A vigésima primeira pergunta da série que fiz em 2001 decorre da pergunta anterior. Estamos falando em questionamentos sobre aprimoramentos que pretendemos que ocorram em nossas vidas, e em respostas a esses questionamentos.
Se na pergunta anterior eu afirmo que devo buscar respostas para minhas dúvidas, muitas delas existenciais e difíceis de serem respondidas, a pergunta que faço agora é:
"São respostas definitivas e imutáveis?"
O que tenho de dizer a respeito desta questão é que dificilmente há respostas definitivas e imutáveis para as questões que surgem a respeito da maneira como devemos conduzir a nossa vida.
Evidentemente, há áreas onde há maior grau de estabilidade e certeza, e há áreas onde o terreno é mais instável e no qual constantemente nos vemos mudando de opinião ou postura em relação a um determinado tema controverso.
Por exemplo: em determinado momento fiz a pergunta a respeito do fato de estarmos nós mesmos definitivamente dispostos ou não a implementar algum tipo de mudança em nossa vida. Qualquer que tenha sido a resposta que eu tenha dado em um determinado momento, esta resposta não servirá como resposta à mesma pergunta formulada, digamos, daqui a um ano depois, quando então o contexto de nossa vida pode ter mudado, sem o nosso consentimento, sem a nossa participação ativa, e então somos forçados a dar uma resposta diferente à questão da que demos um ano antes.
Alguns temas envolvendo valores profundos, como, por exemplo, fé, respeito à vida, honestidade, dentre outros, costumam ser temas onde as pessoas têm opiniões mais estáveis. O mundo pode girar em diferentes rumos, mas as pessoas costumam ter certas convicções firmemente estabelecidas sobre esses temas e, embora precisem mudar ao longo do tempo, não abrem mão desses valores, e não os sujeitam a nenhum tipo de mudança mais profunda ou séria. Podem ceder aqui e ali em pequenos pontos secundários, mas não mudam o que é a essência daquilo que pensam sobre o tema.
Assim, cuidado com respostas definitivas e regras de vida imutáveis. Em geral não são assim tão definitivas e imutáveis, e insistir em querer mantê-las em nossas vidas de maneira forçada e não natural pode acabar fazendo com que vivamos vidas limitadas, engessadas e infrutíferas.
É preciso certa flexibilidade para se viver. Não se pode, e não se deve, mudar os rumos de uma vida ao sabor do vento, mas não se pode viver uma vida com regras lavradas em pedra.
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