Tenho postado alguma coisa neste blog sobre meu passado. Ora, o ramo de conhecimento que é especializado no estudo de nosso passado em geral é a Genealogia. Mas o que é exatamente isto?
Segundo a Wikipédia, Genealogia é um ramo da História, que se preocupa com o estudo das famílias.
Estudar famílias então pode ser um ramo científico. E se é um ramo científico, deve possuir métodos, técnicas, princípios e fins.
Qual é o fim da Genealogia?
Acho que é conhecer as ramificações familiares, em geral. Mas, em particular, as pessoas estudam Genealogia mais com o intuito de estudar a própria família, os próprios antepassados, e mesmo algumas pessoas estudam a origem de seus antepassados com o objetivo de buscar laços com os países de onde esses antepassados vieram. Muitas pessoas buscam uma nova nacionalidade mediante o reconhecimento de laços sanguíneos com parentes de lugares distantes, em geral europeus, com o intuito de serem reconhecidos também como europeus legítimos.
Acho que não há nada de errado nisto, mas também não vejo mérito algum na busca de uma nova nacionalidade por este método.
Há toda uma indústria voltada para a busca de antepassados, e parentes distantes e desconhecidos ainda vivos são descobertos, com relações as mais improváveis, e que eventualmente acabam se tornando próximos devido ao laço familiar em comum.
A Genealogia em si pode ser até interessante como um passatempo, mas ela não ajuda muito quando o que se busca é o auto-conhecimento. Saber quem foram meus antepassados não explica muito quem eu sou.
Muita gente não pensa assim. Há na busca pelo conhecimento de antepassados uma tentativa, consciente ou não, de auto-valorização. Algo como o desejo de descobrir entre seus antepassados pessoas que foram importantes, ricas ou influentes, de forma a se saber um descendente delas, e assim, se auto-valorizar.
Há nisto um desejo que cheira a vaidade, às vezes. No entanto, houve uma época em que se tinha como certo que o legado de uma geração para a outra se dava por via sanguínea. A herança de uma geração se perpetuava mediante a transferência de qualidades sociais de uma geração a outra. Uma pessoa poderia se considerar importante porque seus antepassados, ainda que remotos, foram um dia importantes.
Você, pessoalmente, do fundo de sua consciência, se consideraria uma pessoa melhor ou pior pelo simples fato de descobrir que um ancestral seu foi um rei ou um poderoso qualquer a setecentos anos atrás? Creio que não.
Assim, penso que a Genealogia pode explicar certos fatos, e seu estudo pode ser gratificante devido ao conhecimento que pode originar, satisfazendo curiosidades, resolvendo mistérios e tirando dúvidas que de outra forma ficariam sem resposta. Mas penso que de forma alguma se deve buscar satisfazer o ego buscando ancestrais valorosos, e assim, tentar herdar algo que não pode ser legado pelo simples laço genético.
Dito isto, acho que está mais que na hora de partir para os cemitérios, e para as velhas paróquias com seus livros amarelados pelo tempo.
Pensando bem, Genealogia pode até ser divertido!
Pronto, já estou te seguindo. Posso te esperar no meu?
ResponderExcluirhttp://www.expectativasreais.blogspot.com.br
Genealogia da moral.
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