domingo, 14 de agosto de 2011

Direitos e deveres

Quando falo sobre esse blog e sobre sua função ou missão, parece a mim mesmo que ele existe para que eu possa registrar minhas ideias. Pode até ser, mas é preciso que eu diga a mim mesmo que eu não vivo em função deste blog, nem de minha Agenda Ecológica 99 nem em função da Internet, nem mesmo em função de registrar ideias ou lembranças. Não. Tudo isso é secundário em minha vida. Tenho coisas mais importantes a fazer.

Os objetivos de vida não são coisas claras, mas para mim é claro que não vivo em função de salvar o mundo atavés de ações ecológicas. Também não vivo em função de escrever blogs nem nada. Não acredito que possa viver em função das coisas que escrevo, e que ninguém lê.

Não acredito também que possa me realizar como ser humano simplesmente em função de meu trabalho, do qual nunca falo e poucos sabem. Ainda não sei de que forma posso realizar-me como ser humano, mas certamente não é através do trabalho.

Na verdade, essas tarefas ecológicas são imposições que vêem de fora. A sociedade exige que eu tenha lâmpadas eletrônicas. Somente isso. Não fosse a dureza da realidade da vida e suas necessidades urgentes, não perderia um segundo de minha vida pensando em lâmpadas e sacolas de plástico.

Vivemos boa parte do tempo falando de sonhos e objetivos de vida, mas esses são apenas frágeis direitos. Na verdade, pouco podemos fazer por eles. Somos massacrados por deveres impostos pelo mundo moderno. Fazer um backup não é um sonho, é uma necessidade. Trocar amortecedores de carros, idem.

Então, vivo em função de quê? Eu vivo, nós vivemos, em função de não deixar desmoronar nosso padrão e estilo de vida. Vivemos como equilibristas, tendo como consolo nossas bugigangas, que compramos e mal compreendemos, porque nos falta tempo e nos falta paciência.

Eu me frustrei com o filme Super 8 porque esperava mais de Spielberg. Perdoe-me, mas eu posso fazer melhor que isso. Posso escrever sobre ficção científica melhor que a maioria das coisas que são mostradas todos os dias, baboseiras para adolescentes que nos fazem rir.

Posso, mas não posso. Tenho o potencial, mas não o tempo, a determinação e a motivação. Escrever para quê?

É como esse blog. Escrevo apenas para mim. Ninguém o lê. Então, por que mais ficção científica?

Os deveres são mais importantes. As sacolas de hoje são urgentes e portanto não permitem que pensemos no futuro da humanidade. É paradoxal: não morreremos devido a sacolas de plástico. Pensamos nelas porque nos preocupamos com as gerações futuras. Mas se nos preocupássemos com as gerações futuras, pensaríamos mais no futuro e menos no hoje. Mas as sacolas de hoje, um problema futuro, não permitem que pensemos na solução de problemas futuros.

Bela situação!

Um comentário:

  1. Texto bem explicativo, com baste conteudo. Gostei!
    http://lollyoliver.wordpress.com/

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