domingo, 21 de outubro de 2012

Uma dedicatória honesta

Eu resolvi, como é costume, dedicar meu livro, ainda incompleto, sobre minhas origens, a um grupo de pessoas conforme segue abaixo:

"Em memória de todos os meus familiares e antepassados, vivos ou mortos, e amigos e conhecidos que cruzaram minha vida nesses quatorze anos em que vivi em Tujuguaba"

Pois bem.

Por que a meus familiares, antepassados, amigos e conhecidos?

Porque, eu aprendi um dia, e acho isto uma verdade, nós somos em grande parte frutos do meio em que vivemos.

Eu não tenho o que reclamar da vida que vivi nos meus primeiros quatorze anos de existência. Se sou o que sou, em parte isto se deve a mim, em parte a minha constituição genética, e em parte à influência do meio, que neste caso, não pude escolher.

Mas, mesmo não tendo escolha, eu tive sorte.

Se pudesse escolher, talvez não escolheria outro lugar.

Não sei, mas acho que não posso escolher de outra maneira.

Creio ser tão verdade que somos fortemente influenciados pelo nosso meio que se escolhesse outro lugar, estaria afirmando a mim mesmo e ao mundo que não estou satisfeito com o que sou.

Talvez não esteja na situação ideal, mas isto não se deve aos quatorze anos de vida em Tujuguaba. Não.

Lá, havia limitações, inegavelmente. Mas foram limitações superadas.

Afortunadamente, vivemos em uma época em que nosso futuro depende menos do lugar em que nascemos do que daquilo que escolhemos voluntariamente para nós mesmos.

Não é o lugar em que nascemos que nos limita. O que nos limita são as escolhas que fazemos dos lugares em que viveremos por nossa própria vontade o restante de nossas vidas.

Então, a dedicatória que fiz foi honesta. Fui bem criado em Tujuguaba.

Tive muita sorte de ter nascido lá.

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