Eu disse aqui que é difícil obter documentos que ajudem a entender a história de um lugar, de um povo, quando muito pouco foi preservado, ou as pessoas não se interessam em abrir seus baús de lembranças e disponibilizá-las ao mundo.
Mas eu tenho esperanças.
As pessoas mais novas vão envelhecendo e percebendo que o passado tem seu valor. Vão percebendo também que não existe "a minha vida pessoal", mas sim "a nossa vida em comunidade". Somos animais sociais.
Aquela foto antiga em que só temos olhos para nós mesmos não mostra somente nós mesmos. Mostra mais uma amigo, um parente, uma casa, um objeto, um ambiente, um contexto. Tudo o mais que é mostrado tem interesse para alguém, seja lá quem for. Uma fotografia fala para todos. Ela trás recordações para diferentes pessoas, por diferentes motivos.
Eu escrevi assim em meu texto:
"Mas posso contar o que sei, embora o que saiba sobre Tujuguaba em si seja relativamente pouco. Mas eu vou tentar.
Não veremos aqui fatos muito bem documentados. Em princípio, tudo se resume a deduções com base no que sei depois que nasci e às famosas pesquisas na Internet. Mas a Internet está longe de oferecer a facilidade de pesquisa que necessito ter para um trabalho dessa natureza. A Internet registra muito bem o tempo presente, mas o passado está fora de seus registros, ao menos por enquanto. É verdade que documentos antigos vão aos poucos sendo digitalizados e incorporados ao patrimônio digital on-line, mas não temos hoje ainda o necessário.
Assim, vou recolhendo migalhas daquilo e daqueles que surgiram antes de mim por meio de minha própria memória, na qual guardei histórias antigas sobre coisas e pessoas já passadas, e com base em alguma pesquisa histórica em livros e internet. Esse é meu método.
Não é, definitivamente, o melhor dos métodos, mas eu não pretendi fazer deste texto um trabalho preciso de História. Não que não seja interessante algo desse gênero. Na verdade, há já algumas iniciativas desse tipo de trabalho. Claro, há pessoas de minha cidade que ainda reverenciam nosso passado comum e sempre lutaram e lutam para preservar a memória de nossa comunidade, mas não é uma tarefa fácil, seja para um leigo, como eu, seja para um historiador profissional com meios e tempo para pesquisas aprofundadas com base em elementos escassos."
Certo.
Então, eu vou guardando tudo o que anda sendo postado sobre o lugar e as pessoas que viveram onde vivi. Ainda é pouca coisa, mas espero aos pouco sensibilizar meus conterrâneos contemporâneos a se darem ao trabalho de divulgar nosso passado comum. Afinal, não publicar uma foto que interessa a muitas pessoas é uma forma de egoísmo social que não tem justificativa nos dias atuais, onde tudo se mostra nas redes sociais em tempo real.
Assim, faremos nossa história, porque podemos. Temos os meios para isto. Temos a sensibilidade para esta tarefa.
Temos o dever social de deixar aos nossos descendentes tudo aquilo que está sob nossa guarda, mas que não pertence somente a nós, mas a todas as gerações, porque estamos aqui de passagem, e os que virão precisarão saber o que sabemos, num processo sem fim.
Sempre haverá tujuguabanos, e se um dia não houver, o mundo deverá saber que já houve. Tujuguabanos, assim como gregos, troianos, babilônios e índios.
Vamos fazer uma história colaborativa. Ah! Sim, faremos!
A nossa história wiki.
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