Essa foi uma das ideias, a última da cinco que tive para contribuir com o mundo e sua salvação da catástrofe ecológica: andar de ônibus.
Pense nisso. Faz sentido. O mundo civilizado todo adota essa ideia. Por que não eu?
Andei a pé e de ônibus até meus 34 anos.
Andava a pé mesmo podendo ter um carro.
Sofri muito andando no calor da maldita cidade de Goiânia. Que cidade quente! Quanto asfalto! Quanto andar!
Mas um dia eu cansei.
Na verdade, era mais uma questão de medo do que propriamente de falta de dinheiro ou apoio ecológico. Eu não tinha um carro por medo de dirigir. Um dia, perdi o medo e comprei um Ford Ka. Nunca mais pensei no assunto ecológico depois disso.
Não que nunca mais tenha viajado de ônibus. Viajei muito, mas então já por questão de comodidade e segurança. Na verdade, andar de ônibus é mais caro que andar de carro, e bem menos confortável. Na verdade, andar de ônibus é um exercício de tolerância e paciência. Somente uma catástrofe para obrigar a população usuária de carro a deixá-los na garagem em uma grande cidade.
É uma situação difícil. A ideia em si é boa, mas não funciona no Brasil.
E eu e minha esposa comemoramos quando atingimos a marca de 100 mil quilômetros com nosso carro. Isso mesmo: cada quilômetro andado de carro é um quilômetro a menos andado de ônibus ou a pé, e isso merece ser comemorado.
Eu já fiz a minha parte. Sei que é difícil. As pessoas que usam ônibus somente o fazem por falta de dinheiro. Essa é a verdade.
Claro que teremos que resolver um monte de problemas quando pensamos em transporte, mas eu não vou mais andar a pé enquanto eu puder pagar para andar de carro.
Não mesmo. Não aqui no Brasil.
Não há porquê se desculpar. A questão do medo de dirigir é relevante. Eu sempre tive muito medo de dirigir, e entendo bem este sentimento. Obrigado pelo comentário.
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