É com pesar que recebo a notícia da morte de Jani Lane, o ex-vocalista da banda de rock Warrant.
Sim, eu sei que quase ninguém conhece essa banda, o Warrant. Sei também que ninguém está nem aí para Jani Lane. Mais um viciado em drogas que morre devido aos abusos e vida desregrada, dirão.
Mas as coisas não são bem assim.
Sou da geração que cresceu ouvindo heavy metal no fim dos anos 80. Eu amava o hard rock de bandas como Warrant. Eles, os cabeludos roqueiros, até poderiam ser usuários de drogas ou viciados em bebidas, baderneiros, mas não importava. Isso fazia e faz parte do rock 'n roll. Mas eles eram nossos ídolos.
O Warrant não chegou a ser uma banda muito famosa fora dos Estados Unidos, mas mesmo assim, quem era fã de hard rock sabia da música deles, e eles tinham um ótimo visual poser. Muitos não gostavam, mas muitos gostavam. Eu adorava.
Mas Jani Lane é, pessoalmente falando, ainda mais importante.
As pessoas pensam em roqueiros como pessoas inacessíveis. Sim, eles são mesmo, quando estão no auge da fama, e muitos deles continuam fugindo das pessoas comuns pelo resto da vida. Mas não Jani Lane.
Roni, meu irmão mais novo, saiu do Brasil em 1993. Jani Lane saiu do Warrant em 1992. Os dois se encontraram em algum momento entre 1993 e 1998 em Winnipeg, no Canadá. Meu irmão morava lá e sabia quem Jani Lane era.
Um dia, Jani foi tocar num bar em Winnipeg, nas redondezas de onde morava meu irmão. E então, Roni foi ao show. O bar era pequeno e o público não era muito grande. No fim do show, Roni teve oportunidade de conversar pessoalmente com Jani Lane. Não sei sobre o que conversaram, nem por quanto tempo. Mas Roni falou-me desse encontro com muito orgulho, porque, afinal, Jani Lane era um grande cantor de uma grande banda que tinha feito muito sucesso e vendido muitos milhões de discos. Não é todo dia que encontramos pessoas assim. E não é todo dia que pessoas assim permitem que pessoas comuns, como eu e Roni, se aproximem e conversem como seres humanos normais.
Depois desse encontro, sempre tive muito carinho por Warrant e Jani Lane. Eu comprei seus discos, já em formato de CD, que não existiam por aqui na época em que fizeram sucesso. É claro que eu não ouso rock todos os dias. Na verdade, eu tenho muitos sons que compro os CDs e guardo com carinho mais como uma lembrança que para ouvir todos os dias. Assim, eu tenho o CD do Warrant e considero isso um tributo à banda. Eles faziam um grande som.
Agora, passados os anos, tenho 41 anos. Roni fará 39 em breve. Jani morreu com 47. Era pouco mais velho que nós.
Era um cara que não estava mais na midia, mas isso não importa. Era e será sempre o Jani Lane, o cara do Warrant, o cara legal que tocou em Winnipeg e conversou com meu mano como se fosse um cara normal.
E agora ele está morto.
Um cara jovem demais para morrer.
Jani Lane, fica aqui meu tributo.
Agora, você também é eterno!
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