e, lamentavelmente, não é dos mais visitados na web: 910 visitas apenas. Se fizermos as contas, são apenas 250 pessoas por ano, ou algo em torno de uma pessoa por dia.

É pouco...

Qual o impacto que meus textos causam nas pessoas que os leem?


Não sei dizer. Quanto a mim, que não leio blog de ninguém, não posso avaliar o grau de influência que textos em blogs costumam ter nas pessoas.

De qualquer forma, a melhor maneira de encarar um contador de visitas com um valor pequeno é com um misto de paciência e desafio.


quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A credulidade diante da palavra escrita

Sempre tive respeito pela palavra escrita. Parece que não se pode conceber a idéia de alguém mentindo descaradamente por meio de textos, como se faz nas rodas de amigos, nos bares e botecos da vida. Não há cascateiros no mundo da literatura.

Mas então, quer dizer que eu acreditava em tudo que lia? Sim, eu acreditava, até ler que não devemos acreditar em tudo o que os livros dizem.

Claro que os livros não têm a intenção de mentir, nem os autores querem nos enganar.

O que eu aprendi é que nem sempre o que é dito é verdadeiro. A razão de se dizer inverdades pode ser boa, mas mesmo uma mentira bem intencionada continua sendo uma mentira. A regra é: devemos ler quase tudo criticamente.


Claro, nem tudo precisa de crítica, mas há textos perigosos.

Um ramo perigoso é o que se reveste da aparência de verdadeiro conhecimento, mas nem sempre é. Por exemplo: os livros de auto-ajuda, os livros de psicologia, os livros de política, economia, administração, as frases de efeito e os ditados populares, os argumentos de autoridades e cientistas.

Pegue uma frase qualquer e faça a prova.

Mas então, o ceticismo passa a ser a regra. Lê-se, mas não se tem provas, nem garantias. Onde então está a verdade?


quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A burocracia inerte, o velho e o cadáver

Fecho meu expediente hoje com uma enxurrada de textos sobre desburocratização. Bem que eu gostaria de tornar a vida mais simples, mas não dá. Há uma inércia que é da própria vida: nada muda de uma hora para outra. Leva-se anos e mais anos para as mudanças serem notadas, e somos mais parecidos com árvores que com ratos. Somos lentos e pouco adaptativos, mas ainda assim, com toda essa lerdeza, somos tão abundantes quanto os ratos! Mas quem disse que as lentas árvores também não são abundantes? Lerdeza não implica em escassez.

De manhã, tenho ouvido Bach e seus concertos para violino. Dão uma paz incrível, e fico pensando o que tinha ele na cabeça quando compunha suas obras no anonimato. Vi um velho sendo apoiado por uma moça jovem para uma caminhada matinal. Pensei no dia em que isso me ocorrerá: viverei o suficiente para poder ser apoiado? Não sei, mas mesmo um corpo frágil ainda merece um pouco de sol numa manhã fria.


Fiquei matutando durante o dia se no nosso mundo darwiniano, devemos premiar os vitoriosos ou puni-los, ajudando os perdedores. O Estado deve buscar a igualdade dos cidadãos, mas será uma missão factível?

Então, dei a mim mesmo a resposta: se eu fosse um fraco, acharia ruim ser ajudado pelo mais forte por meio do Estado? A resposta é óbvia: eu já fui ajudado...

Então, por fim, um corpo enterrado por engano no interior de São Paulo acaba como um monte de ossos dentro de um buraco escuro. Tratado como a ossada de um indigente, o corpo foi misturado a um mundo de outros ossos, e a família jamais poderá dar à ossada um lugar digno e definitivo.

A lição é clara: mesmo morto, pode-se meter-se em encrencas!