Eu disse aqui que me desagradava muito a ideia de morrer e ser esquecido.
Mas isto foi a oito anos atrás.
Hoje, sei que morrerei e serei esquecido.
Mas isso não me desagrada mais.
Vou envelhecendo e tendo novas percepções sobre o que é a vida e a morte.
Morrerei. Serei esquecido em poucas décadas.
Mas, e daí?
Um morto constantemente lembrado ainda continua morto.
O que conta é estar vivo.
Nem mesmo concordo que nossas histórias pessoais são nossas garantias de eternidade. Não posso acreditar que nossas histórias pessoais perdurarão no tempo. E, mesmo que perdurem, ninguém se interessará por elas. Haverá mais histórias para serem lidas que pessoas para lerem.
Eu preciso, nós precisamos, desesperadamente, urgentemente, emergencialmente, nos desapegarmos de nossa cultura egocêntrica. Precisamos urgentemente fugir do culto à celebridade.
Desejo de eternizar-se é somente isto: o culto à celebridade, um mau moderno, doentio e destrutivo que infecta as nossas mentes contemporâneas manipuladas pela televisão e seu uso criminoso e bárbaro.
A morte e o esquecimento deveria ser uma benção, aspirada por todos.
Não deveriam existir ídolos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário