Foi um texto natimorto. Estava falando sobre coisas legais, mas perdi tudo. Isso é que se pode chamar legitimamente de terrorismo virtual: a Al Qaeda não precisa de hackers, ela precisa simplesmente aprender com o pessoal do UOL a fazer besteira de verdade. Eh, bloguinho vagabundo...
Vazio digital: segunda tentativa...
Lá vamos nós:
Eu dizia que a Internet tem sofrido com a falta de criatividade de seus usuários, porque andei fazendo umas pesquisas com o Google e fui atendido com uma dezena de páginas sobre 'Charles Spurgeon', que eu não sabia quem era ou foi. Eu tinha lido uma frase sua no primeiro capítulo do livro "A Universidade do Sucesso" de Og Mandino, mas não sabia quem era Spurgeon.
A pesquisa me mostrou que ele foi um famoso pregador britânico que viveu no século XIX. O problema é que havia dezenas de páginas com o mesmo texto. Simplesmente um a cópia do outro.
Alguém já disse que depois que surgiu o Windows, nada se cria, tudo se copia e cola. Acho isso bem verdade, e mais ainda na Internet.
Procurei ainda alguma coisa sobre James P. Carse, e me surpreendi com o tanto de frases dele que o pessoal usa, muitas vezes fora de contexto, ou mesmo em um contexto totalmente errado. Eu achava que fosse mal de brasileiro, que é preguiçoso, mas as páginas em inglês também são repetitivas ao infinito.
Esse negócio de se usar frases de autores famosos é meio perigoso. Acho que a Internet poderia ser mais bem explorada, e que as pessoas deveriam pensar e debater mais sobre as ideias prontas que muitos autores nos apresentam. Falo isso porque se tomarmos dois livros quaisquer, tenho certeza de que encontrarei neles orientações absolutamente contraditórias. Mesmo dentro do texto de um mesmo livro, de um só autor, há terríveis contradições. Seguir qualquer orientação sem meditar um pouco sobre o seu significado pode ser perigoso. O perigo maior é que não percebemos a contradição em uma primeira leitura, e mesmo depois de muita releitura. A contradição é sutil, por isso perigosa.
Onde estão os leitores críticos do mundo globalizado? Ninguém nunca contestou Og Mandino. Onde encontro um texto lúcido sobre algum texto de Mandino escrito por alguém que o leu, pensou no assunto e percebeu que aquilo que estava escrito não era bem a coisa certa a ser feita? Tudo bem, pontos de vistas são pontos de vistas, mas é muito importante termos pontos de vistas diferentes e não apenas frases simples e mais frases simples extraídas de livros de autores que sequer sabemos quem são. Só por curiosidade, descobri que Mandino foi alcoólatra, ficou milionário e morreu em 1996, e que César Romão, escritor brasileiro, é quase um discípulo dele. Nunca li Romão, mas nem por isso fiquei tentado a ler.
Mas já que estamos falando em ler, e em criticar, sugiro a você que leia Irving M. Copi e seu delicioso e didático (e grosso) livro "Introdução à Lógica". Garanto que depois de lê-lo, você terá uma nova visão daquilo que você anda lendo por aí, e também garanto que terá uma nova ideia de Sherlock Holmes. Não engolirá mais frases feitas sem antes dar uma pensada a respeito. Se ler, seja corajoso e tente resolver os exercícios que Copi propõe. Sua mente vai fundir (e se aguçar!)...
Enquanto isso, eu continuo fazendo minhas pesquisas nesse vazio digital, que a Internet nos proporciona. Tudo bem, poderia ser pior.
Esse texto, meu amigo, era diferente nas palavras, mas é o mesmo no conteúdo. O anterior era mais bem escrito, mais bonito e poético, mas o tempo esgotou e eu o perdi. Se esse segundo não ficou tão bom, agradeça ao gênio webmaster do UOL, que criou o limite de tempo para escrevermos correndo...
Ah, quanta vontade de ver esse portal nas mãos de um mexicano bom de serviço, ou um espanhol. O UOL passou da hora: cresceu, amadureceu, mas não vingou. Acho que vai morrer podre no galho seco no qual se aferra em ficar... uma pena...
[rubino]
ResponderExcluirRosenvaldo, Concordo com vc sobre o aspecto filosofico no livro do Carse, porém, o que NÃO é auto-ajuda??? Vou continuar escrevendo artigos sobre o livro na categoria MONDO INVERSO no meu blog MONDO VR (mondovr.reticencias.com.br). Espero que não tenha sido eu o foco do teu comentário "me surpreendi com o tanto de frases dele que o pessoal usa, muitas vezes fora de contexto, ou mesmo em um contexto totalmente errado". Não reinvidique o título de interpretador oficial do Carse. Sua obra é tão densa... seu comentário no MondoVR: Ei, eu andei lendo "Jogos finitos e infinitos" de James P. Carse e a inversão lógica que ele realiza é mesmo de nos fazer virar a cabeça. Há um erro comum de se enquadrar esse livro como sendo de auto-ajuda, mas não é nada disso. Acho que está mais para filosofia existencialista que para qualquer outra coisa. Gostaria de saber suas opiniões sobre esse livro e sobre Carse como escritor. Ainda não consegui digerir sua lógica, para ser cincero.
26/07/2004 10:53