Eu disse que o sucesso é difícil.
Ele é e eu sei que ele é porque tenho corrido atrás dele faz tempo.
Disposto a seguir ao pé da letra as lições dos livros de auto-ajuda, listei coisas importantes em minha velha Agenda 1999. Essas lições resumidas eram minha esperança de que minha vida iria mudar para melhor em um curto espaço de tempo.
O que foi feito delas?
Eu pensei que aquilo que não memorizamos, acabamos esquecendo. Se essas lições eram tão importantes, de duas uma: ou eu as memorizava, ou eu as esqueceria em pouco tempo. Eu não queria esquecê-las, de maneira que a solução era, ou memorizar, ou andar com elas comigo o máximo de tempo possível.
Naquela época, em 2001, não havia os tablets e smartphones. E decorar lições de auto-ajuda me pareceu inútil. Eu precisava pensar nelas. Pensar em algo que se lê é diferente de decorar algo e tentar usar este algo em momentos difíceis.
Mas, se não iria esquecer, nem memorizar, o que eu deveria fazer: andar com a agenda debaixo do braço, como os evangélicos fazem com suas Bíblias?
Pensei, e cheguei à conclusão de que deveria anotar essas lições, que não eram tantas assim, em uma agenda menor, uma caderneta pequena o suficiente para levar no bolso da camisa ou da calça, sem que fizesse grande volume ou peso.
Fui a uma papelaria e encontrei uma pequena caderneta de capa marrom, imitando couro. Era pequena, confortável de transportar e bastante aconchegante de se manusear.
Transcrevi minhas lições para um documento no Word em fontes miúdas, imprimi em um formato que coubesse sobre as folhas da caderneta, colei as folhas impressas sobre as folhas da caderneta e depois as plastifiquei, porque a colagem deixou as folhas um pouco pesadas e onduladas.
Ficou bom. Ficou prático. Eu agora tinha minhas lições à mão o tempo todo.
E eu comecei a estudá-las. Calmamente, dia após dia. Em casa, nos pontos de ônibus, dentro dos ônibus, no caminho de ida e volta para o serviço, e também no próprio serviço.
Eram lições de Dale Carnegie e Og Mandino. Os objetivos eram deixar de me preocupar com a coisas e aprender sobre o sucesso.
Mas, com o passar dos dias, percebi que este hábito nada resolvia. Nada mudava. Não acontecia nada demais. Era uma leitura inútil.
Não funcionava.
Coloquei a caderneta marrom de lado.
Até alguns anos atrás, eu a tinha em alguma prateleira ou gaveta.
Agora, não faço ideia de onde se encontra.
Comecei a duvidar dos livros de auto-ajuda.
Essa caderneta mudou minha vida.
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