domingo, 16 de dezembro de 2012

Votem em mim!

Votem em mim!

Sou candidato a...

Espere.

É mentira. Não sou candidato a nada. Nunca fui. Nem candidato a vereador em minha pacata cidade natal do interior, nem a síndico de prédio e nem mesmo a representante de classe, nos meus muitos anos de estudo. Nunca, absolutamente nunca, candidatei-me a nada. Nunca tive o desprazer de pedir um voto para mim mesmo a quem quer que seja. Nunca dependi da avaliação subjetiva de pessoas que mal conheço, e que mal me conhecem, e que não estão nem aí para mim e minha suposta causa.

Não confio neste tipo de avaliação. E não tenho medo de afirmar que qualquer avaliação que dependa dos gostos e opiniões de pessoas comuns é um grande risco, uma grande causa de injustiças as mais diversas, e no final das contas, uma grande perda de tempo e um desperdício de recursos, oportunidades e de opções de melhorias e avanços em todos os sentidos.

Sempre que me proponho a algo, o faço com base em minhas próprias habilidades e capacidades. Sei bem do que sou ou não sou capaz. Mas este conhecimento que tenho de mim mesmo não interessa a mais ninguém, e ninguém tem interesse algum em saber a respeito de minhas capacidades e incapacidades sobre o que quer que seja. As pessoas não se preocupam com mais nada que não seja com elas mesmas. Daí que eu nunca perdi meu tempo me propondo a fazer nada que dependesse de votos, eleições e convencimento pessoal. Não posso permitir que pessoas que não têm interesse algum em mim decidam sobre o que eu devo e posso fazer, e sobre o que não posso. Só faço aquilo que não depende da decisão dos outros. Não entrego meu destino nas mãos do povo. Nunca.

Eu disse aqui neste blog em uma de minhas velhas postagens:

"Tenho vontade de entrar para a política e tentar mudar as coisas, mas ao mesmo tempo sinto um enorme desânimo."

Este enorme desânimo é real, e ele se deve justamente a esta razão. Não importa se tenho a capacidade de mudar as coisas. Se para mudar as coisas eu dependa antes de pedir votos a quem não sabe e nem se interessa em saber quais coisas precisam ser mudadas, então, nunca mudarei nada.

Sei que muitas pessoas pensam da mesma maneira que eu. Sei que há pessoas muitíssimo mais capacitadas que eu para mudar as coisas que precisam ser mudadas, e sei que elas também não se submetem a este processo de eleição, porque sabem que estão se submetendo a algo que é humilhante, vergonhoso, absurdo e destrutivo.

Eu nunca me candidatei a nada, e provavelmente nunca o farei. No entanto, nada impede que eu pense no assunto. Afinal, a tão celebrada democracia é reconhecidamente imperfeita, e se assim é, por que não discuti-la?

Não vejo por que as coisas não poderiam ser diferentes.

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