A trigésima segunda pergunta da série que abordo atualmente neste blog está relacionada com a pergunta anterior, e reflete minha tentativa de usar as perguntas de Kipling para melhor entender o ato de questionar.
A pergunta é simples e direta:
"Como questionar? (com papel e lápis)"
Bem, de certa forma a resposta já está dada. Ou melhor, já estava dada no momento mesmo em que foi formulada a pergunta. E o fato de uma pergunta já nascer praticamente respondida tem a ver com o fato de que há uma lição prévia que foi assimilada ao longo de minhas leituras prévias, e que merece alguma explicação.
No livro "A universidade do sucesso", de Og Mandino, há um texto de Michael LeBouf que aborda o tema da organização pessoal. É um texto prático com uma série de dicas sobre como manter algum grau de organização e ordem para aqueles que buscam atingir algum sucesso na vida, numa clara advertência de Mandino, que selecionou o texto de LeBouf para compor seu próprio livro, de que não há espaço no mundo do sucesso para pessoas desorganizadas e mentalmente caóticas. Até onde isto é verdade eu não sei, e talvez seja o caso de se verificar no mundo real algo absolutamente oposto, mas isto não importa agora. O que importa é que LeBouf nos orienta a sempre pensar com um lápis na mão, isto é, ele recomenda que anotemos as coisas que temos de importante na cabeça quando estamos nos organizando, porque temos a tendência muito humana de rapidamente nos esquecermos daquilo que em um momento nos parece extremamente urgente, mas que ainda assim é deixado de lado diante de uma demanda qualquer que toma conta de nossa atenção e nos faz esquecer o que de fato não deveria e nem poderia ser esquecido, e que no entanto, o é.
Ora, a mente humana é volátil, e admitir esta debilidade tão óbvia é um ato de poder e não de fraqueza. É um ato de poder porque ao admiti-la, somos forçados a tomar alguma providência para superá-la, e esta debilidade pode ser superada sem muito custo e trabalho. Basta que adotemos este simples ato: o de anotar nossas ideias.
Ora, se estamos em um dado momento de nossa vida em que nos damos ao trabalho, nos damos a permissão de questionarmos nossas vidas ou certos aspectos delas, por que simplesmente pensar, e depois esquecer-se daquilo que foi pensado, por pura preguiça de anotar o que se pensou?
Já sabemos porquê e quando nos questionar, mas é importante que questionemos com uma certa racionalidade. Qual o problema, ou a dificuldade, em se questionar a vida com uma caneta e papel em mãos, para anotarmos por meio de palavras, gráficos, símbolos ou desenhos aquilo sobre o qual estamos elaborando nossos pensamentos?
Parece uma bobagem, mas não é.
Tomemos essa série de perguntas que tenho tentado responder. Eu gosto dessas perguntas, acho-as relevantes, e não somente tenho despendido algum tempo tentando respondê-las como tenho publicado as minhas tentativas de respostas neste blog, porque acredito que o ato de colocar pensamentos em forma de palavras ajuda-me a melhor raciocinar sobre aquilo que é matéria de minhas dúvidas. Mas, observem, essas dúvidas são antigas, de 2001, e estamos em 2013. Ora, responder essas perguntas só está sendo possível porque as anotei em minha agenda no momento em que elas foram surgindo em minha mente. Eu poderia ter tido todas essas dúvidas e muitas outras mais, e poderia tê-las respondido no mesmo momento, mas muito provavelmente eu teria esquecido tanto as perguntas quando as respostas, não importando o quão importantes fossem, porque simplesmente nossas mentes são voláteis e mais cedo ou mais tarde acabaremos nos esquecendo de coisas que precisamos manter em mente por seja lá que motivo for.
Vejam, o papel é uma extensão de nossas mentes.
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