segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Auto-ajuda: críticas

Eu disse aqui que gosto de livros em geral, dentre eles, os livros de auto-ajuda.

Os livros de auto-ajuda, no entanto, são muito criticados. 

Mas acho que as críticas são bastante frágeis e mais atrapalham do que ajudam as pessoas em geral. Um dos argumentos usados contra a auto-ajuda é que ela não funciona, ou, se funciona, funciona somente para os autores dos livros, que vendem milhares de exemplares e ficam ricos vendendo ilusões.

Claro que essa percepção de que livros de auto-ajuda vendem muito e seus autores ficam ricos é uma percepção ilusória. As coisas não são realmente desta maneira. Mas, independentemente das razões deste engano, as pessoas vivem usando este argumento para depreciar os livros de auto-ajuda.

Uma outra crítica muito séria é a de que os livros de auto-ajuda são legais, mas só que não funcionam. Esta é uma crítica dura, porque supõe-se que quem faz a crítica sabe do que está falando. O que, convenhamos, nem sempre é o caso. Em geral, auto-ajuda implica em auto-disciplina, e em geral não é fácil obter qualquer tipo de ganho por si próprio sem o investimento de algum esforço pessoal nas propostas sugeridas pelos autores dos livros de auto-ajuda.

Agora, a crítica mais esnobe, e bobinha, é a que vi como o nome de uma comunidade no Orkut um dia desses, e que uma hora ou outra eu vou dar uma olhada mais próxima. A comunidade chama-se: Auto-ajuda não é Psicologia!.

Espere: não estou criticando as pessoas que participam desta comunidade nem seus criadores. Estou criticando a ideia de que a Psicologia trata de um assunto e auto-ajuda trata de outro. Ora, se auto-ajuda não é uma parte da Psicologia, é o que então? Química? Biologia? Filosofia? Literatura? Ficção?

Alguns dirão que muitos livros sobre auto-ajuda na verdade são bobagens que não funcionam e se fazem passar por Psicologia. O que eles querem dizer é algo como: "Paulo Coelho escreve auto-ajuda sem ser especialista em Psicologia; logo, ele escreve auto-ajuda, não Psicologia."

Certo. E eu digo que Paulo Coelho não escreve auto-ajuda. Ele escreve romances.

Nem tudo que se diz auto-ajuda é auto-ajuda. Por outro lado, se é de fato auto-ajuda, então, é também Psicologia.

Não é que auto-ajuda não seja Psicologia. Ela é. É que muita literatura que se diz auto-ajuda não o é de fato.  Não é o caso de expulsar a auto-ajuda do seio da Psicologia, mas sim o de dar a classificação certa aos  conteúdos dos livros. 

Mas, por quê, afinal, preocupar-se com a defesa da auto-ajuda?

Porque os verdadeiros livros de auto-ajuda levam necessariamente ao interesse pela Psicologia e seu conteúdo. Quem quer ajudar-se acaba, mais cedo ou mais tarde, percebendo que precisa de ferramentas que somente a Psicologia, e não a Literatura ou a Filosofia, pode proporcionar.

E por que penso assim? 

Porque já passei pela experiência de ter livros de auto-ajuda como apoio e eles me levaram a questionamentos cujas respostas estavam na...Física de Partículas? Não. Na leitura de Platão? Não. Na leitura de Paulo Coelho? Também não.

A pergunta que faço agora é: por que as pessoas são atraídas pelos livros de auto-ajuda?

Esta é uma questão que responderei em um próximo momento. Por enquanto, gostaria de deixar claro que auto-ajuda tem sido motivo de críticas, mas no mais das vezes, as críticas tem sido levianas e superficiais.

Discutir auto-ajuda sob um novo patamar pode ser útil tanto para os leitores quanto para psicólogos, e porque não, para os escritores de livros.

Então, por que as pessoas são atraídas pelos livros de auto-ajuda?

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