sábado, 22 de março de 2014

Cinco motivações

Eu disse aqui e aqui que fiz duas perguntas a respeito de meu grau de satisfação com relação ao tema "crescimento pessoal".

Não fui além das duas perguntas sobre crescimento pessoal porque achei melhor antes departamentalizar a vida.

Então, anotei cinco motivações, das vinte e cinco que listei em meu Outlook:

"1 - Educação formal (conhecimento)
 2 - Cultura e conhecimento (sabedoria)
 3 - Serenidade e controle
 4 - Vícios, defeitos e maus hábitos (padrões éticos)
 5 - Auto-estima"

Esta é uma lista que merece alguma explicação.

Há nela uma relação com o questionário de satisfação pessoal, uma vez que possui dois itens notadamente voltados para educação e formação (itens 1 e 2). Há nela também quatro itens que são nomeados conforme a lista de vinte e cinco itens de Donald H. Weiss, quer dizer, somente o tem 3 não foi nomeado conforme Weiss. Mas há, finalmente, dois itens que são diretamente influenciados por Benjamim Franklin (itens 3 e 4).

Eu já falei sobre a influência de Benjamim Franklin na minha lista de motivações, mas não falei sobre que texto é esse. É preciso que eu fale sobre isso, se quisermos ter as coisas claras em nossas mentes.

É o que veremos no próximo post.

Conhecendo os porquês

Eu disse em meu último post que decisões difíceis requerem motivações.

Pois bem, Donald H. Weiss, em seu livro "Como tomar decisões difíceis", nos faz basicamente duas sugestões: primeiro, que pensemos a longo prazo, e segundo, que conheçamos nossas motivações.

Tudo o que fazemos, o fazemos por algum motivo. Que motivo são esses, pergunta-nos? Depois, para nos ajudar a descobrir o que nos motiva, o autor lista vinte e cinco razões pelas quais podemos fazer as coisas que fazemos. Depois, pede que classifiquemos cada uma dessas vinte e cinco razões em uma ordem da mais motivadora para a menos motivadora.

Eu fiz esse exercício, essa tarefa, que Weiss nos recomenda. Depois, ele pede que separemos as dez mais importantes razões e as liste, para que sirvam de base para nossas tomadas de decisões. Quer dizer, se temos que tomar decisões difíceis, precisamos clarear as coisas sabendo quais são as razões principais que nos motivam a fazer as coisas. Assim, escolheremos as alternativas, e tomaremos as decisões que melhor satisfaçam essas nossas razões.

Que razões são essas?

Que desejo conseguir em troca do esforço que estou fazendo em minha vida?
  1. Conhecimento
  2. Sabedoria
  3. Poder
  4. Prazer estético
  5. Padrões éticos
  6. Independência
  7. Realização
  8. Reconhecimento
  9. Amizade
  10. Responsabilidade
  11. Criatividade
  12. Segurança
  13. Dedicação
  14. Justiça e igualdade
  15. Crescimento
  16. Auto-estima
  17. Religiosidade
  18. Amor
  19. Desafio
  20. Utilidade
  21. Saúde (física/mental)
  22. Dinheiro
  23. Divertimento/prazer
  24. Ser amado
Cada palavra acima representa um conjunto de desejos específicos. Evidentemente, a lista não é exaustiva. Podemos aumentá-la com a inclusão de outras razões.

Assim, fiz minha tarefa, e registrei essas razões em um conjunto de lembretes em uma pasta do meu Outlook em 30 de dezembro de 2001.

Eu estava impressionado com a clareza de ideia que o exercício me proporcionara.

Claro: tudo o que fazemos na vida, o fazemos por algum motivo, conhecido ou não.

Depois de ter anotado as vinte e cinco razões em meu Outlook, listei em minha agenda os dez motivadores mais importantes.

É o que veremos no próximo post.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Decisões difíceis

Eu disse aqui a respeito da leitura do livro "Como tomar decisões difíceis", de Donald H. Weiss, e o papel que esse livro teve em minhas pesquisas acerca da maneira como deveria conduzir minha vida.

Não me lembro quando comprei este livrinho. Falo "livrinho" porque ele é realmente fino, com letras grandes e de fácil leitura. Não me lembro quando o comprei. Tenho-o ainda. Há uma parte de uma etiqueta de uma livraria, a Siciliano. Que eu me lembre, não havia nenhuma loja das livrarias Siciliano em Anápolis entre 1990, ano em que passei a morar na cidade, e 1998, ano em que me mudei de lá. Logo, devo ter comprado o livro em Goiânia, já que havia uma loja Siciliano no Shopping Flamboyant em 1999, quando me mudei para essa cidade.

Naquela época, 1999, meu salário era bastante limitado, e eu não tinha dinheiro para comprar nada, inclusive livros. Não ia ao Shopping Flamboyant com frequência nessa época, porque não tinha carro, e morava relativamente longe dele para me dar ao trabalho de frequentá-lo indo de ônibus. De qualquer forma, devo ter comprado o livrinho no Flamboyant, posso afirmar com relativa segurança.

Quanto à Siciliano, foi fechada alguns anos depois, por volta de 2004, 2005, creio que em virtude de ter sido a cadeia toda de lojas comprada pela Saraiva. Mas isso não importa agora: comprei em uma loja Siciliano e ponto final.

Mas, por que o comprei? Por que este, e não outro livro?

Primeiramente, por uma questão financeira. Ele era fininho, e portanto, barato.

Segundo, porque o tema, tomada de decisões difíceis, era convidativo. Eu vinha passando por problemas que me levavam a pensar em tomar decisões difíceis, mas não sabia como abordá-los. Eu tinha alguns livros de autoajuda, mas nenhum deles oferecia uma proposta tão chamativa de solução para tomadas de decisões.

Claro, hoje percebo que poderia usar, por exemplo, as recomendações de Dale Carnegie para tomar decisões difíceis, ou recomendações de Og Mandino, mas na época, eu não percebia essa minha necessidade.

Na verdade, às vezes temos problemas que não são perceptíveis, e fazem parte de nossas vidas de uma forma silenciosa, de modo que não damos atenção a eles. Temos os problemas óbvios, visíveis, gritantes, sobre os quais focamos nossas energias, e contra os quais desferimos nossos maiores esforços e ataques. Mas, por exemplo, não consideramos um problema que mereça muito nossa atenção o fato de que não somos bons em tomar decisões difíceis. Eu normalmente não fazia nenhuma relação entre os problemas visíveis e este problema invisível, exatamente porque não podia ligar algo evidente com algo que não era evidente. Eu não poderia atribuir como causa de meu problema visível o meu problema invisível, exatamente porque essa causa era invisível. 

É como ter uma febre, mas não saber que a causa da febre é uma infecção interna indolor. Sei que tenho a febre porque a sinto, mas não percebo a infecção, porque não dói. Logo, não consigo relacionar a febre à infecção invisível. 

Ora, todo mundo tem problemas na vida. E alguns problemas são mais sérios que outros. Os problemas simples não nos preocupam tanto, mas os problemas sérios nos deixam em situações que nos prejudicam, e precisamos resolvê-los. Mas nem sempre são fáceis de resolver. E tendemos a atribuir a dificuldade do problema a causas externas, e não à nossa inabilidade em lidar com eles. Culpamos causas externas, como outras pessoas, nosso emprego, a situação do país, o governo, etc., mas não percebemos que somos nós que não somos capazes de dar uma resposta pessoal, ativa, e portanto, somos nós os culpados pela nossa situação difícil.

Mas, como não percebemos nossa fragilidade em resolver problemas, não atacamos essa fragilidade. Se soubéssemos que tínhamos essa fragilidade, poderíamos tomar a iniciativa de tentar combatê-la, e então poderíamos buscar ajuda através dos meios que tivéssemos à disposição. Mas não percebíamos a fragilidade, e portanto, não buscávamos nenhum tipo de ajuda ativamente.

Eu não percebia que tinha uma deficiência em tomar decisões. Nem pensava que poderia existir este tipo de problema. Nem poderia imaginar que ter dificuldade em tomar decisões em momentos difíceis ou diante de problemas difíceis fosse em si mesmo também um problema.

Até ver o livrinho com o título chamativo.

Ora, quer dizer que havia meios de se tomar decisões difíceis?

Eu não procurava um livro com este tipo de solução. Eu nem sabia que tinha um problema. Logo, fui capturado pelo título do livro.

Um título desses tem o poder de nos fazer uma indagação íntima do tipo tal que nos perguntamos, curiosamente, assim que o tomamos na mão: "mas, será que eu tenho alguma decisão difícil que precise ser tomada e eu não saiba como tomar?".

Aparentemente, foi essa a pergunta que me fiz no momento em que tomei esse livrinho na mão em uma loja da Siciliano por volta do ano de 1999, 2000, e ao fazer essa pergunta, vi que, sim, eu tinha problemas difíceis que demandariam de minha parte alguma capacidade de tomada de decisão difícil.

Assim, achei que o livro me seria útil, era barato e eu deveria comprá-lo, e o comprei.

Assim que o li, associei seu conteúdo à literatura de administração de empresas. Obviamente, há na literatura de administração uma série de trabalhos relacionados à tomada de decisões. Eu não tinha, que eu me lembre agora, nenhum livro sobre tomada de decisões. Como eu fiz essa associação de ideias?

Provavelmente há alguma referência a tomada de decisões nas teorias administrativas tratadas nos livros básicos de administração nos quais estudei durante a faculdade. Prometo que pesquisarei nesses livros para saber onde eles fazem referência a tomada de decisões, somente para esclarecer a causa dessa associação de ideias. 

Mas não foi exatamente sobre o tema "tomada de decisões" que fiz a associação entre o livrinho e os livros de administração. O tema que me chamou imediatamente a atenção como sendo obviamente comum ao livrinho e a administração foi "longo prazo".

Donald H. Wiess nos recomendava abordar problemas sempre levando em conta os prováveis impactos de cada possível decisão nos nossos planos de longo prazo. Ora, também a administração de empresas se preocupa com o longo prazo quando aborda o estudo do planejamento. Longo prazo em administração é um tema caro e recorrente. Evidentemente, em administração se pensa no longo prazo de uma empresa, e não de pessoas. Já Weiss fala sobre o longo prazo pessoal, familiar, os planos de vida, os sonhos futuros, os projetos para um amanhã que não é exatamente no amanhã, mas daqui a uma década, ou mais além ainda.

O que pensava eu a respeito de minha vida a longo prazo?

Nada?

Não. Eu, ao contrário do que provavelmente a maioria das pessoas imagina, tinha já pensado em minha vida a longo prazo. 

Claro, não pensei a longo prazo movido por minha própria iniciativa e esperteza. Somente o fiz sob o estímulo de um outro livro, e assim, o fiz, mas sob o comando de outras pessoas, isto é, somente pensei a longo prazo porque as autoras de um outro livro me induziram a assim fazer.

Mas, qual a ligação entre pensar a longo prazo e tomar decisões difíceis?

O que isso tem a ver com minha Agenda 99 e este blog?

Nossa mente é uma máquina curiosa. Eu não estou inventando essa história de ligações fortuitas entre livros e minha vida pessoal apenas para criar um história interessante ou para chamar a atenção de algum eventual leitor ou para atiçar a curiosidade de quem quer que seja para o fato de que sou diferente, ou mais esperto, ou tive uma vida mais interessante ou intelectualmente mais vívida que outras pessoas. Estou apenas relatando fatos. Foi o que aconteceu. Foi assim que as coisas aconteceram em minha vida.

Eu li livros, pensei sobre eles, tomei certas atitudes, fiz certas tarefas, meditei sobre certos problemas, e estou relatando aqui. É isso, e nada mais que isso.

Mas o livro de Weiss faz mais que falar sobre o longo prazo. Ele fala sobre nossos motivos. Ele fala sobre motivações pessoais. E ao assim fazer, nos propõe um exercício, e eu fiz o que ele nos propõe, e ao fazê-lo, registrei o resultado. Esse resultado, e em especial o seu registro, está diretamente relacionado com a Agenda 99, que por sua vez está diretamente relacionada a este blog. Logo, era preciso escrever tudo o que escrevi acima. E mais: será preciso escrever sobre a parte do livro de Weiss sobre motivações, para então se poder dar sequência ao que andei pensando e escrevendo em minha agenda pessoal, da qual este blog é uma mera extensão.

É então sobre o que ainda preciso escrever que escreverei nos próximos posts deste blog.

Deste agora ainda mais bonito e fino blog.

Porque decisões difíceis requerem motivações.

Só para deixar registrado...

...que eu mudei novamente o design deste blog, com novas cores, novo tamanho de letras, novas fontes. 

E ando lendo, acompanhando o desaparecimento do Boeing 777 da Malásia e acontecimentos na Crimeia.

E ando escrevendo sobre priorização de tarefas, mas não aqui.

Aqui, vou postergando...

Procrastinando promessas...

quarta-feira, 5 de março de 2014

Departamentos da vida

Eu disse no post anterior a respeito da vida departamentalizada. A vida é complexa demais para ser tratada como um único bloco. Precisamos dividi-la em áreas para melhor poder pensá-la, entendê-la, administrá-la.

Essa ideia não é uma ideia nova. Não para mim. Não para mim hoje, nem era para mim quando resolvi pensar no assunto e relatei meus pensamentos em minha agenda, por volta do ano de 2001, 2002.

Não sei a data exata, mas não importa. 

Eu já conhecia o conceito de departamentalização. Afinal, eu sou formado em administração de empresas, e esse tema, departamentalização, era já conhecido meu desde 1993, quando de meu primeiro ano no curso de administração. Esse conceito é aprendido logo nos primeiros meses do curso. Vi isso em Teoria da Administração. As empresas têm sido estudadas e departamentalizadas a mais de um século. Não via nesse conceito nada de novo.

No entanto, departamentalizar a vida é uma ideia que é diferente da ideia de departamentalizar uma empresa. Nossa vida não se parece muito com uma empresa, ao menos em um primeiro momento.

Mas, eu já havia visto alguém sugerir que departamentalizássemos nossa vida bem antes de 2001 ou 2002. 

Eu já citei aqui o livro "Organize-se!", de Sunny Schlenger e Roberta Roesch. Este livro faz menção desta ideia em um determinado momento.

citei também o livro "Como tomar decisões difíceis", de Donald Weiss. Esse livro também toca no assunto da segmentação de nossas vidas em áreas de especialidade.

Claro, também já falei aqui sobre o confronto dessas duas ideias, vindas desses dois livros.

O que não falei foi sobre uma parte importante do livro de Donald Weiss que trata de nossas motivações. Sem falar sobre esse assunto, fica difícil compreender quais foram as áreas nas quais decidi tentar dividir minha vida.

Noto que minhas ideias são um emaranhado de sugestões de diversos livros que andei lendo em uma determinada época.

Leio um livro e tiro ideias interessantes dele. Depois, leio um segundo livro e faço o mesmo. Depois, junto duas ou mais ideias e tento algo que em um primeiro momento, não sei que é uma fusão de ideias tiradas de livros, mas agora, passado tanto tempo, percebo claramente de onde as ideias vieram.

Mas há mais: há um texto tirado do livro "A universidade do sucesso", de Og Mandino, que é de Benjamim Franklin. As ideias de Franklin também aparecem nitidamente em minhas anotações.

Vejam: são três livros distintos contribuindo para a composição de uma ideia que tento organizar no papel, e que está registrada em minha agenda em apenas cinco modestas linhas.

Não consigo falar dessa cinco modestas linhas sem ter antes de explicar a mim mesmo de onde a ideia veio, quais foram suas fontes, sua inspiração, suas origens.

Departamentalizar a vida parece fácil, mas não é.