domingo, 21 de outubro de 2012

Quando começa nossa história?

Eu disse aqui que escrever a história de nossas vidas é difícil por uma série de motivos. Um deles é o tempo.  O outro, a própria complexidade que existe em escrever livros de maneira geral.

O que há de complexo em se escrever sobre nós mesmos?

É que um livro deve ter um começo, um meio e um fim. E se pensarmos bem, nossas vidas também. Por este modo de se abordar ambos, parece que há uma linearidade clara, óbvia até: começamos contando nossas vidas a partir do começo, e terminamos o livro contando o fim.

Mas, quando começa exatamente nossas vidas?

Muitos dirão que começa no momento em que nascemos, e sob certos aspectos, é exatamente neste momento que nossas vidas começam.

Mas, o que me levou a querer escrever sobre meu passado foi uma questão um pouco mais complexa. Escrevo sob meu passado para entender porque as coisas são como são em meu presente, e quais as minhas possibilidades futuras.

Saber o dia em que nasci não ajuda muito a explicar nada, neste caso. Há perguntas mais profundas, mais difíceis de serem respondidas, mais importantes para a elucidação do porquê as coisas estão como estão e como poderão ser.

Minha história começa no meu nascimento? 

Minha história começa no momento em que começo a me lembrar das coisas?

Minha história começa quando eu completo dezoito anos, e me livro da dependência familiar?

Minha história começa no útero de minha mãe?

Minha história começa com o casamento de meus pais?

Minha história começa com o nascimento de meus pais?

Minha história começa quando chego ao passado mais remoto que posso me aprofundar?

Minha história começa quando tomo consciência de que sou um homem, tenho meus problemas, tenho uma razão para viver e começo a lutar por um objetivo definido?

Eu andei pensando nestas questões.

Elas são difíceis de serem respondidas.

Dificílimas.

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