Eu disse aqui que tenho um quadro branco e que na época, era um objeto importante para mim, porque era onde eu anotava minhas ideias, que eu desejava preservar.
Ele foi usado com este fim por mais alguns anos, mas depois, acabou ficando pequeno. Comprei um outro, bem maior, e o velho e pequeno acabou ficando de lado.
Preguei os dois na parede do quarto de escritório, e anotamos coisas neles, eu e minha esposa.
O grande vive cheio de rabiscos. O pequeno, uso para anotar coisas mais duradouras: os quatro números de telefones que temos que memorizar, mas eu não memorizo. Telefones fixos, celulares, do trabalho.
Estou envelhecendo e perdendo o interesse em memorizar coisas.
Foi Einstein quem disse que memorizar é uma perda de tempo e um mau uso do cérebro, e eu concordo com ele. Por que memorizar números de telefones, se tenho meu Quadro Branco para anotá-los?
As coisas que compramos e mantemos conosco podem ser mais ou menos úteis.
Dar utilidade a elas é uma forma de respeito ao nosso dinheiro, e por consequência, ao nosso esforço em ganhá-lo, assim como uma forma de respeito ao esforço humano de fazê-las. A pior forma de desprezo ao esforço humano é a nossa monstruosa capacidade de desperdiçarmos tudo o que possuímos.
Desperdício é, antes de tudo, desprezo.
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