sexta-feira, 16 de março de 2012

Tempestades em copos d'água

Richard Carlson escreveu um livro chamado "Não faça tempestade em copo d'água" no ano de 1997. O livro fez muito sucesso mundo agora, ficou um ano e meio entre os livros mais vendidos nos Estados Unidos e eu o tenho em casa. É um excelente livro, e falaremos mais dele neste blog no futuro.

Por enquanto, basta que prestemos atenção a seu título.

Carlson diz, inclusive na capa do livro, como um complemento ao nome do mesmo, que tudo na vida são copos d'água. Ora, não devemos fazer tempestade em copos d'água, mas, afinal de contas, tudo na vida são copos d'água, de modo que nunca devemos fazer tipo algum de tempestade, porque nada merece muito a nossa preocupação.

Certo.

Mas Carlson não foi o primeiro a dizer esta verdade. Disse-o de uma certa maneira que fez sucesso, mas Dale Carnegie, em seu livro "Como evitar preocupações e começar a viver" já havia dito a mesma coisa, em um de seus textos extras.

Eu resumi assim este texto extra em minha agenda:

"Daqui a dois meses, não estarei mais preocupado com esses maus momentos. Se é assim, por que me preocupar com isso agora? Por que não assumir, desde já, a mesma atitude de daqui a dois meses?"

Não é a mesma coisa? A mesma mensagem? A mesma estratégia psicológica?

Claro que tudo na vida vai perdendo sua importância à medida que o tempo passa. Pense em grandes tragédias mundiais, pense em grandes tragédias pessoais, pense em grandes tragédias psicológicas de anos passados, décadas passadas, séculos passados. Eles ainda são fontes de angústia e preocupação? Provavelmente não, graças ao tempo.

Tudo passa.

Mas se passa, e se perde o impacto, e não mais preocupa, então, por que se preocupar agora, sabendo que considerar um fato como um problema é apenas uma questão de ponto de vista na linha do tempo?

Não é fácil. Na hora em que um problema surge, o sangue ferve e não há frase de auto-ajuda que seja capaz de amenizar o desconforto. É preciso treino e força de vontade.

Mas funciona para a maioria dos pequenos problemas.

Há um certo cheiro de fatalismo, insensibilidade e negligência aqui? Sim, há, mas estas são questões para outro momento.

A verdade é que precisamos nos preocupar menos com bobagens que daqui a um mês, uma semana, ou mesmo no dia seguinte não significarão quase nada, se é que serão de alguma forma sequer lembrados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário