terça-feira, 8 de junho de 2004

Geral : Um monte de coisas - parte 2

Continuando...

Mudando o assunto para a Política, tenho pensado que talvez a melhor coisa que poderia surgir da fusão da Web com a Política seria o fim do sistema representativo. Isso mesmo: cada cidadão vota por si mesmo, sem a figura do político profissional, corrupto, falso, traidor, traiçoeiro e não confiável. Isso seria a glória da Democracia. O assunto é longo e merece muita atenção.

Tenho que relatar minha paixão por aviões. Nesses meses de frio, o céu no Centro-Oeste é quase sempre limpo como um cristal. E como o ar da alta atmosfera está sempre muito frio, vez por outra posso ver o rastro de condensação atmosférica deixado pela passagem de algum avião muito, muito ao longe. É simplesmente fantástico. Não se vê nada, a não ser um risco muito, muito longe. A quantos quilômetros está esse avião de onde estou? Cinqüenta, cem quilômetros? Um show.

Mas show mesmo no céu foi a passagem por sobre Goiânia, numa tarde nublada dessas, de uma esquadrilha de oito caças da FAB. Uma formação em V, com cinco AMX na parte interna e dois Mirage nas laterais. Um terceiro Mirage, vários quilômetros mais atrás, retardatário, acelerando quase que a ponto de quebrar a barreira do som buscando alcançar os demais. Um show! Passaram e se foram em poucos segundos.

Tive um sonho muito doido. Sonhei com um mundo futuro, a mil, dois mil anos a frente do nosso mundo atual. Sim, mas nada de tecnologias óbvias. Aliás, de um modo geral, tudo até muito parecido com o nosso mundo de 2004, exceto por algumas coisinhas, como, digamos, as balas e chicletes da criançada, ou as canetas dos policiais dos parques, ou mesmo a maneira como a garotada controlava a bola numa pelada de futebol. Tudo muito, muito bizarro e louco.


E sonhei também com um parque temático americano. Sim, sonhei com o Parque Temático do 11 de Setembro. Acreditem se quiserem.

Sonhei também com os barrancos do abismo, e ele era escorregadio. Mas nós os vencemos, eu e meu rotweiller, o Schubert, Bom Cachorro! E além, um pântano africano leitoso e seu palácio inacabado.

Mas nem tudo foram sonhos nesses últimos dias. No sábado à noite, a vida real mostrou um pouco do seu lado pesadelo. Enquanto eu passeava por entre a multidão de mulheres na famosa Feira da Lua de Goiânia, alguém muito esperto enfiou a mão na minha mochila e roubou minha carteira, com tudo. Documentos, todos, dinheiro, etc. Fui registrar ocorrência na delegacia de polícia de plantão, e, pensando no que significa tudo isso a longo prazo, perdi a esperança no Brasil.

Para dizer a verdade, nunca acreditei um segundo sequer nessa ladainha que venho ouvindo desde que tenho seis anos de idade, a de que o Brasil é o país do futuro. O Brasil, agora tenho certeza, foi, é, e sempre será, um fracasso. O último que sair que apague a luz. Desejo ardentemente que tudo se resolva por meio de uma guerra civil, uma guerra que rebente essa imensa porcaria em cinco ou seis pedaços, como a Iugoslávia, e que cada gueto que se vire com os seus. Ou que uma peste, um megavírus, dizime um terço da população, para o meu bem ou para o meu mal. Uma coisa é certa: sem um trauma profundo, um terremoto social, esse país está definitivamente condenado a seguir a Somália e a Eritréia. Acho que já ultrapassamos um limiar considerado irreversível.

Por falar em desespero social, falta no Brasil um sistema eficiente de achados e perdidos. Não acredito que isso possa ser feito pelo governo, mas acho que o ramo não desperta interesse financeiro na iniciativa privada. Mas que é uma necessidade social, isto é.

E, por fim, sonhei com meus talheres publicitários. O que é isso? É a fusão de duas idéias reais no mundo dos sonhos. A ideia de talheres publicitários é uma estratégia de marketing que, segundo minha teoria, pode ser uma coisa bacana. Mas, no sonho, a coisa se sofisticou, e virou algo bastante curioso e louco. Pratos publicitários!


Minha mensagem do dia:

“Sonhei com os barrancos do abismo, e ele era escorregadio. Mas nós os vencemos... ”

Rosenvaldo Simões de Souza

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