Eu disse aqui sobre minha paixão por aviões:
"Tenho que relatar minha paixão por aviões. Nesses meses de frio, o céu no Centro-Oeste é quase sempre limpo como um cristal. E como o ar da alta atmosfera está sempre muito frio, vez por outra posso ver o rastro de condensação atmosférica deixado pela passagem de algum avião muito, muito ao longe. É simplesmente fantástico. Não se vê nada, a não ser um risco muito, muito longe. A quantos quilômetros está esse avião de onde estou? Cinqüenta, cem quilômetros? Um show."
Continuo achando os aviões máquinas fantásticas, lindas e encantadoras.
Se pensarmos em termos históricos, é uma dádiva contar com eles. Você entra dentro de um deles, um tubo de metal enorme, pesado, complexo, e esta coisa corre pela pista mais rápido que um carro de Fórmula 1 em poucos segundos e logo está no ar. E não para. Ele sobe, sobe e sobe e acelera, acelera e acelera, até que quando estamos começando a nos acostumar com ele, com o seu interior, com a viagem em si, pronto, já estamos descendo, pousando num tranco suave e descendo num lugar muito, muito distante de onde partimos.
Sempre que vejo um pontinho no céu, sei que lá dentro vão centenas de pessoas seguras, embora que com um pouquinho de medo desta máquina misteriosa e estranha.
Esta máquina que, embora comum, é nova.
Vi os primeiros riscos no céu ainda muito pequeno, no começo da década de 1970. Naquela época, já existiam aviões comerciais grandes cruzando o céu, mas eles eram uma novidade. Os primeiros grandes aviões comerciais a jato surgiram uma ou duas décadas antes. Os primeiros rastros de aviões observados surgiram provavelmente na Segunda Guerra Mundial, com aviões a hélices. Assim, esses riscos nos céus não eram coisas comuns no Brasil nos primeiros anos da década de 1970. Até mesmo os adultos se impressionavam com eles.
Nem sempre os aviões produzem rastros no céu. Mas eles sempre produzem algum barulho.
Quando eu era um pouco mais que um bebê, meu pai apontava para o céu e procurava pela origem do som das turbinas rugindo muito alto em algum lugar lá em cima. Depois, apontava com o dedo e dizia; "olha lá!"
E eu não via nada. Nem ouvia nada, que eu me lembre agora.
Mas eu olhava.
Nas primeiras vezes, não vi nada, mas depois, um dia, eu vi.
Um pontinho muito, muito pequenino.
Não era como uma mosca, que é pequenina, mas está perto. Nem era como uma estrela, que brilha pequenina, parada, no escuro. Era como um grãozinho de arroz perdido no nada.
Quando aviões estão muito altos e são cobertos com pintura branca, às vezes não vemos as asas, porque elas se confundem com o azul do céu no fundo. E era isto que eu via: somente o corpo dos aviões, como pequenos grãos de arroz seguindo em linha reta, até sumirem por trás de nuvens, ou sumirem na nada, misturando-se com o azul e desaparecendo.
Esses pontinhos nos céus sempre me fascinaram.
Esta máquina que, embora comum, é nova.
Vi os primeiros riscos no céu ainda muito pequeno, no começo da década de 1970. Naquela época, já existiam aviões comerciais grandes cruzando o céu, mas eles eram uma novidade. Os primeiros grandes aviões comerciais a jato surgiram uma ou duas décadas antes. Os primeiros rastros de aviões observados surgiram provavelmente na Segunda Guerra Mundial, com aviões a hélices. Assim, esses riscos nos céus não eram coisas comuns no Brasil nos primeiros anos da década de 1970. Até mesmo os adultos se impressionavam com eles.
Nem sempre os aviões produzem rastros no céu. Mas eles sempre produzem algum barulho.
Quando eu era um pouco mais que um bebê, meu pai apontava para o céu e procurava pela origem do som das turbinas rugindo muito alto em algum lugar lá em cima. Depois, apontava com o dedo e dizia; "olha lá!"
E eu não via nada. Nem ouvia nada, que eu me lembre agora.
Mas eu olhava.
Nas primeiras vezes, não vi nada, mas depois, um dia, eu vi.
Um pontinho muito, muito pequenino.
Não era como uma mosca, que é pequenina, mas está perto. Nem era como uma estrela, que brilha pequenina, parada, no escuro. Era como um grãozinho de arroz perdido no nada.
Quando aviões estão muito altos e são cobertos com pintura branca, às vezes não vemos as asas, porque elas se confundem com o azul do céu no fundo. E era isto que eu via: somente o corpo dos aviões, como pequenos grãos de arroz seguindo em linha reta, até sumirem por trás de nuvens, ou sumirem na nada, misturando-se com o azul e desaparecendo.
Esses pontinhos nos céus sempre me fascinaram.
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