sábado, 6 de julho de 2013

A areia em nossas mãos

Estou tentando acompanhar o ritmo do mundo, mas está difícil. As coisas estão mudando mais rápido que nossa capacidade de nos mantermos atualizados. As informações nos abarrotam. As novidades são diárias, e complexas. 

Sinto-me bastante perturbado nas últimas semanas em decorrência da série de manifestações que abalaram o Brasil. Creio que todos os brasileiros razoavelmente bem informados estão igualmente confusos.

Mas não são somente as questões sociais que andam me perturbando.

Eu não estou conseguindo acompanhar meus próprios planos. Não estou sendo capaz de manter-me atualizado sob diversos aspectos, tais como a tecnologia da informação, a cultura, arte, saúde, finanças, ferramentas tecnológicas, política internacional, ciências, enfim, não estou conseguindo ter sob controle um mundo de coisas que antes pareciam administráveis. 

Talvez a ideia central seja esta: administração de interesses.

Admito que tenho dezenas, centenas de interesses divergentes e complexos. Interesso-me por coisas tão díspares quanto vida em outros planetas, ursos polares, violência social, filosofia, política, biologia, futurologia, história, assim como por sociologia, psicologia, neurologia, inteligência artificial, big data, espionagem internacional, tecnologia steath e jazz. Simplesmente tenho interesses demais, e todas estas áreas produzem diariamente uma quantidade enorme de informação, informação demais para que se possa absorver, ler, ver, ouvir e pensar sobre as mesmas com a calma e a serenidade necessárias.

Mas creio que o problema é geral.

O caso Edward Snowden, agora tão falando em toda imprensa internacional, deixa claro a sensação de assoberbação que domina a todos, seja pessoas, seja instituições. É espantoso, e ao mesmo tempo acalentador, saber que a maior potência do mundo, os EUA, consegue espionar todo o mundo via tecnologia da informação, mas não é capaz de digerir os dados. Eles coletam dados, mas não possuem recursos para analisá-los. A massa de bits coletados está além da capacidade da tecnologia atual. Este fato deveria servir de alerta para todos, pessoas e instituições, a respeito de nossa cegueira diante de tanta informação. É como querer ver o Sol muito de perto. É muita luz, muita energia, muita demanda e pouca assimilação, pouco processamento, pouca apreensão.

Este é um problema e como todo  problema, ele demanda uma solução. A solução, ou soluções, quase que necessariamente complexas, implicam em desafio, e ao mesmo tempo, em oportunidades infinitas de poder, lucro e sucesso.

Os bits, tais quais grãos de areia em nossas mãos, são voláteis. Temos um Saara à nossa frente. Cada um desses grãos pode ser um simples grão de areia, ou pode ser um grão de ouro, ou um pequeno diamante. Mas, sejam eles de que material for, escapam-nos das mãos. Aquele que conseguir os meios de retê-los, e analisá-los, tem em mãos o poder que ninguém hoje mais tem.

Quais as possíveis maneiras de se abordar o problema? O que um simples cidadão comum pode pensar a respeito?

O tempo, mais uma vez o tempo, é, creio eu, a resposta. 

O tempo é, definitivamente, o recurso mais valioso e escasso que temos hoje.

Mais do que nunca, tempo não só é dinheiro, mas tempo é ouro e poder.

Dome o tempo, e domará o mundo.

Mas, como domar o tempo?

Eu tenho pensado, eu tenho pensado...

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