Eu disse aqui que li um livro que foi importante para a minha compreensão do que é a vida e o mundo. Mas disse ainda que aquele não era o meu primeiro livro que lia. E nem foi o último.
Eu já havia lido vários antes e li ainda muitos e muitos depois.
Se um livro tem este poder, o de influenciar a vida de uma pessoa, e, de certa forma, todas as pessoas são influenciáveis, seja por livros, ou por filmes, ou por qualquer que seja a fonte com a qual elas venham a se deparar, então, todos os livros que li me influenciaram, e não somente o que citei na postagem do link.
Mas esta compreensão, a de que somos influenciados por aquilo que lemos, não é minha, não somente minha, nem originalmente minha. Cheguei a ela por meus próprios raciocínios, mas depois, li em algum lugar (que não me recordo agora, mas informarei aqui assim que me lembrar) que não só somos influenciados pelos livros, mas o somos de uma maneira única.
Quer dizer, cada pessoa é influenciada de uma maneira única, a depender do que venha a ler.
Existem dezenas de milhões de livros. Dezenas de milhões de obras distintas.
Cada livro tem um impacto específico na vida daquele que o lê.
Duas pessoas que leiam o mesmo livro serão influenciados de maneiras diferentes. Se resolverem ler dez livros, os mesmos dez livros, na mesma época e na mesma sequência, ainda assim, terão percepções diferentes, conclusões diferentes, influências diferentes.
Acontece ainda que duas pessoas raramente lêem os mesmos livros, na mesma época e na mesma ordem. Durante o período de uma vida, duas pessoas serão influenciadas por diferentes livros, em diferentes épocas, em diferentes quantidades, em diferentes combinações.
É quase impossível que duas pessoas leiam as mesmas coisas durante suas vidas.
Assim, uma pessoa pode traçar um perfil de leituras e influências pessoais de uma maneira única tal que ela, e somente ela, em todo o mundo, em todos os tempos, pode possuir. Esta pessoa possui uma espécie de perfil de leituras único. Como um DNA intelectual pessoal.
Podemos falar em igualdade entre as pessoas sob vários aspectos, mas sob esta ótica, a das influências culturais, somos decididamente diferentes, e tão diferentes que a única palavra que cabe é a que vivemos uma perfeita diversidade intelectual.
Sob este prisma, é praticamente impossível duas pessoas quaisquer terem as mesmas influências.
Daí a necessidade, urgente, premente, e constante, de sermos intelectualmente tolerantes.
A diversidade intelectual nos impõe esta tolerância.
Tolerância e formação intelectual são, então, forças diretamente relacionadas.
Onde falta a segunda, faltará a primeira.
Este é um assunto bom de se pensar mais detidamente.
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