A décima oitava questão com relação a autoajuda, dentre uma série que fiz a muitos anos atrás, relaciona-se com velhos sonhos e planos. E também, obviamente, com desapego emocional do passado.
A pergunta foi formulada nos seguintes termos:
"Como se desapegar de velhos planos e sonhos?"
Eu sei que cada pessoa é única e que cada uma pode ter tido ou não sonhos e planos não realizados. E eu sei ainda que cada pessoa tem uma maior ou menor ligação com seu próprio passado, com seus velhos sonhos e planos, e que cada uma tem estratégias próprias para seguir com a vida sem o peso de sonhos e planos fracassados. Eu, no entanto, ainda não resolvi essa questão e sigo em frente ruminando as coisas que não consegui digerir ao longo dos anos.
Talvez alguém possa dizer que tudo não passa de uma questão de mero egoísmo, e que uma pessoa que não consegue se desapegar de seu passado e de seus velhos planos é porque é egoísta e não admite não ser intimamente reconhecida como perfeita. Pessoas menos egoístas simplesmente aceitam que são falíveis, erraram em suas intenções passadas, dão a questão como encerrada e seguem em frente.
Eu acho que pode haver, sim, um componente de egoísmo ao não se admitir uma derrota, ainda que consumada a muito tempo no passado. Mas não é meramente uma questão de egoismo. Aceitar-se como um ser humano falho é uma constatação natural e sensata. Agora, devemos admitir que somos seres que aprendem com a experiência de vida. Simplesmente dizer que errei e não tirar proveito da experiência do erro é condenar-me a errar novamente.
O que podemos aprender com nossos planos que não fomos capazes de implementar da maneira que imaginávamos?
Eu aceito que falhei, mas e daí?
Não, eu não posso ver as coisas como simplesmente erros que ocorreram por mero acaso. Eu quero saber onde errei, porque errei, e com não errar novamente. Eu ainda não aprendi a me desapegar de velhos planos e sonhos sem tirar algum tipo de proveito deles.
É frustrante, admito, conviver com este problema não resolvido.
Falarei mais sobre este problema e esta frustração ao longo do tempo. Por ora, é bom saber que essa pergunta, ainda que não respondida, acabou por me levar a outros questionamentos. Nesta época de minha vida, devo reconhecer que eu não sabia responder minhas próprias dúvidas, mas de alguma forma já sabia muito bem fazer minhas próprias perguntas confusas.
Velhos planos e sonhos: como desapegar-se deles? Esta é mais uma bela pergunta não respondida.
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