A marca é famosa: GE. Só por isto, deveria ser um produto bom, mas não é. Agora, neste exato momento, minha máquina de lavar está com as roupas todas limpas em seu interior, mas a porta está travada. A maquina funciona, mas não abre a tampa e não libera as roupas.
Isto é patético. Vindo de um produto banal, uma porcaria de uma máquina de lavar roupas, deveria surpreender. O que há de tão sofisticado em uma tampa que possa dar errado de alguma forma e não possa abrir e liberar a porcaria da roupa?
Mas não me surpreendo.
Este não é o primeiro problema desta máquina. Elas sempre dão problema. Sempre.
Na verdade, elas são fabricadas intencionalmente para dar problemas. Se não fosse assim, como uma empresa de fundo de quintal poderia se transformar no curto período de um século numa GE? A GE é uma das maiores empresas do mundo. Ela supera, com seu faturamento de bilhões e bilhões de dólares anuais, o PIB de muitos países. Ela é um colosso, vendendo suas máquinas cuidadosamente planejadas para dar defeito de tempos em tempos, num processo mundialmente conhecido com obsolescência planejada.
Eu só posso pensar assim. Não posso pensar diferente.
A GE fabrica também turbinas de aviões.
Imagine se ela fosse depender apenas do faturamento das turbinas, que, ao contrário das máquinas de lavar, são muitíssimo mais sofisticadas, e não podem falhar nunca, de forma alguma, sob risco de levar a GE à falência se meia duzia delas pifarem ao mesmo tempo.
Mas elas, as turbinas, não falham. Elas funcionam milhões de horas seguidas levando bilhões e bilhões de passageiros são e salvos para todo canto do mundo. E a GE sabe disto. Ela não pode fabricar turbinas com falhas. E não fabrica.
Assim, nós, donos de máquinas de lavar roupas, pagamos a conta dos passageiros de avião.
Este é o capitalismo.
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