Eu disse em minha primeira postagem neste blog que eu pretendia usá-lo como um meio de divulgar minhas ideias a respeito de uma série de coisas, as quais eu mantinha anotadas em uma agenda de papel, e que eu achava que deveria vir ao conhecimento público, para eventualmente gerar algum resultado qualquer.
Ora, um blog pode ser uma incubadora de ideias?
Não sei, mas vamos pensar juntos na ideia.
Não temos controle sobre o que as pessoas pensam quando leem um artigo qualquer em um blog. Sequer temos controle sobre quem lê ou não nossos artigos. E temos pouquíssimas suspeitas do quão grande ou pequeno seja o impacto de um artigo veiculando uma ideia qualquer sobre as pessoas que o leem.
Primeiro: não temos controle sobre quem lê nossos blogs.
Qualquer pessoa pode ler nossos artigos. Logo, a chance de uma pessoa ler um artigo nosso que lhe interesse é muito pequena, porque a maneira como essa pessoa tem acesso a nosso artigo é definida pelos canais de acesso ao blog como um todo. Calma, vou explicar...
Ora, uma pessoa qualquer tem uma variedade de interesses na vida, e provavelmente seus interesses são muito diferentes dos meus. Eu obviamente não publicaria artigos em meu blog sobre assuntos que não são do meu próprio interesse. Logo, supõe-se que todo artigo que compõe meu blog versa sobre assuntos que representam áreas de meu interesse.
Ora, uma pessoa qualquer tem uma variedade de interesses na vida, e provavelmente seus interesses são muito diferentes dos meus. Eu obviamente não publicaria artigos em meu blog sobre assuntos que não são do meu próprio interesse. Logo, supõe-se que todo artigo que compõe meu blog versa sobre assuntos que representam áreas de meu interesse.
Evidentemente, eu e uma pessoa qualquer podemos ter interesses comuns. Mas como eu não sei quem é essa pessoa, e não conheço seus interesses, não tenho como saber o que podemos ter de interesses comuns. Assim, ela terá que checar meu blog como um todo para saber se temos interesses comuns ou não. Essa checagem, evidentemente, nunca acontecerá, porque as pessoas não tem interesse em vasculhar blogs de gente desconhecida em busca de interesses em comum. O que as pessoas fazem é usar o Google para buscar artigos que falem sobre seus próprios interesses. O Google então é a conexão que fará com que essas pessoas cheguem a um suposto artigo em meu blog que trata de um assunto de seus interesses.
O segredo do problema aqui é a palavra "suposto".
O Google tem seus motores de busca acobertados por sigilo. Não sabemos como ele realmente funciona. Uma pessoa pode buscar um tema de seu interesse nele e vir a cair em algo totalmente diferente. Algumas vezes, o próprio Google resolve o problema, porque disponibiliza algumas palavras do artigo encontrado, e as pessoas podem deduzir se o artigo de fato trata do assunto que buscam ou foi apenas uma pista falsa do Google.
Então, acontece que muitas pessoas não precisam ler um artigo para saber que ele é uma pista falsa. Eles simplesmente ignoram os links para os artigos na própria página de respostas do Google e vão em frente.
Assim, poderíamos supor que se um artigo nosso é de fato acessado, é porque quem o acessou já tinha uma certa ideia de que nosso conteúdo não era uma pista falsa. Mas, nem todo mundo observa as pistas dadas pelo Google em suas respostas às consultas feitas. Algumas pessoas simplesmente vão clicando nas respostas para ver no próprio conteúdo se ele trata daquilo que procuram, sem dar muita importância às dicas do Google. E assim, vez por outra, caem em artigos que são pistas falsas.
Ora, então, se por exemplo, tenho um artigo meu lido por dez pessoas, não sei dizer quantas delas realmente leram o conteúdo porque este dizia respeito a alguma área de interesse genuíno ou se simplesmente chegaram ao conteúdo baseados em pistas falsas do Google e depois de ler uma ou duas linhas do artigo, simplesmente o descartaram por não ser de fato algo de seus interesses.
Quantas pessoas realmente se interessam por aquilo que têm diante de suas telas de computadores?
Não sei dizer. Digamos que 10% das visualizações de um artigo são realmente seguidas de uma leitura atenta e completa de seu conteúdo. Não sei dizer realmente.
Mas, qual a importância dessa informação estatística para o desenvolvimento do tema desse artigo em particular, que trata de discutir blogs como incubadoras de ideias?
O fato é que minhas ideias precisam antes ser acessadas por leitores que de fato tenham interesse em seus conteúdos, e a basear-se pelas estatísticas de visitas em meu blog, não são muitas pessoas que posso considerar que tiveram acesso a alguma delas.
Se tenho, por exemplo, um contador de visitas dizendo-me que meu blog foi acessado por 9.000 pessoas, não posso supor que todas realmente estavam interessadas genuinamente nos conteúdos das centenas de artigos que disponibilizo nele. Se apenas 10% realmente tinham interesse no conteúdo, então, minhas ideias foram acessadas de fato por apenas 900 pessoas, ou algo em torno disso.
Esse número, 900 pessoas, não deveria ser maior? Não é realmente muito pouca gente lendo minhas ideias?
De fato, penso que não. Na verdade, acho até demais.
Na vida real, nunca temos a chance de conversar com mais do que meia dúzia de pessoas sobre nossas ideias. Se eu tivesse discutido algumas ideias desse blog com apenas 9 pessoas, já me sentiria satisfeito. Mas não, nem isso eu consegui. Nem creio que as pessoas em geral se preocupem com isso. As pessoas em geral não levam a vida tentando discutir suas ideias com seus semelhantes. Elas querem contato, mas não contato intelectual. Meu gosto por discutir ideias é um pouco excêntrico, admito.
Mas, se 900 pessoas de fato leram alguma coisa em meu blog, não tenho como saber. As estatísticas de um blog não vão além de dizer que um artigo foi acessado, e só. Não há como saber se foi lido por inteiro, se foi lido com atenção, e se a pessoa que o leu foi influenciada pelo conteúdo daquilo que leu. Não sei dizer se ela aprovou a ideia, se ela pensou longamente sobre o que leu, se ela resolveu mudar algum aspecto de sua vida com base naquilo que pensou depois de ler algo em um artigo meu.
Duvido que isso tenha acontecido, mesmo com uma ou duas pessoas dentre as quase 9.000 que já acessaram meu blog.
Não era essa minha intenção quando o iniciei. Não sei se essa seja uma razão válida para se ter um blog, pensando de minha parte. Entendo que haja blogs com o objetivo explícito de fazer cabeças, moldar mentes, divulgar opiniões, atingir corações e moldar comportamentos. Não sei se funcionam ou não, mas não é o caso deste blog. Quer dizer, não é o caso deste blog ter como projeto ser um blog que busque disponibilizar ideias explicitamente a seu público leitor. Na verdade, esse blog sequer é um projeto, no sentido normal da palavra. Ele é apenas um passatempo, nada mais que isso.
Mas, por que não torná-lo uma incubadora de ideias?
Vamos dar uma pausa para respirar, e retornamos com a resposta a uma pergunta que precisa ser antes respondida: o que seria uma incubadora de ideias?
Pausa para respirar...
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